quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

UNIDADE OU UNICIDADE




Epifania = Manifestação de Jesus aos gentios (nomeadamente, aos Reis Magos).



 Na Igreja, Cristo revela-se a todos os povos


Entre todas as orientações que o Concílio Vaticano II encaminhou ou pôs em relevo, uma das mais importantes e significativas é o apelo à unidade fundamental da família humana (cf, por ex., GS 24; 26; 27).

Visando o universalismo
A humanidade tende a um universalismo até agora nunca atingido e que produzirá um novo tipo de homem, cuja cultura não será mais limitada à da sua civilização e cujos meios técnicos serão património de todos. Este dinamismo impressionante é tão característico da esperança contemporânea, que os que manifestam exclusividade racial, nacional ou cultural são considerados ultrapassados.
Mas, de que meios dispõe a humanidade para atingir este sonho? Experimentam-se muitos métodos que têm certa parte de verdade e eficácia mas que acarretam muitos problemas. Convirá recorrer à força? A experiência de grandes impérios baseados na universalidade do trabalho e da técnica? Mas, a violência põe-nos de sobreaviso contra ela. Convém confiar à consciência princípios de direito, de cultura etc., nos quais se baseia essa consciência para realizar a unificação do mundo, serão verdadeiramente os mais profundos? Não menosprezam deliberadamente um elemento irredutível, a pessoa? E o cristão? Não terá uma palavra a dizer? Segundo a Escritura, o primeiro homem que acreditou no universalismo foi Abraão, o pai das nações. Deus lhe prometeu que estas, um dia, estariam reunidas na sua descendência, e o patriarca acreditou; foi o primeiro acto de fé feito por um homem.

Os povos caminharão na tua luz
Israel recebeu a missão de reunir todos os povos na descendência de Abraão e de realizar assim a promessa do universalismo. Israel acreditou, erroneamente, poder formar essa unidade com certo número de práticas particulares: a lei, o sábado, a circuncisão. Só a fé de Abraão teria sido capaz de reunir todos os pagãos, mas os judeus não souberam desligá-la das suas práticas formais.
O anúncio de um novo povo de Deus, de dimensões universais, prefigurado e preparado no povo eleito, realiza-se plenamente em Jesus Cristo, para quem converge e que recapitula todo o plano de Deus (Ef 1,9-10). Nele, tudo o que estava dividido encontra de novo a unidade.
Convocando os magos do Oriente, Jesus começa a reunir os povos, a dar unidade à grande família humana, que se realizará plenamente quando a fé em Jesus Cristo fizer cair as barreiras existentes entre os homens, e na unidade da fé todos se sentirão filhos de Deus, igualmente redimidos e irmãos.
Este novo povo é a Igreja, comunidade dos que crêem; ela realiza-se e testemunha, através dos séculos, o chamamento universal de todos os homens à salvação, pela obra unificadora de Cristo. É significativa a visão final do Novo Testamento (Ap 7,4-12; 15,34; 21,24-26): uma multidão de raças, povos e línguas, que saúdam a Deus, o rei das nações, e que habitarão a nova Jerusalém, onde a família humana encontrará a unidade.

Há sempre uma estrela no céu
Todo discurso sobre a “unidade”, em qualquer campo, corre facilmente o risco de ser mal compreendido. Frequentemente entende-se por unidade uma uniformidade monótona, a anulação de todas as diferenças individuais, um total nivelamento. Inaugura-se assim um sistema de simples rótulos e simples exclusão. Quem não se adapta à medida geral é rotulado como extremista, reaccionário ou herege. No entanto, a diversidade e a variedade dos caracteres das nações são a riqueza da humanidade. Também o facto de a Igreja ser una e universal não impede que possam coexistir no seu seio “diversos modos de viver a única fé”. Durante muito tempo esteve a Igreja ligada ao mundo cultural ocidental e ao homem branco, a ponto de reduzir o cristianismo a imagens e categorias mentais tipicamente europeias; mas a Igreja de Cristo não pode ser branca, nem negra, nem amarela, como não pode ser proletária, burguesa ou capitalista; as suas portas estão abertas a todos. O cristão autêntico não pode refutar aprioristicamente a novidade ou a originalidade por si mesmas, mas deve antes verificar se não são elas apenas uma nova dimensão da fé no único Cristo. Muitas experiências actuais, que às vezes escandalizam os defensores da uniformidade (não da unidade), são o sinal do vigor da vida da Igreja. Cristo dá-nos o sentido de tudo: Ama a Deus com todo o teu coração; amai-vos como eu vos amei (cf Mc 12,30; Jo 13,34). Aqui encontramos o sentido e a direcção: essa é a estrela que devemos seguir para atingir nosso autêntico e único centro de unidade.



sábado, 26 de dezembro de 2015

SAGRADA FAMÍLIA

DOMINGO dentro da OITAVA DO NATAL
  


(Domingo, 27 de Dezembro de 2015)

SAGRADA FAMÍLIA
Foi no quadro comum duma família humana que se realizou o mistério da Encarnação, pelo qual Deus feito Homem habita entre os homens. É por isso que, neste clima de Natal, a Igreja honra esta família de obscuro artista de aldeia, em cujo seio decorreram os anos íntimos e silenciosos da infância e da juventude de Jesus e que se tornou modelo de toda a família e de toda a sociedade.
Nos nossos dias, passa a família por transformações profundas, que lhe alteram o rosto que estávamos habituados a contemplar. Contudo, a comunidade familiar, nascida da instituição divina que é o matrimónio, mantém todo o seu valor. A experiência dos países, onde se levou ao máximo a socialização e os estudos da psicanálise mostram a importância decisiva da família para a vida de todo o homem.
Nesta Família tão santa, quer pelas pessoas que a integram, quer pela sua singular missão, quer ainda pelo seu género de vida, têm todas as famílias cristãs um modelo perfeito de amor, de união e paz. Seguindo-o, os cristãos «superando as dificuldades, proverão às necessidades e vantagens da família, de acordo com os novos tempos» (GS. 52). E a vida familiar, assim iluminada e protegida, continuará a modelar os homens à imagem de Cristo e a encaminhá-los para a família do Céu.


LEITURA I – Sir 3, 3-7.14-17a (gr. 2-6.12-14)

Aquele que teme a Deus honra os seus pais

A palavra de Deus faz o elogio da vida familiar. O Filho de Deus, ao fazer-Se homem, quis nascer e viver numa família humana. Foi ela a primeira família cristã, modelo, a seu modo, de todas as demais. O amor de Deus em todos os membros de uma família é condição fundamental para o crescimento, em paz, de todos os que nela nascem e vivem, como no quadro que o sábio nos apresenta nesta leitura.

Leitura do Livro de Ben-Sirá
“Deus quis honrar os pais nos filhos e firmou sobre eles a autoridade da mãe. Quem honra seu pai obtém o perdão dos pecados e acumula um tesouro quem honra sua mãe. Quem honra o pai encontrará alegria nos seus filhos e será atendido na sua oração. Quem honra seu pai terá longa vida, e quem lhe obedece será o conforto de sua mãe. Filho, ampara a velhice do teu pai e não o desgostes durante a sua vida. Se a sua mente enfraquece, sê indulgente para com ele e não o desprezes, tu que estás no vigor da vida, porque a tua caridade para com teu pai nunca será esquecida e converter-se-á em desconto dos teus pecados.”
Palavra do Senhor

LEITURA II – Col 3, 12-21

A vida doméstica no Senhor

Desde o princípio que os cristãos compreenderam que a sua fé se deve manifestar em toda a sua vida e muito particularmente na vida de família; esta pode ter sempre diante dos olhos a Sagrada Família de Nazaré, que constituiu a melhor experiência do que devem ser as nossas famílias.

Leitura da Epístola de São Paulo aos Colossenses
“Irmãos: Como eleitos de Deus, santos e predilectos, revesti-vos de sentimentos de misericórdia, de bondade, humildade, mansidão e paciência. Suportai-vos uns aos outros e perdoai-vos mutuamente, se algum tiver razão de queixa contra outro. Tal como o Senhor vos perdoou, assim deveis fazer vós também. Acima de tudo, revesti-vos da caridade, que é o vínculo da perfeição. Reine em vossos corações a paz de Cristo, à qual fostes chamados para formar um só corpo. E vivei em acção de graças. Habite em vós com abundância a palavra de Cristo, para vos instruirdes e aconselhardes uns aos outros com toda a sabedoria; e com salmos, hinos e cânticos inspirados, cantai de todo o coração a Deus a vossa gratidão. E tudo o que fizerdes, por palavras ou por obras, seja tudo em nome do Senhor Jesus, dando graças, por Ele, a Deus Pai. Esposas, sede submissas aos vossos maridos, como convém no Senhor. Maridos, amai as vossas esposas e não as trateis com aspereza. Filhos, obedecei em tudo a vossos pais, porque isto agrada ao Senhor. Pais, não exaspereis os vossos filhos, para que não caiam em desânimo.”
Palavra do Senhor

EVANGELHO – Lc 2, 41-52

Jesus é encontrado por seus pais no meio dos doutores

Um dos poucos episódios que os Evangelhos nos contam da vida da Sagrada Família de Nazaré mostra-nos a orientação profunda de Jesus para o Pai celeste e a descoberta progressiva que Maria e José iam fazendo da pessoa e do mistério de Jesus. Assim há-de ser o progresso contínuo da vida da família cristã, vivida ela também sempre em relação a Jesus.

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
“Os pais de Jesus iam todos os anos a Jerusalém, pela festa da Páscoa. Quando Ele fez doze anos, subiram até lá, como era costume nessa festa. Quando eles regressavam, passados os dias festivos, o Menino Jesus ficou em Jerusalém, sem que seus pais o soubessem. Julgando que Ele vinha na caravana, fizeram um dia de viagem e começaram a procurá-l’O entre os parentes e conhecidos. Não O encontrando, voltaram a Jerusalém, à sua procura. Passados três dias, encontraram-n’O no templo, sentado no meio dos doutores, a ouvi-los e a fazer-lhes perguntas. Todos aqueles que O ouviam estavam surpreendidos com a sua inteligência e as suas respostas. Quando viram Jesus, seus pais ficaram admirados; e sua Mãe disse-Lhe: «Filho, porque procedeste assim connosco? Teu pai e eu andávamos aflitos à tua procura». Jesus respondeu-lhes: «Porque Me procuráveis? Não sabíeis que Eu devia estar na casa de meu Pai?». Mas eles não entenderam as palavras que Jesus lhes disse. Jesus desceu então com eles para Nazaré e era-lhes submisso. Sua Mãe guardava todos estes acontecimentos em seu coração. E Jesus ia crescendo em sabedoria, em estatura e em graça, diante de Deus e dos homens.”
Palavra da Salvação



segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

NATAL 2015




(25 de Dezembro de 2015)

Missa da Noite

Se não há paz, alegria e felicidade para os homens de hoje é porque lhes falta a humildade dos pastores para reconhecerem o Salvador. Cheios de preconceitos põem a sua esperança no poder, no dinheiro, no prazer e na glória, como se essas coisas fossem o caminho da felicidade...
«A nossa esperança é ALGUÉM. A nossa esperança é Cristo... Ele fez-Se Carne. Cristo, inserindo-se, plenamente, na natureza humana, quis mudar o mundo para salvá-lo. E nós seremos seus discípulos na medida em que a nossa esperança se confundir com a Sua, que era a de transformar o mundo» (Mauriac).

LEITURA I – Is 9, 2-7 (1-6)

Um Filho nos foi dado

O Profeta anuncia o aparecimento de uma criança de raça real, que será o Emanuel, Deus connosco, o Messias, Jesus Cristo, esperança e salvação do seu povo, “ Príncipe da paz”.

Leitura do Livro de Isaías
“O povo que andava nas trevas viu uma grande luz; para aqueles que habitavam nas sombras da morte uma luz começou a brilhar. Multiplicastes a sua alegria, aumentastes o seu contentamento. Rejubilam na vossa presença, como os que se alegram no tempo da colheita, como exultam os que repartem despojos. Vós quebrastes, como no dia de Madiã, o jugo que pesava sobre o povo, o madeiro que ele tinha sobre os ombros e o bastão do opressor. Todo o calçado ruidoso da guerra e toda a veste manchada de sangue serão lançados ao fogo e tornar-se-ão pasto das chamas. Porque um menino nasceu para nós, um filho nos foi dado. Tem o poder sobre os ombros e será chamado «Conselheiro admirável, Deus forte, Pai eterno, Príncipe da paz». O seu poder será engrandecido numa paz sem fim, sobre o trono de David e sobre o seu reino, para o estabelecer e consolidar por meio do direito e da justiça, agora e para sempre. Assim o fará o Senhor do Universo.”
Palavra do Senhor

LEITURA II – Tito 2, 11-14

Manifestou-se a graça de Deus para todos os homens

O Filho de Deus nasceu para que, uma vez feito homem, pudesse oferecer a vida em sacrifício ao Pai por nós, Ele, o Sacerdote e a Vítima, que nos vem conduzir ao Pai.

Leitura da Epístola do apóstolo São Paulo a Tito
“Caríssimo: Manifestou-se a graça de Deus, fonte de salvação para todos os homens. Ela nos ensina a renunciar à impiedade e aos desejos mundanos, para vivermos, no tempo presente, com temperança, justiça e piedade, aguardando a ditosa esperança e a manifestação da glória do nosso grande Deus e Salvador, Jesus Cristo, que Se entregou por nós, para nos resgatar de toda a iniquidade e preparar para Si mesmo um povo purificado, zeloso das boas obras.”
Palavra do Senhor

EVANGELHO – Lc 2, 1-14

Nasceu-vos hoje um Salvador

A manifestação do Filho de Deus entre os homens, feito homem em tudo igual a eles, excepto no pecado, é fonte de alegria e de paz. Deus entra nos caminhos dos homens, sem mesmo eles terem disso consciência, e por esses caminhos leva a salvação a todo o mundo. Foi assim que até o imperador romano se tornou instrumento de Deus para que Maria e José venham de Nazaré a Belém e o Menino aí venha a nascer.

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
“Naqueles dias, saiu um decreto de César Augusto, para ser recenseada toda a terra. Este primeiro recenseamento efectuou-se quando Quirino era governador da Síria. Todos se foram recensear, cada um à sua cidade. José subiu também da Galileia, da cidade de Nazaré, à Judeia, à cidade de David, chamada Belém, por ser da casa e da descendência de David, a fim de se recensear com Maria, sua esposa, que estava para ser mãe. Enquanto ali se encontravam, chegou o dia de ela dar à luz e teve o seu Filho primogénito. Envolveu-O em panos e deitou-O numa manjedoura, porque não havia lugar para eles na hospedaria. Havia naquela região uns pastores que viviam nos campos e guardavam de noite os rebanhos. O Anjo do Senhor aproximou-se deles e a glória do Senhor cercou-os de luz; e eles tiveram grande medo. Disse-lhes o Anjo: «Não temais, porque vos anuncio uma grande alegria para todo o povo: nasceu-vos hoje, na cidade de David, um Salvador, que é Cristo Senhor. Isto vos servirá de sinal: encontrareis um Menino recém-nascido, envolto em panos e deitado numa manjedoura». Imediatamente juntou-se ao Anjo uma multidão do exército celeste, que louvava a Deus, dizendo: «Glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens por Ele amados».”
Palavra da Salvação



MISSA DA AURORA

Na Missa da Noite, a Igreja apresentou-nos o seu Cristo – o Verbo eterno, o dominador, porém, em carne, habitando entre nós, no meio do Seu povo. E nós contemplámos a sua glória e a Sua humilhação, ao mesmo tempo que, unidos aos anjos e a todos os homens, demos graças a Deus pela paz, que nos ofereceu em Cristo.
Agora a liturgia, inundada pela luz da nova aurora, que desponta para o mundo, descreve-nos os efeitos do Nascimento do Salvador para a humanidade de todos os tempos.
O Natal não é um acontecimento passado. Através da Igreja, o mistério do Natal conserva toda a sua actualidade. N'Ela, todos os homens são chamados a receber de Jesus a vida divina, «tornando-se filhos no Filho único».

LEITURA I – Is 62, 11-12

Eis que vem o teu Salvador

O pregão do profeta, logo ao nascer do dia, é ainda mais para nós hoje do que o foi para os seus contemporâneos. É a Igreja de Deus que é o “Povo Santo”, o povo dos “Resgatados do Senhor”, a “Cidade não abandonada”, porque até ela vem o seu Salvador.

Leitura do Livro de Isaías
“Eis o que o Senhor proclama até aos confins da terra: «Dizei à filha de Sião: Eis que vem o teu Salvador. Com Ele vem o seu prémio e precede-O a sua recompensa. Serão chamados ‘Povo santo’, ‘Resgatados do Senhor’; e tu serás chamada ‘Pretendida’, ‘Cidade não abandonada’».”
Palavra do Senhor

LEITURA II – Tito 3, 4-7

Salvou-nos pela sua misericórdia

De novo, o Natal nos é apresentado como a “Manifestação”. Em Jesus Cristo que nasce é Deus que Se manifesta aos homens, para que estes O reconheçam e por Ele sejam justificados.

Leitura da Epístola do apóstolo São Paulo a Tito
“Caríssimo: Ao manifestar-se a bondade de Deus nosso Salvador e o seu amor para com os homens, Ele salvou-nos, não pelas obras justas que praticámos, mas em virtude da sua misericórdia, pelo baptismo da regeneração e renovação do Espírito Santo. Deus derramou abundantemente o Espírito sobre nós, por meio de Jesus Cristo nosso Salvador, para que, justificados pela sua graça, nos tornássemos, em esperança, herdeiros da vida eterna.”
Palavra do Senhor

EVANGELHO – Lc 2, 15-20

Os pastores encontraram Maria, José e o Menino

A aurora deste dia desperta-nos com a alegria dos pastores junto do presépio com o Menino, José e Maria, e deixa-nos na contemplação do mistério que tudo aquilo nos revela, como ficou Maria ao escutar as coisas que os pastores diziam.

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
“Quando os Anjos se afastaram dos pastores em direcção ao Céu, começaram estes a dizer uns aos outros: «Vamos a Belém, para vermos o que aconteceu e que o Senhor nos deu a conhecer». Para lá se dirigiram apressadamente e encontraram Maria e José e o Menino deitado na manjedoura. Quando O viram, começaram a contar o que lhes tinham anunciado sobre aquele Menino. E todos os que ouviam admiravam-se do que os pastores diziam. Maria conservava todas estas palavras, meditando-as em seu coração. Os pastores regressaram, glorificando e louvando a Deus por tudo o que tinham ouvido e visto, como lhes tinha sido anunciado.”
Palavra da Salvação



MISSA DO DIA
  
LEITURA I – Is 52, 7-10

Todos os confins da Terra verão a Salvação do nosso Deus

Esta leitura é constituída pelo belo e solene pregão que serviu outrora ao profeta para anunciar a Boa Nova ao povo de Deus em tempo de desolação e de abandono; esse mesmo pregão serve para nos anunciar agora a nós mensagem ainda mais feliz, a que nos traz o nascimento do Salvador de todo o mundo.

Leitura do Livro de Isaías
“Como são belos sobre os montes os pés do mensageiro que anuncia a paz, que traz a boa nova, que proclama a salvação e diz a Sião: «O teu Deus é Rei». Eis o grito das tuas sentinelas que levantam a voz. Todas juntas soltam brados de alegria, porque vêem com os próprios olhos o Senhor que volta para Sião. Rompei todas em brados de alegria, ruínas de Jerusalém, porque o Senhor consola o seu povo, resgata Jerusalém. O Senhor descobre o seu santo braço à vista de todas as nações e todos os confins da terra verão a salvação do nosso Deus.”
Palavra do Senhor

LEITURA II – Hebr 1, 1-6

Deus falou-nos por seu Filho

Jesus é a própria palavra de Deus, encarnada, feita homem no meio dos homens, mais reveladora de Deus do que a de todos os profetas, mais qualificada do que a de todos os outros mensageiros que vieram antes d’Ele ter vindo ao mundo. Ele é a imagem do Pai por quem tudo foi feito; pela sua morte purificou a humanidade de seus pecados e recebeu em herança todos aqueles que n’Ele acreditaram e a Ele se entregaram. Esses sentam-se com Ele à direita de Deus. Ele é o nosso Salvador e o nosso Deus. Por isso, O adoramos juntamente com todos os Anjos.

Leitura da Epístola aos Hebreus
“Muitas vezes e de muitos modos falou Deus antigamente aos nossos pais, pelos Profetas. Nestes dias, que são os últimos, falou-nos por seu Filho, a quem fez herdeiro de todas as coisas e pelo qual também criou o universo. Sendo o Filho esplendor da sua glória e imagem da sua substância, tudo sustenta com a sua palavra poderosa. Depois de ter realizado a purificação dos pecados, sentou-Se à direita da Majestade no alto dos Céus e ficou tanto acima dos Anjos quanto mais sublime que o deles é o nome que recebeu em herança. A qual dos Anjos, com efeito, disse Deus alguma vez: «Tu és meu Filho, Eu hoje Te gerei»? E ainda: «Eu serei para Ele um Pai e Ele será para Mim um Filho»? E de novo, quando introduziu no mundo o seu Primogénito, disse: «Adorem-n’O todos os Anjos de Deus».”
Palavra do Senhor

EVANGELHO – Jo 1, 1-18

O Verbo fez-Se carne e habitou entre nós

O Natal não é apenas o nascimento de um menino. É um mistério, uma realidade divina que se esconde e ao mesmo tempo se revela no nascimento desse Menino. É o Nascimento no meio dos homens do próprio Filho de Deus. O evangelista chama-Lhe o Verbo, isto é, a Palavra, Aquele por quem o Pai Se dá a conhecer aos homens e deles faz seus filhos. O evangelista tenta desvendar-nos todo esse mistério neste poema admirável com que abre o seu Evangelho.

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João
“No princípio era o Verbo e o Verbo estava com Deus e o Verbo era Deus. No princípio, Ele estava com Deus. Tudo se fez por meio d’Ele e sem Ele nada foi feito. N’Ele estava a vida e a vida era a luz dos homens. A luz brilha nas trevas e as trevas não a receberam. Apareceu um homem enviado por Deus, chamado João. Veio como testemunha, para dar testemunho da luz, a fim de que todos acreditassem por meio dele. Ele não era a luz, mas veio para dar testemunho da luz. O Verbo era a luz verdadeira, que, vindo ao mundo, ilumina todo o homem. Estava no mundo e o mundo, que foi feito por Ele, não O conheceu. Veio para o que era seu e os seus não O receberam. Mas àqueles que O receberam e acreditaram no seu nome, deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus. Estes não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus. E o Verbo fez-Se carne e habitou entre nós. Nós vimos a sua glória, glória que Lhe vem do Pai como Filho Unigénito, cheio de graça e de verdade. João dá testemunho d’Ele, exclamando: «É deste que eu dizia: ‘O que vem depois de mim passou à minha frente, porque existia antes de mim’». Na verdade, foi da sua plenitude que todos nós recebemos graça sobre graça. Porque, se a Lei foi dada por meio de Moisés, a graça e a verdade vieram por meio de Jesus Cristo. A Deus, nunca ninguém O viu. O Filho Unigénito, que está no seio do Pai, é que O deu a conhecer.”
Palavra da Salvação



sábado, 19 de dezembro de 2015

COMO POSSO MERECER QUE A MÃE DO MEU SENHOR ME VENHA VISITAR?

DOMINGO IV do Advento




(Domingo, 20 de Dezembro de 2015)

Como posso merecer que a mãe do meu Senhor me venha visitar?

O perfil de Maria

Ainda no seio da sua mãe, João Baptista recebe o Espírito prometido. Reconhece o Messias e aponta-o através da exclamação da sua mãe Isabel. As palavras inspiradas de Isabel, ao encontrar-se com Maria, traçam o perfil de quem tinha sido destinada a ser a mãe do Salvador. Maria é a mulher bendita por excelência. Repousando sobre ela as bênçãos divinas, sua vida estava indissociavelmente ligada a Deus. Sem deixar de ser humilde serva, a sua humanidade revestia-se de um brilho especial. Tornava-se um modelo não apenas de mulher, mas de ser humano. Maria trazia no seu ventre um fruto santo. A prole era um dos indicadores seguros da bênção divina. A humilde Virgem de Nazaré recebera, porém, uma bênção suplementar: a de ser a mãe do Messias. Tudo isto por estar disposta a ser totalmente fiel a Deus. Maria é mulher de fé. Aqui reside a sua verdadeira grandeza, pois a maternidade decorre desta sua virtude. E a sua fé desdobra-se em forma de confiança e entrega disponível nas mãos de Deus. Porque crê, assume o projecto divino, embora desconheça como irá realizar-se. Joga-se, inteiramente, nas mãos de Deus, certa de não ficar decepcionada. Maria é a mãe do Senhor de todos os povos. A exclamação de Isabel – “Como posso merecer que a mãe do meu Senhor venha visitar-me?” – revela as reais dimensões da maternidade de Maria. O Senhor de Isabel é o Senhor do povo de Israel e Senhor de todos quantos haveriam de crer. Este Senhor de toda a humanidade estava ali, no ventre de Maria. As narrativas da infância de Jesus deixam perceber a sua origem humilde, numa casa pobre em Nazaré, longe de Jerusalém, capital religiosa da Judeia, e de qualquer outra grande cidade onde se concentram as elites privilegiadas. Por outro lado, no evangelho de Lucas, os paralelos feitos entre João Baptista e Jesus, desde suas origens, são elaborados de maneira a destacar a primazia de Jesus em relação a João Baptista. Na época em que Lucas escreve, o movimento dos discípulos de João Baptista era expressivo e mantinha-se à parte do movimento dos discípulos de Jesus. Com este destaque dado a Jesus, procurava trazer-se os discípulos de João para as comunidades cristãs. Na narrativa de hoje vemos o encontro de duas mulheres: Maria, esposa de um operário de Nazaré, na Galileia, e Isabel, esposa de um sacerdote do Templo de Jerusalém. Contudo, o critério do status social é esvaziado. É a jovem mulher pobre da Galileia que é bendita entre as mulheres, trazendo no seu ventre o Senhor, comunicador do Espírito Santo.

LEITURA I – Miq 5, 1-4a

De ti sairá Aquele que há-de reinar sobre Israel

O novo Messias virá de Belém, como David (cf. 1 Sm 16,1-13). Mateus compreendeu este oráculo como anúncio do lugar onde nasceria Jesus (Mt 2,5-6). Deus escolhe os incapazes e os fracos para confundir os poderosos e os fortes. Falando da mãe que está para dar a luz, o trecho alude à promessa feita por Is 7,14, alguns anos antes, na qual a tradição cristã reconheceu o anúncio do nascimento de Jesus ( cf. Mt 1,23). A dinastia tem de resgatar os seus humildes começos; não Sião, mas Belém, chamada também de Éfrata (1Sm 17, 12; Sl 132,6). A “origem antiga” pode remontar à genealogia do final de Rute. Quando Mateus aplica este versículo ao Messias, muda ou lê “não és a menor” (Mt 2,6), sem contradizer o que implica o original. A tradição cristã, prolongando a sugestão de Mateus, leu neste versículo a origem eterna do Messias.

Leitura da Profecia de Miqueias
“Eis o que diz o Senhor: «De ti, Belém-Efratá, pequena entre as cidades de Judá, de ti sairá aquele que há-de reinar sobre Israel. As suas origens remontam aos tempos de outrora, aos dias mais antigos. Por isso Deus os abandonará até à altura em que der à luz aquela que há-de ser mãe. Então voltará para os filhos de Israel o resto dos seus irmãos. Ele se levantará para apascentar o seu rebanho pelo poder do Senhor, pelo nome glorioso do Senhor, seu Deus. Viver-se-á em segurança, porque ele será exaltado até aos confins da terra. Ele será a paz».”
Palavra do Senhor

LEITURA II – Hebr 10, 5-10

Eu venho para fazer a vossa vontade

O que São Paulo diz sobre a Lei, o autor repete sobre a liturgia judaica. Esta faz reviver a experiência do pecado, mas não consegue libertar-se dele. O sacrifício de Cristo, a existência inteira de Jesus, todo o movimento de sua consciência é o verdadeiro acto sacerdotal, o grande e perene acto de oferta. Ele tira o pecado, restabelece a ligação com Deus mediante a sua própria pessoa e experiência viva. Funda a nova aliança, o povo novo que pode ter acesso a Deus. E o caminho para esse acesso é o compromisso de fé com Cristo, compromisso que nenhuma liturgia pode substituir.

Leitura da Epístola aos Hebreus
“Irmãos: Ao entrar no mundo, Cristo disse: «Não quiseste sacrifícios nem oblações, mas formaste-Me um corpo. Não Te agradaram holocaustos nem imolações pelo pecado. Então Eu disse: ‘Eis-Me aqui; no livro sagrado está escrito a meu respeito: Eu venho, ó Deus, para fazer a tua vontade’». Primeiro disse: «Não quiseste sacrifícios nem oblações, não Te agradaram holocaustos nem imolações pelo pecado». E no entanto, eles são oferecidos segundo a Lei. Depois acrescenta: «Eis-Me aqui: Eu venho para fazer a tua vontade». Assim aboliu o primeiro culto para estabelecer o segundo. É em virtude dessa vontade que nós fomos santificados pela oblação do corpo de Jesus Cristo, feita de uma vez para sempre.”
Palavra do Senhor

EVANGELHO – Lc 1, 39-45

Donde me é dado que venha ter comigo a Mãe do meu Senhor?

As intervenções de Deus na História da Salvação são, por vezes, designadas como «visitas» do Senhor ao Seu povo. A última intervenção de Deus, com a Encarnação, é também para S. Lucas uma «visita» do Senhor aos Seus (Lc. 1, 68; 7, 16), sendo a família do Precursor a primeira a participar dela e a beneficiar.
Maria aparece intimamente unida a esta «visita» do Senhor ao Seu povo. Ela é, na verdade, a morada de Deus entre os homens, a nova Arca da Aliança, perante a qual, João, ungido pelo Espírito que repousa sobre o Messias, exulta de alegria, à semelhança de David (2 S. 6, 2-16). Em Maria concretiza-se, de algum modo, o encontro de Deus com a humanidade. Ela inicia a era messiânica. É a mulher que assegura ao seu povo a vitória absoluta sobre o pecado e o mal (a saudação de Isabel lembra a que foi dirigida a Judit, após a vitória sobre os seus inimigos).
Esta união continuará no prolongamento da «visita» do Senhor a todos os homens, que é a vida da Igreja.

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
“Naqueles dias, Maria pôs-se a caminho e dirigiu-se apressadamente para a montanha, em direcção a uma cidade de Judá. Entrou em casa de Zacarias e saudou Isabel. Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, o menino exultou-lhe no seio. Isabel ficou cheia do Espírito Santo e exclamou em alta voz: «Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre. Donde me é dado que venha ter comigo a Mãe do meu Senhor? Na verdade, logo que chegou aos meus ouvidos a voz da tua saudação, o menino exultou de alegria no meu seio. Bem-aventurada aquela que acreditou no cumprimento de tudo quanto lhe foi dito da parte do Senhor».”
Palavra da Salvação



terça-feira, 15 de dezembro de 2015

MISERICÓRDIA




Misericórdia é um sentimento de compaixão despertado pela desgraça ou pela miséria alheia. O termo misericórdia tem origem latina; é formada pela junção de miserere (ter compaixão), e cordis (coração) – “Ter compaixão do coração” –, significa ter capacidade de sentir aquilo que a outra pessoa sente, aproximar os seus sentimentos dos sentimentos de alguém, ser solidário com as pessoas.

Misericórdia é um termo usado para caracterizar uma situação em que nos deparamos com o desespero ou o sofrimento. É também um grito de quem pede compaixão.

Conceder misericórdia a alguém é perdoá-lo por simples acto de bondade, apesar do outro poder ou não merecer o perdão.

Já a misericórdia Divina é um acto gratuito e por amor de Deus em perdoar os pecados. É a libertação do julgamento.


“Qual é a diferença entre misericórdia e graça?”

Misericórdia e graça são frequentemente confundidas. Embora os termos tenham significados semelhantes, graça e misericórdia não são a mesma coisa. Para resumir a diferença: a misericórdia é Deus não nos castigar como merecem os nossos pecados e a graça é Deus abençoar-nos apesar de não merecermos. Misericórdia é a libertação do julgamento, enquanto graça é estender bondade aos indignos.

Segundo a Bíblia, todos nós pecamos (Eclesiastes 7:20, Romanos 3:23, 1 João 1:8). Como resultado do pecado, todos nós merecemos a morte (Romanos 6:23) e o julgamento eterno do lago de fogo (Apocalipse 20:12-15). Com isso em mente, cada dia que vivemos é um acto de misericórdia de Deus. Se Deus nos desse tudo o que merecemos, estaríamos todos, agora, condenados para toda a eternidade. No Salmo 51:1-2, Davi clama: “Tem misericórdia de mim, ó Deus, pelo teu amor; pela tua grande compaixão apaga as minhas transgressões. Lava-me de toda a minha culpa e purifica-me do meu pecado”. Um apelo a Deus por misericórdia é pedir-Lhe que suspenda o julgamento que merecemos e, ao invés, nos conceda o perdão que não merecemos.

Não merecemos nada de Deus. Deus não nos deve nada. Qualquer coisa boa que tivermos nas nossas vidas é um resultado da graça de Deus (Efésios 2:5). Graça é simplesmente um favor imerecido. Deus dá-nos coisas boas que não merecemos e que nunca poderíamos obter por nós mesmos. Resgatados do julgamento pela misericórdia de Deus, a graça é tudo o que recebemos além dessa misericórdia (Romanos 3:24). A graça comum refere-se à graça soberana que Deus concede a toda a humanidade independentemente da sua posição espiritual diante dele, enquanto a graça salvadora é a dispensa especial da graça pela qual Deus soberanamente concede imerecida assistência divina sobre os seus eleitos para a sua regeneração e santificação.

Misericórdia e graça são melhor ilustradas na salvação disponível através de Jesus Cristo. Merecemos o julgamento, mas se recebermos Jesus Cristo como o nosso Salvador, recebemos a misericórdia de Deus e somos libertos desse julgamento. Em vez de julgamento, pela graça recebemos a salvação, perdão dos pecados, vida abundante (João 10:10) e uma eternidade no céu, o lugar mais maravilhoso que se possa imaginar (Apocalipse 21-22). Por causa da misericórdia e da graça de Deus, a nossa resposta deve ser cair de joelhos em adoração e acção de graças. Em Hebreus 4:16 lê-se: “Assim sendo, aproximemo-nos do trono da graça com toda a confiança, a fim de recebermos misericórdia e encontrarmos graça que nos ajude no momento da necessidade.”




sábado, 12 de dezembro de 2015

QUE DEVEMOS FAZER?

DOMINGO III do Advento




(Domingo, 13 de Dezembro de 2015)

Que devemos fazer?
Essa proximidade de Deus torna o cristão aberto a tudo e solidário com tudo o que seus irmãos, os homens, fazem de bom e verdadeiro. Não se fecha ele numa moral individualista, mas sabe fazer suas as virtudes próprias de uma geração, as atitudes próprias de uma mentalidade, os valores inseridos nos vários modos de pensar. Ver e apreciar tudo o que há de bom nos outros com um olhar e um juízo optimistas, é o outro aspecto do optimismo que provém da certeza de viver com Deus.
A abertura aos outros depende sempre da comunhão alegre e pessoal com Deus. Se o Senhor está entre nós, se está assim tão próximo, “que devemos fazer?”.
Às três categorias de pessoas que encontra (a multidão, os publicanos, os soldados), João impõe um comportamento preciso em sinal de conversão: não fazer do egoísmo o critério de suas acções, não se aproveitar do ofício ou da profissão para se enriquecer injustamente. Aqui os sinais de conversão são elementares e ainda estamos longe do sermão da montanha. Mas, o não fazer do próprio “eu” a razão de ser da sua vida já é um sinal suficiente de conversão ao Reino. É um início.

LEITURA I – Sf 3, 14-18a

O Senhor exulta de alegria por tua causa

Este trecho foi acrescentado no pós-exílio. Depois de terem voltado da Babilónia, os judeus iniciaram a reconstrução de Jerusalém. O autor vê nessa obra o perdão dos pecados anteriores e o início de uma nova era para Israel. Enquanto a vida social se vai corrompendo sempre mais e gera até nos bons uma forma prática de cepticismo que se traduz num “não há nada a esperar”. Deus, por meio de seu profeta, faz sentir ao povo a sua voz e o seu amor. A esperança que, por natureza, é uma jovem criatura a que falta o senso do real e às vezes até a prudência, fala aqui a linguagem da experiência, da sabedoria e da humildade. É humilde, por isso é pura. Pura alegria que vem do alto mas que, ao mesmo tempo, deve surgir de um coração de homem: é uma alegria pascal, necessariamente ligada ao acto último em que Jesus exprime sua obediência ao Pai, dando sua vida por todos os homens. Só recebem essa alegria aqueles que, à sua volta, observam o preceito novo do amor sem fronteiras.

Leitura da Profecia de Sofonias
“Clama jubilosamente, filha de Sião; solta brados de alegria, Israel. Exulta, rejubila de todo o coração, filha de Jerusalém. O Senhor revogou a sentença que te condenava, afastou os teus inimigos. O Senhor, Rei de Israel, está no meio de ti e já não temerás nenhum mal. Naquele dia, dir-se-á a Jerusalém: «Não temas, Sião, não desfaleçam as tuas mãos. O Senhor teu Deus está no meio de ti, como poderoso salvador. Por causa de ti, Ele enche-Se de júbilo, renova-te com o seu amor, exulta de alegria por tua causa, como nos dias de festa».”
Palavra do Senhor

LEITURA II – Filip 4, 4-7

O Senhor está próximo

A alegria cristã baseia-se na salvação obtida por Cristo, é testemunhada sobretudo pela bondade que se irradia para todos e pela tranquila confiança em Deus. Os cristãos devem ser fiéis ao que aprenderam dos seus evangelizadores, mas também precisam estar abertos a todas as coisas sadias que encontram na sociedade.

Leitura da Epístola do apóstolo São Paulo aos Filipenses
“Irmãos: Alegrai-vos sempre no Senhor. Novamente vos digo: alegrai-vos. Seja de todos conhecida a vossa bondade. O Senhor está próximo. Não vos inquieteis com coisa alguma; mas em todas as circunstâncias, apresentai os vossos pedidos diante de Deus, com orações, súplicas e acções de graças. E a paz de Deus, que está acima de toda a inteligência, guardará os vossos corações e os vossos pensamentos em Cristo Jesus.”
Palavra do Senhor

EVANGELHO – Lc 3, 10-18

Que devemos fazer?

João Baptista convida a uma mudança radical de vida, porque já se aproxima o Reino, que vai transformar radicalmente as relações entre os homens. É o tempo do julgamento, e nada adianta ter fé teórica, pois o julgamento basear-se-á nas opções e atitudes concretas que cada um assume. Os fariseus, com a falsa segurança de suas observâncias religiosas, e os saduceus, com suas intrigas políticas para conservar o poder, pertencem à estrutura que vai ser superada pelo Reino. Naquela época a dinâmica de actuação de João Batista suscitava especulações sobre a possibilidade de ser ele o próprio Messias. É que havia aparecido alguns pseudoprofetas e pseudomessias, como por exemplo, Teudas, que tinha uns quatrocentos seguidores e um outro chamado de Judas, o Galileu, que também tinha seus admiradores actuantes (cf. At 5,36-37). Mas João é enfático: “vem aquele que é mais forte do que eu”. Ele apenas compara o seu baptismo com o de Jesus. O cerne da questão não está centrado no baptismo com água, pois a Igreja primitiva já o fazia, mas que o Baptismo de São João Batista é só na água, enquanto o baptismo de Jesus será definitivo: um acto do Criador que leva à salvação, através do Espírito Santo. A alusão ao fogo resulta no processo da separação entre o joio e o trigo, ou seja, entre os que estão salvos e os que estão condenados.

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
“Naquele tempo, as multidões perguntavam a João Baptista: «Que devemos fazer?». Ele respondia-lhes: «Quem tiver duas túnicas reparta com quem não tem nenhuma; e quem tiver mantimentos faça o mesmo». Vieram também alguns publicanos para serem baptizados e disseram: «Mestre, que devemos fazer?». João respondeu-lhes: «Não exijais nada além do que vos foi prescrito». Perguntavam-lhe também os soldados: «E nós, que devemos fazer?». Ele respondeu-lhes: «Não pratiqueis violência com ninguém nem denuncieis injustamente; e contentai-vos com o vosso soldo». Como o povo estava na expectativa e todos pensavam em seus corações se João não seria o Messias, ele tomou a palavra e disse a todos: «Eu baptizo-vos com água, mas está a chegar quem é mais forte do que eu, e eu não sou digno de desatar as correias das suas sandálias. Ele baptizar-vos-á com o Espírito Santo e com o fogo. Tem na mão a pá para limpar a sua eira e recolherá o trigo no seu celeiro; a palha, porém, queimá-la-á num fogo que não se apaga». Assim, com estas e muitas outras exortações, João anunciava ao povo a Boa Nova».”
Palavra da Salvação



terça-feira, 8 de dezembro de 2015

JUBILEU




No próximo dia 8 de Dezembro, festividade da Imaculada Conceição, o Papa Francisco abrirá a Porta Santa na Basílica de São Pedro de Roma, ao mesmo tempo em que serão abertas as portas santas de todas as dioceses do mundo, para que todos possam viver o Jubileu.
Apresentamos, a seguir, 10 perguntas essenciais sobre como viver o Ano Santo, de acordo com a bula papal “Misericordiae vultus” (MV), com a qual o Papa convocou este jubileu.

1. O que é um Ano Santo ou Jubileu Extraordinário?
Na tradição católica, o Jubileu é o ano que a Igreja proclama para que as pessoas se convertam em seu interior e se reconciliem com Deus, por meio da penitência, da oração, da caridade, dos sacramentos e da peregrinação, “porque a vida é uma peregrinação e o homem é um peregrino” (MV 14).
Em todos os anos santos é possível ganhar indulgências, graças especiais que a Igreja concede e que podem ser aplicadas à remissão dos próprios pecados e das suas penas, ou também aos defuntos que estão no purgatório.
O lema deste Ano Santo é “Misericordiosos como o Pai”, e a principal intercessora do Jubileu é Nossa Senhora de Guadalupe, Mãe de misericórdia.
A cada 25 anos, a Igreja celebra um Ano Santo Ordinário. O próximo será em 2025. Fora dos anos santos ordinários, a celebração do Ano Santo é “extraordinária”.

2. Por que este Ano Santo é o da misericórdia?
O Papa quis que o tema fosse a misericórdia para nos unir mais ao rosto de Cristo, no qual se reflecte a misericórdia do Pai, que é “rico em misericórdia” (MV 1). A misericórdia é superior à justiça. Deus é justo, mas vai muito além da justiça, com sua misericórdia e seu perdão. E é isso que podemos vivenciar neste Ano Santo.

3. Quando começa e quando termina este Ano Santo?
O Ano Santo começa no dia 8 de Dezembro de 2015, com a celebração dos 50 anos do final do Concílio Vaticano II, e termina na festa de Cristo Rei, em 20 de Novembro de 2016, o último dia do ano litúrgico.

4. O que o Papa pede que façamos?
O Papa Francisco insiste na iniciativa “24 horas para o Senhor, que desejo que seja celebrada em toda a Igreja”, entre a sexta-feira e o sábado antes do 4º domingo da Quaresma, porque “é expressão desta necessidade da oração”.
Além disso, ele aconselha que pratiquemos as obras de misericórdia, além de viver intensamente a oração, o jejum e a caridade na Quaresma (MV 17); também recomenda que nos confessemos, para poder receber melhor as graças do ano jubilar. E que cada um realize uma peregrinação, de acordo com suas capacidades, para atravessar a Porta Santa.

5. É preciso ir a Roma para atravessar a Porta Santa e ganhar indulgências?
Não. Pode-se ir à catedral da sua diocese ou às igrejas e basílicas destinadas a isso. Em cada diocese haverá uma Porta Santa e, cruzando-a, você ganhará as indulgências do Ano Santo (quando a peregrinação for acompanhada de confissão, comunhão no dia da peregrinação, um acto de fé – recitação do Credo – e uma oração pelo Papa).

6. O que são as obras de misericórdia?
Existem 14 obras de misericórdia, 7 espirituais e 7 corporais.
Obras de misericórdia corporais:
1 - Dar de comer a quem tem fome;
2 - Dar de beber a quem tem sede;
3 - Vestir os nus;
4 - Visitar os doentes;
5 - Visitar os presos;
6 - Acolher os peregrinos;
7 - Enterrar os mortos.

Obras de misericórdia espirituais:
1 - Dar bom conselho;
2 - Corrigir os que erram;
3 - Ensinar os ignorantes;
4 - Suportar com paciência as fraquezas do próximo;
5 - Consolar os aflitos;
6 - Perdoar os que nos ofenderam;
7 - Rezar pelos vivos e pelos mortos.

7. O que são e o que fazem os “missionários da misericórdia”?
O Papa Francisco anunciou que enviará padres a todas as dioceses, chamados “missionários da misericórdia”, os quais poderão celebrar missões pregadas nas paróquias e despertar o chamamento à misericórdia. Além disso, poderão perdoar pecados muito grandes, como crimes mafiosos, assassinatos cometidos para enriquecer, bem como o gravíssimo pecado da corrupção.

8. É necessário se confessar no Ano Santo?
Durante o Ano Santo, a reconciliação com Deus é vivida especialmente através do sacramento da confissão, muito unido ao da Eucaristia. É aconselhável confessar-se várias vezes ao longo do Jubileu, para experimentar mais profundamente a misericórdia de Deus.

9. Qual é a importância do Ano Santo no pontificado de Francisco?
O centro do pontificado do Papa Francisco é a misericórdia de Deus e, portanto, este ano jubilar é o cume do seu pontificado.

10. O Ano Santo é importante para outras religiões?
A misericórdia “ultrapassa os confins da terra” (MV 23); ela relaciona-nos com o judaísmo, como se vê no Antigo Testamento, em que a misericórdia de Deus é evidente; também nos relaciona com o islamismo, que atribui ao Criador os nomes de “misericordioso” e “clemente”. O Papa Francisco pede o diálogo com todas as “nobres tradições religiosas” do mundo.



segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

IMACULADA CONCEIÇÃO




(Terça-feira, 8 de Dezembro de 2015)


LEITURA I – Gen 3, 9-15.20

Estabelecerei inimizade entre a tua descendência e a descendência dela

O texto procura explicar a origem do mal. O centro dessa questão é a pretensão de ser como Deus, usurpando o lugar de Deus verdadeiro para tornar-se auto-suficiente. Isto é, um falso deus. A auto-suficiência é a mãe de todos os males, que são apenas consequência dela. Deus é o Senhor absoluto, e seu projecto é vida e liberdade para todos, no clima de fraternidade e partilha. Quando o homem se torna auto-suficiente, rebela-se contra o projecto de Deus e faz o seu próprio projecto: liberdade e vida só para si mesmo. O homem sonha possuir liberdade e vida plenas; porém, na sua auto-suficiência ele produz o contrário: escravidão e morte. O autor, apresentando a visão crítica da realidade, afirma que a situação em que o projecto do homem e a humanidade inteira se encontram é uma situação de castigo. “O castigado é responsável pelo castigo: não poderá jamais liberar-se dele fingindo ignorar a sua parte de responsabilidade nos males que sofre. Por outro lado, a situação de castigo nunca é normal e definitiva, mas provisória e passageira. A anormalidade permanecerá, enquanto o castigo não for cumprido e a culpa expiada. O bem do culpado, a ser obtido depois de ultimado o castigo, pode ser atingido unicamente através da aceitação activa e responsável do próprio castigo. Na raiz do castigo está a culpa do castigado, que provoca uma ruptura de relações entre pessoas, relações que precisam serem restabelecidas. Dizendo que os males que sofremos são um castigo de Deus, a Bíblia estabelece a relação do homem com Deus como ponto fundamental para a harmonia de todo o resto. Não é possível restabelecer a ordem perturbada da vida sem levar em conta o lugar que Deus deve ocupar na vida dos homens”. E o primeiro passo foi o próprio Deus quem deu.

Leitura do Livro do Génesis
“Depois de Adão ter comido da árvore, o Senhor Deus chamou-o e disse-lhe: «Onde estás?».
Ele respondeu: «Ouvi o rumor dos vossos passos no jardim e, como estava nu, tive medo e escondi-me».
Disse Deus: «Quem te deu a conhecer que estavas nu? Terias tu comido dessa árvore, da qual te proibira comer?».
Adão respondeu: «A mulher que me destes por companheira deu-me do fruto da árvore e eu comi».
O Senhor Deus perguntou à mulher: «Que fizeste?»
E a mulher respondeu: «A serpente enganou-me e eu comi».
Disse então o Senhor Deus à serpente: «Por teres feito semelhante coisa, maldita sejas entre todos os animais domésticos e entre todos os animais selvagens. Hás-de rastejar e comer do pó da terra todos os dias da tua vida. Estabelecerei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e a descendência dela. Esta te esmagará a cabeça e tu a atingirás no calcanhar». O homem deu à mulher o nome de ‘Eva’, porque ela foi a mãe de todos os viventes.”
Palavra do Senhor

LEITURA II – Ef 1, 3-6.11-12

Deus escolheu-nos em Cristo, antes da criação do mundo

Paulo desenvolve um hino de louvor em forma de “bênção”, frequente no Antigo Testamento. O louvor é uma resposta do homem ao Deus que se manifesta através de um acto de salvação ou mediante a revelação de um mistério. Deus Pai é o sujeito e a fonte de toda a acção criadora e salvadora. E tudo o que Deus Pai realiza no homem e no mundo, ele o faz mediante o seu Filho Jesus Cristo: escolhe, liberta, reúne tudo em Cristo, entrega a herança prometida e concede o dom do Espírito Santo. Planificação-Amor: não estamos por certo habituados a ver juntos estes dois termos! "Planificação é uma expressão fria, lembra esquema, burocracia, números... E Paulo traça para nós e para todos os homens o plano universal do Amor. É o plano que leva à revolução da unidade. Plano envolvente, se o confrontarmos realisticamente com a crónica quotidiana em todos os níveis. É a superação de toda divisão, porque é o plano do "anti-pecado". Toda divisão tem suas raízes no pecado. Jesus Chefe convoca-nos a entrar a cada momento nesse plano.

Leitura da Epístola do apóstolo São Paulo aos Efésios
“Bendito seja Deus, Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo, que do alto dos Céus nos abençoou com toda a espécie de bênçãos espirituais em Cristo.
N’Ele nos escolheu, antes da criação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis, em caridade, na sua presença. Ele nos predestinou, conforme a benevolência da sua vontade, a fim de sermos seus filhos adoptivos, por Jesus Cristo, para louvor da sua glória e da graça que derramou sobre nós, por seu amado Filho. Em Cristo fomos constituídos herdeiros, por termos sido predestinados, segundo os desígnios d’Aquele que tudo realiza conforme a decisão da sua vontade, para sermos um hino de louvor da sua glória, nós que desde o começo esperámos em Cristo.”
Palavra do Senhor

EVANGELHO – Lc 1, 26-38

Alegra-te, cheia de graça

Maria é outra representante da comunidade dos pobres que esperam pela libertação. Dela nasce Jesus Messias, o Filho de Deus. O facto de Maria conhecer sem ainda estar morando com José indica que o nascimento do Messias é obra da intervenção de Deus. Aquele que vai iniciar nova história surge dentro da história de maneira totalmente nova. A saudação do anjo Gabriel surpreendeu Maria. Quem era ela senão uma humilde habitante de Nazaré, cidade sem importância das montanhas da Galileia? Mulher sem maiores pretensões do que a de ser fiel a Deus; uma virgem já prometida em casamento a José, mas sem viver conjugalmente com ele, conforme as tradições de seu povo? Afinal, que méritos tinha para ser uma "agraciada", "plena da graça" divina? Maria estava longe de compreender o projecto de Deus a seu respeito. A sua humildade de mulher simples do interior não lhe permitia pensar grandes coisas a respeito de si mesma. Quiçá tenha sido este o motivo por que fora escolhida por Deus para ser a mãe do Messias. Livre de toda a forma de orgulho e auto-suficiência, Maria podia abrir seu coração para receber a graça de Deus que haveria de torná-la templo do Espírito Santo. Ela tornou-se objecto da atenção divina, no seu anseio de salvar a humanidade. Deus queria contar com alguma pessoa disposta a se tornar "escrava do Senhor", e permitir que a vontade divina acontecesse em sua vida, sem objecções. Foi para Maria que se voltaram os olhares de Deus! Tudo quanto o anjo comunicara a Maria era grande demais para o seu entendimento, e superava a sua capacidade de pô-lo em prática. Abriu-se para ela uma perspectiva nova, ao ser-lhe prometida a assistência do Espírito Santo. Este seria a força que lhe permitiria levar a bom termo a missão divina que lhe fora comunicada pelo anjo. O evangelista Lucas elabora esta narrativa da Anunciação com alusões a temas básicos do Primeiro Testamento. Na criação o Espírito de Deus pairava sobre as águas; agora, na segunda criação, este Espírito descerá sobre Maria. Em contraposição ao antigo pecado de Eva, agora Maria é cheia de graça. E o anúncio do anjo é feito em paralelo com as palavras do profeta Isaías, que anunciava um futuro brilhante para o filho da jovem esposa do rei Acaz (Is 7,14). Unindo-nos à saudação do anjo, hoje, também saudamos Maria. E agradecemos a Deus pela concepção de Jesus no seio de Maria, concedendo-nos participar da nova criação revestida de divindade e eternidade. A escolha de Maria, uma jovem da periferia da Galileia, para ser a mãe de Jesus, Filho de Deus, nos revela que o projecto de Deus difere dos projectos dos homens neste mundo. O poder e o prestígio tão ansiosamente buscados, nada significam para Deus. Maria viveu a humildade e o serviço e nisto identifica-se com seu filho Jesus. O título de "rainha" aplicado a Maria não indica poder e superioridade, mas sim amor que se doa, cativa, e se comunica. Maria está presente nos nossos lares, nas alegrias e nos sofrimentos, confortando-nos, como mãe e companheira de caminhada no seguimento de Jesus. "Alegra-te ('Ave, Maria'), cheia de graça! O Senhor está contigo...", "Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre", Jesus. Unimo-nos à saudação do anjo e à saudação de Isabel (Lc 1,28.42), saudamos também a Maria em nossa oração. Com a oração contínua e repetitiva, tomamos consciência da presença de Maria em nosso meio e, com ela, a presença de seu filho Jesus. Com Maria, nossa atenção se volta para Jesus, percorrendo a trajectória de sua vida: o seu nascimento, o seu ministério, a sua paixão e a sua ressurreição.

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
“Naquele tempo, o Anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galileia chamada Nazaré, a uma Virgem desposada com um homem chamado José, que era descendente de David. O nome da Virgem era Maria. Tendo entrado onde ela estava, disse o Anjo: «Ave, cheia de graça, o Senhor está contigo».
Ela ficou perturbada com estas palavras e pensava que saudação seria aquela. Disse-lhe o Anjo: «Não temas, Maria, porque encontraste graça diante de Deus. Conceberás e darás à luz um Filho, a quem porás o nome de Jesus. Ele será grande e chamar-Se-á Filho do Altíssimo. O Senhor Deus Lhe dará o trono de seu pai David; reinará eternamente sobre a casa de Jacob e o seu reinado não terá fim».
Maria disse ao Anjo: «Como será isto, se eu não conheço homem?». O Anjo respondeu-lhe: «O Espírito Santo virá sobre ti e a força do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra. Por isso o Santo que vai nascer será chamado Filho de Deus. E a tua parenta Isabel concebeu também um filho na sua velhice e este é o sexto mês daquela a quem chamavam estéril; porque a Deus nada é impossível».
Maria disse então: «Eis a escrava do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra».”
Palavra da Salvação