sábado, 25 de fevereiro de 2017

NÃO VOS INQUIETEIS COM O DIA DE AMANHÃ




Confiança plena, mas não passiva
A aquisição de bens necessários para viver torna-se ansiedade contínua e pesada, se não for precedida pela busca da justiça do Reino, isto é, a promoção de relações de partilha e fraternidade. O necessário para a vida virá junto com essa justiça, como fruto natural de árvore boa. Jesus exortou os seus discípulos a “buscarem, antes de qualquer coisa, o Reino de Deus e a sua justiça”. Esta admoestação pode ser tomada como uma espécie de resumo dos ensinamentos do Mestre. Nela está sintetizado o essencial da sua doutrina. Busca o Reino de Deus quem centra a sua vida em Deus e na sua vontade, não deixando de fora nenhum âmbito da sua existência, por mais simples que seja. Deus não quer ter concorrentes, e não os tem. A idolatria não encontra lugar no coração do discípulo, uma vez que está solidamente ancorado em Deus. A justiça do Reino decorre desta busca sincera, sendo sua expressão. Ela torna-se patente no modo de proceder do discípulo cuja vida está centrada em Deus. Neste sentido, a justiça torna-se sinónimo de amor misericordioso, solidariedade fraterna, perdão reconciliador, igualdade respeitosa, empenho por construir a paz. A Justiça do Reino é acção visando expandir o senhorio de Deus na vida de cada pessoa e da sociedade. É luta em prol de um mundo mais conformado com o querer divino. É rejeição de tudo quanto impede o Reino de acontecer. Enfim, é recusa a toda forma de idolatria e de injustiça. A busca do Reino de Deus e da sua justiça polariza de tal modo as preocupações do discípulo, a ponto de nada mais lhe parecer importante. Independentemente das suas preocupações, ele terá, por acréscimo, tudo quanto necessita. Com uma clareza meridiana, Jesus faz a contraposição entre o projecto de Deus e o projecto de enriquecimento pessoal. O destinatário do nosso serviço é o destinatário do nosso amor. Quem serve a Deus ama a Deus. Quem serve ao dinheiro ama o dinheiro. Servir a Deus é servir a causa da vida, em comunhão de amor com os irmãos, particularmente os mais necessitados. Servir ao dinheiro é consumir-se em preocupações sobre como aumentar as suas riquezas e mantê-las. Quem serve ao dinheiro está consolidando a estrutura socioeconómica que favorece o enriquecimento de minorias, à custa da exploração das maiorias empobrecidas, os trabalhadores, que produzem os bens, e os consumidores. A bem-aventurança da pobreza conduz à paz, no abandono nas mãos de Deus. Alcança-se, assim, a liberdade e a disponibilidade para servir os irmãos, em comunhão com Deus na eternidade.

O cristão, apoiado nas palavras de Jesus, evita a concepção ingénua e mágica dos que circundam em Deus passivamente no quietismo, e também a pretensão orgulhosa do ateu que risca o nome de Deus do seu horizonte. A confiança do cristão em Deus é total e sem reservas, mas não passiva e alienante. Pelo contrário, desta confiança precisamente nasce a sua actividade, porque sabe que o seu trabalho é continuação da obra criadora de Deus. É colaborador de Deus e, como ele, “construtor para a eternidade”.
O homem descobre-se colaborador de Deus, artífice do próprio destino sobre a terra, porque tudo foi posto à sua disposição”.

ANTÍFONA DE ENTRADA – Salmo 17, 19-20
O Senhor veio em meu auxílio,
livrou-me da angústia e pôs-me em liberdade.
Levou-me para lugar seguro, salvou-me pelo seu amor.

ORAÇÃO COLECTA
Fazei, Senhor,
que os acontecimentos do mundo
decorram para nós segundo os vossos desígnios de paz
e a Igreja Vos possa servir na tranquilidade e na alegria.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

LEITURA I – Is 49, 14-15

Eu não te esquecerei

O amor de Deus pelos homens é a origem da própria criação e de toda a história da salvação, e é atitude constante de Deus que nunca deixa o homem abandonado nem completamente entregue a si próprio. Por isso Deus pede ao homem que O ame a Ele acima de todas as coisas. A maior manifestação do amor de Deus pelos homens é a vinda a este mundo de nosso Senhor Jesus Cristo; mas já o Antigo Testamento afirmava claramente este amor, como nesta breve passagem do profeta. Só esse amor traz ao homem a paz total.

Leitura do Livro de Isaías
“Sião dizia: «O Senhor abandonou-me, o Senhor esqueceu-Se de mim». Poderá a mulher esquecer a criança que amamenta e não ter compaixão do filho das suas entranhas? Mas ainda que ela se esquecesse, Eu não te esquecerei.”
Palavra do Senhor

SALMO RESPONSORIAL – Salmo 61 (62), 2-3.6-7.8-9ab (R. 6a)
Refrão: Só em Deus descansa, ó minha alma. (Repete-se)

Só em Deus descansa a minha alma,
d’Ele me vem a salvação.
Ele é meu refúgio e salvação,
minha fortaleza: jamais serei abalado. (Refrão)

Minha alma, só em Deus descansa:
d’Ele vem a minha esperança.
Ele é meu refúgio e salvação,
minha fortaleza: jamais serei abalado. (Refrão)

Em Deus está a minha salvação e a minha glória,
o meu abrigo, o meu refúgio está em Deus.
Povo de Deus, em todo o tempo ponde n’Ele
a vossa confiança,
desafogai em sua presença os vossos corações. (Refrão)

LEITURA II – 1 Cor 4, 1-5

O Senhor manifestará o desígnio dos corações

A comunidade cristã de Corinto não era das mais fáceis. Frequentemente nasciam nela questiúnculas, divisões, contestações. O próprio Apóstolo Paulo não escapava a essas críticas. Situações tristes, fruto das limitações humanas. No meio de todas essas intrigas, S. Paulo entrega-se ao juízo de Deus. Só Ele sabe e pode ser o Juiz das intenções dos homens. Hoje, como então, a comunidade cristã não está livre de humilhações semelhantes às da Igreja de Corinto.

Leitura da Epístola do apóstolo São Paulo aos Coríntios
“Irmãos: Todos nos devem considerar como servos de Cristo e administradores dos mistérios de Deus. Ora o que se requer nos administradores é que sejam fiéis. Quanto a mim, pouco me importa ser julgado por vós ou por um tribunal humano; nem sequer me julgo a mim próprio. De nada me acusa a consciência, mas não é por isso que estou justificado: quem me julga é o Senhor. Portanto, não façais qualquer juízo antes do tempo, até que venha o Senhor, que há-de iluminar o que está oculto nas trevas e manifestar os desígnios dos corações. E então cada um receberá da parte de Deus o louvor que merece.”
Palavra do Senhor

ALELUIA – Hebr 4, 12
Refrão: Aleluia. (Repete-se)
A palavra de Deus é viva e eficaz,
conhece os pensamentos e intenções do coração. (Refrão)

EVANGELHO – Mt 6, 24-34

Não vos inquieteis com o dia de amanhã

Jesus pede aos seus discípulos que ponham toda a sua confiança em Deus. Não lhes diz que não tenham cuidados com as exigências da vida, o que é uma obrigação, mas que se abandonem à providência de Deus na oração e na confiança, e que não façam dos bens materiais – o texto diz do dinheiro, considerado como deus –, objecto de culto. As coisas adoradas como deus, não passam de ídolos; e, se as adorasse, o cristão voltaria ao paganismo. À preocupação desordenada, que leva à inquietação, Jesus contrapõe a confiança, que gera a paz: “Não vos inquieteis...”, diz o Senhor.

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
“Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Ninguém pode servir a dois senhores, porque ou há-de odiar um e amar o outro, ou se dedicará a um e desprezará o outro. Vós não podeis servir a Deus e ao dinheiro. Por isso vos digo: «Não vos preocupeis, quanto à vossa vida, com o que haveis de comer, nem, quanto ao vosso corpo, com o que haveis de vestir. Não é a vida mais do que o alimento e o corpo mais do que o vestuário? Olhai para as aves do céu: não semeiam nem ceifam nem recolhem em celeiros; o vosso Pai celeste as sustenta. Não valeis vós muito mais do que elas? Quem de entre vós, por mais que se preocupe, pode acrescentar um só côvado à sua estatura? E porque vos inquietais com o vestuário? Olhai como crescem os lírios do campo: não trabalham nem fiam; mas Eu vos digo: nem Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como um deles. Se Deus assim veste a erva do campo, que hoje existe e amanhã é lançada ao forno, não fará muito mais por vós, homens de pouca fé? Não vos inquieteis, dizendo: ‘Que havemos de comer? Que havemos de beber? Que havemos de vestir?’ Os pagãos é que se preocupam com todas estas coisas. Bem sabe o vosso Pai celeste que precisais de tudo isso. Procurai primeiro o reino de Deus e a sua justiça, e tudo o mais vos será dado por acréscimo. Portanto, não vos inquieteis com o dia de amanhã, porque o dia de ama­nhã tratará das suas inquietações. A cada dia basta o seu cuidado».”
Palavra da Salvação

ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Senhor, que nos concedeis estes dons que Vos oferecemos
e nos atribuís o mérito do oferecimento,
nós Vos suplicamos:
o que nos dais como fonte de mérito
nos obtenha o prémio da felicidade eterna.
Por Nosso Senhor.

ANTÍFONA DA COMUNHÃO – Salmo 12, 6
Cantarei ao Senhor pelo bem que me fez,
exaltarei o nome do Senhor, cantarei hinos ao Altíssimo.

Ou      Mt 28, 20
Eu estou sempre convosco até ao fim dos tempos,
diz o Senhor.

ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Senhor, que nos saciais com os vossos dons sagrados,
concedei-nos, por este sacramento
com que nos alimentais na vida presente,
a comunhão convosco na vida eterna.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.



sábado, 18 de fevereiro de 2017

UM MANDAMENTO PARADOXAL



Amar até os inimigos

O mandamento do amor ao próximo não era desconhecido antes de Jesus. De facto, no Antigo Testamento nunca se havia pensado em amar a Deus nem se interessar pelo próximo (1ª leitura). Nos Provérbios encontra-se até uma passagem que ressoa quase com as mesmas palavras do mandamento de Cristo: “Se teu inimigo tem fome, dá-lhe de comer; se tem sede, dá-lhe de beber...” (Pr 25,21). Mas é necessário acrescentar que a frase surge ali inteiramente isolada das demais.

Um mandamento paradoxal
Na sua formulação, no seu conteúdo e na sua forte exigência, o mandamento de Jesus é novo e revolucionário.
É novo pelo seu universalismo, pela sua extensão em sentido horizontal: não conhece restrições de classe, não leva em conta excepções, limitações, raça, religião; dirige-se ao homem na unidade e na igualdade da sua natureza. É novo pela medida, pela intensidade, por sua dimensão vertical. A medida é dada pelo próprio modelo que nos é apresentado: “Dou-vos um mandamento novo, que vos ameis uns aos outros; como eu vos amei assim amai-vos uns aos outros” (Jo 13,34). A medida do nosso amor para com o próximo é, pois, o amor que Cristo tem por nós; ou melhor, o mesmo amor que o Pai tem por Cristo: porque “Como o Pai me amou, também eu vos amei” (Jo 15,9). Deus é amor (1Jo 4,16) e nisto se manifestou o seu amor: ele amou-nos primeiro e enviou o seu Filho para expiar os nossos pecados (1Jo 4,10).
É novo pelo motivo que nos propõe: amar por amor de Deus, pelas mesmas finalidades de Deus; exclusivamente desinteressado; com amor puríssimo; sem sombra de compensação (Mt 4,46). Amar-nos como irmãos, com um amor que procura o bem daquele a quem amamos, não a nosso bem. Amar com Deus, que nos busca o bem na pessoa a quem ama, mas cria nela o bem, amando-a.
É novo porque Cristo o eleva ao nível do próprio amor por Deus. Se a concepção judaica podia deixar crer que o amor fraterno se põe no mesmo plano dos outros mandamentos (Lv 19,18) a visão cristã dá-lhe um lugar central, único. No Novo Testamento o amor do próximo está indissoluvelmente ligado ao preceito do amor de Deus.

Temos inimigos a perdoar?
“A fé... lembra ao cristão os mandamentos de Deus e proclama o espírito das bem-aventuranças; convida a ser paciente e bondoso, a eliminar a inveja, o orgulho, a maledicência, a violência; ensina a tudo crer, tudo esperar, tudo sofrer, porque o amor nunca passará” (RdC47)
Mas insiste ainda: “Ama o teu inimigo... oferece a outra face... Não pagues o mal com o mal”. Quantos cristãos fizeram da palavra de Jesus a lei da sua vida! A história da Igreja está cheia de exemplos sublimes a este respeito: pais que esquecem heroicamente ofensas recebidas dos filhos; esposos que superam as ofensas e culpas; homens políticos que não conservam rancor pelas calúnias, difamações, derrotas; operários que ajudam o companheiro de trabalho que tentou arruiná-los, etc...

Não devemos também pedir perdão?
Em nome da religião e de Cristo, os cristãos dividiram-se, dilacerando assim o corpo de Cristo. Viram no irmão um inimigo, “excomungaram”-se reciprocamente, chamando-se hereges, queimando livros e imagens... Derramou-se sangue, explodiu ódio em guerras de religião. O orgulho, o desprezo e a falta de caridade caracterizaram as diatribes teológicas e os escritos apologéticos. Os inimigos de Deus, da Igreja, da religião foram combatidos com armas e com ódio. Travaram-se lutas, organizaram-se cruzadas.
Hoje, a Igreja superou, ou encaminha-se par superar, muitas dessas limitações. Não há mais hereges, mas irmãos separados; não há mais adversários, mas interlocutores; não consideramos mais o que divide, mas antes de tudo o que une; não condenamos em bloco e a priori as grandes religiões não cristãs, mas nelas vemos autênticos valores humanos e pré-cristãos que nos permitem entrar em diálogo.
Mas a intolerância e a polémica estão sempre de atalaia. Não estaremos acaso usando, dentro da própria Igreja, aquela agressividade e polémica excessivas que outrora usávamos com os de fora da Igreja? Quantos cristãos engajados, uma vez faltando o alvo de fora, começaram a visar com “inimigos” aos próprios irmãos na fé, e combatem-nos obstinadamente, sem amor e sem perdão!

Como amar o próximo?
O alcance e a raiz do amor vivido e ensinado por Jesus é explicado dentro do Sermão da Montanha proferido por Ele e apresentado em São Mateus 5,38-48 é um amor que não pode ficar reservado ao círculo dos mais próximos, àqueles de nosso grupo ou os que nos amam, mas que deve atingir inclusive os inimigos. É um amor sem fronteiras e somente pode ser entendido como expressão do amor de Deus, que é para todos.
Os discípulos devem amar dessa forma porque é assim que Deus nos ama. Esse será o seu sinal característico.
As palavras finais SEDE PERFEITOS, ASSIM COMO VOSSO PAI CELESTE É PERFEITO, resumem de uma forma magnífica o ensinamento contido no discurso que Jesus Cristo faz usando antíteses: TENDES OUVIDO O QUE FOI DITO, EU, PORÉM, VOS DIGO.
É a motivação mais radical de nova interpretação da Lei de Moisés proposta por Jesus como norma de vida para o cristão: os discípulos devem viver com o olhar voltado para Deus, pois foram chamados a manifestar na sua vida a perfeição de Deus, cuja expressão mais perfeita é o amor incondicional a todos. A maior justiça proposta por Jesus exige de nós, cristãos, a superação do egoísmo de grupos e classes. Só é possível atingir tal objectivo se tivermos um relacionamento positivo com a pessoa do outro, por meio de actos concretos.



LEITURA I – Lev 19, 1-2.17-18

Amarás o teu próximo como a ti mesmo

TNa leitura do Evangelho, continuamos a ler o sermão da montanha: o Senhor continua a expor a novidade da Nova Aliança, do Testamento Novo. A passagem de hoje põe, uma vez mais, em relevo a caridade para com o próximo. Mas este era já mandamento de Deus no Antigo Testamento, como bem o mostra esta leitura. Na verdade, quem faz a ligação e até a unidade dos dois Testamentos é Deus, que é sempre o mesmo. Ele é Santo, o Santo por excelência; por isso, não admira que desde sempre e para sempre Deus proponha aos homens o mandamento do amor mútuo, sinal daquele amor com que Ele sempre amou todos os homens.

Leitura do Livro do Levítico
“O Senhor dirigiu-Se a Moisés nestes termos: «Fala a toda a comunidade dos filhos de Israel e diz-lhes: ‘Sede santos, porque Eu, o Senhor, vosso Deus, sou santo’. Não odiarás do íntimo do coração os teus irmãos, mas corrigirás o teu próximo, para não incorreres em falta por causa dele. Não te vingarás, nem guardarás rancor contra os filhos do teu povo. Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Eu sou o Senhor».”
Palavra do Senhor

LEITURA II – 1 Cor 3, 16-23

Tudo é vosso; vós sois de Cristo; Cristo é de Deus

A fé cristã faz nascer no crente uma forma nova de sabedoria, que não tem nada a ver com a sabedoria do mundo. A sabedoria que vem de Cristo leva-nos a olhar para tudo e para todos como Deus olha, e de tudo e de todos sabe fazer a unidade. Deus é uno, e a todos quer reconduzir à unidade por Cristo. Assim como pelo Verbo de Deus tudo foi chamado à existência, assim pelo Verbo feito homem, por Cristo, tudo é chamado à unidade.

Leitura da Epístola do apóstolo São Paulo aos Coríntios
“Irmãos: Não sabeis que sois templo de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós? Se alguém destrói o templo de Deus, Deus o destruirá. Porque o templo de Deus é santo, e vós sois esse templo. Ninguém tenha ilusões. Se alguém entre vós se julga sábio aos olhos do mundo, faça-se louco, para se tornar sábio. Porque a sabedoria deste mundo é loucura diante de Deus, como está escrito: «Apanharei os sábios na sua própria astúcia». E ainda: «O Senhor sabe como são vãos os pensamentos dos sábios». Por isso, ninguém deve gloriar-se nos homens. Tudo é vosso: Paulo, Apolo e Pedro, o mundo, a vida e a morte, as coisas presentes e as futuras. Tudo é vosso; mas vós sois de Cristo, e Cristo é de Deus.”
Palavra do Senhor

EVANGELHO – Mt 5, 38-48

Amai os vossos inimigos

A Boa Nova, o Evangelho, que o Filho de Deus nos revelou, é o ponto mais alto aonde a palavra de Deus guiou os homens. Tudo o que antes dessa Boa Nova foi dito encaminhava-se para a revelação que o Evangelho do Senhor Jesus nos manifestou. Se o Antigo Testamento nos ensinava a amar os amigos, o Novo Testamento vai mais longe e ensina-nos a amar até os inimigos. É assim que se ama como Ele nos amou; e será ao reconhecerem o amor de Deus no nosso coração que os outros serão levados a amá-l’O também.

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
“Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Ouvistes que foi dito aos antigos: ‘Olho por olho e dente por dente’. Eu, porém, digo-vos: Não resistais ao homem mau. Mas se alguém te bater na face direita, oferece-lhe também a esquerda. Se alguém quiser levar-te ao tribunal, para ficar com a tua túnica, deixa-lhe também o manto. Se alguém te obrigar a acompanhá-lo durante uma milha, acompanha-o durante duas. Dá a quem te pedir e não voltes as costas a quem te pede emprestado. Ouvistes que foi dito: ‘Amarás o teu próximo e odiarás o teu inimigo’. Eu, porém, digo-vos: Amai os vossos inimigos e orai por aqueles que vos perseguem, para serdes filhos do vosso Pai que está nos Céus; pois Ele faz nascer o sol sobre bons e maus e chover sobre justos e injustos. Se amardes aqueles que vos amam, que recompensa tereis? Não fazem a mesma coisa os publicanos? E se saudardes apenas os vossos irmãos, que fazeis de extraordinário? Não o fazem também os pagãos? Portanto, sede perfeitos, como o vosso Pai celeste é perfeito».”
Palavra da Salvação



sábado, 11 de fevereiro de 2017

UM PASSO ADIANTE…




Foi dito aos antigos... Eu, porém, digo-vos...

A nova lei

Jesus não veio abolir a lei, mas levá-la à plenitude, dar-lhe algo “mais” que a faz superar como lei e aceitá-la como opção interior. De fato, a justiça do fariseu limita-se à observância dos artigos da lei. A justiça do cristão não depende em primeiro lugar da sua observância da lei, mas de se terem realizado em Jesus os últimos tempos, porque ele veio para ser o primeiro a obedecer à lei em comunhão com Deus. Cristo estabelece um novo critério de avaliação moral: a intenção pessoal.

O “mais” da nova lei
É no coração que se decide a atitude mais verdadeira e mais radical do homem, é para aí que devemos dirigir a atenção e a escolha: esta é a exigência superior (o “mais”) da lei, com a qual Cristo a cumpre e aperfeiçoa. Não basta, portanto, não matar; é necessário não se irritar (Mt 5,21s). Não basta não cometer adultério; é preciso não desejar a mulher dos outros (Mt 5,27s). Não basta lavar as mãos antes das refeições; é preciso “purificar” o interior do homem (Mc 7,1-23). Não basta erguer monumentos aos profetas; é preciso não os fazer calar, matando-os (Mt 23,29ss). Não basta dizer: “Senhor, Senhor”; é necessário ‘fazer a vontade do Pai que está nos céus’ (Mt 7,21). Não basta dizer inúmeras palavras na oração; é necessário ter fé na bondade de Deus (Mt 6,7). Não basta o sacrifício; de nada servem actos de culto e a observância dos preceitos menores, se não se põem em primeiro lugar, na própria vida moral, a justiça, a misericórdia e a fé (Mt 9,13; 12,7; 23,23).
A lei é imposta ao homem, de fora. Se Jesus só se limitasse a espiritualizar a lei, seria um aperfeiçoamento incompleto.
A “nova” contribuição de Cristo é outra: se Jesus exige um “mais”, a motivação está em “mas eu vos digo”. Quem impõe é Cristo, ele foi o primeiro a dar o exemplo. Tornou-se possível ao cristão amar os inimigos, suportar o sofrimento e a perseguição, porque foi solicitado e realmente ajudado pelo modelo que tem diante de si. O cristão não só obedece a uma lei; segue as pegadas de Cristo que o precede e que se torna para ele modelo-lei-instância e suprema força interior para o dom do Espírito (Mt 3,11), prémio-amor beatificante.

Um passo adiante na fraternidade
As palavras de Jesus convidam o cristão a algo “mais”, a dar um passo adiante na fraternidade. Não basta não matar o irmão, importa respeitá-lo, ter consideração para com ele, não se achar superior a ele. Pode-se matar com palavras, com um julgamento severo, com uma atitude de desprezo. Pode-se matar o irmão deixando-o de lado, fazendo extinguir-se o seu entusiasmo e os seus bons projectos, não lhe permitindo expressar-se livremente. Os marginalizados, os anciãos dos asilos, os débeis mentais, os afastados são mortos por nosso cruel desinteresse, por nosso distanciamento, por nossa língua afiada... Não se pode honrar a Deus se o irmão é desonrado, pois Deus não está só no céu, mas também em cada irmão que encontramos, especialmente nos pobres, nos pequenos, nos humildes desprezados, naqueles que nós, às vezes, chamamos de cretinos...

Um passo adiante no amor
O amor do homem e da mulher não é desejo e busca egoístas da própria satisfação. O amor é querer o bem do amado, é encontro livre e libertador. A atracção física sem amor é sinal de alienação e imaturidade profunda, é a negação da liberdade e da dignidade da pessoa, é tentativa de destruir o outro para fazer dele coisa, objecto.
Um amor verdadeiro, com raiz na totalidade da pessoa, insere-se na corrente única de amor que é Deus, Amor que dá o Filho: dom total, porque Cristo deu a sua vida por nós. A família deve viver estas características de amor, que a marcam profundamente e solidificam a unidade. Dom total. O amor no matrimónio ou é assim ou não existe. Total até dar-se, sacrificar-se completamente.

Um passo adiante na sinceridade
As palavras não foram feitas para que os homens delas se sirvam enganando-se mutuamente, mas para que levem o seu pensamento ao conhecimento dos outros. Enganar os outros significa deturpar o sinal da palavra, torná-la sinal de divisão e confusão, em lugar de comunhão e limpidez. Cristo supera, portanto, a lei judaica quando proíbe a mentira em qualquer circunstância, tornando assim inútil o juramento.



LEITURA I – Sir 15, 16-21 (15-20)

Não mandou a ninguém fazer o mal

Todas as orientações que a palavra de Deus nos dá são luz a iluminar o nosso caminho, para assim melhor chegarmos até Ele. A moral, como se diz, do povo de Deus não é uma lei negativa, mas auxílio para ele se orientar. Esta lei não destrói a liberdade do homem, antes se lhe oferece como ajuda. São sempre dois os caminhos possíveis e nenhum deles escapa ao olhar de Deus; ao homem pertence agora a escolha.

Leitura do Livro de Ben-Sirá
“Se quiseres, guardarás os mandamentos: ser fiel depende da tua vontade. Deus pôs diante de ti o fogo e a água: estenderás a mão para o que desejares. Diante do homem estão a vida e a morte: o que ele escolher, isso lhe será dado. Porque é grande a sabedoria do Senhor, Ele é forte e poderoso e vê todas as coisas. Seus olhos estão sobre aqueles que O temem, Ele conhece todas as coisas do homem. Não mandou a ninguém fazer o mal, nem deu licença a ninguém de cometer o pecado.”
Palavra do Senhor

LEITURA II – 1 Cor 2, 6-10

Antes dos séculos, Deus predestinou a sabedoria para a nossa glória

O plano de Deus sobre este mundo é um mistério, que só foi completa e definitivamente revelado em Jesus Cristo, por meio do Espírito Santo. Antes da Encarnação de Jesus Cristo, já ele ia sendo anunciado, mais ou menos claramente; mas a manifestação deste plano de salvação, que está acima de toda a sabedoria dos homens, brilha agora como maravilhoso dom celeste. Conhecê-lo não é conquista humana, mas dom divino, que havemos de acolher com humildade e em acção de graças.

Leitura da Epístola do apóstolo São Paulo aos Coríntios
“Irmãos: Nós falamos de sabedoria entre os perfeitos, mas de uma sabedoria que não é deste mundo, nem dos príncipes deste mundo, que vão ser destruidos. Falamos da sabedoria de Deus, misteriosa e oculta, que já antes dos séculos Deus tinha destinado para a nossa glória. Nenhum dos príncipes deste mundo a conheceu; porque se a tivessem conhecido, não teriam crucificado o Senhor da glória. Mas, como está escrito, «nem os olhos viram, nem os ouvidos escutaram, nem jamais passou pelo pensamento do homem o que Deus preparou para aqueles que O amam». Mas a nós Deus o revelou por meio do Espírito Santo, porque o Espírito Santo penetra todas as coisas, até o que há de mais profundo em Deus.”
Palavra do Senhor

EVANGELHO – Mt 5, 13-16

Foi dito aos antigos... Eu, porém, digo-vos...

Jesus veio a este mundo, e não desfez a Lei antiga, mas levou-a à perfeição, ensinando a entender o seu sentido profundo e a observá-la no íntimo do coração, no espírito e não apenas na letra. Por isso, o cristianismo, que tem as suas leis como todas as comunidades humanas, coloca a exigência profunda no amor, do qual as regras de vida são a expressão concreta e visível. O cristianismo tem, por isso, uma moral, mas não se reduz a uma lei moral.

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
“Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Não penseis que vim revogar a Lei ou os Profetas; não vim revogar, mas completar. Em verdade vos digo: Antes que passem o céu e a terra, não passará da Lei a mais pequena letra ou o mais pequeno sinal, sem que tudo se cumpra. Portanto, se alguém transgredir um só destes mandamentos, por mais pequenos que sejam, e ensinar assim aos homens, será o menor no reino dos Céus. Mas aquele que os praticar e ensinar será grande no reino dos Céus. Porque Eu vos digo: Se a vossa justiça não superar a dos escribas e fariseus, não entrareis no reino dos Céus. Ouvistes que foi dito aos antigos: ‘Não matarás; quem matar será submetido a julgamento’. Eu, porém, digo-vos: Todo aquele que se irar contra o seu irmão será submetido a julgamento. Quem chamar imbecil a seu irmão será submetido ao Sinédrio, e quem lhe chamar louco será submetido à geena de fogo. Portanto, se fores apresentar a tua oferta ao altar e ali te recordares que o teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa lá a tua oferta diante do altar, vai primeiro reconciliar-te com o teu irmão e vem depois apresentar a tua oferta. Reconcilia-te com o teu adversário, enquanto vais com ele a caminho, não seja caso que te entregue ao juiz, o juiz ao guarda, e sejas metido na prisão. Em verdade te digo: Não sairás de lá, enquanto não pagares o último centavo. Ouvistes que foi dito: ‘Não cometerás adultério’. Eu, porém, digo-vos: Todo aquele que olhar para uma mulher com maus desejos já cometeu adultério com ela no seu coração. Se o teu olho direito é para ti ocasião de pecado, arranca-o e lança-o para longe de ti, pois é melhor perder-se um só dos teus olhos do que todo o corpo ser lançado na geena. E se a tua mão direita é para ti ocasião de pecado, corta-a e lança-a para longe de ti, porque é melhor que se perca um só dos teus membros, do que todo o corpo ser lançado na geena. Também foi dito: ‘Quem repudiar sua mulher dê-lhe certidão de repúdio’. Eu, porém, digo-vos: Todo aquele que repudiar sua mulher, salvo em caso de união ilegítima, expõe-na ao adultério. E quem se casar com uma repudiada comete adultério. Ouvistes ainda que foi dito aos antigos: ‘Não faltarás ao que tiveres jurado, mas cumprirás diante do Senhor o que juraste’. Eu, porém, digo-vos que não jureis em caso algum: nem pelo Céu, que é o trono de Deus; nem pela terra, que é o escabelo dos seus pés; nem por Jerusalém, que é a cidade do grande Rei. Também não jures pela tua cabeça, porque não podes fazer branco ou preto um só cabelo. A vossa linguagem deve ser: ‘Sim, sim; não, não’. O que passa disto vem do Maligno».”
Palavra da Salvação



sábado, 4 de fevereiro de 2017

O SAL DA TERRA



Vós sois o sal da terra

Sal e Luz
Os discípulos de Jesus devem estar conscientes de que se acham unidos com todos aqueles que anseiam por um mundo novo. Eles não podem subtrair-se a esta missão, mas precisam dar testemunho através das suas obras. Não se comprometer com isto é deixar de ser discípulo do Reino. É, através do testemunho visível dos discípulos, que os homens podem descobrir a presença e acção do Deus invisível. As parábolas do sal e da luz confrontam os discípulos do Reino com a sua responsabilidade perante a realidade humana, apelando para a força transformadora da sua presença no mundo. Na medida em que se revelam servidores, manifestam a profundidade da sua adesão ao projecto de Deus. A vocação de servidor concretiza-se na ajuda às pessoas a fim de que elas enfrentem as insinuações do maligno, que quer corrompê-las pela maldade e pelo egoísmo. Se, diante da corrupção do mundo, o discípulo permanece impassível, recusando-se a agir, será como o sal insosso. Logo, tornar-se-á imprestável e deverá ser jogado fora. A cozinheira não terá razão para conservá-lo. Algo semelhante se passa com o Pai em relação ao discípulo omisso diante da realidade a ser transformada. Por outro lado, o discípulo mostra-se servidor, quando irradia a luz de Cristo para que os seus semelhantes trilhem o caminho da verdade, do amor e da justiça. Sem esta luz, correriam o risco de descambar para a mentira, para o egoísmo e para a injustiça, com a consequente condenação. No entanto, ele deverá procurar a posição adequada para que o seu testemunho de vida abranja o maior número possível de pessoas. A sua luz deve chegar a todos os seres humanos, sem distinção, de modo a fazê-los encontrar o caminho para Deus. Mateus apresenta o discurso da promulgação do Reino dos Céus, o “Sermão da Montanha”. Ele reúne, de modo didáctico, ditos e sentenças originários de Jesus, que circulavam entre as primeiras comunidades. Vários desses ditos e sentenças são encontrados de modo disperso nos outros dois evangelhos sinópticos. Após a proclamação das bem-aventuranças, seguem-se as duas predicações em metáfora: “Vós sois o sal da terra”, “Vós sois a luz do mundo”. O sal e a luz são duas realidades muito presentes na vida quotidiana, em todas as culturas e em todos os tempos. Ao sal associa-se a propriedade de preservar os alimentos da corrupção, dando-lhes durabilidade. É também próprio do sal realçar o sabor dos alimentos, tornando mais prazeroso o seu consumo. A luz revela-nos a natureza das coisas materiais e permite que nos orientemos em nossos movimentos. No âmbito das realidades espirituais, a luz simboliza a verdade. Os discípulos são chamados a ser o sal da terra, para testemunhar os valores eternos e tornar a vida agradável de ser vivida. São a luz do mundo, para revelar o caminho que leva a Jesus, que é a porta para a vida eterna. Os mestres tornaram-se como uma lâmpada que permaneceu debaixo de uma caixa. A luz é também a glória de Deus. No evangelho de João, Jesus declara-se a luz do mundo. Os discípulos, portadores desta luz, têm a missão de transmiti-la ao mundo para que se perceba, em todos os tempos e em todos os lugares, a presença amorosa e vivificante de Jesus.


LEITURA I – Is 58, 7-10

A tua luz despontará como a aurora

A palavra de Deus é-nos dirigida, muitas vezes, por meio de imagens, de comparações. A comparação é maneira fácil de ser compreendida e, por meio dela, a verdade chegará melhor à inteligência e ao coração. Hoje a palavra de Deus fala-nos muito de “luz”. A nossa vida, sem a luz da palavra de Deus, fica nas trevas; mas, se se deixa iluminar e guiar por aquela palavra, está sempre na luz, como na frescura clara das manhãs. Esta luz, que vem de Deus, ilumina o nosso coração e palpa-se nas próprias mãos, quando as nossas obras correspondem à nossa fé. É este o testemunho que já o Antigo Testamento propunha aos crentes.

Leitura do Livro de Isaías
“Eis o que diz o Senhor: «Reparte o teu pão com o faminto, dá pousada aos pobres sem abrigo, leva roupa ao que não tem que vestir e não voltes as costas ao teu semelhante. Então a tua luz despontará como a aurora e as tuas feridas não tardarão a sarar. Preceder-te-á a tua justiça e seguir-te-á a glória do Senhor. Então, se chamares, o Senhor responderá, se O invocares, dir-te-á: ‘Aqui estou’. Se tirares do meio de ti a opressão, os gestos de ameaça e as palavras ofensivas, se deres do teu pão ao faminto e matares a fome ao indigente, a tua luz brilhará na escuridão e a tua noite será como o meio-dia».”
Palavra do Senhor

LEITURA II – 1 Cor 2, 1-5

Anunciei-vos o mistério de Cristo crucificado

A segunda leitura é, na maior parte das vezes, tirada de uma epístola, uma carta apostólica dirigida a determinada comunidade cristã. Essa leitura dá-nos, por isso, o quadro da vida dessa comunidade, e ensina-nos como poderá hoje a nossa comunidade viver também a fé cristã. Na leitura de hoje, o Apóstolo, ao dirigir-se a uma comunidade que era muito pobre, apresenta-se como missionário desprovido de meios humanos, e cuja força e riqueza lhe vem só de Jesus Cristo crucificado. É este mistério que ele tem para lhes anunciar. Assim também hoje a nós.

Leitura da Epístola do apóstolo São Paulo aos Coríntios
“Quando fui ter convosco, irmãos, não me apresentei com sublimidade de linguagem ou de sabedoria a anunciar-vos o mistério de Deus. Pensei que, entre vós, não devia saber nada senão Jesus Cristo, e Jesus Cristo crucificado. Apresentei-me diante de vós cheio de fraqueza e de temor e a tremer deveras. A minha palavra e a minha pregação não se basearam na linguagem convincente da sabedoria humana, mas na poderosa manifestação do Espírito Santo, para que a vossa fé não se fundasse na sabedoria humana, mas no poder de Deus.”
Palavra do Senhor

EVANGELHO – Mt 5, 13-16

Vós sois a luz do mundo

Jesus Cristo é luz que vem da luz, como dizemos no “Credo”; Ele é o Filho de Deus, que veio a este mundo como Luz para os homens. E agora é o próprio Senhor Jesus que diz aos seus discípulos que são eles a luz do mundo, porque a luz de Deus chegará aos homens do mundo por meio daqueles que já se deixaram iluminar pela luz de Cristo. É por meio dos discípulos de Cristo que os homens acreditarão em Cristo, e, por Ele, irão ao Pai.

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
“Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Vós sois o sal da terra. Mas se ele perder a força, com que há-de salgar-se? Não serve para nada, senão para ser lançado fora e pisado pelos homens. Vós sois a luz do mundo. Não se pode esconder uma cidade situada sobre um monte; nem se acende uma lâmpada para a colocar debaixo do alqueire, mas sobre o candelabro, onde brilha para todos os que estão em casa. Assim deve brilhar a vossa luz diante dos homens, para que, vendo as vossas boas obras, glorifiquem o vosso Pai que está nos Céus».”
Palavra da Salvação