12.º Domingo do tempo comum – 25
Junho 2017
“A quem
temer?”
Os discípulos não devem ter medo, porque a missão baseia-se na verdade,
que põe a descoberto toda a mentira de um sistema social que não mostra a sua
verdadeira face. Os homens podem até matar o corpo dos discípulos, mas não
conseguirão tirar-lhes a vida, pois é Deus quem dá e conserva ou tira a vida
para sempre. A segurança do discípulo está na promessa: quem é fiel a Jesus
terá Jesus a seu favor diante de Deus. A dura realidade da missão encheria de
temor o coração dos apóstolos. A proclamação da Boa Nova do Reino em cima dos tectos
teria como efeito atrair o ódio mortal dos inimigos. Como consequência do
temor, ficariam bloqueados diante dos perseguidores, e pôr-se-iam em fuga. Esta
situação colocava os apóstolos num verdadeiro dilema: a quem temer? A Deus,
Senhor do Reino, a cujo serviço se tinham posto, a partir do mandato recebido
de Jesus, ou aos adversários, que intentavam tirar-lhes a vida? Que fazer:
seguirem em frente, sem se deixarem intimidar, sofrendo as consequências deste
gesto de coragem e procurando ser fiel a Deus ou fugir da missão e acomodarem-se,
pressionados pela violência dos inimigos? A resposta de Jesus é bem pragmática.
O máximo que os perseguidores podem fazer é tirar a vida física dos apóstolos.
Mas, perigo maior, seria perder a vida eterna. Isto pode acontecer a quem se
mostra infiel a Deus. A acção dos adversários atinge um nível superficial – o
corpo –, ao passo que a acção de Deus toca no mais profundo da existência
humana – a alma. Logo, o discípulo deve discernir bem a quem deverá temer.
Jesus encorajou os apóstolos a confiarem na Providência divina. As suas vidas
estavam nas mãos do Pai, que cuida de cada um, com todo o carinho. Não precisam
ter medo de enfrentar os adversários. Temer, só a Deus! Após advertir os
apóstolos enviados em missão sobre os perigos e sofrimentos que advirão por
causa da repressão dos poderosos, Jesus estimula-os a perseverarem no anúncio
missionário. Os discípulos enfrentarão as mesmas provações que Jesus. Contudo,
devem anunciar e denunciar sem nenhum temor, pois o Pai que está sempre
presente zela por eles e garante-lhes a vida. Não se trata de disputar o poder
com o opressor, mas de nunca deixar de proclamar a mensagem libertadora dos
oprimidos, sem ódio e sem medo da própria morte. Dar o testemunho de Jesus é
unir-se a ele e, por ele, ao Pai.
MISSA
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ANTÍFONA DE ENTRADA – Salmo 27, 8-9
O Senhor é a força do seu povo,
o baluarte salvador do seu Ungido.
Salvai o vosso povo, Senhor, abençoai a vossa
herança,
sede o seu pastor e guia através dos tempos.
ORAÇÃO COLECTA
Senhor,
fazei-nos viver a cada instante no temor e no amor do vosso Santo nome, porque
nunca a vossa providência abandona aqueles que formais solidamente no vosso
amor.
Por Nosso
Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito
Santo.
LEITURA I – Jer 20, 10-13
“Salvou a vida dos pobres
das mãos dos perversos”
O profeta ouve a voz maldosa
dos seus adversários que espreitam a ocasião de o verem cair, e assim se
vingarem dele. Mas ele apela para o Senhor, para a sua justiça e a sua
protecção. Deus lê no coração do homem e compreende as suas intenções mais profundas.
É com esta fé que ele continuará firme e fiel ao serviço da palavra de Deus;
então como hoje, e sempre.
Leitura do Livro do profeta
Jeremias
“Disse Jeremias: «Eu ouvia as
invectivas da multidão: ‘Terror por toda a parte! Denunciai-o, vamos
denunciá-lo!’. Todos os meus amigos esperavam que eu desse um passo em falso:
‘Talvez ele se deixe enganar e assim o poderemos dominar e nos vingaremos
dele’. Mas o Senhor está comigo como herói poderoso e os meus perseguidores
cairão vencidos. Ficarão cheios de vergonha pelo seu fracasso, ignomínia eterna
que não será esquecida. Senhor do Universo, que sondais o justo e perscrutais
os rins e o coração, possa eu ver o castigo que dareis a essa gente, pois a Vós
confiei a minha causa. Cantai ao Senhor, louvai o Senhor, que salvou a vida do
pobre das mãos dos perversos».”
Palavra do Senhor
SALMO RESPONSORIAL – Salmo 68 (69),
8-10.14.17. 33-35 (R. 14c)
Refrão: Pela vossa grande misericórdia, atendei-me, Senhor. (Repete-se)
Por Vós tenho suportado
afrontas,
cobrindo-se meu
rosto de confusão.
Tornei-me um
estranho para os meus irmãos,
um desconhecido
para a minha família.
Devorou-me o zelo
pela vossa casa
e recaíram sobre
mim os insultos contra Vós. (Refrão)
A Vós, Senhor,
elevo a minha súplica,
no momento propício,
meu Deus.
Pela vossa grande
bondade, respondei-me,
em prova da vossa
salvação.
Tirai-me do
lamaçal, para que não me afunde,
livrai-me dos que
me odeiam e do abismo das águas. (Refrão)
Vós, humildes,
olhai e alegrai-vos,
buscai o Senhor e o
vosso coração se reanimará.
O Senhor ouve os
pobres
e não despreza os
cativos.
Louvem-n’O o céu e
a terra,
os mares e quanto
neles se move. (Refrão)
LEITURA II – Rom 5, 12-15
“O
dom gratuito não é como a falta”
O Apóstolo
estabelece o confronto entre Adão, o primeiro homem, e Cristo, o novo Adão,
entre a situação dos homens que viviam sob a lei de Moisés e os que vivem agora
pela graça de Jesus Cristo. Por esta graça, somos a humanidade nova, que pelo
dom gratuito do Senhor Jesus, novo Adão, triunfamos da própria morte, porque
participamos do seu triunfo pascal. A graça do Senhor é vitória sobre o pecado
e a morte.
Leitura da Epístola do apóstolo
S. Paulo aos Romanos
“Irmãos: Assim como por um só
homem entrou o pecado no mundo e pelo pecado a morte, assim também a morte
atingiu todos os homens, porque todos pecaram. De facto, até à Lei, existia o
pecado no mundo. Mas o pecado não é levado em conta, se não houver lei.
Entretanto, a morte reinou desde Adão até Moisés, mesmo para aqueles que não
tinham pecado por uma transgressão à semelhança de Adão, que é figura d’Aquele
que havia de vir. Mas o dom gratuito não é como a falta. Se pelo pecado de um
só todos pereceram, com muito mais razão a graça de Deus, dom contido na graça
de um só homem, Jesus Cristo, se concedeu com abundância a todos os homens.”
Palavra do Senhor
ALELUIA – Jo 15, 26b.27a
Refrão: Aleluia. (Repete-se)
O Espírito da verdade
dará testemunho de Mim,
diz o Senhor,
e vós também dareis
testemunho de Mim. (Refrão)
EVANGELHO – Mt 10, 26-33
“Não
temais os que matam o corpo”
O Senhor, ao enviar
os seus discípulos a anunciar a Boa Nova, previne-os de que irão encontrar
oposições e contradições, mas também de que não devem, por isso, perder a
confiança. Ele próprio será o seu apoio junto do Pai, pois que a obra de que
são ministros junto dos homens é a mesma obra que Ele, o Enviado do Pai, veio
realizar e continua a realizar através deles, seus ministros, continuadores da
sua obra.
Evangelho de Nosso Senhor Jesus
Cristo segundo São Mateus
“Naquele tempo, disse Jesus aos
seus apóstolos: «Não tenhais medo dos homens, pois nada há encoberto que não
venha a descobrir-se, nada há oculto que não venha a conhecer-se. O que vos
digo às escuras, dizei-o à luz do dia; e o que escutais ao ouvido proclamai-o
sobre os telhados. Não temais os que matam o corpo, mas não podem matar a alma.
Temei antes Aquele que pode lançar na geena a alma e o corpo. Não se vendem
dois passarinhos por uma moeda? E nem um deles cairá por terra sem
consentimento do vosso Pai. Até os cabelos da vossa cabeça estão todos
contados. Portanto, não temais: valeis muito mais do que todos os passarinhos.
A todo aquele que se tiver declarado por Mim diante dos homens, também Eu Me
declararei por ele diante do meu Pai que está nos Céus. Mas àquele que Me negar
diante dos homens, também Eu o negarei diante do meu Pai que está nos Céus».”
Palavra da Salvação
ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Por este sacrifício de reconciliação e de
louvor, purificai, Senhor, os nossos corações, para que se tornem uma oblação
agradável a vossos olhos.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que
é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
ANTÍFONA DA COMUNHÃO – Salmo 144, 15
Os olhos
de todos esperam em Vós, Senhor,
e a seu
tempo lhes dais o alimento.
Ou – Jo 10, 11.15
Eu sou o
Bom Pastor
e dou a
vida pelas minhas ovelhas, diz o Senhor.
ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Senhor, que nos
renovastes pela comunhão do Corpo e do Sangue de Cristo, fazei que a
participação nestes mistérios nos alcance a plenitude da redenção.
Por Nosso Senhor
Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.