34.º Domingo do tempo comum – 26 Novembro
2017
VINDE,
BENDITOS DE MEU PAI
A descrição do juízo final é um alerta
premente para a comunidade cristã, empenhada em dar testemunho da sua fé.
Sublinhando o que acontece no final da caminhada terrena, o ponto visado é o
presente da comunidade. Em última análise, é no agora da sua vida que vai se
definindo a sorte futura de seus membros. O Mestre ensina que existe uma
maneira correcta e outra incorrecta de procurar a salvação. Urge não se
enganar! A maneira correcta consiste em demonstrar um amor entranhado ao
próximo, principalmente aos famintos, aos sedentos, aos estrangeiros, aos
despojados das suas vestes, aos doentes e aos presos. Esta lista deve ser
completada com todas as demais categorias de empobrecidos, marginalizados e
aviltados na sua dignidade. Salva-se quem se dispõe a solidarizar-se com eles,
vindo ao encontro das suas necessidades, tornando-se encarnação de Deus nas
suas vidas, de forma a revelar-lhes o quanto são amados pelo Pai. A maneira incorrecta
consiste em contentar-se com os bons propósitos, com palavreados vazios, com
moralismos inconsistentes, com dogmatismos intransigentes e fanáticos. Quem se
aferra a tais atitudes, desviando-se dos necessitados ou não tendo tempo para
eles, será surpreendido com as severas palavras de condenação do Filho do
Homem, revestido da dignidade de juiz universal. É imperioso procurar a
caridade fraterna, único meio de atingir a comunhão com o Pai. Neste texto de
Mateus, temos uma das mais sugestivas revelações de que o Reino de Deus já está
presente entre nós. O “Filho do Homem” é a expressão da humanidade de Jesus. O
Filho do Homem que já veio é Jesus, a partir de sua concepção no ventre de
Maria. A sua nova vinda dá-se quando nos fazemos próximos dos nossos irmãos,
particularmente dos mais carentes e necessitados. É o acontecimento
escatológico. Quando damos de comer a quem tem fome, de beber a quem tem sede,
quando acolhemos os sem-abrigo, visitamos os doentes e encarcerados, quando
libertamos os oprimidos e promovemos a vida, realiza-se o nosso encontro com
Jesus e inserimo-nos no Reino do amor eterno do Pai.
MISSA
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ANTÍFONA DE
ENTRADA – Ap 5, 12; 1, 6
O Cordeiro que foi imolado é digno de receber o poder
e a riqueza, a sabedoria, a honra e o louvor.
Glória ao Senhor pelos séculos dos séculos.
ORAÇÃO COLECTA
Deus eterno e omnipotente, que no vosso amado Filho, Rei do universo, quisestes
instaurar todas as coisas, concedei propício
que todas as criaturas, libertas da escravidão, sirvam a vossa majestade
e Vos glorifiquem eternamente.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade
do Espírito Santo.
LEITURA I – Ez 34,
11-12.15-17
«Quanto
a vós, meu rebanho, hei-de fazer justiça entre ovelhas e ovelhas»
A figura do Bom
Pastor, que se desenha neste oráculo dirigido contra os reis israelitas, maus
pastores, nos tempos que antecederam o Exílio, corresponde a um título real.
Cristo aplicou a Si mesmo este título de Bom Pastor. Ele veio ao encontro do
seu Povo, para cuidar dele e o conduzir à felicidade. Dizer de Cristo que Ele é
Rei é outra maneira de O designar como o Pastor do povo de Deus.
Leitura
da Profecia de Ezequiel
Eis
o que diz o Senhor Deus: «Eu próprio irei em busca das minhas ovelhas e hei-de
encontrá-las. Como o pastor vigia o seu rebanho, quando estiver no meio das
ovelhas que andavam tresmalhadas, assim Eu guardarei as minhas ovelhas, para as
tirar de todos os sítios em que se desgarraram num dia de nevoeiro e de trevas.
Eu apascentarei as minhas ovelhas, Eu as levarei a repousar, diz o Senhor Deus.
Hei-de procurar a que anda perdida e reconduzir a que anda tresmalhada.
Tratarei a que estiver ferida, darei vigor à que andar enfraquecida e velarei
pela gorda e vigorosa. Hei-de apascentá-las com justiça. Quanto a vós, meu
rebanho, assim fala o Senhor Deus: Hei-de fazer justiça entre ovelhas e
ovelhas, entre carneiros e cabritos».
Palavra do Senhor
SALMO RESPONSORIAL
– Salmo 22 (23), 1-2a.2b-3.5-6 (R. 1)
Refrão: O Senhor é meu
pastor: nada me faltará. (Repete-se)
O Senhor é meu pastor: nada me falta.
Leva-me a descansar em verdes prados,
conduz-me às águas refrescantes
e reconforta a minha alma. (Refrão)
Ele me guia por sendas direitas,
por amor do seu nome.
Ainda que tenha de andar por vales tenebrosos
não temerei nenhum mal, porque Vós estais comigo. (Refrão)
Para mim preparais a mesa
à vista dos meus adversários;
com óleo me perfumais a cabeça
e o meu cálice transborda. (Refrão)
A bondade e a graça hão-de acompanhar-me,
todos os dias da minha vida,
e habitarei na casa do Senhor
para todo o sempre. (Refrão)
LEITURA II – 1 Cor
15, 20-26.28
«Entregará o reino a Deus Pai, para que seja tudo em todos»
Ressuscitado de
entre os mortos, o primeiro entre todos, Cristo, no final dos tempos, tendo
submetido a Si todas as coisas criadas, entregará o seu reino ao Pai. E nós,
que pertencemos a Cristo, ressuscitados com Ele, também tomaremos parte no seu
triunfo total e no seu reino de glória.
Leitura
da Primeira Epístola do apóstolo S. Paulo aos Coríntios
Irmãos:
Cristo ressuscitou dos mortos, como primícias dos que morreram. Uma vez que a
morte veio por um homem, também por um homem veio a ressurreição dos mortos;
porque, do mesmo modo que em Adão todos morreram, assim também em Cristo serão
todos restituídos à vida. Cada qual, porém, na sua ordem: primeiro, Cristo,
como primícias; a seguir, os que pertencem a Cristo, por ocasião da sua vinda.
Depois será o fim, quando Cristo entregar o reino a Deus seu Pai, depois de ter
aniquilado toda a soberania, autoridade e poder. É necessário que Ele reine,
até que tenha posto todos os inimigos debaixo dos seus pés. E o último inimigo
a ser aniquilado é a morte. Quando todas as coisas Lhe forem submetidas, então
também o próprio Filho Se há-de submeter Àquele que Lhe submeteu todas as
coisas, para que Deus seja tudo em todos.
Palavra do Senhor
ALELUIA – Mc 11, 9.10
Refrão: Aleluia. (Repete-se)
Bendito O que vem em nome do Senhor!
Bendito o reino do nosso pai David! (Refrão)
EVANGELHO – Mt 25,
31-46
«Sentar-Se-á no seu trono glorioso e
separará uns dos outros»
Jesus
retoma nesta leitura a mesma imagem atribuída a Deus na primeira leitura, a
imagem do pastor. O julgamento que se propõe fazer será a libertação final de
todos os que foram salvos pelo seu Sangue derramado na Cruz, para com Ele se
sentarem no seu trono glorioso, se, neste mundo, tiverem seguido os passos do
seu Pastor. Esta leitura é assim um anúncio e um convite.
Evangelho
de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
Naquele
tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Quando o Filho do homem vier na sua
glória com todos os seus Anjos, sentar-Se-á no seu trono glorioso. Todas as
nações se reunirão na sua presença e Ele separará uns dos outros, como o pastor
separa as ovelhas dos cabritos; e colocará as ovelhas à sua direita e os
cabritos à sua esquerda. Então o Rei dirá aos que estiverem à sua direita:
‘Vinde, benditos de meu Pai; recebei como herança o reino que vos está
preparado desde a criação do mundo. Porque tive fome e destes-Me de comer; tive
sede e destes-Me de beber; era peregrino e Me recolhestes; não tinha roupa e Me
vestistes; estive doente e viestes visitar-Me; estava na prisão e fostes
ver-Me’. Então os justos Lhe dirão: ‘Senhor, quando é que Te vimos com fome e
Te demos de comer, ou com sede e Te demos de beber? Quando é que Te vimos
peregrino e Te recolhemos, ou sem roupa e Te vestimos? Quando é que Te vimos
doente ou na prisão e Te fomos ver?’. E o Rei lhes responderá: ‘Em verdade vos
digo: Quantas vezes o fizestes a um dos meus irmãos mais pequeninos, a Mim o
fizestes’. Dirá então aos que estiverem à sua esquerda: ‘Afastai-vos de Mim,
malditos, para o fogo eterno, preparado para o Diabo e os seus anjos. Porque
tive fome e não Me destes de comer; tive sede e não Me destes de beber; era
peregrino e não Me recolhestes; estava sem roupa e não Me vestistes; estive
doente e na prisão e não Me fostes visitar’. Então também eles Lhe hão-de
perguntar: ‘Senhor, quando é que Te vimos com fome ou com sede, peregrino ou
sem roupa, doente ou na prisão, e não Te prestámos assistência?’. E Ele lhes
responderá: ‘Em verdade vos digo: Quantas vezes o deixastes de fazer a um dos
meus irmãos mais pequeninos, também a Mim o deixastes de fazer’. Estes irão
para o suplício eterno e os justos para a vida eterna».
Palavra da Salvação
ORAÇÃO SOBRE AS
OBLATAS
Aceitai, Senhor, este sacrifício da reconciliação humana
e, pelos méritos de Cristo vosso Filho,
concedei a todos os povos o dom da unidade e da paz.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na
unidade do Espírito Santo.
ANTÍFONA DA
COMUNHÃO – Salmo 28, 10-11
O Senhor está sentado como Rei eterno;
O Senhor abençoará o seu povo na paz.
ORAÇÃO DEPOIS DA
COMUNHÃO
Senhor, que nos alimentastes com o pão da imortalidade,
fazei que, obedecendo com santa alegria
aos mandamentos de Cristo, Rei do universo,
mereçamos viver para sempre com Ele no reino celeste.
Ele que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.