sábado, 29 de dezembro de 2018

PREPARAR A MISSA DA SAGRADA FAMÍLIA – ano C – 30DEZ2018





JESUS ENTRE OS DOUTORES

Neste Evangelho, as primeiras palavras de Jesus mostram que toda a sua missão decorre da sua relação filial com o Pai. Isto significa que essa missão provém do próprio mistério de Deus e da realização da sua vontade entre os homens. Contudo, ela processa-se dentro do mistério da Encarnação, onde Jesus vai aprendendo a viver a vida humana como qualquer outro homem. Jesus completa a idade em que assume as suas obrigações legais: a marca inicial da circuncisão desemboca na entrega da lei. Esta submete agora com mais autoridade que o pátrio poder. Cheio de sabedoria e graça, dá uma lição dolorosa aos seus pais, contrastando duas paternidades. Dá também uma lição aos doutores da lei no templo de Jerusalém. Jesus é filho carnal de Maria, pela qual está ligado fisicamente à humanidade. Está ligado a ela por afecto e submissão filial. Mas essa relação fica relativizada e submetida a outra superior. Jesus é filho legal de José, pelo qual fica registado oficialmente como descendente de David. Mas, também a sua relação com José fica relativizada e submetida à relação de Jesus com o Pai. O adolescente está a cortar muitos vínculos com um só gesto, que, por isso, se torna espectacular e dramático, como acção simbólica. Não pede permissão, porque recebe ordens directamente do Pai. Maria e José ficam implicados, têm que contribuir, com a sua angústia e dor, para a trama: no final, esses actores não compreenderam completamente. O relato de Lucas põe em primeiro plano a relação suprema e misteriosa de Jesus com o Pai. Na narrativa de hoje, destaca-se a autonomia do menino em relação à família e ao sistema do Templo. Ele ocupa-se com o que é do seu Pai. Era a festa da Páscoa na qual se fazia a memória do êxodo. Numa festa de Páscoa Jesus será morto. A Páscoa de Jesus é o seu êxodo da instituição judaica para a manifestação ao mundo do amor universal de Deus, que comunica a vida eterna. Acima da paternidade de José e da sabedoria dos mestres está a paternidade e a sabedoria do Pai celestial.



MISSA

ANTÍFONA DE ENTRADA – Lc 2, 16
Os pastores vieram a toda a pressa
e encontraram Maria, José e o Menino deitado no presépio.

ORAÇÃO COLECTA
Senhor, Pai santo, que na Sagrada Família nos destes um modelo de vida, concedei que, imitando as suas virtudes familiares e o seu espírito de caridade, possamos um dia reunir-nos na vossa casa para gozarmos as alegrias eternas.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco, na unidade do Espírito Santo.

Liturgia da Palavra

LEITURA I – Sir 3, 3-7.14-17a (gr. 2-6.12-14)

«Aquele que teme a Deus honra os seus pais»

A palavra de Deus faz o elogio da vida familiar. O Filho de Deus, ao fazer-Se homem, quis nascer e viver numa família humana. Foi ela a primeira família cristã, modelo, a seu modo, de todas as demais. O amor de Deus em todos os membros de uma família é condição fundamental para o crescimento, em paz, de todos os que nela nascem e vivem, como no quadro que o sábio nos apresenta nesta leitura.

Leitura do Livro de Ben-Sirá
Deus quis honrar os pais nos filhos e firmou sobre eles a autoridade da mãe. Quem honra seu pai obtém o perdão dos pecados e acumula um tesouro quem honra sua mãe. Quem honra o pai encontrará alegria nos seus filhos e será atendido na sua oração. Quem honra seu pai terá longa vida, e quem lhe obedece será o conforto de sua mãe. Filho, ampara a velhice do teu pai e não o desgostes durante a sua vida. Se a sua mente enfraquece, sê indulgente para com ele e não o desprezes, tu que estás no vigor da vida, porque a tua caridade para com teu pai nunca será esquecida e converter-se-á em desconto dos teus pecados.
Palavra do Senhor

SALMO RESPONSORIAL – Salmo 127 (128), 1-2.3.4-5 (R. cf. 1)

Refrão: Felizes os que esperam no Senhor e seguem os seus caminhos. (Repete-se).

Feliz de ti, que temes o Senhor
e andas nos seus caminhos.
Comerás do trabalho das tuas mãos,
serás feliz e tudo te correrá bem. Refrão

Tua esposa será como videira fecunda,
no íntimo do teu lar;
teus filhos serão como ramos de oliveira,
ao redor da tua mesa. (Refrão)

Assim será abençoado o homem que teme o Senhor.
De Sião te abençoe o Senhor:
vejas a prosperidade de Jerusalém,
todos os dias da tua vida. (Refrão)

LEITURA II – Col 3, 12-21

«A vida doméstica no Senhor.»

J Desde o princípio que os cristãos compreenderam que a sua fé se deve manifestar em toda a sua vida e muito particularmente na vida de família; esta pode ter sempre diante dos olhos a Sagrada Família de Nazaré, que constituiu a melhor experiência do que devem ser as nossas famílias.

Leitura da Epístola do apóstolo São Paulo aos Colossenses
Irmãos: Como eleitos de Deus, santos e predilectos, revesti-vos de sentimentos de misericórdia, de bondade, humildade, mansidão e paciência. Suportai-vos uns aos outros e perdoai-vos mutuamente, se algum tiver razão de queixa contra outro. Tal como o Senhor vos perdoou, assim deveis fazer vós também. Acima de tudo, revesti-vos da caridade, que é o vínculo da perfeição. Reine em vossos corações a paz de Cristo, à qual fostes chamados para formar um só corpo. E vivei em acção de graças. Habite em vós com abundância a palavra de Cristo, para vos instruirdes e aconselhardes uns aos outros com toda a sabedoria; e com salmos, hinos e cânticos inspirados, cantai de todo o coração a Deus a vossa gratidão. E tudo o que fizerdes, por palavras ou por obras, seja tudo em nome do Senhor Jesus, dando graças, por Ele, a Deus Pai. Esposas, sede submissas aos vossos maridos, como convém no Senhor. Maridos, amai as vossas esposas e não as trateis com aspereza. Filhos, obedecei em tudo a vossos pais, porque isto agrada ao Senhor. Pais, não exaspereis os vossos filhos, para que não caiam em desânimo.
Palavra do Senhor


ALELUIA – Col 3, 15a.16a

Refrão: Aleluia. (Repete-se)

Reine em vossos corações a paz de Cristo,
habite em vós a sua palavra. (Refrão)


EVANGELHO – Lc 2, 41-52

«Jesus é encontrado por seus pais no meio dos doutores»

Um dos poucos episódios que os Evangelhos nos contam da vida da Sagrada Família de Nazaré mostra-nos a orientação profunda de Jesus para o Pai celeste e a descoberta progressiva que Maria e José iam fazendo da pessoa e do mistério de Jesus. Assim há-de ser o progresso contínuo da vida da família cristã, vivida ela também sempre em relação a Jesus.


Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
Os pais de Jesus iam todos os anos a Jerusalém, pela festa da Páscoa. Quando Ele fez doze anos, subiram até lá, como era costume nessa festa. Quando eles regressavam, passados os dias festivos, o Menino Jesus ficou em Jerusalém, sem que seus pais o soubessem. Julgando que Ele vinha na caravana, fizeram um dia de viagem e começaram a procurá-l’O entre os parentes e conhecidos. Não O encontrando, voltaram a Jerusalém, à sua procura. Passados três dias, encontraram-n’O no templo, sentado no meio dos doutores, a ouvi-los e a fazer-lhes perguntas. Todos aqueles que O ouviam estavam surpreendidos com a sua inteligência e as suas respostas. Quando viram Jesus, seus pais ficaram admirados; e sua Mãe disse-Lhe: «Filho, porque procedeste assim connosco? Teu pai e eu andávamos aflitos à tua procura». Jesus respondeu-lhes: «Porque Me procuráveis? Não sabíeis que Eu devia estar na casa de meu Pai?». Mas eles não entenderam as palavras que Jesus lhes disse. Jesus desceu então com eles para Nazaré e era-lhes submisso. Sua Mãe guardava todos estes acontecimentos em seu coração. E Jesus ia crescendo em sabedoria, em estatura e em graça, diante de Deus e dos homens.
Palavra da Salvação

ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Nós Vos oferecemos, Senhor, este sacrifício de reconciliação e humildemente Vos suplicamos que, pela intercessão da Virgem, Mãe de Deus, e de São José, as nossas famílias se confirmem na vossa paz e na vossa graça.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

ANTÍFONA DA COMUNHÃO – Bar 3, 38
Deus apareceu na terra e começou a viver no meio de nós.


ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Pai de misericórdia, que nos alimentais neste divino sacramento, dai-nos a graça de imitar continuamente os exemplos da Sagrada Família, para que, depois das provações desta vida, vivamos na sua companhia por toda a eternidade.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.



segunda-feira, 24 de dezembro de 2018

PREPARAR A MISSA DO NATAL – ano C – 25DEZ2018





O DIA DO NASCIMENTO

Os Evangelhos não pretendem apresentar a biografia histórica de Jesus nem estavam em condições disso. Assim, só se pode ter uma cronologia da vida de Jesus nas suas linhas gerais:
-         Mt 2 situa o nascimento de Jesus antes da morte de Herodes, em 4 a.C.
-         Lc 3,1-2 situa o início de sua vida pública no 15.º ano do reinado de Tibério, data que pode significar o ano 26 ou o 28.
-         Jo 2,20 situa a purificação do Templo no 46.º ano da sua construção, que foi iniciada no 18.º ano de Herodes, ou seja, segundo a cronologia de Josefo, no ano 20 a.C.
Não se pode calcular com segurança a data do nascimento de Jesus nem a data da sua morte. A sua vida deve ter-se desenvolvido quase completamente entre a morte de Herodes (4 a.C.) e o ano 30 dC, data que deve estar próxima da data real da morte de Jesus.
Os três Evangelhos sinópticos apresentam um roteiro comum da vida pública de Jesus: o baptismo de João, a tentação, a pregação na Galileia, a viagem a Jerusalém, um breve ministério em Jerusalém e a sua Paixão e Morte.

O PROVÁVEL ANO DO NASCIMENTO DE JESUS
Jesus nasceu, provavelmente, entre os anos 7 e 6 a.C. que corresponde ao ano 753 a partir da Fundação de Roma. A era cristã estabelecida por Dioniso, o pequeno, (século VI) resulta de um cálculo erróneo. São Lucas estabelece um sincronismo entre a história profana e história da salvação.
Tibério sucedeu a Augusto (LC 2,1) a dezanove de Agosto do ano 14 d.C. O ano 15 vai, pois, de 19 de Agosto de 28 a 18 de Agosto de 29, ou segundo o modo de calcular os anos do reinado em uso na Síria, de Setembro a Outubro de 27 a Setembro a Outubro de 28.

Jesus tem, portanto, no mínimo 33 anos, provavelmente até mesmo 35 a 36 anos. A indicação do capítulo 2, 23 é aproximada.
Sublinhe-se, apenas, que Jesus tinha a idade requerida para exercer missão pública. A “Era Cristã” fixada por Dioniso, o pequeno, no século VI resulta de se ter tomado estritamente o número de trinta anos: os 29 anos completos de Jesus, descontados do ano 782 de Roma (XV ano de Tibério), indicaram 753 para início de nossa era.


MISSA

ANTÍFONA DE ENTRADA – Is 9, 6
Um Menino nasceu para nós, um Filho nos foi dado.
Tem o poder sobre os seus ombros e será chamado Conselheiro admirável.

ORAÇÃO COLECTA
Senhor nosso Deus, que de modo admirável criastes o homem e de modo ainda mais admirável o renovastes, fazei que possamos participar na vida divina do vosso Filho que Se dignou assumir a nossa natureza humana.
Ele que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

Liturgia da Palavra

LEITURA I – Is 52, 7-10
«Todos os confins da Terra verão a Salvação do nosso Deus»

Esta leitura é constituída pelo belo e solene pregão que serviu outrora ao profeta para anunciar a Boa Nova ao povo de Deus em tempo de desolação e de abandono; esse mesmo pregão serve para nos anunciar agora a nós mensagem ainda mais feliz, a que nos traz o nascimento do Salvador de todo o mundo.

Leitura do Livro de Isaías
Como são belos sobre os montes os pés do mensageiro que anuncia a paz, que traz a boa nova, que proclama a salvação e diz a Sião: «O teu Deus é Rei». Eis o grito das tuas sentinelas que levantam a voz. Todas juntas soltam brados de alegria, porque vêem com os próprios olhos o Senhor que volta para Sião. Rompei todas em brados de alegria, ruínas de Jerusalém, porque o Senhor consola o seu povo, resgata Jerusalém. O Senhor descobre o seu santo braço à vista de todas as nações e todos os confins da terra verão a salvação do nosso Deus.
Palavra do Senhor

SALMO RESPONSORIAL – Salmo 97 (98), 1.2-3ab.3cd-4.5-6 (R. 3c)

Refrão: Todos os confins da terra viram a salvação do nosso Deus. (Repete-se).

Cantai ao Senhor um cântico novo
pelas maravilhas que Ele operou.
A sua mão e o seu santo braço
Lhe deram a vitória. Refrão

O Senhor deu a conhecer a salvação,
revelou aos olhos das nações a sua justiça.
Recordou-Se da sua bondade e fidelidade
em favor da casa de Israel. (Refrão)

Os confins da terra puderam ver
a salvação do nosso Deus.
Aclamai o Senhor, terra inteira,
exultai de alegria e cantai. (Refrão)

Cantai ao Senhor ao som da cítara,
ao som da cítara e da lira;
ao som da tuba e da trombeta,
aclamai o Senhor, nosso Rei. (Refrão)

LEITURA II – Hebr 1, 1-6

«Deus falou-nos por seu Filho»

Jesus é a própria palavra de Deus, encarnada, feita homem no meio dos homens, mais reveladora de Deus do que a de todos os profetas, mais qualificada do que a de todos os outros mensageiros que vieram antes d’Ele ter vindo ao mundo. Ele é a imagem do Pai por quem tudo foi feito; pela sua morte purificou a humanidade de seus pecados e recebeu em herança todos aqueles que n’Ele acreditaram e a Ele se entregaram. Esses sentam-se com Ele à direita de Deus. Ele é o nosso Salvador e o nosso Deus. Por isso, O adoramos juntamente com todos os Anjos.


Leitura da Epístola aos Hebreus
Muitas vezes e de muitos modos falou Deus antigamente aos nossos pais, pelos Profetas. Nestes dias, que são os últimos, falou-nos por seu Filho, a quem fez herdeiro de todas as coisas e pelo qual também criou o universo. Sendo o Filho esplendor da sua glória e imagem da sua substância, tudo sustenta com a sua palavra poderosa. Depois de ter realizado a purificação dos pecados, sentou-Se à direita da Majestade no alto dos Céus e ficou tanto acima dos Anjos quanto mais sublime que o deles é o nome que recebeu em herança. A qual dos Anjos, com efeito, disse Deus alguma vez: «Tu és meu Filho, Eu hoje Te gerei»? E ainda: «Eu serei para Ele um Pai e Ele será para Mim um Filho»? E de novo, quando introduziu no mundo o seu Primogénito, disse: «Adorem-n’O todos os Anjos de Deus».
Palavra do Senhor


ALELUIA

Refrão: Aleluia. (Repete-se)

Santo é o dia que nos trouxe a luz.
Vinde adorar o Senhor.
Hoje, uma grande luz desceu sobre a terra. (Refrão)


EVANGELHO – Jo 1, 1-18

«O Verbo fez-Se carne e habitou entre nós»

O Natal não é apenas o nascimento de um menino. É um mistério, uma realidade divina que se esconde e ao mesmo tempo se revela no nascimento desse Menino. É o Nascimento no meio dos homens do próprio Filho de Deus. O evangelista chama-Lhe o Verbo, isto é, a Palavra, Aquele por quem o Pai Se dá a conhecer aos homens e deles faz seus filhos. O evangelista tenta desvendar-nos todo esse mistério neste poema admirável com que abre o seu Evangelho.


Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João
No princípio era o Verbo e o Verbo estava com Deus e o Verbo era Deus. No princípio, Ele estava com Deus. Tudo se fez por meio d’Ele e sem Ele nada foi feito. N’Ele estava a vida e a vida era a luz dos homens. A luz brilha nas trevas e as trevas não a receberam. Apareceu um homem enviado por Deus, chamado João. Veio como testemunha, para dar testemunho da luz, a fim de que todos acreditassem por meio dele. Ele não era a luz, mas veio para dar testemunho da luz. O Verbo era a luz verdadeira, que, vindo ao mundo, ilumina todo o homem. Estava no mundo e o mundo, que foi feito por Ele, não O conheceu. Veio para o que era seu e os seus não O receberam. Mas àqueles que O receberam e acreditaram no seu nome, deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus. Estes não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus. E o Verbo fez-Se carne e habitou entre nós. Nós vimos a sua glória, glória que Lhe vem do Pai como Filho Unigénito, cheio de graça e de verdade. João dá testemunho d’Ele, exclamando: «É deste que eu dizia: ‘O que vem depois de mim passou à minha frente, porque existia antes de mim’». Na verdade, foi da sua plenitude que todos nós recebemos graça sobre graça. Porque, se a Lei foi dada por meio de Moisés, a graça e a verdade vieram por meio de Jesus Cristo. A Deus, nunca ninguém O viu. O Filho Unigénito, que está no seio do Pai, é que O deu a conhecer.
Palavra da Salvação

ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Aceitai, Senhor, a oblação que Vos apresentamos neste dia solene de Natal, em que nasceu para nós a verdadeira paz e reconciliação e se instituiu entre os homens a plenitude do culto divino.
Por Nosso Senhor, Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

ANTÍFONA DA COMUNHÃO – Salmo 97, 3
Todos os confins da terra
viram a salvação do nosso Deus.


ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Nós Vos pedimos, Deus misericordioso, que o Salvador do mundo hoje nascido, assim como nos comunicou a sua vida divina, nos faça também participantes da sua imortalidade.
Ele que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.



sábado, 22 de dezembro de 2018

PREPARAR A MISSA DO DOMINGO IV DO ADVENTO – ano C – 23DEZ2018





O PERFIL DE MARIA

Ainda no seio da sua mãe, João Baptista recebe o Espírito prometido. Reconhece o Messias e o aponta através da exclamação da sua mãe Isabel. As palavras inspiradas de Isabel, ao encontrar-se com a sua prima Maria traçam o perfil de quem tinha sido destinada a ser a mãe do Salvador. Maria é a mulher bendita por excelência. Repousando sobre ela as bênçãos divinas, a sua vida estava indissociavelmente ligada a Deus. Sem deixar de ser humilde serva, a sua humanidade revestia-se de um brilho especial. Tornava-se um modelo não apenas de mulher, mas de ser humano. Maria trazia no seu ventre um fruto santo. A prole era um dos indicadores seguros da bênção divina. A humilde Virgem de Nazaré recebera, porém, uma bênção suplementar: a de ser a mãe do Messias. Tudo isto por estar disposta a ser totalmente fiel a Deus. Maria é mulher de fé. Aqui reside a sua verdadeira grandeza, pois a maternidade decorre desta sua virtude. E a sua fé desdobra-se em forma de confiança e entrega disponível nas mãos de Deus. Porque crê, assume o projecto divino, embora desconhecendo como irá realizar-se. Joga-se, inteiramente, nas mãos de Deus, certa de não ficar decepcionada. Maria é a mãe do Senhor de todos os povos. A exclamação de Isabel: “Como posso merecer que a mãe do meu Senhor me venha visitar?” revela as reais dimensões da maternidade de Maria. O Senhor de Isabel é o Senhor do povo de Israel e Senhor de todos quantos haveriam de crer. Este Senhor de toda a humanidade estava ali, no ventre de Maria. As narrativas de infância de Jesus deixam perceber a sua origem humilde, numa casa pobre em Nazaré, longe de Jerusalém, capital religiosa da Judeia, e de qualquer outra grande cidade onde se concentram as elites privilegiadas. Por outro lado, no evangelho de Lucas, os paralelos feitos entre João Baptista e Jesus, desde as suas origens, são elaborados de maneira a destacar a primazia de Jesus em relação a João Batista. Na época em que Lucas escreve, o movimento dos discípulos de João Baptista era expressivo e mantinha-se à parte do movimento dos discípulos de Jesus. Com este destaque dado a Jesus, procurava-se trazer os discípulos de João para as comunidades cristãs. Na narrativa de hoje vemos o encontro de duas mulheres: Maria, esposa de um operário de Nazaré, na Galileia e Isabel, esposa de um sacerdote do Templo de Jerusalém. Contudo, o critério do status social é esvaziado. É a jovem mulher pobre da Galileia que é bendita entre as mulheres, trazendo em seu ventre o Senhor, comunicador do Espírito Santo.


MISSA

ANTÍFONA DE ENTRADA – Is 45, 8
Desça o orvalho do alto dos Céus e as nuvens chovam o Justo.
Abra-se a terra e germine o Salvador.

ORAÇÃO COLECTA
Infundi, Senhor, a vossa graça em nossas almas, para que nós, que pela anunciação do Anjo conhecemos a encarnação de Cristo, vosso Filho, pela sua paixão e morte na cruz alcancemos a glória da ressurreição.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

Liturgia da Palavra

LEITURA I – Miq 5, 1-4a
«De ti sairá Aquele que há-de reinar sobre Israel»

Completando a profecia de Isaías sobre o «Emanuel» (Deus connosco), o profeta Miqueias, seu contemporâneo, anuncia o lugar do nascimento do Messias Salvador e descreve a Sua missão.
Será na cidade davídica de Belém, cujo sobrenome Efrata exprime a fecundidade messiânica, que dará à luz Aquela que será a Mãe do Salvador. Aí nascerá o Rei futuro, que será Pastor do Seu Povo. Com o Seu nascimento, não só trará a Paz, reunindo os filhos de Deus dispersos, como Ele mesmo será a Paz. O Seu nascimento, com efeito, significa a presença de Deus no mundo, o fim do afastamento de Deus com o pecado e a reunificação universal dos irmãos.

Leitura da Profecia de Miqueias
Eis o que diz o Senhor: «De ti, Belém-Efratá, pequena entre as cidades de Judá, de ti sairá aquele que há-de reinar sobre Israel. As suas origens remontam aos tempos de outrora, aos dias mais antigos. Por isso Deus os abandonará até à altura em que der à luz aquela que há-de ser mãe. Então voltará para os filhos de Israel o resto dos seus irmãos. Ele se levantará para apascentar o seu rebanho pelo poder do Senhor, pelo nome glorioso do Senhor, seu Deus. Viver-se-á em segurança, porque ele será exaltado até aos confins da terra. Ele será a paz».
Palavra do Senhor

SALMO RESPONSORIAL – Salmo 79 (80), 2ac.3b.15-16.18-19 (R.4)

Refrão: Senhor nosso Deus, fazei-nos voltar, mostrai-nos o vosso rosto e seremos salvos. (Repete-se).

Ou: Mostrai-nos, Senhor, o vosso rosto e seremos salvos. (Repete-se)

Pastor de Israel, escutai,
Vós estais sobre os Querubins, aparecei.
Despertai o vosso poder
e vinde em nosso auxílio. Refrão

Deus dos Exércitos, vinde de novo,
olhai dos céus e vede, visitai esta vinha;
protegei a cepa que a vossa mão direita plantou,
o rebento que fortalecestes para Vós. (Refrão)

Estendei a mão sobre o homem que escolhestes,
sobre o filho do homem que para Vós criastes.
Nunca mais nos apartaremos de Vós,
fazei-nos viver e invocaremos o vosso nome. (Refrão)


LEITURA II – Hebr 10, 5-10

«Eu venho para fazer a vossa vontade»

A entrada de Jesus no mundo está orientada para o drama da Cruz e o triunfo da Páscoa. O mistério da Encarnação é inseparável do mistério da Redenção. O esplendor da Páscoa ilumina já a aurora do Natal.
O Filho de Deus, preexistente na natureza divina, desde o momento da Sua entrada no mundo pela Encarnação oferece-Se como vítima. E esta oblação divina e humana santifica e salva desde esse momento, virtualmente, unida à sua expressão prática na oblação da Cruz.
Ao assumir a nossa condição humana, para a salvar, aceita os desígnios de Deus sobre Ele e ensina-nos a viver a vida como realização quotidiana da Vontade de Deus, na santificação interior, pela obediência e o amor.


Leitura da Epístola aos Hebreus
Irmãos: Ao entrar no mundo, Cristo disse: «Não quiseste sacrifícios nem oblações, mas formaste-Me um corpo. Não Te agradaram holocaustos nem imolações pelo pecado. Então Eu disse: ‘Eis-Me aqui; no livro sagrado está escrito a meu respeito: Eu venho, ó Deus, para fazer a tua vontade’». Primeiro disse: «Não quiseste sacrifícios nem oblações, não Te agradaram holocaustos nem imolações pelo pecado». E no entanto, eles são oferecidos segundo a Lei. Depois acrescenta: «Eis-Me aqui: Eu venho para fazer a tua vontade». Assim aboliu o primeiro culto para estabelecer o segundo. É em virtude dessa vontade que nós fomos santificados pela oblação do corpo de Jesus Cristo, feita de uma vez para sempre.
Palavra do Senhor


ALELUIA – Mt 1, 38

Refrão: Aleluia. (Repete-se)

Eis a escrava do Senhor:
faça-se em mim segundo a vossa palavra. (Refrão)


EVANGELHO – Lc 1, 39-45

«Donde me é dado que venha ter comigo a Mãe do meu Senhor?»

As intervenções de Deus na História da Salvação são, por vezes, designadas como «visitas» do Senhor ao Seu povo. A última intervenção de Deus, com a Encarnação, é também para S. Lucas uma «visita» do Senhor aos Seus (Lc. 1, 68; 7, 16), sendo a família do Precursor a primeira a participar dela e a beneficiar.
Maria aparece intimamente unida a esta «visita» do Senhor ao Seu povo. Ela é, na verdade, a morada de Deus entre os homens, a nova Arca da Aliança, perante a qual, João, ungido pelo Espírito que repousa sobre o Messias, exulta de alegria, à semelhança de David (2 S. 6, 2-16). Em Maria concretiza-se, de algum modo, o encontro de Deus com a humanidade. Ela inicia a era messiânica. É a mulher que assegura ao seu povo a vitória absoluta sobre o pecado e o mal (a saudação de Isabel lembra a que foi dirigida a Judit, após a vitória sobre os seus inimigos).
Esta união continuará no prolongamento da «visita» do Senhor a todos os homens, que é a vida da Igreja.


Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo S. Lucas
Naqueles dias, Maria pôs-se a caminho e dirigiu-se apressadamente para a montanha, em direcção a uma cidade de Judá. Entrou em casa de Zacarias e saudou Isabel. Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, o menino exultou-lhe no seio. Isabel ficou cheia do Espírito Santo e exclamou em alta voz: «Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre. Donde me é dado que venha ter comigo a Mãe do meu Senhor? Na verdade, logo que chegou aos meus ouvidos a voz da tua saudação, o menino exultou de alegria no meu seio. Bem-aventurada aquela que acreditou no cumprimento de tudo quanto lhe foi dito da parte do Senhor».
Palavra da Salvação

ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Aceitai, Senhor, os dons que trazemos ao vosso altar e santificai-os com o mesmo Espírito que, pelo poder da sua graça, fecundou o seio da Virgem Santa Maria.
Por Nosso Senhor, Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

ANTÍFONA DA COMUNHÃO – Is 7, 14
A Virgem conceberá e dará à luz um filho.
O seu nome será Emanuel, Deus-connosco.


ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Tendo recebido neste sacramento o penhor da redenção eterna, nós Vos pedimos, Senhor: quanto mais se aproxima a festa da nossa salvação, tanto mais cresça em nós o fervor para celebrarmos dignamente o mistério do Natal do vosso Filho.
Ele que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.



sábado, 15 de dezembro de 2018

PREPARAR A MISSA DO DOMINGO III DO ADVENTO – ano C – 16DEZ2018




 

QUE DEVEMOS FAZER?

João Baptista prega a conversão

João Batista convida a uma mudança radical de vida, porque já se aproxima o Reino, que vai transformar radicalmente as relações entre os homens. É o tempo do julgamento e nada adianta ter fé teórica, pois o julgamento basear-se-á nas opções e atitudes concretas que cada um assume. Os fariseus, com a falsa segurança das suas observâncias religiosas e os saduceus, com as suas intrigas políticas para conservar o poder, pertencem à estrutura que vai ser superada pelo Reino. Naquela época, a dinâmica de actuação de João Baptista suscitava especulações sobre a possibilidade de ser ele o próprio Messias. É que havia aparecido alguns pseudoprofetas e pseudomessias como, por exemplo, Teudas, que tinha uns quatrocentos seguidores; e um outro chamado de Judas, o Galileu, que também tinha os seus admiradores actuantes (cf. At 5,36-37). Mas, João é enfático: “vem aquele que é mais forte do que eu”. Ele apenas compara o seu baptismo com o de Jesus. O cerne da questão não está centrado no baptismo com água, pois a Igreja primitiva já o fazia, mas que o Baptismo de São João Baptista é só na água, enquanto que o baptismo de Jesus será definitivo: um acto do Criador que leva à salvação, através do Espírito Santo. A alusão ao fogo resulta do processo da separação entre o joio e o trigo, ou seja, entre os que estão salvos e os que estão condenados.


MISSA

ANTÍFONA DE ENTRADA – Filip 4, 4.5
Alegrai-vos sempre no Senhor.
Exultai de alegria: o Senhor está perto.

ORAÇÃO COLECTA
Deus de infinita bondade, que vedes o vosso povo esperar fielmente o Natal do Senhor, fazei-nos chegar às solenidades da nossa salvação e celebrá-las com renovada alegria.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

Liturgia da Palavra

LEITURA I – Sof 3, 14-18a
«O Senhor exulta de alegria por tua causa»

O convite à alegria, dirigido pelo profeta a Jerusalém, está fundamentado nesta certeza consoladora: Deus, o Rei de Israel e o Salvador, está presente no meio do Seu Povo, apesar das desordens e pecados passados.
Esta presença amorosa de Deus traz consigo o perdão, suspendendo o castigo, afastando o medo e o desalento e dando origem a uma renovação tão maravilhosa que o próprio Deus Se alegrará perante esta nova criação.

Leitura da Profecia de Sofonias
Clama jubilosamente, filha de Sião; solta brados de alegria, Israel. Exulta, rejubila de todo o coração, filha de Jerusalém. O Senhor revogou a sentença que te condenava, afastou os teus inimigos. O Senhor, Rei de Israel, está no meio de ti e já não temerás nenhum mal. Naquele dia, dir-se-á a Jerusalém: «Não temas, Sião, não desfaleçam as tuas mãos. O Senhor teu Deus está no meio de ti, como poderoso salvador. Por causa de ti, Ele enche-Se de júbilo, renova-te com o seu amor, exulta de alegria por tua causa, como nos dias de festa».
Palavra do Senhor

SALMO RESPONSORIAL – Is 12, 2-3.4bcd.5-6 (R. 6)

Refrão: Exultai de alegria, porque é grande no meio de vós o Santo de Israel. (Repete-se).

Ou: Povo do Senhor, exulta e canta de alegria. (Repete-se)

Deus é o meu Salvador,
tenho confiança e nada temo.
O Senhor é a minha força e o meu louvor.
Ele é a minha salvação. Refrão

Tirareis água com alegria das fontes da salvação.
Agradecei ao Senhor, invocai o seu nome;
anunciai aos povos a grandeza das suas obras,
proclamai a todos que o seu nome é santo. (Refrão)

Cantai ao Senhor, porque Ele fez maravilhas,
anunciai-as em toda a terra.
Entoai cânticos de alegria, habitantes de Sião,
porque é grande no meio de vós o Santo de Israel. (Refrão)


LEITURA II – Filip 4, 4-7

«O Senhor está próximo»

A Religião cristã é uma religião de alegria. É certo que alguns cristãos ficam apenas na Quaresma, esquecidos de que ela é apenas uma etapa na obra redentora, e de que, para além da Paixão e da Ressurreição, Cristo continua a viver no meio de nós, pondo-nos em comunhão com Deus e com os irmãos.
A alegria é uma consequência da nossa fé, um imperativo do Senhor, que S. Paulo reforça. O cristão deve vivê-la, mesmo nas horas más, deve transmiti-la, dando assim testemunho da presença de Deus no mundo.


Leitura da Epístola do apóstolo São Paulo aos Filipenses
Irmãos: Alegrai-vos sempre no Senhor. Novamente vos digo: alegrai-vos. Seja de todos conhecida a vossa bondade. O Senhor está próximo. Não vos inquieteis com coisa alguma; mas em todas as circunstâncias, apresentai os vossos pedidos diante de Deus, com orações, súplicas e acções de graças. E a paz de Deus, que está acima de toda a inteligência, guardará os vossos corações e os vossos pensamentos em Cristo Jesus.
Palavra do Senhor


ALELUIA – Is 61, 1 (cf. Lc 4, 18)

Refrão: Aleluia. (Repete-se)

O Espírito do Senhor está sobre mim:
enviou-me a anunciar a boa nova aos pobres. (Refrão)


EVANGELHO – Lc 3, 10-18

«Que devemos fazer?»

João Baptista inserindo-se na linha dos profetas do A. T., para os quais a conversão consistia em voltar a viver o amor de Deus e do próximo, indica aos homens das mais diversas classes sociais qual a penitência agradável a Deus – o cumprimento dos seus deveres, em função do amor do próximo.
Mas a conversão, com o abandono do pecado, é também recepção do Espírito, ou Amor de Deus, princípio duma vida nova, que se comunica mediante um sinal de conversão – o Baptismo.
Ninguém é excluído desta conversão, pois todas as situações humanas se podem viver no amor.


Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo S. Lucas
Naquele tempo, as multidões perguntavam a João Baptista: «Que devemos fazer?». Ele respondia-lhes: «Quem tiver duas túnicas reparta com quem não tem nenhuma; e quem tiver mantimentos faça o mesmo». Vieram também alguns publicanos para serem baptizados e disseram: «Mestre, que devemos fazer?». João respondeu-lhes: «Não exijais nada além do que vos foi prescrito». Perguntavam-lhe também os soldados: «E nós, que devemos fazer?». Ele respondeu-lhes: «Não pratiqueis violência com ninguém nem denuncieis injustamente; e contentai-vos com o vosso soldo». Como o povo estava na expectativa e todos pensavam em seus corações se João não seria o Messias, ele tomou a palavra e disse a todos: «Eu baptizo-vos com água, mas está a chegar quem é mais forte do que eu, e eu não sou digno de desatar as correias das suas sandálias. Ele baptizar-vos-á com o Espírito Santo e com o fogo. Tem na mão a pá para limpar a sua eira e recolherá o trigo no seu celeiro; a palha, porém, queimá-la-á num fogo que não se apaga». Assim, com estas e muitas outras exortações, João anunciava ao povo a Boa Nova».
Palavra da Salvação

ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Fazei, Senhor, que a oblação deste sacrifício se renove sempre na vossa Igreja, de modo que a celebração do mistério por Vós instituído realize em nós plenamente a obra da salvação.
Por Nosso Senhor, Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

ANTÍFONA DA COMUNHÃO – Is 35, 4
Dizei aos desanimados: Tende coragem e não temais.
Eis o nosso Deus que vem salvar-nos.


ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Concedei, Senhor, pela vossa bondade, que este divino sacramento nos livre do pecado e nos prepare para as festas que se aproximam.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.



sábado, 8 de dezembro de 2018

PREPARAR A MISSA DO DOMINGO II DO ADVENTO – ano C – 9DEZ2018




 

TODAS AS PESSOAS VERÃO A SALVAÇÃO DE DEUS


JOÃO BAPTISTA PREPARA O POVO

A datação histórica mostra que Lucas coloca os reis terrestres e as autoridades religiosas em contraste com a soberania e a autoridade de Jesus: o movimento profundo da história não se desenvolve no plano das aparências da história oficial. É Jesus quem realiza o destino do mundo, dando à história o verdadeiro sentido. João Baptista convida todos à mudança radical de vida, porque a nova história vai transformar pela raiz as relações entre os homens. É o tempo do julgamento, e nada vale ter fé teórica, pois o julgamento baseia-se sobre as opções e atitudes concretas que cada um assume. Quando João Baptista começou a pregação, os judeus estavam à espera do Messias, que iria libertá-los da miséria e da dominação estrangeira. João anunciava que a chegada do Messias estava próxima e pedia a adesão do povo, selando-a com o baptismo. As autoridades religiosas estavam preocupadas e mandaram investigar se João pretendia ser ele o Messias. João nega ser o Messias, denuncia a culpa das autoridades e dá uma notícia inquietante: o Messias já está presente a fim de inaugurar uma nova era para o povo. Messias é o nome que os judeus davam ao Salvador esperado. Também o chamavam de Profeta. E, conforme se acreditava, antes da sua vinda deveria reaparecer o profeta Elias. João Baptista é a testemunha que tem como função preparar o caminho para os homens chegarem até Jesus. Ora, a testemunha deve ser sincera e não querer o lugar da pessoa que ela está testemunhando. Os quatro evangelhos apresentam o início do ministério de Jesus a partir do baptismo de João. João Baptista é o precursor de Jesus; Jesus faz-se seu discípulo e dá continuidade ao seu anúncio da conversão e da chegada do Reino de Deus de maneira inovadora. João Baptista rompe com a sua linhagem sacerdotal e com o Templo de Jerusalém. No deserto, ele anuncia o perdão dos pecados pela prática da justiça. Jesus, Filho de Deus, por sua vez anuncia a nova criação, na qual, pela encarnação e pela graça de Deus, todos são chamados a participar da filiação divina e da vida eterna. Portador do Espírito de Deus, Jesus comunica a todos o amor pleno, que liberta e leva à comunhão com o Pai. João Baptista e, em continuidade a ele, Jesus fizeram o anúncio da chegada de Deus entre as populações excluídas da periferia, descartando Jerusalém e as cidades onde se concentravam as elites económicas e religiosas. As multidões acorriam a eles, o que suscitou desconfiança e temor entre estas elites. O movimento de João Baptista tomou grande impulso e assim permaneceu mesmo após a morte do seu fundador, seguindo em paralelo às primeiras comunidades cristãs. Assim sendo, percebe-se nos evangelistas uma grande insistência em acentuar a figura de João como subalterna à de Jesus, a fim de convencer os discípulos de João a se inserirem nestas comunidades cristãs.


MISSA

ANTÍFONA DE ENTRADA – Is 30, 19.30
Povo de Sião: eis o Senhor que vem salvar os homens.
O Senhor fará ouvir a sua voz majestosa
na alegria dos vossos corações.

ORAÇÃO COLECTA
Concedei, Deus omnipotente e misericordioso, que os cuidados deste mundo não sejam obstáculo para caminharmos generosamente ao encontro de Cristo, mas que a sabedoria do alto nos leve a participar no esplendor da sua glória.
Ele que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.


Liturgia da Palavra


LEITURA I – Bar 5, 1-9
«Deus mostrará o teu esplendor»

Deus promete a Israel dias de glória e de bênção, que porão fim ao cativeiro da Babilónia. Os membros do Povo eleito, dispersos, em pequenos grupos, num mundo pagão, hão-de reunir-se, não pelo esforço dos homens, mas por obra do mesmo Deus, em volta de Jerusalém, constituindo, de novo, uma nação com destino próprio.
Como a Israel, Deus também nos libertou, por meio de Jesus Cristo, que veio à terra para nos reunir no Seu Povo, a Sua Igreja, a «Jerusalém do alto» e «nossa mãe».

Leitura do Livro de Baruc
Jerusalém, deixa a tua veste de luto e aflição e reveste para sempre a beleza da glória que vem de Deus. Cobre-te com o manto da justiça que vem de Deus e coloca sobre a cabeça o diadema da glória do Eterno. Deus vai mostrar o teu esplendor a toda a criatura que há debaixo do céu; Deus te dará para sempre este nome: «Paz da justiça e glória da piedade». Levanta-te, Jerusalém, sobe ao alto e olha para o Oriente: vê os teus filhos reunidos desde o Poente ao Nascente, por ordem do Deus Santo, felizes por Deus Se ter lembrado deles. Tinham-te deixado, caminhando a pé, levados pelos inimigos; mas agora é Deus que os reconduz a ti, trazidos em triunfo, como filhos de reis. Deus decidiu abater todos os altos montes e as colinas seculares e encher os vales, para se aplanar a terra, a fim de que Israel possa caminhar em segurança, na glória de Deus. Também os bosques e todas as árvores aromáticas darão sombra a Israel, por ordem de Deus, porque Deus conduzirá Israel na alegria, à luz da sua glória, com a misericórdia e a justiça que d’Ele procedem.
Palavra do Senhor

SALMO RESPONSORIAL – Salmo 125 (126), 1-2ab.2cd-3.4-5.6 (R.3)
Refrão: Grandes maravilhas fez por nós o Senhor: por isso exultamos de alegria. (Repete-se).
Ou: O Senhor fez maravilhas em favor do seu povo. (Repete-se)
Quando o Senhor fez regressar os cativos de Sião,
parecia-nos viver um sonho.
Da nossa boca brotavam expressões de alegria
e de nossos lábios cânticos de júbilo. Refrão

Diziam então os pagãos:
«O Senhor fez por eles grandes coisas».
Sim, grandes coisas fez por nós o Senhor,
estamos exultantes de alegria. (Refrão)

Fazei regressar, Senhor, os nossos cativos,
como as torrentes do deserto.
Os que semeiam em lágrimas
recolhem com alegria. (Refrão)

À ida, vão a chorar,
levando as sementes;
à volta, vêm a cantar,
trazendo os molhos de espigas. (Refrão)


LEITURA II – Filip 1, 4-6.8-11

« Puros e irrepreensíveis para o dia de Cristo»

Graças à acção divina e à cooperação dada pelos cristãos de Filipos, o Evangelho difundiu-se extraordinariamente. Por isso, S. Paulo, com os mesmos sentimentos de alegria com que o profeta celebrava o «regresso» a Jerusalém, canta a «conversão» dos homens ao Evangelho, ao mesmo tempo que exorta os Filipenses a continuarem a trabalhar na construção da Igreja, pelo progresso na caridade e no conhecimento de Deus.


Leitura da Epístola do apóstolo São Paulo aos Filipenses
Irmãos: Em todas as minhas orações, peço sempre com alegria por todos vós, recordando-me da parte que tomastes na causa do Evangelho, desde o primeiro dia até ao presente. Tenho plena confiança de que Aquele que começou em vós tão boa obra há-de levá-la a bom termo até ao dia de Cristo Jesus. Deus é testemunha de que vos amo a todos no coração de Cristo Jesus. Por isso Lhe peço que a vossa caridade cresça cada vez mais em ciência e discernimento, para que possais distinguir o que é melhor e vos torneis puros e irrepreensíveis para o dia de Cristo, na plenitude dos frutos de justiça que se obtêm por Jesus Cristo, para louvor e glória de Deus.
Palavra do Senhor


ALELUIA – Lc 3, 4.6

Refrão: Aleluia. (Repete-se)

Preparai o caminho do Senhor,
endireitai as suas veredas
e toda a criatura verá a salvação de Deus. (Refrão)


EVANGELHO – Lc 3, 1-6

«Toda a criatura verá a salvação de Deus»

S. Lucas situando, com precisão, a pregação de João Baptista no coração da história dos homens, indica, claramente que a salvação é universal, oferecida a todos os homens, sem excepção. «Ao novo Povo de Deus todos os homens são chamados» (LG 13).
A condição essencial para a aceitação da salvação é a conversão a Deus, que envolve, como consequências a libertação do pecado.
Para que a vinda misteriosa de Cristo às nossas almas, hoje se cumpra, é necessário, pois, «preparar os caminhos do Senhor».


Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo S. Lucas
No décimo quinto ano do reinado do imperador Tibério, quando Pôncio Pilatos era governador da Judeia, Herodes tetrarca da Galileia, seu irmão Filipe tetrarca da região da Itureia e Traconítide e Lisânias tetrarca de Abilene, no pontificado de Anás e Caifás, foi dirigida a palavra de Deus a João, filho de Zacarias, no deserto. E ele percorreu toda a zona do rio Jordão, pregando um baptismo de penitência para a remissão dos pecados, como está escrito no livro dos oráculos do profeta Isaías: «Uma voz clama no deserto: ‘Preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas. Sejam alteados todos os vales e abatidos os montes e as colinas; endireitem-se os caminhos tortuosos e aplanem-se as veredas escarpadas; e toda a criatura verá a salvação de Deus’».
Palavra da Salvação

ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Olhai benignamente, Senhor, para as nossas humildes ofertas e orações e, como diante de Vós não temos méritos, ajudai-nos com a vossa misericórdia.
Por Nosso Senhor, Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

ANTÍFONA DA COMUNHÃO – Bar 5, 5; 4, 36
Levanta-te, Jerusalém, sobe às alturas e vê a alegria
que vem do teu Deus.


ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Saciados com o alimento espiritual, humildemente Vos pedimos, Senhor, que, pela participação neste sacramento, nos ensineis a apreciar com sabedoria os bens da terra e a amar os bens do Céu.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.