sábado, 28 de abril de 2018

EU SOU A VIDEIRA





DOMINGO V DA PÁSCOA



Eu sou a videira e vós, os ramos

A comunidade cristã não é uma instituição, mas uma participação na vida de Jesus. Unido a Jesus, cada membro é chamado a testemunhá-lo, colocando a comunidade em contínua expansão e crescimento. Servindo-se da imagem da videira, Jesus tira uma série de conclusões em relação aos seus seguidores. Este pode ser definido como vida em comunhão com Jesus, sob o olhar amoroso do Pai, seu grande promotor, que propicia o relacionamento entre o Mestre e os seus discípulos. A acção do Pai compara-se à do agricultor que planta a vinha e dela cuida com carinho. Arranca os ramos secos, por serem estéreis, e poda os demais para que produzam maior quantidade de frutos. Da mesma forma, o Pai afasta para longe do Filho os maus discípulos, os que se recusam a dar testemunho de amor e não se empenham para fazer o Reino acontecer na História. Já os bons discípulos são motivados a cada vez produzirem mais frutos, mesmo que para isso tenham de ser podados. A poda, neste caso, poderia ser comparada à “limpeza” que elimina o que os impede de dar um testemunho autêntico, os resquícios de egoísmo, de maldade, de inveja e de sentimentos afins. O Pai cuida para que o discípulo permaneça unido a Jesus. Com isto, sente-se glorificado. Só assim é possível produzir frutos de amor e de justiça. Sozinho, será incapaz de dar muitos frutos como o Pai deseja; com Jesus, dará frutos que permanecem. No evangelho de João encontram-se várias Auto proclamações figurativas de Jesus que revelam a sua proximidade de nós: “eu sou” ... o pão vivo que desceu do céu, a luz do mundo, a porta das ovelhas, o bom pastor, a ressurreição e a vida, o caminho, a verdade e a vida, a videira verdadeira. Nesta última proclamação, a imagem da videira, característica de muitas culturas, é bem compreensível. A planta comporta a poda, para frutificar mais, e os ramos, para dar frutos, devem permanecer unidos ao tronco. Afastar-se de Jesus é perder a vida. Permanecendo unido a ele, acolhendo, praticando as suas palavras e orando entramos em comunhão de vontade com o Pai. O Pai é glorificado pela comunidade unida, comprometida com a justiça e transformando o mundo pelo amor. A íntima inserção dos ramos no tronco da videira é uma sugestiva imagem da unidade entre os discípulos e Jesus. O “permanecer” é repetido oito vezes neste texto, associado ao “dar fruto”. O permanecer em Jesus e no seu amor significa seguir os passos e a prática de Jesus, dando frutos de justiça e misericórdia e promovendo a vida no mundo, conforme a vontade do Pai. Nisto o Pai é glorificado. Permanecendo em Jesus, ele próprio permanecerá no discípulo, em comunhão de amor com o Pai. É o dom da vida eterna ao discípulo, a qual não lhe será tirada.


MISSA

ANTÍFONA DE ENTRADA – Salmo 97, 1-2
Cantai ao Senhor um cântico novo, porque o Senhor fez maravilhas: aos olhos das nações revelou a sua justiça. Aleluia.

ORAÇÃO COLECTA
Senhor nosso Deus, que nos enviastes o Salvador e nos fizestes vossos filhos adoptivos, atendei com paternal bondade as nossas súplicas e concedei que, pela nossa fé em Cristo, alcancemos a verdadeira liberdade e a herança eterna.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.


Liturgia da Palavra


LEITURA I – Actos 9, 26-31

«Contou-lhes como, no caminho, tinha visto o Senhor»

A conversão de Saulo, que depois adoptou o nome de Paulo, é momento decisivo na história da expansão do Evangelho. Uma vez tornado discípulo de Jesus, junta-se aos que já o eram há mais tempo, não sem que estes, a princípio, mostrassem reservas a seu respeito, tal era a fama que corria acerca do perseguidor da nova religião. Mas, apesar da perseguição de certos, a Igreja ia-se edificando, pois que o Senhor Jesus era a sua pedra fundamental e o Espírito Santo a alma que a animava.

Leitura dos Actos dos Apóstolos
Naqueles dias, Saulo chegou a Jerusalém e procurava juntar-se aos discípulos. Mas todos o temiam, por não acreditarem que fosse discípulo. Então, Barnabé tomou-o consigo, levou-o aos Apóstolos e contou-lhes como Saulo, no caminho, tinha visto o Senhor, que lhe tinha falado, e como em Damasco tinha pregado com firmeza em nome de Jesus. A partir desse dia, Saulo ficou com eles em Jerusalém e falava com firmeza no nome do Senhor. Conversava e discutia também com os helenistas, mas estes procuravam dar-lhe a morte. Ao saberem disto, os irmãos levaram-no para Cesareia e fizeram-no seguir para Tarso. Entretanto, a Igreja gozava de paz por toda a Judeia, Galileia e Samaria, edificando-se e vivendo no temor do Senhor e ia crescendo com a assistência do Espírito Santo.
Palavra do Senhor

SALMO RESPONSORIAL – Salmo 21 (22), 26b-27.28.30.31-32 (R. 26a)
Refrão: Eu Vos louvo, Senhor, na assembleia dos justos. (Repete-se)

Ou: Eu Vos louvo, Senhor, no meio da multidão. (Repete-se)

Cumprirei a minha promessa
na presença dos vossos fiéis.
Os pobres hão-de comer e serão saciados,
louvarão o Senhor os que O procuram:
vivam para sempre os seus corações. (Refrão)

Hão-de lembrar-se do Senhor e converter-se a Ele
todos os confins da terra;
e diante d’Ele virão prostrar-se
todas as famílias das nações. (Refrão)

Só a Ele hão-de adorar
todos os grandes do mundo,
diante d’Ele se hão-de prostrar
todos os que descem ao pó da terra. (Refrão)

Para Ele viverá a minha alma,
há-de servi-l’O a minha descendência.
Falar-se-á do Senhor às gerações vindouras
e a sua justiça será revelada ao povo que há-de vir:
«Eis o que fez o Senhor». (Refrão)


LEITURA II – 1 Jo 3, 18-24

«É este o seu mandamento: acreditar e amar»

A verdade de que fala a leitura engloba a fé e o amor, que tornam o homem amigo de Deus e dão paz ao coração. E estas virtudes não são apenas atitudes que residam na intenção e boa vontade, mas princípio activo que leva a realizar as próprias obras de quem crê e ama. Assim se entra em comunhão com Deus e se vive n’Ele e Ele vive em nós.

Leitura da Epístola do apóstolo São João
Meus filhos, não amemos com palavras e com a língua, mas com obras e em verdade. Deste modo saberemos que somos da verdade e tranquilizaremos o nosso coração diante de Deus; porque, se o nosso coração nos acusar, Deus é maior que o nosso coração e conhece todas as coisas. Caríssimos, se o coração não nos acusa, tenhamos confiança diante de Deus e receberemos d’Ele tudo o que Lhe pedirmos, porque cumprimos os seus mandamentos e fazemos o que Lhe é agradável. É este o seu mandamento: acreditar no nome de seu Filho, Jesus Cristo, e amar-nos uns aos outros, como Ele nos mandou. Quem observa os seus mandamentos permanece em Deus e Deus nele. E sabemos que permanece em nós pelo Espírito que nos concedeu.
Palavra do Senhor

ALELUIA – Jo 15, 4a.5b

Refrão: Aleluia. (Repete-se)

Diz o Senhor:
«Permanecei em Mim e Eu permanecerei em vós;
quem permanece em Mim dá muito fruto». (Refrão)


EVANGELHO – Jo 15, 1-8

«Quem permanece em Mim e Eu nele dá muito fruto»

A comparação entre o povo de Deus e a vinha é tradicional na Sagrada Escritura. Mas aqui é o próprio Jesus que Se apresenta como a videira, e aos seus discípulos como as varas da mesma. Tal comparação sublinha a identidade de vida, que, procedendo de Jesus, vivifica os membros da sua Igreja. Não se trata apenas de união exterior mas de comunhão de vida que d’Ele nos vem.

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Eu sou a verdadeira vide e meu Pai é o agricultor. Ele corta todo o ramo que está em Mim e não dá fruto e limpa todo aquele que dá fruto, para que dê ainda mais fruto. Vós já estais limpos, por causa da palavra que vos anunciei. Permanecei em Mim e Eu permanecerei em vós. Como o ramo não pode dar fruto por si mesmo, se não permanecer na videira, assim também vós, se não permanecerdes em Mim. Eu sou a videira, vós sois os ramos. Se alguém permanece em Mim e Eu nele, esse dá muito fruto, porque sem Mim nada podeis fazer. Se alguém não permanece em Mim, será lançado fora, como o ramo, e secará. Esses ramos, apanham-nos, lançam-nos ao fogo e eles ardem. Se permanecerdes em Mim e as minhas palavras permanecerem em vós, pedireis o que quiserdes e ser-vos-á concedido. A glória de meu Pai é que deis muito fruto. Então vos tornareis meus discípulos».
Palavra da Salvação

ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Senhor nosso Deus, que, pela admirável permuta de dons neste sacrifício, nos fazeis participar na comunhão convosco, único e sumo bem, concedei-nos que, conhecendo a vossa verdade, dêmos testemunho dela na prática das boas obras.
Por Nosso Senhor, Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

ANTÍFONA DA COMUNHÃO – Jo 15, 1.5
Eu sou a videira e vós sois os ramos, diz o Senhor. Se alguém permanece em Mim e Eu nele, dá fruto abundante. Aleluia.

ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Protegei, Senhor, o vosso povo que saciastes nestes divinos mistérios e fazei-nos passar da antiga condição do pecado à vida nova da graça.
Por Nosso Senhor, Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.



sábado, 21 de abril de 2018

BOM PASTOR






DOMINGO IV DA PÁSCOA 



No nome de Jesus Cristo está a salvação

O único mediador da salvação é Jesus de Nazaré. Todos os outros títulos só servem para qualificar o Nome de Jesus, “Deus salva”. Deus salva a humanidade no homem Jesus, em quem se encontra a total disponibilidade e fidelidade da criatura com a “benevolência” e o amor do Criador e Pai. A pessoa (o nome) do Homem-Deus, perfeito acabamento da salvação, traz em si o apelo à plenitude de vida e de amor que todo homem deseja e a resposta isto é o cumprimento. Só que cada um identifica a salvação, categoria extremamente ampla e polivalente, com realidades diversas, próximas e concretas (a saúde, um bom êxito) ou mais gerais ou “espirituais” (a felicidade, a paz do espírito).

Salvação que completa
Uma salvação de ordem religiosa está, em geral, fora das perspectivas, e deve ser “revelada” partindo das expectativas humanas, servindo-se das realidades acessíveis, que se tornam “sinal” das transcendentes (a cura do aleijado que precede a 1ª leitura de hoje é disso um exemplo). Ou seja: a salvação que nos é oferecida em nome de Jesus é “pascal”, consiste numa passagem e numa superação; corrige o que está errado, completa o que é falível, transcende o que é justo. A Igreja faz a sua, propõe a salvação em Jesus e em nenhum outro; isto significa que não pode encontrar em si mesma ou em qualquer outra potência humana a sua força, mas somente no poder do Senhor ressuscitado. A salvação que ela propõe em nome de Jesus dirige-se a todos os homens, aos auxílios à pobreza, ao desespero, à ignorância dos homens não têm mais do que uma função complementar. No entanto, mesmo isso é feito em nome de Jesus e cada cristão se esforça por fazê-lo, levado por uma visão de fé e por um sentido de participação real na pobreza do próximo. Revelam, assim, quem é que os envia. Mas, assim como seria inaceitável usar a religião como instrumento, também seria um cristianismo mutilado aquele que não fizesse referência explícita ao único Salvador.

Entre presunção e desespero
A exigência da “salvação” faz-se sentir hoje com urgência em toda a nossa civilização. Depois dos optimismos exuberantes do século passado, que viam na ciência, então nos seus primeiros passos, uma promessa de salvação para todos os males do homem, os nossos contemporâneos tornaram-se mais cautelosos.
A ciência, como aliás todas as realidades humanas, revelaram a sua face ambígua. Ainda hoje existem os que esperam a salvação da ciência, da economia, da técnica, da projecção estatística e da “futurologia”. Mas o seu número é cada vez mais escasso, o seu optimismo cada vez mais condicionado. Todos os humanismos ateus insistem unicamente no homem e no seu esforço por obter a salvação. Mas sua atitude termina, quase sempre, em dois estados de espírito: presunção ou desespero.
A presunção de Prometeu, que escala os céus e desafia os deuses, arrebatando-lhes o fogo sagrado. O desespero de Sísifo, que considera inútil, sem sentido e vão o seu esforço na sua longa rotina repetitiva. Assim, esgota-se num cinismo céptico e pessimista, renunciando à esperança.

Viver o mistério pascal de Cristo
O cristão sabe que só há salvação em Cristo. Ele é o único Salvador. Em nenhum outro e em nada mais há salvação: nem na ciência nem na técnica, na economia ou na arte. Somente em Cristo. E não é uma salvação parcial, puramente “espiritual”. Atinge o homem na sua globalidade, liberta-o e salva-o interiormente para que se possa libertar e salvar também em todas as outras dimensões do seu ser, individual e social. A salvação do homem todo. A salvação de todos os homens. A salvação que tem a sua garantia de êxito na Páscoa do Senhor. O Vaticano II diz que os sacerdotes, para iniciarem o povo na vivência do Mistério Pascal de Cristo, devem aprender a procurá-lo na meditação fiel da Palavra de Deus, na participação activa dos mistérios da Igreja, no bispo e especialmente nos pobres, pequeninos, enfermos, pecadores e incrédulos.


MISSA

ANTÍFONA DE ENTRADA – Salmo 32, 5-6
A bondade do Senhor encheu a terra, a palavra do Senhor criou os céus. Aleluia.

ORAÇÃO COLECTA
Deus eterno e omnipotente,
conduzi-nos à posse das alegrias celestes,
para que o pequenino rebanho dos vossos fiéis
chegue um dia à glória do reino
onde já Se encontra o seu poderoso Pastor,
Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.


Liturgia da Palavra


LEITURA I – Actos 4, 8-12

«Em nenhum outro há salvação»

As primeiras pregações dos Apóstolos foram o anúncio global de Jesus Cristo e da salvação que Ele traz aos homens. Assim, hoje S. Pedro, aproveitando o ensejo que se lhe oferece quando se vê diante do tribunal judaico, declara, alto e bom som, que Jesus, a quem os homens rejeitaram, é a pedra fundamental da nova humanidade, é o Salvador esperado, a fonte da vida eterna, como o fora já da saúde temporal para o paralítico que Ele tinha acabado de curar.

Leitura dos Actos dos Apóstolos
Naqueles dias, Pedro, cheio do Espírito Santo, disse-lhes: «Chefes do povo e anciãos, já que hoje somos interrogados sobre um benefício feito a um enfermo e o modo como ele foi curado, ficai sabendo todos vós e todo o povo de Israel: É em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, que vós crucificastes e Deus ressuscitou dos mortos, é por Ele que este homem se encontra perfeitamente curado na vossa presença. Jesus é a pedra que vós, os construtores, desprezastes e que veio a tornar-se pedra angular. E em nenhum outro há salvação, pois não existe debaixo do céu outro nome, dado aos homens, pelo qual possamos ser salvos».
Palavra do Senhor

SALMO RESPONSORIAL – Salmo 117 (118),1 e 8-9.21-23.26.28cd.29 (R. 22)
Refrão: A pedra que os construtores rejeitaram tornou-se pedra angular. (Repete-se)

Ou: Aleluia. (Repete-se)

Dai graças ao Senhor, porque Ele é bom,
porque é eterna a sua misericórdia.
Mais vale refugiar-se no Senhor,
do que fiar-se nos homens.
Mais vale refugiar-se no Senhor,
do que fiar-se nos poderosos. (Refrão)

Eu Vos darei graças porque me ouvistes
e fostes o meu Salvador.
A pedra que os construtores rejeitaram
tornou-se pedra angular.
Tudo isto veio do Senhor:
é admirável aos nossos olhos. (Refrão)

Bendito o que vem em nome do Senhor,
da casa do Senhor nós vos bendizemos.
Vós sois o meu Deus: eu vos darei graças.
Vós sois o meu Deus: eu Vos exaltarei.
Dai graças ao Senhor, porque Ele é bom,
porque é eterna a sua misericórdia. (Refrão)


LEITURA II – 1 Jo 3, 1-2

«Veremos a Deus tal como Ele é»

Nós somos filhos de Deus por termos acreditado em Jesus Cristo, seu Filho; mas esta situação só será, para nós, plenamente consciente depois desta vida, como, para Jesus, a glória da divindade só se manifestou plenamente na sua humanidade depois da sua Morte e Ressurreição.

Leitura da Epístola do apóstolo São João
Caríssimos: Vede que admirável amor o Pai nos consagrou em nos chamarmos filhos de Deus. E somo-lo de facto. Se o mundo não nos conhece, é porque não O conheceu a Ele. Caríssimos, agora somos filhos de Deus e ainda não se manifestou o que havemos de ser. Mas sabemos que, na altura em que se manifestar, seremos semelhantes a Deus, porque O veremos como Ele é.
Palavra do Senhor

ALELUIA – Jo 10, 14

Refrão: Aleluia. (Repete-se)

Eu sou o bom pastor, diz o Senhor:
conheço as minhas ovelhas
e as minhas ovelhas conhecem-Me. (Refrão)


EVANGELHO – Jo 10, 11-18

«O Bom Pastor dá a vida pelas suas ovelhas»

O tema do Bom Pastor é especialmente próprio do tempo da Páscoa. A afirmação de Jesus de que “o Bom Pastor dá a vida pelas suas ovelhas” tornou-se realmente palpável na sua Morte na cruz. Aí Ele dá a vida, oferece-Se em oblação de amor ao Pai pelos homens. É na cruz que Ele Se revela o Bom Pastor, como é na ressurreição que reconhecemos o fruto desse sacrifício redentor. Por isso, a Páscoa é o tempo particularmente consagrado ao louvor e acção de graças.

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João
Naquele tempo, disse Jesus: «Eu sou o Bom Pastor. O bom pastor dá a vida pelas suas ovelhas. O mercenário, como não é pastor, nem são suas as ovelhas, logo que vê vir o lobo, deixa as ovelhas e foge, enquanto o lobo as arrebata e dispersa. O mercenário não se preocupa com as ovelhas. Eu sou o Bom Pastor: conheço as minhas ovelhas e as minhas ovelhas conhecem-Me, do mesmo modo que o Pai Me conhece e Eu conheço o Pai; Eu dou a vida pelas minhas ovelhas. Tenho ainda outras ovelhas que não são deste redil e preciso de as reunir; elas ouvirão a minha voz e haverá um só rebanho e um só Pastor. Por isso o Pai Me ama: porque dou a minha vida, para poder retomá-la. Ninguém Ma tira, sou Eu que a dou espontaneamente. Tenho o poder de a dar e de a retomar: foi este o mandamento que recebi de meu Pai».
Palavra da Salvação

ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Concedei, Senhor, que em todo o tempo possamos alegrar-nos com estes mistérios pascais, de modo que o acto sempre renovado da nossa redenção
seja para nós causa de alegria eterna. Por Nosso Senhor, Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

ANTÍFONA DA COMUNHÃO
Ressuscitou o Bom Pastor, que deu a vida pelas suas ovelhas e Se entregou à morte pelo seu rebanho. Aleluia.

ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Deus, nosso Bom Pastor,
olhai benignamente para o vosso rebanho
e conduzi às pastagens eternas
as ovelhas que remistes com o precioso Sangue do vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.



sábado, 14 de abril de 2018

SOU EU MESMO! A PAZ ESTEJA CONVOSCO!





DOMINGO III DA PÁSCOA




Que a paz esteja com vocês!

A ressurreição não é fruto da imaginação dos discípulos, nem se reduz ao fenómeno puramente espiritual. A ressurreição é um facto que atinge o próprio corpo; daí a identidade do ressuscitado com o Jesus terrestre. Qualquer acção humana que traz mais vida para os corpos oprimidos, doentes, torturados, famintos e sedentos, não é apenas obra de misericórdia, mas é sinal concreto do facto central da fé cristã – a ressurreição do próprio Senhor Jesus.
A missão cristã nasce da leitura das Escrituras, onde se percebe o testemunho de Jesus (vida-morte-ressurreição) como seu centro e significado. Essa missão continua no anúncio de Jesus a todos os povos e provoca a transformação da história a partir da actividade de Jesus voltada para os pobres e oprimidos. A conversão e o perdão pressupõem percorrer o caminho de Jesus na própria vida e nos caminhos da história. A missão é iluminada pelo Espírito do Pai e de Jesus (a “força que vem do alto”). As primeiras comunidades cristãs tiveram dificuldade em ver, no Ressuscitado, o Jesus que havia sido crucificado. A tentação era a de não os identificar e de tomá-los como duas pessoas distintas. O Evangelho explicita esta identificação aplicando ao Ressuscitado gestos típicos da antiga convivência de Jesus com os discípulos. O Mestre come peixe assado e mel, diante deles. Entretanto, a prova melhor da identidade do Ressuscitado era oferecida pelas Escrituras. Lidas com atenção, ajudavam a comunidade cristã a compreender que o Cristo devia sofrer, mas também haveria de ressuscitar, por desígnio de Deus. Os discípulos teriam a missão de ser anunciadores deste gesto amoroso do Pai para com Jesus, penhor de salvação para toda a humanidade. A comunidade cristã compreendeu que, se o Ressuscitado não fosse o mesmo Jesus que fora crucificado, a salvação de Deus não a teria atingido. Os pecados da humanidade só foram redimidos porque Jesus foi capaz de vencê-los com a sua morte na cruz. No entanto, se a última palavra na vida de Jesus tivesse sido a morte, com seu sabor de derrota, não tinha de se gloriar, pois em nada teria sido diferente dos demais seres humanos. Quando a comunidade entendeu o verdadeiro sentido do “Sou Eu!” pronunciado pelo Ressuscitado, tornou-se capaz de fazer a conexão entre o passado e o presente e proclamar a fé no Jesus vivo e actuante no meio dela, incentivando-a a superar o medo e a proclamar as maravilhas operadas por Deus no seu Filho Jesus. Após o encontro do túmulo vazio, Lucas narra as aparições do ressuscitado aos discípulos de Emaús e, agora, aos onze apóstolos e companheiros. O núcleo da narrativa é a comunicação da paz e a afirmação da realidade corpórea do ressuscitado. É o próprio Jesus de Nazaré que foi crucificado, porém permanece na eternidade. A seguir, com a fala de Jesus, Lucas repete a menção ao cumprimento das Escrituras sobre Jesus. As comunidades de discípulos devem viver na paz, conscientes da presença de Jesus. Os discípulos são enviados a todas as nações como testemunhas da ressurreição. É a confirmação da vida eterna comunicada por Jesus de Nazaré a todos, pela conversão. Os dois discípulos, retornando de Emaús, comunicam aos demais, reunidos em Jerusalém, o reconhecimento de Jesus na partilha do pão. Então, o próprio Jesus aparece no meio deles e comunica-lhes a paz. É a paz em plenitude, a paz da participação na vida eterna do Pai, que Jesus traz a todos. Jesus não foi destruído pela morte e a sua missão de anunciar a conversão para participar da vida eterna deve ser continuada pelos discípulos em todas as nações. Jesus aponta o caminho para a vida eterna: a conversão à prática da justiça, na plenitude do amor. Os discípulos de Jesus, em todos os tempos e povos, são convocados a testemunhar que um mundo novo onde reina a paz e o amor é possível.


MISSA

ANTÍFONA DE ENTRADA – Salmo 65, 1-2
Aclamai a Deus, terra inteira, cantai a glória do seu nome, celebrai os seus louvores. Aleluia.

ORAÇÃO COLECTA
Exulte sempre o vosso povo, Senhor, com a renovada juventude da alma, de modo que, alegrando-se agora por se ver restituído à glória da adopção divina, aguarde o dia da ressurreição na esperança da felicidade eterna.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.


Liturgia da Palavra


LEITURA I – Actos 3, 13-15.17-19

«Matastes o autor da vida; mas Deus ressuscitou-o dos mortos»

O plano da salvação, traçado por Deus, cumpriu-se em Jesus Cristo, que realizou todas as profecias do Antigo Testamento. Contudo perante o desígnio de Deus, a atitude dos judeus é de incompreensão: do verdadeiro Servo de Deus fizeram o «Servo sofredor».
Mas Deus ressuscitou Jesus! Como o prova o milagre, realizado por Pedro antes deste discurso, Ele está vivo e continua a Sua obra de restauração da humanidade. Aqueles que não reconheceram o Messias, quando estava entre eles, têm agora a possibilidade de se converter, pois a Sua acção renovadora continua através dos Sacramentos.

Leitura dos Actos dos Apóstolos
Naqueles dias, Pedro disse ao povo: «O Deus de Abraão, de Isaac e de Jacob, o Deus de nossos pais, glorificou o seu Servo Jesus, que vós entregastes e negastes na presença de Pilatos, estando ele resolvido a soltá-l’O. Negastes o Santo e o Justo e pedistes a libertação dum assassino; matastes o autor da vida, mas Deus ressuscitou-O dos mortos, e nós somos testemunhas disso. Agora, irmãos, eu sei que agistes por ignorância, como também os vossos chefes. Foi assim que Deus cumpriu o que de antemão tinha anunciado pela boca de todos os Profetas: que o seu Messias havia de padecer. Portanto, arrependei-vos e convertei-vos, para que os vossos pecados sejam perdoados».
Palavra do Senhor

SALMO RESPONSORIAL – Salmo 4, 2.4.7.9 (R. 7a)
Refrão: Fazei brilhar sobre nós, Senhor, a luz do vosso rosto. (Repete-se)

Quando Vos invocar, ouvi-me, ó Deus de justiça.
Vós que na tribulação me tendes protegido,
compadecei-Vos de mim
e ouvi a minha súplica. (Refrão)

Sabei que o Senhor faz maravilhas pelos seus amigos,
o Senhor me atende quando O invoco. Refrão
Muitos dizem: «Quem nos fará felizes?»
Fazei brilhar sobre nós, Senhor, a luz da vossa face. (Refrão)

Em paz me deito e adormeço tranquilo,
porque só Vós, Senhor,
me fazeis repousar em segurança.  (Refrão)


LEITURA II – 1 Jo 2, 1-5a

«Ele é a vítima de propiciação pelos nossos pecados e também pelos do mundo inteiro»

Vencer o mal e responder, de modo perfeito, a Deus, é um ideal que ultrapassa as nossas forças. Não devemos, porém, desanimar. Com efeito, Jesus Cristo, para nos livrar do mal, aceitou ser vítima de expiação por todos nós, tornando-se assim o nosso advogado, o nosso intercessor junto do Pai. Só Ele pode fortificar a nossa fé e sustentar a nossa fidelidade. Exige-se-nos apenas que amemos a Cristo, esforçando-nos por traduzir a nossa fidelidade pela observância dos Seus mandamentos.

Leitura da Epístola do apóstolo São João
Meus filhos, escrevo-vos isto, para que não pequeis. Mas se alguém pecar, nós temos Jesus Cristo, o Justo, como advogado junto do Pai. Ele é a vítima de propiciação pelos nossos pecados, e não só pelos nossos, mas também pelos do mundo inteiro. E nós sabemos que O conhecemos, se guardamos os seus mandamentos. Aquele que diz conhecê-l’O e não guarda os seus mandamentos é mentiroso e a verdade não está nele. Mas se alguém guardar a sua palavra, nesse o amor de Deus é perfeito.
Palavra do Senhor

ALELUIA – Lc 24, 32

Refrão: Aleluia. (Repete-se)

Senhor Jesus, abri-nos as Escrituras,
falai-nos e inflamai o nosso coração. (Refrão)


EVANGELHO – Lc 24, 35-48

«Assim está escrito que o Messias havia de sofrer
e de ressuscitar dos mortos ao terceiro dia»

Jesus aparece, visivelmente, aos Apóstolos e convida-os a tocarem o Seu corpo glorificado, a fim de que não subsistam dúvidas acerca da realidade corporal da Sua Ressurreição. Ele não é apenas um espírito imortalizado. Ele ressuscitou também no Seu corpo, como o provam as cicatrizes da Paixão e a refeição tomada diante deles.
A salvação alcançada por Jesus é, na verdade, total. Não abrange apenas a alma. Também o nosso corpo será glorificado. O que é necessário é que o cristão saiba sempre respeitar o seu corpo. Só assim a renovação iniciada com os Sacramentos se tornará, no futuro, «glória incorruptível».

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
Naquele tempo, os discípulos de Emaús contaram o que tinha acontecido no caminho e como tinham reconhecido Jesus ao partir do pão. Enquanto diziam isto, Jesus apresentou-Se no meio deles e disse-lhes: «A paz esteja convosco». Espantados e cheios de medo, julgavam ver um espírito. Disse-lhes Jesus: «Porque estais perturbados e porque se levantam esses pensamentos nos vossos corações? Vede as minhas mãos e os meus pés: sou Eu mesmo; tocai-Me e vede: um espírito não tem carne nem ossos, como vedes que Eu tenho». Dito isto, mostrou-lhes as mãos e os pés. E como eles, na sua alegria e admiração, não queriam ainda acreditar, perguntou-lhes: «Tendes aí alguma coisa para comer?». Deram-Lhe uma posta de peixe assado, que Ele tomou e começou a comer diante deles. Depois disse-lhes: «Foram estas as palavras que vos dirigi, quando ainda estava convosco: ‘Tem de se cumprir tudo o que está escrito a meu respeito na Lei de Moisés, nos Profetas e nos Salmos’». Abriu-lhes então o entendimento para compreenderem as Escrituras e disse-lhes: «Assim está escrito que o Messias havia de sofrer e de ressuscitar dos mortos ao terceiro dia, e que havia de ser pregado em seu nome o arrependimento e o perdão dos pecados a todas as nações, começando por Jerusalém. Vós sois as testemunhas de todas estas coisas».
Palavra da Salvação

ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Aceitai, Senhor, os dons da vossa Igreja em festa.
Vós que lhe destes tão grande felicidade, fazei-a tomar parte na alegria eterna.
Por Nosso Senhor, Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

ANTÍFONA DA COMUNHÃO
Cristo tinha de sofrer a morte e ressuscitar ao terceiro dia, para ser proclamado, em seu nome, o arrependimento e o perdão dos pecados. Aleluia.

ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Olhai com bondade, Senhor, para o vosso povo e fazei chegar à gloriosa ressurreição da carne aqueles que renovastes com os sacramentos de vida eterna.
Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.



sábado, 7 de abril de 2018

OITO DIAS DEPOIS, VEIO JESUS...



DOMINGO II DA PÁSCOA ou DA DIVINA MISERICÓRDIA





Que a paz esteja com vocês!

O medo impede o anúncio e o testemunho. Jesus liberta-nos do medo, mostrando que o amor doado até à morte é sinal de vitória e alegria. Depois, convoca os seus seguidores para a missão no meio do mundo, infunde-lhes o Espírito da vida nova e mostra-lhes o objectivo da missão: continuar a sua actividade, exaltando o julgamento. De facto, a aceitação ou recusa do amor de Deus, trazido por Jesus, é o critério de discernimento que leva o homem a tomar consciência da sentença que cada um atrai para si próprio: a sentença de libertação ou de condenação. Tomé simboliza aqueles que não acreditam no testemunho da comunidade e exigem uma experiência particular para acreditar. Jesus, porém, revela-se a Tomé dentro da comunidade. Todas as gerações do futuro acreditarão em Jesus vivo e ressuscitado através do testemunho da comunidade cristã. O autor conclui o relato da vida de Jesus, chamando a atenção para o conteúdo e a finalidade do seu evangelho, que contém apenas alguns dos muitos sinais realizados por Jesus. E estes aqui foram narrados para despertar o compromisso da fé que leva a experimentar a vida trazida por Jesus. Esta narrativa da aparição do ressuscitado aos discípulos reunidos está presente também no evangelho de Lucas. De modo muito sucinto ela foi inserida no apêndice do evangelho de Marcos. João destaca as portas fechadas por medo dos judeus. Assim, deixa transparecer o contexto de perseguição que sofriam, o que também acontecia com as comunidades no tempo em que João escreve. A presença do ressuscitado e a comunicação da paz fortalecem a fé dos discípulos. Mostrando as chagas das mãos e do lado, o ressuscitado confirma a sua identificação com Jesus de Nazaré, revelando a continuidade da sua vida no seio do Pai eterno. A partir da experiência de Tomé, Jesus proclama a bem-aventurança da fé daqueles que não viram e creram. A continuidade do ministério de Jesus é registrada no livro de Actos dos Apóstolos. Temos aí um sumário da missão, com referência explícita a Pedro. Como em Jesus, as curas e exorcismos são sinais da acção libertadora dos apóstolos. O Apocalipse apresenta o ressuscitado como o vitorioso final num combate celestial. Com este estilo literário, procura-se animar a fé e a resistência das comunidades que sofriam perseguição da parte dos judeus e dos romanos, no fim do primeiro século. Jesus comunica aos discípulos a Paz e o Espírito. Os discípulos são enviados em missão, com o conforto do Espírito. As suas comunidades são responsáveis pela prática da misericórdia no acolhimento dos pecadores convidados à conversão. A partir da experiência de Tomé, Jesus proclama a bem-aventurança da fé. Começa o tempo dos bem-aventurados que não o viram e creram nele.


MISSA

ANTÍFONA DE ENTRADA – 1 Pedro 2, 2
Como crianças recém-nascidas, desejai o leite espiritual, que vos fará crescer e progredir no caminho da salvação. Aleluia.

Ou - 4 Esd 2, 36-37
Exultai de alegria, cantai hinos de glória. Dai graças a Deus, que vos chamou ao reino eterno. Aleluia.

ORAÇÃO COLECTA
Deus de eterna misericórdia, que reanimais a fé do vosso povo na celebração anual das festas pascais, aumentai em nós os dons da vossa graça, para compreendermos melhor as riquezas inesgotáveis do Baptismo com que fomos purificados, do Espírito em que fomos renovados e do Sangue com que fomos redimidos.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.


Liturgia da Palavra


LEITURA I – Actos 4, 32-35

«Um só coração e uma só alma»

Os primeiros cristãos viviam, intensamente, o mandamento do amor, que Jesus lhes tinha deixado. Este amor, porém, não era um simples sentimento a uni-los na comunhão dos mesmos ideais. Era uma força, que os impelia a porem em comum os seus bens, por sua livre iniciativa, sem qualquer imposição externa de tal modo que, na comunidade cristã, não existia miséria material ou espiritual, que não fosse socorrida pelos irmãos.
A comunidade dos crentes era assim um sinal muito claro de Jesus Ressuscitado.

Leitura dos Actos dos Apóstolos
A multidão dos que haviam abraçado a fé tinha um só coração e uma só alma; ninguém chamava seu ao que lhe pertencia, mas tudo entre eles era comum. Os Apóstolos davam testemunho da ressurreição do Senhor Jesus com grande poder e gozavam todos de grande simpatia. Não havia entre eles qualquer necessitado, porque todos os que possuíam terras ou casas vendiam-nas e traziam o produto das vendas, que depunham aos pés dos Apóstolos. Distribuía-se então a cada um conforme a sua necessidade.
Palavra do Senhor

SALMO RESPONSORIAL – Salmo 117 (118), 2-4.16ab-18.22-24 (R. 1)
Refrão: Dai graças ao Senhor, porque Ele é bom, porque é eterna a sua misericórdia. (Repete-se)

Ou: Aclamai o Senhor, porque Ele é bom: o seu amor é para sempre. (Repete-se)

Ou: Aleluia. (Repete-se)

Diga a casa de Israel:
é eterna a sua misericórdia.
Diga a casa de Aarão:
é eterna a sua misericórdia.
Digam os que temem o Senhor:
é eterna a sua misericórdia. (Refrão)

A mão do Senhor fez prodígios,
a mão do Senhor foi magnífica.
Não morrerei, mas hei-de viver,
para anunciar as obras do Senhor.
Com dureza me castigou o Senhor,
mas não me deixou morrer. (Refrão)

A pedra que os construtores rejeitaram
tornou-se pedra angular.
Tudo isto veio do Senhor:
é admirável aos nossos olhos.
Este é o dia que o Senhor fez:
exultemos e cantemos de alegria. (Refrão)


LEITURA II – 1 Jo 5, 1-6

«Todo o que nasceu de Deus vence o mundo»

Ser cristão não é apenas aceitar a mensagem de Jesus como a mais bela de todas. A fé cristã é, antes de tudo, uma adesão pessoal a Jesus Cristo. É crer que Ele é um Homem em carne e osso, ligado à nossa história, mas é também o Messias, isto é Aquele em quem se cumprem as promessas de Deus à Humanidade, como é igualmente o Filho de Deus.
Por esta fé, baseada em Jesus Cristo, Messias e Filho de Deus que, pela Sua Morte e Ressurreição, nos introduziu numa relação pessoal com Deus e nos estabeleceu em comunhão com os homens, nós participamos da Sua vitória sobre o mal.
Inserido nas realidades divinas, não pode alhear-se do mundo, nem ficar indiferente aos esforços dos homens relativamente à construção dum mundo de felicidade, justiça e paz.
Inserido nas realidades da terra, não pode encerrar-se no mundo, trabalhando só para fins terrenos, esquecido do destino final do homem e do mundo.
Feito nova criatura pela Ressurreição de Cristo, o cristão viverá a vida de cada dia, sem perder de vista o fim superior, para que foi criado.

Leitura da Epístola do apóstolo São João
Caríssimos: Quem acredita que Jesus é o Messias, nasceu de Deus, e quem ama Aquele que gerou ama também Aquele que nasceu d’Ele. Nós sabemos que amamos os filhos de Deus quando amamos a Deus e cumprimos os seus mandamentos, porque o amor de Deus consiste em guardar os seus mandamentos. E os seus mandamentos não são pesados, porque todo o que nasceu de Deus vence o mundo. Esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé. Quem é o vencedor do mundo senão aquele que acredita que Jesus é o Filho de Deus? Este é o que veio pela água e pelo sangue: Jesus Cristo; não só com a água, mas com a água e o sangue. É o Espírito que dá testemunho, porque o Espírito é a verdade.
Palavra do Senhor

ALELUIA – Jo 20, 29

Refrão: Aleluia. (Repete-se)

Disse o Senhor a Tomé:
“Porque Me viste, acreditaste;
felizes os que acreditam sem terem visto”. (Refrão)


EVANGELHO – Jo 20, 19-31

«Oito dias depois, veio Jesus...»

Com a Ressurreição, começou um novo modo de existência para Jesus Cristo. A partir desse momento, já não será mais possível conhecê-l’O através dos meios humanos. Tem que se passar da visão à fé. Será ela que nos permitirá «ver» Cristo Ressuscitado nos Seus sacramentos e na vida da Sua Igreja.
Aqueles, porém, que crêem no Filho de Deus, sem O ver, sem O tocar, sem discutir, serão tão felizes como aqueles que foram testemunhas oculares da Sua glória de Ressuscitado.

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João
Na tarde daquele dia, o primeiro da semana, estando fechadas as portas da casa onde os discípulos se encontravam, com medo dos judeus, veio Jesus, apresentou-Se no meio deles e disse-lhes: «A paz esteja convosco». Dito isto, mostrou-lhes as mãos e o lado. Os discípulos ficaram cheios de alegria ao verem o Senhor. Jesus disse-lhes de novo: «A paz esteja convosco. Assim como o Pai Me enviou, também Eu vos envio a vós». Dito isto, soprou sobre eles e disse-lhes: «Recebei o Espírito Santo: àqueles a quem perdoardes os pecados ser-lhes-ão perdoados; e àqueles a quem os retiverdes ser-lhes-ão retidos». Tomé, um dos Doze, chamado Dídimo, não estava com eles quando veio Jesus. Disseram-lhe os outros discípulos: «Vimos o Senhor». Mas ele respondeu-lhes: «Se não vir nas suas mãos o sinal dos cravos, se não meter o dedo no lugar dos cravos e a mão no seu lado, não acreditarei». Oito dias depois, estavam os discípulos outra vez em casa, e Tomé com eles. Veio Jesus, estando as portas fechadas, apresentou-Se no meio deles e disse: «A paz esteja convosco». Depois disse a Tomé: «Põe aqui o teu dedo e vê as minhas mãos; aproxima a tua mão e mete-a no meu lado; e não sejas incrédulo, mas crente». Tomé respondeu-Lhe: «Meu Senhor e meu Deus!». Disse-lhe Jesus: «Porque Me viste acreditaste: felizes os que acreditam sem terem visto». Muitos outros milagres fez Jesus na presença dos seus discípulos, que não estão escritos neste livro. Estes, porém, foram escritos para acreditardes que Jesus é o Messias, o Filho de Deus, e para que, acreditando, tenhais a vida em seu nome.
Palavra da Salvação

ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Aceitai benignamente, Senhor, as ofertas do vosso povo [e dos vossos novos filhos], de modo que, renovados pela profissão da fé e pelo Baptismo, mereçamos alcançar a bem-aventurança eterna.
Por Nosso Senhor, Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

ANTÍFONA DA COMUNHÃO – Jo 20, 27
Disse Jesus a Tomé:
Com a tua mão reconhece o lugar dos cravos.
Não sejas incrédulo, mas fiel. Aleluia.

ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Concedei, Deus todo-poderoso, que a força do sacramento pascal que recebemos permaneça sempre em nossas almas.
Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.