Domingo XIII do Tempo Comum
[CATECISMO]
A SUBIDA DE
JESUS A JERUSALÉM PARA A SUA MORTE E RESSURREIÇÃO
«Ora, como se
aproximavam os dias de Jesus ser levado deste mundo, Ele tomou a firme
resolução de Se dirigir a Jerusalém» (Lc 9, 51). Por esta decisão, indicava
que subia para Jerusalém pronto para lá morrer. Já por três vezes tinha anunciado
a sua paixão e a sua ressurreição. E ao dirigir-Se para Jerusalém, declara:
«não se admite que um profeta morra fora de Jerusalém» (Lc 13, 33).
MESTRE, QUE
HEI-DE FAZER…?
«Mestre, que devo
fazer de bom para ter a vida eterna?» Ao jovem que Lhe faz esta pergunta, Jesus
responde, primeiro, invocando a necessidade de reconhecer a Deus como «o único
Bom», o Bem por excelência e a fonte de todo o bem. Depois, declara-lhe: «Se
queres entrar na vida, observa os mandamentos». E cita ao seu interlocutor os
mandamentos que dizem respeito ao amor do próximo: «Não matarás; não cometerás
adultério; não furtarás; não levantarás falso testemunho; honra pai e mãe».
Finalmente, resume estes mandamentos de modo positivo: «Amarás o teu próximo
como a ti mesmo» (Mt 19, 16-19).
A
esta primeira resposta vem juntar-se uma segunda: «Se queres ser perfeito, vai,
vende os teus bens e dá-os aos pobres, e terás um tesouro nos céus. Vem, depois,
e segue-Me» (Mt 19, 21). Esta resposta não anula a primeira. Seguir Jesus
implica cumprir os mandamentos. A Lei não é abolida; mas o homem é convidado a
reencontrá-la na Pessoa do seu mestre, em Quem ela encontra o seu perfeito
cumprimento. Nos três evangelhos sinópticos, o apelo de Jesus ao jovem rico,
para O seguir na obediência de discípulo e na observância dos preceitos, está
associado ao apelo à pobreza e à castidade. Os conselhos evangélicos são
inseparáveis dos mandamentos.
Jesus
retomou os dez mandamentos, mas manifestou a força do Espírito que actua na
letra em que eles se exprimem. Pregou a «justiça que excede a dos escribas e
fariseus», do mesmo modo que a dos pagãos. E explicou todas as exigências dos
mandamentos: «Ouvistes que foi dito aos antigos: Não matarás [...]; Eu, porém,
digo-vos: Quem se irritar contra o seu irmão será réu perante o tribunal» (Mt
5, 21-22).
Quando
Lhe perguntam: «Qual é o maior mandamento que há na Lei?» (Mt 22, 36),
Jesus responde: «Amarás o Senhor teu Deus, com todo o teu coração, com toda a
tua alma e com toda a tua mente; tal é o maior e primeiro mandamento. O segundo
é semelhante a este: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. A estes dois
mandamentos está ligada toda a Lei, bem como os Profetas» (Mt 22, 37-40).
O Decálogo deve ser interpretado à luz deste duplo e único mandamento da
caridade, plenitude da Lei.
«De facto: “Não cometerás adultério, não matarás, não
furtarás, não cobiçarás” bem como qualquer outro mandamento, estão resumidos
numa só frase: “Amarás o teu próximo como a ti mesmo”. O amor não faz mal ao
próximo. Assim, é no amor que está o pleno cumprimento da Lei» (Rm 13,
9-10).
A NECESSIDADE DO DISCIPULADO
As
afirmações da Sagrada Escritura e os ensinamentos da Igreja a respeito do Inferno
são um apelo ao sentido de responsabilidade com que o homem deve usar da
sua liberdade, tendo em vista o destino eterno. Constituem, ao mesmo tempo, um apelo
urgente à conversão: «Entrai pela porta estreita, pois larga é a porta e
espaçoso o caminho que levam à perdição e muitos são os que seguem por eles.
Que estreita é a porta e apertado o caminho que levam à vida e como são poucos
aqueles que os encontram!» (Mt 7, 13-14):
«Como não sabemos o dia nem a hora, é preciso que, segundo a
recomendação do Senhor, vigiemos continuamente, a fim de que, no termo da nossa
vida terrena, que é só uma, mereçamos entrar com Ele para o banquete de núpcias
e ser contados entre os benditos, e não sejamos lançados, como servos maus e
preguiçosos, no fogo eterno, nas trevas exteriores, onde “haverá choro e ranger
de dentes”».
O
discípulo de Cristo, não somente deve guardar a fé e viver dela, como ainda professá-la,
dar firme testemunho dela e propagá-la: «Todos devem estar dispostos a confessar
Cristo diante dos homens e a segui-Lo no caminho da cruz, no meio das
perseguições que nunca faltam à Igreja». O serviço e testemunho da fé são
requeridos para a salvação: «A todo aquele que me tiver reconhecido diante dos
homens, também Eu o reconhecerei diante do meu Pai que está nos céus. Mas
àquele que me tiver negado diante dos homens, também Eu o negarei diante do meu
Pai que está nos céus» (Mt 10, 32-33).
[LITURGIA DA PALAVRA]
LEITURA I – 1 Reis 19,
16b.19-21
“Eliseu
levantou-se e seguiu Elias”
A
partir deste Domingo, o Evangelho apresenta Jesus caminhando para a Paixão. E
hoje Ele insiste já na necessidade de O seguir, sem hesitações, quando Ele
chamar. Modelo desta disponibilidade é a atitude de Eliseu, que, uma vez
chamado, deixa a sua ocupação anterior e, como sinal dessa renúncia, até queima
o arado com que trabalhava e oferece aos seus antigos companheiros, em ambiente
de festa, um banquete de confraternização e de despedida.
Leitura do
Primeiro Livro dos Reis
“Naqueles
dias, disse o Senhor a Elias: «Ungirás Eliseu, filho de Safat, de Abel-Meola,
como profeta em teu lugar». Elias pôs-se a caminho e encontrou Eliseu, filho de
Safat, que andava a lavrar com doze juntas de bois e guiava a décima segunda.
Elias passou junto dele e lançou sobre ele a sua capa. Então Eliseu abandonou
os bois, correu atrás de Elias e disse-lhe: «Deixa-me ir abraçar meu pai e
minha mãe; depois irei contigo». Elias respondeu: «Vai e volta, porque eu já
fiz o que devia». Eliseu afastou-se, tomou uma junta de bois e matou-a; com a
madeira do arado assou a carne, que deu a comer à sua gente. Depois levantou-se
e seguiu Elias, ficando ao seu serviço.”
Palavra do Senhor
LEITURA II – Gal 5, 1.13-18
“Fostes
chamados à liberdade”
Continuando
a falar da relação entre a Lei do Antigo Testamento e o Novo, o Apóstolo chama
à situação cristã uma situação de liberdade em Cristo, mas previne os cristãos
para que essa liberdade não seja usada para cair noutra escravidão, a do
pecado. A verdadeira liberdade é a do amor em Cristo, que se há-de manifestar
na caridade para com o próximo.
Leitura da
Epístola do apóstolo São Paulo aos Gálatas
“Irmãos: Foi
para a verdadeira liberdade que Cristo nos libertou. Portanto, permanecei
firmes e não torneis a sujeitar-vos ao jugo da escravidão. Vós, irmãos, fostes
chamados à liberdade. Contudo, não abuseis da liberdade como pretexto para
viverdes segundo a carne; mas, pela caridade, colocai-vos ao serviço uns dos
outros, porque toda a Lei se resume nesta palavra: «Amarás o teu próximo como a
ti mesmo». Se vós, porém, vos mordeis e devorais mutuamente, tende cuidado, que
acabareis por destruir-vos uns aos outros. Por isso vos digo: Deixai-vos
conduzir pelo Espírito e não satisfareis os desejos da carne. Na verdade, a
carne tem desejos contrários aos do Espírito e o Espírito desejos contrários
aos da carne. São dois princípios antagónicos e por isso não fazeis o que
quereis. Mas se vos deixais guiar pelo Espírito, não estais sujeitos à Lei de
Moisés.”
Palavra do Senhor
EVANGELHO – Lc 9, 51-62
“Tomou a decisão de Se dirigir a Jerusalém. Seguir-Te-ei para onde
quer que fores”
Desde
agora, o Evangelho apresenta Jesus a caminho da Paixão. Esta caminhada de Jesus
é entendida, de maneira diversa, pelas várias pessoas que dela têm consciência
ou que Jesus até convida a segui-l’O. Seja qual for a situação de cada um, só
há uma atitude certa: seguir o Senhor, como fez Eliseu quando Elias o chamou,
como fez S. Paulo e os outros Apóstolos, e todos aqueles, que, um dia chamados,
souberam escutar a sua voz.
Evangelho de
Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
“Aproximando-se
os dias de Jesus ser levado deste mundo, Ele tomou a decisão de Se dirigir a
Jerusalém e mandou mensageiros à sua frente. Estes puseram-se a caminho e
entraram numa povoação de samaritanos, a fim de Lhe prepararem hospedagem. Mas
aquela gente não O quis receber, porque ia a caminho de Jerusalém. Vendo isto,
os discípulos Tiago e João disseram a Jesus: «Senhor, queres que mandemos
descer fogo do céu que os destrua?». Mas Jesus voltou-Se e repreendeu-os. E
seguiram para outra povoação. Pelo caminho, alguém disse a Jesus: «Seguir-Te-ei
para onde quer que fores». Jesus respondeu-lhe: «As raposas têm as suas tocas e
as aves do céu os seus ninhos; mas o Filho do homem não tem onde reclinar a
cabeça». Depois disse a outro: «Segue-Me». Ele respondeu: «Senhor, deixa-me ir
primeiro sepultar meu pai». Disse-lhe Jesus: «Deixa que os mortos sepultem os
seus mortos; tu, vai anunciar o reino de Deus». Disse-Lhe ainda outro:
«Seguir-Te-ei, Senhor; mas deixa-me ir primeiro despedir-me da minha família».
Jesus respondeu-lhe: «Quem tiver lançado as mãos ao arado e olhar para trás não
serve para o reino de Deus».”
Palavra da Salvação
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