28.º Domingo do tempo comum – 15
Outubro 2017
«A VESTE NUPCIAL»
É em Jesus que Deus convoca os homens para uma nova aliança,
simbolizada pela festa de casamento. Os que rejeitam o convite são aqueles que
se apegam ao sistema religioso que defende os seus interesses e, por isso, não
aceitam o chamamento de Jesus. Estes são julgados e destruídos juntamente com o
sistema que defendem. O convite é dirigido então aos que não estão
comprometidos com tal sistema, mas, pelo contrário, são até marginalizados por
ele. Começa a história no novo povo de Deus, formado de pobres e oprimidos. Os
versículos 11-14, porém, mostram que até mesmo estes últimos serão excluídos.
Se não realizarem a prática da nova justiça (traje de festa). A pertença
efectiva à comunidade cristã não é simples questão de ser incluído no número
dos membros de determinada comunidade. Requer-se ao discípulo assumir um modo
de proceder compatível com a sua condição. É a justiça do Reino, que distingue
os discípulos de Jesus dos discípulos de outros mestres. A parábola do rei que
expulsou da festa o convidado encontrado sem a veste nupcial chama a atenção
para a importância de se ter um comportamento compatível com a condição de
discípulo. O banquete para as bodas do filho estava pronto, mas os convidados
recusaram-se a comparecer. Então, o rei enviou os seus servos a chamar quantos
encontrassem pelo caminho e trazê-los para a festa. E a sala encheu-se de
convidados. Um deles, porém, foi expulso por não trajar a veste nupcial. Era um
intruso e mereceu ser posto para fora. Algo parecido aconteceu com o Reino. Os
convidados especiais eram os judeus. Eles, porém, recusaram-se terminantemente
a alegrar-se com a presença do Reino, na pessoa de Jesus. As portas do Reino
foram, então, abertas a todos, sem distinção. A única condição que se lhes
impunha era a de pautarem as suas vidas pelo projecto do Pai, proclamado por
Jesus. Caso contrário, seriam merecedores de castigo, como os que rejeitaram
formalmente o Reino. Temos aqui uma narrativa parabólica na qual se pode
perceber o estilo e a criação literária de Mateus. A presença da violência e da
crueldade está também em algumas outras parábolas de Mateus, o que não acontece
na narrativa de Lucas, paralela a esta. A cidade incendiada pelas tropas do rei
parece referir-se a Jerusalém incendiada pelos romanos no ano setenta, que Mateus
interpreta como castigo pela morte de Jesus. A parábola é dirigida aos chefes
dos judeus, que se julgavam o povo eleito, e que, rejeitando Jesus, perderam o seu
espaço para os gentios que creram e aderiram a Jesus.
MISSA
|
ANTÍFONA DE ENTRADA – Salmo 129, 3-4
Se tiverdes em conta
as nossas faltas, Senhor, quem poderá salvar-se?
Mas em Vós está o
perdão, Senhor Deus de Israel.
ORAÇÃO COLECTA
Nós Vos pedimos, Senhor, que a vossa graça preceda e
acompanhe sempre as nossas acções e nos torne cada vez mais atentos à prática
das boas obras.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus
convosco na unidade do Espírito Santo.
LEITURA I – Is 25, 6-10a
«O Senhor preparará um banquete
e enxugará as lágrimas de todas as faces»
O banquete é, com frequência, na
Sagrada Escritura, figura da reunião dos homens no reino de Deus. Assim como
também hoje se lê em Isaías, aí o banquete é o lugar de encontro de todos os
povos, todos eles chamados à comunhão na montanha onde o Senhor habita, o Monte
Sião, figura da Igreja de Cristo.
Leitura do Livro de Isaías
Sobre este monte, o Senhor do
Universo há-de preparar para todos os povos um banquete de manjares suculentos,
um banquete de vinhos deliciosos: comida de boa gordura, vinhos puríssimos.
Sobre este monte, há-de tirar o véu que cobria todos os povos, o pano que
envolvia todas as nações; destruirá a morte para sempre. O Senhor Deus enxugará
as lágrimas de todas as faces e fará desaparecer da terra inteira o opróbrio
que pesa sobre o seu povo. Porque o Senhor falou. Dir-se-á naquele dia: «Eis o
nosso Deus, de quem esperávamos a salvação; é o Senhor, em quem pusemos a nossa
confiança. Alegremo-nos e rejubilemos, porque nos salvou. A mão do Senhor
pousará sobre este monte».
Palavra do Senhor
SALMO RESPONSORIAL – Salmo 22 (23),
1-3a.3b-4.5.6 (R. 6cd)
Refrão: Habitarei para sempre na casa do Senhor.. (Repete-se)
O Senhor é meu
pastor: nada me falta.
Leva-me a descansar
em verdes prados,
conduz-me às águas
refrescantes
e reconforta a
minha alma. (Refrão)
Ele me guia por
sendas direitas
por amor do seu
nome.
Ainda que tenha de
andar por vales tenebrosos,
não temerei nenhum
mal, porque Vós estais comigo:
o vosso cajado e o
vosso báculo
me enchem de
confiança. (Refrão)
Para mim preparais
a mesa
à vista dos meus
adversários;
com óleo me
perfumais a cabeça
e o meu cálice
transborda. (Refrão)
A bondade
e a graça hão-de acompanhar-me
todos os
dias da minha vida,
e
habitarei na casa do Senhor
para todo
o sempre. (Refrão)
LEITURA II – Filip 4, 12-14.19-20
«Tudo
posso n’Aquele que me conforta»
A experiência da prisão serviu a
São Paulo para ele sentir mais profundamente que Cristo era tudo na vida; e por
isso, ao mesmo tempo que agradece aos destinatários da sua carta o que eles lhe
tinham enviado, afirma que em Cristo encontra toda a sua força e confiança.
Leitura da Epístola do apóstolo
São Paulo aos Filipenses
Irmãos: Sei viver na pobreza e
sei viver na abundância. Em todo o tempo e em todas as circunstâncias, tenho
aprendido a ter fartura e a passar fome, a viver desafogadamente e a padecer
necessidade. Tudo posso n’Aquele que me conforta. No entanto, fizestes bem em
tomar parte na minha aflição. O meu Deus proverá com abundância a todas as
vossas necessidades, segundo a sua riqueza e magnificência, em Cristo Jesus.
Glória a Deus, nosso Pai, pelos séculos dos séculos. Ámen.
Palavra do Senhor
ALELUIA – Ef 1, 17-18
Refrão: Aleluia. (Repete-se)
Deus, Pai de Nosso
Senhor Jesus Cristo
ilumine os olhos do
nosso coração,
para sabermos a que
esperança fomos chamados. (Refrão)
EVANGELHO – Mt 22, 1-14
«Convidai
para as bodas todos os que encontrardes»
Uma vez mais, a parábola do banquete serve
para simbolizar o reino de Deus. Jesus anuncia aos seus ouvintes que o
Evangelho, por eles rejeitado, vai ser anunciado a outros, e, destes, muitos o
hão-de aceitar. Não é já a raça de Abraão segundo a carne que há-de encher a
sala do banquete, mas todos aqueles que, pela fé, se hão-de tornar filhos de
Abraão. A todos os povos se abrem as portas do reino dos Céus.
Evangelho de Nosso Senhor Jesus
Cristo segundo São Mateus
Naquele tempo, Jesus dirigiu-Se
de novo aos príncipes dos sacerdotes e aos anciãos do povo e, falando em
parábolas, disse-lhes: «O reino dos Céus pode comparar-se a um rei que preparou
um banquete nupcial para o seu filho. Mandou os servos chamar os convidados
para as bodas, mas eles não quiseram vir. Mandou ainda outros servos,
ordenando-lhes: ‘Dizei aos convidados: Preparei o meu banquete, os bois e os
cevados foram abatidos, tudo está pronto. Vinde às bodas’. Mas eles, sem
fazerem caso, foram um para o seu campo e outro para o seu negócio; os outros
apoderaram-se dos servos, trataram-nos mal e mataram-nos. O rei ficou muito
indignado e enviou os seus exércitos, que acabaram com aqueles assassinos e
incendiaram a cidade. Disse então aos servos: ‘O banquete está pronto, mas os
convidados não eram dignos. Ide às encruzilhadas dos caminhos e convidai para
as bodas todos os que encontrardes’. Então os servos, saindo pelos caminhos,
reuniram todos os que encontraram, maus e bons. E a sala do banquete encheu-se
de convidados. O rei, quando entrou para ver os convidados, viu um homem que
não estava vestido com o traje nupcial e disse-lhe: ‘Amigo, como entraste aqui
sem o traje nupcial?’. Mas ele ficou calado. O rei disse então aos servos:
‘Amarrai-lhe os pés e as mãos e lançai-o às trevas exteriores; aí haverá choro
e ranger de dentes’. Na verdade, muitos são os chamados, mas poucos os
escolhidos».
Palavra da Salvação
ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Aceitai, Senhor, as orações e as ofertas dos vossos fiéis e
fazei que esta celebração sagrada nos encaminhe para a glória do Céu.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus
convosco na unidade do Espírito Santo.
ANTÍFONA DA COMUNHÃO – Salmo 33, 11
Os ricos
empobrecem e passam fome;
mas nada
falta aos que procuram o Senhor.
Ou – 1 Jo 3, 2
Quando o
Senhor Se manifestar,
seremos
semelhantes a Ele,
porque O
veremos na sua glória.
ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Deus de infinita bondade, que nos alimentais com o Corpo e o
Sangue do vosso Filho, tornai-nos também participantes da sua natureza divina.
Ele que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
Sem comentários:
Enviar um comentário