sábado, 28 de novembro de 2020

VIGIAI, PORQUE NÃO SABEIS QUANDO VIRÁ O DONO DA CASA


 


DOMINGO I do ADVENTO – ano B – 29NOV2020

 

MISSA

 

ANTÍFONA DE ENTRADA – Salmo 24, 1-3

Para Vós, Senhor, elevo a minha alma.

Meu Deus, em Vós confio.

Não seja confundido nem de mim escarneçam os inimigos.

Não serão confundidos os que esperam em Vós.

 

ORAÇÃO COLECTA

Despertai, Senhor, nos vossos fiéis a vontade firme de se prepararem, pela prática das boas obras, para ir ao encontro de Cristo, de modo que, chamados um dia à sua direita,mereçam alcançar o reino dos Céus.

Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

 

Liturgia da Palavra

 

LEITURA I – Ez 34, 11-12.15-17

 

«Oh se rasgásseis os céus e descêsseis»

 

O Advento começa com um profundo suspiro de fé e de esperança dirigido ao Senhor, “nosso Pai”, “nosso Redentor”, semelhante aos que subiam da boca e do coração dos nossos antepassados na fé, os santos do Antigo Testamento, que viveram antes da vinda do Filho de Deus. Não vamos agora imaginar-nos nos tempos antes de Cristo; mas vamos criar em nós desejos profundos de que Ele, que já veio ao mundo e está no meio de nós, seja por nós reconhecido e acolhido como nosso Salvador, Ele que, de novo, há-de vir e por quem suspiramos.

 

Leitura do Livro de Isaías

Vós, Senhor, sois nosso Pai e nosso Redentor, desde sempre, é o vosso nome. Porque nos deixais, Senhor, desviar dos vossos caminhos e endurecer o nosso coração, para que não Vos tema? Voltai, por amor dos vossos servos e das tribos da vossa herança. Oh se rasgásseis os céus e descêsseis! Ante a vossa face estremeceriam os montes! Mas vós descestes e perante a vossa face estremeceram os montes. Nunca os ouvidos escutaram, nem os olhos viram que um Deus, além de Vós, fizesse tanto em favor dos que n’Ele esperam. Vós saís ao encontro dos que praticam a justiça e recordam os vossos caminhos. Estais indignado contra nós, porque pecámos e há muito que somos rebeldes, mas seremos salvos. Éramos todos como um ser impuro, as nossas acções justas eram todas como veste imunda. Todos nós caímos como folhas secas, as nossas faltas nos levavam como o vento. Ninguém invocava o vosso nome, ninguém se levantava para se apoiar em Vós, porque nos tínheis escondido o vosso rosto e nos deixáveis à mercê das nossas faltas. Vós, porém, Senhor, sois nosso Pai e nós o barro de que sois o Oleiro; somos todos obra das vossas mãos.

Palavra do Senhor

 

SALMO RESPONSORIAL – 79 (80), 2ac e 3b. 15-16.18-19 (R. 4)

 

Refrão: Senhor nosso Deus, fazei-nos voltar, mostrai-nos o vosso rosto e seremos salvos. (Repete-se)

 

Pastor de Israel, escutai,

Vós que estais sentado sobre os Querubins, aparecei.

Despertai o vosso poder

e vinde em nosso auxílio. (Refrão)

 

Deus dos Exércitos, vinde de novo,

olhai dos céus e vede, visitai esta vinha.

Protegei a cepa que a vossa mão direita plantou,

o rebento que fortalecestes para Vós. (Refrão)

 

Estendei a mão sobre o homem que escolhestes,

sobre o filho do homem que para Vós criastes;

e não mais nos apartaremos de Vós:

fazei-nos viver e invocaremos o vosso nome. (Refrão)

 

 

LEITURA II – 1 Cor 1, 3-9

 

«Esperamos a manifestação de Nosso Senhor Jesus Cristo»

 

O Advento começa por ser o tempo litúrgico especialmente voltado para a última vinda do Senhor. É o tempo da expectativa, vivido na esperança, aguardando a aparição gloriosa do Senhor, que virá coroar o tempo da Igreja com a glória da sua ressurreição. É, portanto, para esta Igreja tempo de vigilância, para que o Dia do Senhor a encontre irrepreensível.

 

Leitura da Primeira Epístola do apóstolo S. Paulo aos Coríntios

rmãos: A graça e a paz vos sejam dadas da parte de Deus, nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo. Dou graças a Deus, em todo o tempo, a vosso respeito, pela graça divina que vos foi dada em Cristo Jesus. Porque fostes enriquecidos em tudo: em toda a palavra e em todo o conhecimento; e deste modo, tornou-se firme em vós o testemunho de Cristo. De facto, já não vos falta nenhum dom da graça, a vós que esperais a manifestação de Nosso Senhor Jesus Cristo. Ele vos tornará firmes até ao fim, para que sejais irrepreensíveis no dia de Nosso Senhor Jesus Cristo. Fiel é Deus, por quem fostes chamados à comunhão com seu Filho, Jesus Cristo, Nosso Senhor.

Palavra do Senhor

 

ALELUIA – Salmo 84 (85), 8

 

Refrão: Aleluia. (Repete-se)

 

Mostrai-nos, Senhor, a vossa misericórdia

e dai-nos a vossa salvação. (Refrão)

 

 

EVANGELHO – Mc 13, 33-37

 

«Vigiai, porque não sabeis quando virá o dono da casa»

 

A vigilância, já apontada na leitura anterior, é agora inculcada, com todo o rigor, pelo próprio Senhor Jesus. Esta vida é como longa vigília, com os seus tempos sucessivos (as quatro vigílias da noite referidas no texto) aguardando o sol nascente – Cristo – que vem do alto, como todas as manhãs recordamos na Hora de Laudes. A solenidade do Natal, a que o Advento nos conduzirá, vem, em cada ano, antecipar simbolicamente aquela vinda gloriosa do Senhor no último dia, o dia que nos introduz na “vida do mundo que há-de vir”.

 

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Marcos

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Acautelai-vos e vigiai, porque não sabeis quando chegará o momento. Será como um homem que partiu de viagem: ao deixar a sua casa, deu plenos poderes aos seus servos, atribuindo a cada um a sua tarefa, e mandou ao porteiro que vigiasse. Vigiai, portanto, visto que não sabeis quando virá o dono da casa: se à tarde, se à meia-noite, se ao cantar do galo, se de manhãzinha; não se dê o caso que, vindo inesperadamente, vos encontre a dormir. O que vos digo a vós, digo-o a todos: Vigiai!».

Palavra da salvação.

 

MEDITAÇÃO

 

DEUS VEM COMO REDENTOR

 

Um Deus salvador e redentor vem-nos espontaneamente ao pensamento quando as coisas vão mal e uma situação é humanamente insolúvel. Mas, estará certa essa concepção de Deus e da sua manifestação no meio de nós? Será justo pedir à sua omnipotência que resolva nossos problemas? Não seria mais digno o homem aceitar a sua derrota e desafiar um destino adverso com as próprias forças, em lugar de recorrer à força de Deus? Certamente, impõe-se uma purificação da imagem que temos de Deus; mas a afirmação de sua transcendência não leva a concluir que ele não se interesse por nós de modo concreto e imprevisível como o amor. Ele é um “Deus dos homens”, não o Deus cósmico distante e perfeito no seu ser divino. Fez-nos à sua imagem, e por isso a nossa identidade não pode prescindir de sua fisionomia; ele, que nos deu a vida, faz parte da nossa história, e por isso nosso futuro só se cumprirá mediante a realização do seu plano; ele nos criou livres e por isso não força as nossas decisões, mas intervém suavemente e espera com paciência que aceitemos dialogar com ele como pessoas.”

 

Abrirá os céus e fará prodígios

Se Deus é “pai”, se é “redentor”, por que permite circunstâncias tão dolorosas e tolera filhos tão desobedientes? (v. 17). É a eterna pergunta da liberdade humana sobre a origem do mal, que o profeta não resolve; ele anuncia a intervenção de um Deus que abrirá os céus e fará na terra prodígios e maravilhas que recolocarão todas as coisas nos seus lugares, castigando os inimigos. É necessário, pois, confiar em Deus para sair da infelicidade.

Muitas vezes o nosso crescimento se faz sem uma referência explícita a ele, cuja presença discreta e cheia de amor nos envolve completamente; é de lamentar que sejam sobretudo as situações de fracasso, angústias e remorso que nos levem a dirigir-nos a ele, reconhecendo-o como criador, pai e redentor. Na pessoa de Cristo, Deus manifestou-se a nós como aquele que se interessou de tal modo pelos homens que quis participar intimamente do nosso destino, e assim tornar-se o Deus próximo e familiar (com o risco de não ser reconhecido pelos seus), para revelar-nos a nossa dignidade. O homem-Deus “Cristo Jesus” resgata-nos aceitando ser totalmente disponível ao plano de Deus, não contar consigo, viver desprendido de toda segurança para se deixar invadir pelo mistério de Deus e estar em plena comunhão com ele.

 

Virá salvar-nos por meio do Filho

“O mundo apresenta-se, hoje, ao mesmo tempo poderoso e fraco, capaz de fazer o melhor e o pior, enquanto diante dele se abre o caminho da liberdade ou da escravidão, do progresso ou do regresso, da fraternidade ou do ódio”. O cérebro electrónico oculta talvez nos seus lóbulos mecânicos a solução de todos os problemas que angustiam o homem da nossa civilização: as relações trabalho/lazer, produção/consumo, riqueza/pobreza, fecundidade/mortalidade, progresso técnico/progresso social, autoridade/liberdade... serão talvez resolvidas por um cartão perfurado. Nasce aos nossos olhos um novo mundo ordenado e esterilizado, criado por um homem em plena posse dos seus meios intelectuais e técnicos. Que necessidade há então de um Redentor? Para remir-nos de quê?

Essa ideia é o resultado de um ingénuo optimismo; cada dia o homem percebe estar renovando a construção da torre de Babel: um trabalho frenético sobre as areias movediças da divisão, do pecado, da morte. O cristão reconhece Deus como Pai e Redentor, e afirma que não é possível a libertação do pecado e do mal sem a intervenção de Deus. Mas desde que o Pai enviou o seu Filho ao mundo, o cristão já não espera os prodígios de um Deus que restabelece a ordem permanecendo de fora. Sabe que Deus age através do Filho; sabe que o “Redentor” colabora com o homem e dá à sua inserção no mundo um significado de salvação. Porque, como afirma Paulo (2ª leitura), “nele (Jesus Cristo) fostes cumulados de todas as riquezas, todas as da palavra e todas as do conhecimento”.

 

Vigilantes, à espera da sua vinda

Se é assim que Deus vem, então torna-se evidente qual deve ser a nossa atitude: abandonar-nos a Deus, dispor nossa vida na linha do serviço e da colaboração ao seu plano; não nos prender ao que é antigo e ultrapassado; estar prontos para a perene novidade de Deus; não dormir, mas vigiar com amor para reconhecê-lo na sua continua vinda (evangelho). Na sua vinda definitiva, quando tiver terminado a nossa aventura de “pobres”, ser-nos-á revelada a sua verdadeira face e ser-nos-á dada a plena comunhão de vida com o nosso Deus, o Pai do Senhor Jesus Cristo.

 

 

ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS

 

Aceitai, Senhor, estes dons que recebemos da vossa bondade e fazei que os sagrados mistérios que celebramos no tempo presente sejam para nós penhor de salvação eterna.

Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

 

ANTÍFONA DA COMUNHÃO – Salmo 84, 13

 

O Senhor nos dará todos os bens

e a nossa terra produzirá o seu fruto.

 

ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO

 

Fazei frutificar em nós, Senhor, os mistérios que celebramos, pelos quais, durante a nossa vida na terra, nos ensinais a amar os bens do Céu e a viver para os valores eternos.

Ele que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

 

  

domingo, 22 de novembro de 2020

VINDE, BENDITOS DE MEU PAI, RECEBEI COMO HERANÇA O REINO

 


DOMINGO XXXIV TEMPO COMUM – ano A – 22NOV2020

 

MISSA

 

ANTÍFONA DE ENTRADA – Ap 5, 12; 1, 6

O Cordeiro que foi imolado é digno de receber o poder

e a riqueza, a sabedoria, a honra e o louvor.

Glória ao Senhor pelos séculos dos séculos.

 

ORAÇÃO COLECTA

Deus eterno e omnipotente, que no vosso amado Filho, Rei do universo, quisestes instaurar todas as coisas, concedei propício que todas as criaturas, libertas da escravidão, sirvam a vossa majestade e Vos glorifiquem eternamente.

Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

 

Liturgia da Palavra

 

LEITURA I – Ez 34, 11-12.15-17

 

«Quanto a vós, meu rebanho, hei-de fazer justiça entre ovelhas e ovelhas»

 

A figura do Bom Pastor, que se desenha neste oráculo dirigido contra os reis israelitas, maus pastores, nos tempos que antecederam o Exílio, corresponde a um título real. Cristo aplicou a Si mesmo este título de Bom Pastor. Ele veio ao encontro do seu Povo, para cuidar dele e o conduzir à felicidade. Dizer de Cristo que Ele é Rei é outra maneira de O designar como o Pastor do povo de Deus.

 

Leitura da Profecia de Ezequiel

Eis o que diz o Senhor Deus: «Eu próprio irei em busca das minhas ovelhas e hei-de encontrá-las. Como o pastor vigia o seu rebanho, quando estiver no meio das ovelhas que andavam tresmalhadas, assim Eu guardarei as minhas ovelhas, para as tirar de todos os sítios em que se desgarraram num dia de nevoeiro e de trevas. Eu apascentarei as minhas ovelhas, Eu as levarei a repousar, diz o Senhor Deus. Hei-de procurar a que anda perdida e reconduzir a que anda tresmalhada. Tratarei a que estiver ferida, darei vigor à que andar enfraquecida e velarei pela gorda e vigorosa. Hei-de apascentá-las com justiça. Quanto a vós, meu rebanho, assim fala o Senhor Deus: Hei-de fazer justiça entre ovelhas e ovelhas, entre carneiros e cabritos».

Palavra do Senhor

 

 

SALMO RESPONSORIAL – Salmo 22 (23), 1-2a.2b-3.5-6 (R. 1)

 

Refrão: O Senhor é meu pastor: nada me faltará. (Repete-se)

 

O Senhor é meu pastor: nada me falta.

Leva-me a descansar em verdes prados,

conduz-me às águas refrescantes

e reconforta a minha alma. (Refrão)

 

Ele me guia por sendas direitas,

por amor do seu nome.

Ainda que tenha de andar por vales tenebrosos

não temerei nenhum mal, porque Vós estais comigo. (Refrão)

 

Para mim preparais a mesa

à vista dos meus adversários;

com óleo me perfumais a cabeça

e o meu cálice transborda. (Refrão)

 

A bondade e a graça hão-de acompanhar-me,

todos os dias da minha vida,

e habitarei na casa do Senhor

para todo o sempre. (Refrão)

 

 

LEITURA II – 1 Cor 15, 20-26.28

 

«Entregará o reino a Deus Pai, para que seja tudo em todos»

 

Ressuscitado de entre os mortos, o primeiro entre todos, Cristo, no final dos tempos, tendo submetido a Si todas as coisas criadas, entregará o seu reino ao Pai. E nós, que pertencemos a Cristo, ressuscitados com Ele, também tomaremos parte no seu triunfo total e no seu reino de glória.

 

Leitura da Primeira Epístola do apóstolo S. Paulo aos Coríntios

Irmãos: Cristo ressuscitou dos mortos, como primícias dos que morreram. Uma vez que a morte veio por um homem, também por um homem veio a ressurreição dos mortos; porque, do mesmo modo que em Adão todos morreram, assim também em Cristo serão todos restituídos à vida. Cada qual, porém, na sua ordem: primeiro, Cristo, como primícias; a seguir, os que pertencem a Cristo, por ocasião da sua vinda. Depois será o fim, quando Cristo entregar o reino a Deus seu Pai, depois de ter aniquilado toda a soberania, autoridade e poder. É necessário que Ele reine, até que tenha posto todos os inimigos debaixo dos seus pés. E o último inimigo a ser aniquilado é a morte. Quando todas as coisas Lhe forem submetidas, então também o próprio Filho Se há-de submeter Àquele que Lhe submeteu todas as coisas, para que Deus seja tudo em todos.

Palavra do Senhor

 

ALELUIA – Mc 11, 9.10

 

Refrão: Aleluia. (Repete-se)

 

Bendito O que vem em nome do Senhor!

Bendito o reino do nosso pai David!. (Refrão)

 

 

EVANGELHO – Mt 25, 31-46

 

«Sentar-Se-á no seu trono glorioso e separará uns dos outros»

 

Jesus retoma nesta leitura a mesma imagem atribuída a Deus na primeira leitura, a imagem do pastor. O julgamento que se propõe fazer será a libertação final de todos os que foram salvos pelo seu Sangue derramado na Cruz, para com Ele se sentarem no seu trono glorioso, se, neste mundo, tiverem seguido os passos do seu Pastor. Esta leitura é assim um anúncio e um convite

 

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Quando o Filho do homem vier na sua glória com todos os seus Anjos, sentar-Se-á no seu trono glorioso. Todas as nações se reunirão na sua presença e Ele separará uns dos outros, como o pastor separa as ovelhas dos cabritos; e colocará as ovelhas à sua direita e os cabritos à sua esquerda. Então o Rei dirá aos que estiverem à sua direita: ‘Vinde, benditos de meu Pai; recebei como herança o reino que vos está preparado desde a criação do mundo. Porque tive fome e destes-Me de comer; tive sede e destes-Me de beber; era peregrino e Me recolhestes; não tinha roupa e Me vestistes; estive doente e viestes visitar-Me; estava na prisão e fostes ver-Me’. Então os justos Lhe dirão: ‘Senhor, quando é que Te vimos com fome e Te demos de comer, ou com sede e Te demos de beber? Quando é que Te vimos peregrino e Te recolhemos, ou sem roupa e Te vestimos? Quando é que Te vimos doente ou na prisão e Te fomos ver?’. E o Rei lhes responderá: ‘Em verdade vos digo: Quantas vezes o fizestes a um dos meus irmãos mais pequeninos, a Mim o fizestes’. Dirá então aos que estiverem à sua esquerda: ‘Afastai-vos de Mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o Diabo e os seus anjos. Porque tive fome e não Me destes de comer; tive sede e não Me destes de beber; era peregrino e não Me recolhestes; estava sem roupa e não Me vestistes; estive doente e na prisão e não Me fostes visitar’. Então também eles Lhe hão-de perguntar: ‘Senhor, quando é que Te vimos com fome ou com sede, peregrino ou sem roupa, doente ou na prisão, e não Te prestámos assistência?’. E Ele lhes responderá: ‘Em verdade vos digo: Quantas vezes o deixastes de fazer a um dos meus irmãos mais pequeninos, também a Mim o deixastes de fazer’. Estes irão para o suplício eterno e os justos para a vida eterna».

Palavra da salvação.

 

MEDITAÇÃO

 

SALVOS PELA CARIDADE

 

A descrição do juízo final é um alerta premente para a comunidade cristã, empenhada em dar testemunho de sua fé. Sublinhando o que acontece no final da caminhada terrena, o ponto visado é o presente da comunidade. Em última análise, é no agora da sua vida que se vai definindo a sorte futura dos seus membros. O Mestre ensina que existe uma maneira correcta e outra incorrecta de procurar a salvação. Urge não nos enganarmos! A maneira correcta consiste em demonstrar um amor entranhado ao próximo, principalmente aos famintos, aos sedentos, aos estrangeiros, aos despojados das suas vestes, aos doentes e aos presos. Esta lista deve ser completada com todas as demais categorias de empobrecidos, marginalizados e aviltados na sua dignidade. Salva-se quem se dispõe a solidarizar-se com eles, vindo ao encontro das suas necessidades, tornando-se encarnação de Deus nas suas vidas, de forma a revelar-lhes o quanto são amados pelo Pai. A maneira incorrecta consiste em contentar-se com os bons propósitos, com palavreados vazios, com moralismos inconsistentes, com dogmatismos intransigentes e fanáticos. Quem se agarra a tais atitudes, desviando-se dos necessitados ou não tendo tempo para eles, será surpreendido com as severas palavras de condenação do Filho do Homem, revestido da dignidade de juiz universal. É mister buscar a caridade fraterna, único meio de atingir a comunhão com o Pai. Neste texto de Mateus, temos uma das mais sugestivas revelações de que o Reino de Deus já está presente entre nós. O “Filho do Homem” é a expressão da humanidade de Jesus. O Filho do Homem que já veio é Jesus, a partir da sua concepção no ventre de Maria. A sua nova vinda dá-se quando nos fazemos próximos dos nossos irmãos, particularmente dos mais carentes e necessitados. É o acontecimento escatológico. Quando damos de comer a quem tem fome, de beber a quem tem sede, quando acolhemos os sem-abrigo, visitamos os doentes e encarcerados, quando libertamos os oprimidos e promovemos a vida, realiza-se o nosso encontro com Jesus, e nos inserimos no Reino do amor eterno do Pai.

 

 

ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS

 

Aceitai, Senhor, este sacrifício da reconciliação humana e, pelos méritos de Cristo vosso Filho, concedei a todos os povos o dom da unidade e da paz.

Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

 

ANTÍFONA DA COMUNHÃO – Salmo 28, 10-11

 

O Senhor está sentado como Rei eterno;

O Senhor abençoará o seu povo na paz.

 

ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO

 

Senhor, que nos alimentastes com o pão da imortalidade,

fazei que, obedecendo com santa Alegria

aos mandamentos de Cristo, Rei do universo,

mereçamos viver para sempre com Ele no reino celeste.

Ele que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

 

 


sábado, 14 de novembro de 2020

Foste fiel em coisas pequenas: vem tomar parte na alegria do teu Senhor

 

 


DOMINGO XXXIII TEMPO COMUM – ano A – 15NOV2020

 

MISSA

 

ANTÍFONA DE ENTRADA – Jer 29, 11.12.14

Os meus pensamentos são de paz

e não de desgraça, diz o Senhor.

Invocar-Me-eis e atenderei o vosso clamor,

e farei regressar os vossos cativos

de todos os lugares da terra.

 

ORAÇÃO COLECTA

Senhor nosso Deus, concedei-nos a graça de encontrar sempre a alegria no vosso serviço, porque é uma felicidade duradoira e profunda ser fiel ao autor de todos os bens.

Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

 

Liturgia da Palavra

 

LEITURA I – Prov 31, 10-13.19-20.30-31

 

«Põe mãos ao trabalho alegremente»

 

Esta leitura é um poema em louvor da mulher valorosa. Com o exemplo da mulher forte, a “mulher de valor”, a liturgia de hoje quer apresentar-nos uma lição de fidelidade ao longo de toda a vida. A Igreja é esta mulher de valor, fiel e laboriosa, à espera do seu Senhor; e, na Igreja, cada um de nós, os seus filhos, o há-de ser também.

 

Leitura do Livro dos Provérbios

Quem poderá encontrar uma mulher virtuosa? O seu valor é maior que o das pérolas. Nela confia o coração do marido e jamais lhe falta coisa alguma. Ela dá-lhe bem-estar e não desventura, em todos os dias da sua vida. Procura obter lã e linho e põe mãos ao trabalho alegremente. Toma a roca em suas mãos, seus dedos manejam o fuso. Abre as mãos ao pobre e estende os braços ao indigente. A graça é enganadora e vã a beleza; a mulher que teme o Senhor é que será louvada. Dai-lhe o fruto das suas mãos e suas obras a louvem às portas da cidade.

Palavra do Senhor

 

 

SALMO RESPONSORIAL – Salmo 127, 1-2.3.4-5 (R. cf. 1a)

 

Refrão: Ditoso o que segue o caminho do Senhor. (Repete-se)

 

Feliz de ti que temes o Senhor

e andas nos seus caminhos.

Comerás do trabalho das tuas mãos,

serás feliz e tudo te correrá bem. (Refrão)

 

Tua esposa será como videira fecunda,

no íntimo do teu lar;

teus filhos serão como ramos de oliveira,

ao redor da tua mesa. (Refrão)

 

Assim será abençoado o homem que teme o Senhor.

De Sião te abençoe o Senhor:

vejas a prosperidade de Jerusalém

todos os dias da tua vida. (Refrão)

 

 

LEITURA II – 1 Tes 5, 1-6

 

«Para que o dia do Senhor não vos surpreenda como um ladrão»

 

A palavra de Deus exige dos cristãos a mesma fidelidade de que já falava a leitura anterior ao querer preparar-nos para o dia da vinda do Senhor, dia que virá como o ladrão, sem se fazer anunciar. Mas a certeza da sua vinda não nos pode deixar adormecidos na escuridão da nossa noite. Somos filhos da luz e do dia; havemos de viver despertos e vigilantes, “enquanto esperamos a vinda gloriosa de Jesus Cristo nosso Salvador”.

 

Leitura da Primeira Epístola do apóstolo São Paulo aos Tessalonicenses

Irmãos: Sobre o tempo e a ocasião, não precisais que vos escreva, pois vós próprios sabeis perfeitamente que o dia do Senhor vem como um ladrão nocturno. E quando disserem: «Paz e segurança», é então que subitamente cairá sobre eles a ruína, como as dores da mulher que está para ser mãe, e não poderão escapar. Mas vós, irmãos, não andais nas trevas, de modo que esse dia vos surpreenda como um ladrão, porque todos vós sois filhos da luz e filhos do dia: nós não somos da noite nem das trevas. Por isso, não durmamos como os outros, mas permaneçamos vigilantes e sóbrios.

Palavra do Senhor

 

ALELUIA – Jo 15, 4a.5b

 

Refrão: Aleluia. (Repete-se)

 

Permanecei em Mim e Eu permanecerei em vós,

diz o Senhor.

Quem permanece em Mim dá fruto abundante. (Refrão)

 

 

EVANGELHO – Mt 25, 14-30

 

«Foste fiel em coisas pequenas: vem tomar parte na alegria do teu Senhor»

 

A leitura contínua do Evangelho de S. Mateus ao longo de todo o ano vai deixar-nos hoje em frente do Senhor que regressa para coroar os servos que O esperaram na fidelidade, fazendo render os dons que Ele lhes confiou para que os administrassem como fiéis servidores. São dons que, de uma maneira ou outra, vêm sempre de Deus, mas que são dados aos homens para que eles os utilizem para bem dos próprios homens. Assim Deus será glorificado e o seu reino transformará o mundo.

 

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos a seguinte parábola: «Um homem, ao partir de viagem, chamou os seus servos e confiou-lhes os seus bens. A um entregou cinco talentos, a outro dois e a outro um, conforme a capacidade de cada qual; e depois partiu. O que tinha recebido cinco talentos fê-los render e ganhou outros cinco. Do mesmo modo, o que recebera dois talentos ganhou outros dois. Mas o que recebera um só talento foi escavar na terra e escondeu o dinheiro do seu senhor. Muito tempo depois, chegou o senhor daqueles servos e foi ajustar contas com eles. O que recebera cinco talentos aproximou-se e apresentou outros cinco, dizendo: ‘Senhor, confiaste-me cinco talentos: aqui estão outros cinco que eu ganhei’. Respondeu-lhe o senhor: ‘Muito bem, servo bom e fiel. Porque foste fiel em coisas pequenas, confiar-te-ei as grandes. Vem tomar parte na alegria do teu senhor’. Aproximou-se também o que recebera dois talentos e disse: ‘Senhor, confiaste-me dois talentos: aqui estão outros dois que eu ganhei’. Respondeu-lhe o senhor: ‘Muito bem, servo bom e fiel. Porque foste fiel em coisas pequenas, confiar-te-ei as grandes. Vem tomar parte na alegria do teu senhor’. Aproximou-se também o que recebera um só talento e disse: ‘Senhor, eu sabia que és um homem severo, que colhes onde não semeaste e recolhes onde nada lançaste. Por isso, tive medo e escondi o teu talento na terra. Aqui tens o que te pertence’. O senhor respondeu-lhe: ‘Servo mau e preguiçoso, sabias que ceifo onde não semeei e recolho onde nada lancei; devias, portanto, depositar no banco o meu dinheiro e eu teria, ao voltar, recebido com juro o que era meu. Tirai-lhe então o talento e dai-o àquele que tem dez. Porque, a todo aquele que tem, dar-se-á mais e terá em abundância; mas, àquele que não tem, até o pouco que tem lhe será tirado. Quanto ao servo inútil, lançai-o às trevas exteriores. Aí haverá choro e ranger de dentes’».

Palavra da salvação.

 

MEDITAÇÃO

 

O TALENTO MULTIPLICADO

 

Não basta estar preparado, esperando passivamente a manifestação de Jesus. É preciso arriscar e lançar-se à acção, para que os dons recebidos frutifiquem e cresçam. Jesus confiou à comunidade cristã a revelação da vontade de Deus e a chave do Reino. No julgamento, ele pedirá contas por esse dom. A comunidade repartiu-o e fê-lo crescer, ou escondeu-o dos homens?

O encontro definitivo com o Senhor é que dá sentido à vida do discípulo. Este evento futuro e incerto motiva as suas iniciativas. Cada minuto da sua existência é tomado como possibilidade de fazer algo mais. Não perde a chance de se mostrar fiel ao Senhor, nas mínimas coisas. O discípulo age a partir dos dons recebidos de Deus. Quantos e quais sejam, pouco lhe importa. Importa-lhe apenas saber que o Senhor quer vê-los multiplicados. O verdadeiro discípulo sabe como fazer multiplicar os seus dons. Isto dá-se no serviço ao próximo, procurando construir a justiça e a fraternidade, e fazendo deles instrumento de restauração da dignidade humana. Quanto mais o discípulo põe a serviço dos outros os dons recebidos de Deus, mais estes se multiplicam. A atitude dos discípulos operosos e engajados contrasta com a dos preguiçosos, medrosos, acomodados, sem criatividade. Por preguiça espiritual, eles não se sentem motivados a fazer multiplicar o dom recebido de Deus. Por medo da severidade de Deus, por considerarem poucos os dons recebidos, por temerem enfrentar o mundo e seus desafios ou por não saberem como agir, o facto é que não progridem no caminho para Deus. A vida inútil que levam, resultará em severa punição, quando se encontrarem com o Senhor. As imagens da parábola são extraídas de uma sociedade oportunista consagrada ao mercado em busca do lucro. Na parábola, o senhor ambicioso, ao viajar, determina aos seus três servos que façam render o seu dinheiro. Os dois servos mais “fiéis” fizeram o dinheiro render cem por cento. Contudo um servo mais tímido, temeroso da severidade do patrão, não querendo correr riscos, escondeu o dinheiro que recebeu e devolveu-o tal qual o recebera. O senhor, afirmando-se como sendo aquele que “colhe onde não plantou e ajunta onde não semeou”, qualifica o servo tímido de mau e preguiçoso. Os dois servos fiéis e eficientes foram exaltados e o servo tímido foi lançado fora. A sentença final, “a quem tem será dado mais... daquele que não tem será tirado”, é típica da sociedade excludente e concentradora de riquezas. A parábola tem um certo aspecto de caricatura irónica da sociedade. As suas imagens são pouco condizentes com a revelação de Jesus de Nazaré, manso e humilde de coração, que vem trazer vida para todos, sem exclusões. O Reino de Deus é o reino dos pobres, mansos, pacíficos e misericordiosos, com fome e sede de justiça e partilha. Com certo constrangimento, a parábola tem sido entendida como uma advertência aos discípulos a fim de que façam frutificar os seus dons pessoais, ao serviço da comunidade e da sociedade.

 

 

ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS

 

Concedei-nos, Senhor, que os dons oferecidos para glória do vosso nome nos obtenham a graça de Vos servirmos fielmente e nos alcancem a posse da felicidade eterna.

Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

 

ANTÍFONA DA COMUNHÃO – Salmo 72, 28

 

A minha alegria é estar junto de Deus,

buscar no Senhor o meu refúgio.

 

OuMc 11, 23.24

 

Tudo o que pedirdes na oração

vos será concedido, diz o Senhor.

 

ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO

 

Depois de recebermos estes dons sagrados, humildemente Vos pedimos, Senhor: o sacramento que o vosso Filho nos mandou celebrar em sua memória aumente sempre a nossa caridade.

Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

 

 


sábado, 7 de novembro de 2020

AÍ VEM O ESPOSO: IDE AO SEU ENCONTRO

 

DOMINGO XXXII TEMPO COMUM – ano A – 08NOV2020

 

MISSA

 

ANTÍFONA DE ENTRADA – Salmo 87, 3

Chegue até Vós, Senhor, a minha oração,

inclinai o ouvido ao meu clamor.

 

ORAÇÃO COLECTA

Deus eterno e misericordioso, afastai de nós toda a adversidade, para que, sem obstáculos do corpo ou do espírito, possamos livremente cumprir a vossa vontade.

Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

 

Liturgia da Palavra

 

LEITURA I – Sab 6, 12-16

 

«A Sabedoria faz-se encontrar aos que a procuram»

 

Deus encontrar-Se-á finalmente da maneira mais completa e perfeita, quando o Senhor vier no fim dos tempos. O tempo de espera, neste mundo, desse momento pode parecer-nos longo demais, e, por vezes, desanimamos ou até nos esquecemos de estar à espera dele. Por isso, temos necessidade de passar a vida, como numa longa vigília, acolhendo a Sabedoria que nos procura e nos conduzirá a Deus.

 

Leitura do Livro da Sabedoria

A Sabedoria é luminosa e o seu brilho é inalterável; deixa-se ver facilmente àqueles que a amam e faz-se encontrar aos que a procuram. Antecipa-se e dá-se a conhecer aos que a desejam. Quem a busca desde a aurora não se fatigará, porque há-de encontrá-la já sentada à sua porta. Meditar sobre ela é prudência consumada e quem lhe consagra as vigílias depressa ficará sem cuidados. Procura por toda a parte os que são dignos dela: aparece-lhes nos caminhos, cheia de benevolência, e vem ao seu encontro em todos os seus pensamentos.

Palavra do Senhor

 

 

SALMO RESPONSORIAL – Salmo 62 (63), 2.3-4.5-6.7-8 (R. 2b)

 

Refrão: A minha alma tem sede de Vós, meu Deus. (Repete-se)

 

Senhor, sois o meu Deus: desde a aurora Vos procuro.

A minha alma tem sede de Vós.

Por Vós suspiro,

como terra árida, sequiosa, sem água. (Refrão)

 

Quero contemplar-Vos no santuário,

para ver o vosso poder e a vossa glória.

A vossa graça vale mais que a vida;

por isso, os meus lábios hão-de cantar-Vos louvores. (Refrão)

 

Assim Vos bendirei toda a minha vida

e em vosso louvor levantarei as mãos.

Serei saciado com saborosos manjares

e com vozes de júbilo Vos louvarei. (Refrão)

 

Quando no leito Vos recordo,

passo a noite a pensar em Vós.

Porque Vos tornastes o meu refúgio,

exulto à sombra das vossas asas. (Refrão)

 

 

LEITURA II – 1 Tes 4, 13-18

 

«Deus levará com Jesus os que em Jesus tiverem morrido»

 

Viver em união com Jesus é a garantia de viver eternamente unidos a Deus; a morte que Jesus sofreu é a fonte da vida gloriosa, da ressurreição, para Ele e para todos os que vivem unidos a Ele.

 

Leitura da Primeira Epístola do apóstolo São Paulo aos Tessalonicenses

Não queremos, irmãos, deixar-vos na ignorância a respeito dos defuntos, para não vos contristardes como os outros, que não têm esperança. Se acreditamos que Jesus morreu e ressuscitou, do mesmo modo, Deus levará com Jesus os que em Jesus tiverem morrido. Eis o que temos para vos dizer, segundo uma palavra do Senhor: Nós, os vivos, os que ficarmos para a vinda do Senhor, não precederemos os que tiverem morrido. Ao sinal dado, à voz do Arcanjo e ao som da trombeta divina, o próprio Senhor descerá do Céu e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro. Em seguida, nós, os vivos, os que tivermos ficado, seremos arrebatados juntamente com eles sobre as nuvens, para irmos ao encontro do Senhor nos ares, e assim estaremos sempre com o Senhor. Consolai-vos uns aos outros com estas palavras.

Palavra do Senhor

 

ALELUIA – Mt 24, 42a.44

 

Refrão: Aleluia. (Repete-se)

 

Vigiai e estai preparados,

porque, na hora em que não pensais,

virá o Filho do homem. (Refrão)

 

 

EVANGELHO – Mt 25, 1-13

 

«Aí vem o Esposo: ide ao seu encontro»

 

Com a parábola das dez virgens, Jesus quer incutir-nos a coragem para esperarmos, sem desfalecimento, o dia da sua vinda, ao mesmo tempo que nos ensina a estar de vigia, preparados para ir ao seu encontro. A lâmpada acesa é, para nós, sinal da fé e da vigilância.

 

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos a seguinte parábola: «O reino dos Céus pode comparar-se a dez virgens, que, tomando as suas lâmpadas, foram ao encontro do esposo. Cinco eram insensatas e cinco eram prudentes. As insensatas, ao tomarem as suas lâmpadas, não levaram azeite consigo, enquanto as prudentes, com as lâmpadas, levaram azeite nas almotolias. Como o esposo se demorava, começaram todas a dormitar e adormeceram. No meio da noite ouviu-se um brado: ‘Aí vem o esposo; ide ao seu encontro’. Então, as virgens levantaram-se todas e começaram a preparar as lâmpadas. As insensatas disseram às prudentes: ‘Dai-nos do vosso azeite, que as nossas lâmpadas estão a apagar-se’. Mas as prudentes responderam: ‘Talvez não chegue para nós e para vós. Ide antes comprá-lo aos vendedores’. Mas, enquanto foram comprá-lo, chegou o esposo. As que estavam preparadas entraram com ele para o banquete nupcial; e a porta fechou-se. Mais tarde, chegaram também as outras virgens e disseram: ‘Senhor, senhor, abre-nos a porta’. Mas ele respondeu: ‘Em verdade vos digo: Não vos conheço’. Portanto, vigiai, porque não sabeis o dia nem a hora».

Palavra da salvação.

 

MEDITAÇÃO

 

AO ENCONTRO DO SENHOR

 

Nesta parábola, o noivo é Jesus, que virá no fim da história. As virgens representam as comunidades cristãs, que devem sempre estar preparadas para o encontro com o Senhor, mediante a prática da justiça (o óleo). Os discípulos do Reino devem sempre lembrar-se de que estão a caminho do encontro com o Senhor. O desconhecimento desta hora exige que o discípulo esteja sempre preparado, pois a falta de cautela, por menor que seja, poderá causar-lhe danos irreparáveis. As moças sensatas da parábola simbolizam os discípulos que, com fidelidade, sempre traduziram em projecto de vida os ensinamentos de Jesus. Já as moças imprudentes correspondem aos discípulos que, apesar de terem escutado as palavras do Mestre, não fizeram delas seu projecto de vida. O encontro com o Senhor não pode ser improvisado. Cada discípulo tem a vida inteira para prepará-lo. Afinal, este pode acontecer a qualquer momento. A ninguém é dado conhecer de antemão quando o Senhor virá pedir-lhe contas. É insensato perder as chances de preparação que lhe são oferecidas. Por outro lado, esta preparação deve ser feita, individualmente, sem que haja a possibilidade de alguém transferir seus méritos para outrem. É a advertência contida nas palavras do Mestre: as moças prudentes, que trouxeram azeite de reserva, não podem partilhar de seu azeite com as insensatas que não tiverem o bom senso de ficar preparadas. A comunhão definitiva com Jesus exige do discípulo do Reino um esforço contínuo para deixar-se guiar por seus ensinamentos. Os descuidados que se cuidem! Com esta parábola das dez moças, exclusiva de Mateus, continua-se o tema da vigilância, dentro da perspectiva escatológica. No seu todo a parábola deixa a desejar, sob o ponto de vista da falta de solidariedade das cinco virgens "previdentes". A vigilância a que Jesus nos convida não se restringe a devoções religiosas voltadas sobre si mesmas, mas leva-nos ao empenho missionário, na prática da misericórdia, na solidariedade e na partilha. Assim nos unimos a Jesus e ao Pai, no Espírito, em comunhão de vida eterna.

 

 

ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS

 

Olhai, Senhor, com benevolência para o sacrifício que Vos apresentamos, a fim de participarmos com sincera piedade no memorial da paixão do vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

 

ANTÍFONA DA COMUNHÃO – Salmo Salmo 22, 1-2

 

O Senhor é meu pastor: nada me falta.

Leva-me a descansar em verdes prados.

Conduz-me às águas refrescantes

e reconforta a minha alma.

 

OuLc 24, 35

 

Os discípulos reconheceram

o Senhor Jesus ao partir o pão.

 

ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO

 

Nós Vos damos graças, Senhor, pelo alimento celeste que recebemos e imploramos da vossa misericórdia que, pela acção do Espírito Santo, perseverem na vossa graça os que receberam a força do alto.

Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.