sábado, 28 de julho de 2018

DISTRIBUIU-OS E COMERAM QUANTO QUISERAM



Domingo XVII do Tempo Comum – ano B – 29JUL2018





O Alimento

Comer é uma função tão essencial na vida humana que quase todas as religiões disso fazem um símbolo e o acompanham com um rito litúrgico. O cristianismo propõe a salvação sob forma de uma ceia, símbolo e antecipação do banquete eterno.

Os pobres comerão à saciedade
Os tempos preditos pelos profetas como tempos do Messias, se caracterizam por este facto de imediata intuição: abundância para os pobres. “Os pobres comerão e serão saciados”; diz o salmista (Sl 21,27). E Isaías, numa visão profética, vê todos os povos reunidos para um grande banquete: “Preparará o Senhor dos exércitos, para todos os povos, neste monte, um banquete de carnes gordas, de vinhos excelentes, de comidas suculentas, de vinhos finos” (Is 25,6). Os pobres, sobretudo, estão em condições de apreciar uma visão deste género, aqueles que não comem nunca à saciedade. A ideia da abundância e da saciedade é acentuada expressamente tanto no evangelho (“encheram doze cestos com os pães… que sobraram”) como na 1ª. leitura que, também literária e estilisticamente, é paralela ao evangelho (“assim, diz o Senhor: comerão e ainda sobrará”). Com o advento de Jesus, o tema messiânico da abundância atinge o seu acabamento.
No evangelho, reveste-se de um evidente sentido eucarístico, como realidades que se anunciam e se completam mutuamente, e introduzem a comunhão sem véus com o Pai, o Filho e o Espírito Santo. O vocabulário empregado tanto por João como pelos sinópticos é tipicamente eucarístico. De fato, encontramos os mesmos verbos usados para a instituição da eucaristia: tomou o pão, e depois de ter dado graças, o distribuiu. A leitura eucarística do facto da multiplicação dos pães manifesta a compreensão teológica dos mesmos, por parte da comunidade primitiva, na superposição de planos desenvolvidos mais amplamente por João.
A eucaristia é vista, assim, no seu sentido mais genuíno de abundância de vida e capaz de dar a vida eterna dentro do banquete messiânico.

Um teste para a nossa caridade
O problema da fome no mundo é, certamente, uma das questões mais angustiantes do nosso tempo. A sua solução ainda está bem distante. O desequilíbrio económico entre as nações desenvolvidas e as outras continua a registar crescimento assustador. O auxílio económico oferecido pelas nações ricas às pobres é ainda muito fraco e mal orientado, para poder apressar o progresso económico-social dos países em via de desenvolvimento. Perguntamo-nos se a Igreja, hoje ainda, multiplica os pães para os que têm fome, ou, mais concretamente, se no problema da fome que aflige o mundo de hoje, a Igreja tem alguma coisa a fazer, além do seu papel de lembrar, sem descanso, aos seus membros, as suas obrigações individuais e colectivas. Mas será que estamos convencidos de que a Igreja somos nós? Jesus saciou concretamente homens que tinham fome e revelou-se como o pão da vida eterna; fê-lo a partir de uma realidade terrestre. O pão que ele dá não é só o símbolo do pão sobrenatural. Não é possível revelar o pão da vida eterna sem comprometer-se verdadeiramente nos deveres da solidariedade humana. O amor dos pobres, como o dos inimigos, é o teste por excelência da qualidade da nossa caridade. Reconhecer aos pobres o direito de receber o pão da vida é comprometer-se totalmente nas exigências do amor; e, para o cristão, traduzir numa nova “multiplicação dos pães”, em escala mundial, o benefício que ele recebeu de Cristo.

Uma Igreja pobre, sinal de abundância
Ora, precisamente por se encontrar a Igreja, de facto, mais desenvolvida nas nações ricas do Ocidente, deverá, para tornar digna de fé a sua mensagem, apresentar-se às multidões dos pobres que povoam o mundo e que são, de direito, os primeiros destinatários do evangelho, como aquela que faz os povos participarem da sua abundância.
A Igreja mudará de fisionomia na medida que os cristãos e os responsáveis pelas instituições eclesiásticas tomarem consciência das exigências que o terceiro mundo põe à sua fé e à sua caridade. Então, a relação entre a Igreja e a riqueza material será restaurada na sua evangélica verdade; a Igreja voltará a ser no mundo um “sinal” para todos os que têm fome de pão e de vida eterna.


MISSA

ANTÍFONA DE ENTRADA – Salmo 67, 6-7.36
Deus vive na sua morada santa,
Ele prepara uma casa para o pobre.
É a força e o vigor do seu povo.

ORAÇÃO COLECTA
Deus, protector dos que em Vós esperam, sem Vós nada tem valor, nada é santo. Multiplicai sobre nós a vossa misericórdia, para que, conduzidos por Vós, usemos de tal modo os bens temporais que possamos aderir desde já aos bens eternos.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.


Liturgia da Palavra


LEITURA I – 2 Reis 4, 42-44

«Comerão e ainda há-de sobrar»

A liturgia continua em si a mesma linha de pensamento e até de acção da Sagrada Escritura. Assim, hoje, faz-nos ler duas passagens semelhantes, uma do Antigo, outra do Novo Testamento: duas multiplicações do pão. Em ambas se pode ver o mesmo dedo de Deus, amigo dos homens, capaz de lhes dar o alimento de que precisam, e, ao mesmo tempo, em ambas se manifesta que é Ele quem está sempre nos gestos e nas palavras dos que actuam e falam em seu nome.

Leitura do Segundo Livro dos Reis
Naqueles dias, veio um homem da povoação de Baal-Salisa e trouxe a Eliseu, o homem de Deus, pão feito com os primeiros frutos da colheita. Eram vinte pães de cevada e trigo novo no seu alforge. Eliseu disse: «Dá-os a comer a essa gente». O servo respondeu: «Como posso com isto dar de comer a cem pessoas?». Eliseu insistiu: «Dá-os a comer a essa gente, porque assim fala o Senhor: ‘Comerão e ainda há-de sobrar’». Deu-lhos e eles comeram, e ainda sobrou, segundo a palavra do Senhor.
Palavra do Senhor

SALMO RESPONSORIAL – Salmo 144 (145), 10-11.15-16.17-18 (R. cf. 16)
Refrão: Abris, Senhor, as vossas mãos e saciais a nossa fome. (Repete-se).

Graças Vos dêem, Senhor, todas as criaturas
e bendigam-Vos os vossos fiéis.
Proclamem a glória do vosso reino
e anunciem os vossos feitos gloriosos. (Refrão)

Todos têm os olhos postos em Vós,
e a seu tempo lhes dais o alimento.
Abris as vossas mãos
e todos saciais generosamente. (Refrão)

O Senhor é justo em todos os seus caminhos
e perfeito em todas as suas obras.
O Senhor está perto de quantos O invocam,
de quantos O invocam em verdade.  (Refrão)

LEITURA II – Ef 4, 1-6

«Um só Corpo, um só Senhor, uma só fé, um só Baptismo»

Durante alguns domingos, sete, vamos ler a Epístola aos Efésios. É uma carta maravilhosa, escrita, como algumas outras, da prisão, e em que se aprofunda, de maneira particular, o mistério de Cristo e a vida vivida segundo esse mistério. Hoje insiste-se na unidade que deve reinar entre os cristãos, unidade não apenas de fora, mas de coração, porque todos somos um só, participantes da unidade de Deus, que d’Ele nos vem por Cristo.

Leitura da Epístola do apóstolo São Paulo aos Efésios
Irmãos: Eu, prisioneiro pela causa do Senhor, recomendo-vos que vos comporteis segundo a maneira de viver a que fostes chamados: procedei com toda a humildade, mansidão e paciência; suportai-vos uns aos outros com caridade; empenhai-vos em manter a unidade de espírito pelo vínculo da paz. Há um só Corpo e um só Espírito, como há uma só esperança na vida a que fostes chamados. Há um só Senhor, uma só fé, um só Baptismo. Há um só Deus e Pai de todos, que está acima de todos, actua em todos e em todos Se encontra.
Palavra do Senhor


ALELUIA – Lc 7, 16

Refrão: Aleluia. (Repete-se)

Apareceu entre nós um grande profeta:
Deus visitou o seu povo. (Refrão)


EVANGELHO – Jo 6, 1-15

«Distribuiu-os e comeram quanto quiseram»

A multiplicação dos pães situa-se próximo da Páscoa. Hoje lemos o facto; nos dias seguintes ouviremos o comentário, a catequese que o próprio Senhor Jesus fará deste facto. Mas a multiplicação dos pães e dos peixes é apresentada nos termos da celebração eucarística. Depois da catequese sobre o Baptismo na fala com Nicodemos, depois da referência constante ao Espírito Santo, começamos hoje a catequese sobre a Eucaristia. Estamos no ambiente da iniciação cristã.

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João
Naquele tempo, Jesus partiu para o outro lado do mar da Galileia, ou de Tiberíades. Seguia-O numerosa multidão, por ver os milagres que Ele realizava nos doentes. Jesus subiu a um monte e sentou-Se aí com os seus discípulos. Estava próxima a Páscoa, a festa dos judeus. Erguendo os olhos e vendo que uma grande multidão vinha ao seu encontro, Jesus disse a Filipe: «Onde havemos de comprar pão para lhes dar de comer?». Dizia isto para o experimentar, pois Ele bem sabia o que ia fazer. Respondeu-Lhe Filipe: «Duzentos denários de pão não chegam para dar um bocadinho a cada um». Disse-Lhe um dos discípulos, André, irmão de Simão Pedro: «Está aqui um rapazito que tem cinco pães de cevada e dois peixes. Mas que é isso para tanta gente?». Jesus respondeu: «Mandai-os sentar». Havia muita erva naquele lugar e os homens sentaram-se em número de uns cinco mil. Então, Jesus tomou os pães, deu graças e distribuiu-os aos que estavam sentados, fazendo o mesmo com os peixes; e comeram quanto quiseram. Quando ficaram saciados, Jesus disse aos discípulos: «Recolhei os bocados que sobraram, para que nada se perca». Recolheram-nos e encheram doze cestos com os bocados dos cinco pães de cevada que sobraram aos que tinham comido. Quando viram o milagre que Jesus fizera, aqueles homens começaram a dizer: «Este é, na verdade, o Profeta que estava para vir ao mundo». Mas Jesus, sabendo que viriam buscá-l’O para O fazerem rei, retirou-Se novamente, sozinho, para o monte.
Palavra da Salvação

ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Aceitai, Senhor, os dons que recebemos da vossa generosidade e trazemos ao vosso altar, e fazei que estes sagrados mistérios, por obra da vossa graça, nos santifiquem na vida presente e nos conduzam às alegrias eternas.
Por Nosso Senhor, Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

ANTÍFONA DA COMUNHÃO – Salmo 102, 2
Bendiz, ó minha alma, o Senhor
e não esqueças os seus benefícios.

Ou – Mt 5, 7-8

Bem-aventurados os misericordiosos,
porque alcançarão misericórdia.
Bem-aventurados os puros de coração,
porque verão a Deus.

ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Senhor, que nos destes a graça de participar neste divino sacramento, memorial perene da paixão do vosso Filho, fazei que este dom do seu amor infinito sirva para a nossa salvação.
Por Nosso Senhor, Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.



sábado, 21 de julho de 2018

ERAM COMO OVELHAS SEM PASTOR





Domingo XVI do Tempo Comum – ano B – 22JUL2018



Missão cumprida

O regresso dos apóstolos para junto de Jesus, após terem cumprido a missão recebida, corresponde ao término de uma etapa importante da formação dos discípulos. A sua acção missionária foi uma espécie de ensaio prático do que haveria de ser a futura missão. O reencontro com o Mestre serviria para avaliar o trabalho realizado. Por isso, relataram-lhe tudo quanto tinham feito e ensinado. Era importante receber as observações do Mestre, para terem a certeza de estar trilhando o caminho correcto. A missão dos apóstolos era, em tudo, semelhante à de Jesus. Como ao Mestre, cabia-lhes anunciar a chegada do Reino de Deus e convidar o povo à conversão. Os milagres realizados indicavam que o Reino estava a acontecer na vida do povo, em forma de libertação. Sobretudo, era significativo o poder de libertar as pessoas da opressão dos espíritos impuros. Com a chegada do Reino, elas já não estavam fadadas a serem escravas de quem quer que fosse. Os apóstolos foram instruídos a imitar o Mestre também em outros aspectos. Quanto à pobreza, deveriam dar prova de total confiança na providência divina. Quanto à coragem diante das dificuldades, não deveriam desistir da missão, caso fossem rejeitados. Quanto ao estar sempre a caminho, deveriam evitar fixar-se num só lugar. Após terem realizado, a contento, a missão recebida, puderam repousar um pouco com o Mestre. Este texto de Marcos revela a intensa actividade de Jesus com os apóstolos, no seu ministério. Os apóstolos haviam sido enviados em missão, e agora retornam e contam a Jesus tudo o que tinham feito e ensinado. Na missão o ensino é acompanhado da acção libertadora e vivicadora. Já cercados pela multidão, “não tinham nem tempo para comer”, isto é, para se alimentarem do pão, da palavra e da oração. Jesus chama os apóstolos e, por meio de um barco, partem para um lugar retirado a fim de repousarem. Porém, a multidão, vinda de vários lugares, os acompanha pela margem do lago, chegando antes deles. São pessoas empobrecidas, excluídas das sinagogas e das elites sociais. Marcos, como lhe é próprio, destaca o sentimento de compaixão de Jesus pelas multidões. Ele passa então a ensinar-lhes muitas coisas. O ensino de Jesus é a revelação da vontade de Deus sobre nós, restaurando a vida onde ela é ameaçada.


MISSA

ANTÍFONA DE ENTRADA – Salmo 53, 6.8
Deus vem em meu auxílio, o Senhor sustenta a minha vida.
De todo o coração Vos oferecerei sacrifícios,
cantando a glória do vosso nome.

ORAÇÃO COLECTA
Sede propício, Senhor, aos vossos servos e multiplicai neles os dons da vossa graça, para que, fervorosos na fé, esperança e caridade, perseverem na fiel observância dos vossos mandamentos.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.


Liturgia da Palavra


LEITURA I – Jer 23, 1-6

«Reunirei o resto das minhas ovelhas e dar-lhes-ei pastores»

No Evangelho, Jesus vai revelar-Se cheio de compaixão pela multidão, que é como um rebanho sem pastor. Mas já desde o Antigo Testamento Deus Se tinha revelado como bom Pastor do seu povo. Os cuidados do pastor pelo seu rebanho são uma boa comparação que nos pode fazer compreender o amor com que Deus Se preocupa com os homens e deseja que eles encontrem os verdadeiros caminhos da vida e o verdadeiro alimento que os há-de sustentar nesses caminhos. E logo se anuncia um “rebento justo”, um “verdadeiro rei”, o Messias futuro que Se há-de um dia apresentar como o “Bom Pastor”, Nosso Senhor Jesus Cristo.

Leitura do Livro de Jeremias
Diz o Senhor: «Ai dos pastores que perdem e dispersam as ovelhas do meu rebanho!». Por isso, assim fala o Senhor, Deus de Israel, aos pastores que apascentam o meu povo: «Dispersastes as minhas ovelhas e as escorraçastes, sem terdes cuidado delas. Vou ocupar-Me de vós e castigar-vos, pedir-vos contas das vossas más acções – oráculo do Senhor. Eu mesmo reunirei o resto das minhas ovelhas de todas as terras onde se dispersaram e as farei voltar às suas pastagens, para que cresçam e se multipliquem. Dar-lhes-ei pastores que as apascentem e não mais terão medo nem sobressalto; nem se perderá nenhuma delas – oráculo do Senhor. Dias virão, diz o Senhor, em que farei surgir para David um rebento justo. Será um verdadeiro rei e governará com sabedoria; há-de exercer no país o direito e a justiça. Nos seus dias, Judá será salvo e Israel viverá em segurança. Este será o seu nome: ‘O Senhor é a nossa justiça’».
Palavra do Senhor

SALMO RESPONSORIAL – Salmo 22 (23), 1-3a.3b-4.5.6 (R. 1)
Refrão: O Senhor é meu pastor: nada me faltará. (Repete-se).

O Senhor é meu pastor: nada me falta.
Leva-me a descansar em verdes prados,
conduz-me às águas refrescantes
e reconforta a minha alma. (Refrão)

Ele me guia por sendas direitas por amor
do seu nome.
Ainda que tenha de andar por vales tenebrosos,
não temerei nenhum mal, porque Vós estais comigo:
o vosso cajado e o vosso báculo
me enchem de confiança. (Refrão)

Para mim preparais a mesa
à vista dos meus adversários;
com óleo me perfumais a cabeça,
e o meu cálice transborda. (Refrão)

A bondade e a graça hão-de acompanhar-me
todos os dias da minha vida,
e habitarei na casa do Senhor
para todo o sempre. (Refrão)

LEITURA II – Ef 2, 13-18

« Ele é a nossa paz, que fez de uns e outros um só povo»

Continuando a expor o plano de Deus sobre o mundo, S. Paulo mostra como Jesus fez a união de todos os homens por meio da sua Cruz, em particular, a união entre o povo de Deus do Antigo Testamento e o do Novo Testamento. Nem são rigorosamente dois povos, mas dois momentos do mesmo povo em que se manifesta a continuação e o desenvolvimento do mesmo e único plano divino de levar todos os homens, de todos os tempos, à unidade do Corpo que tem Cristo por cabeça e pastor.

Leitura da Epístola do apóstolo São Paulo aos Efésios
Irmãos: Foi em Cristo Jesus que vós, outrora longe de Deus, vos aproximastes d’Ele, graças ao sangue de Cristo. Cristo é, de facto, a nossa paz. Foi Ele que fez de judeus e gregos um só povo e derrubou o muro da inimizade que os separava, anulando, pela imolação do seu corpo, a Lei de Moisés com as suas prescrições e decretos. E assim, de uns e outros, Ele fez em Si próprio um só homem novo, estabelecendo a paz. Pela cruz reconciliou com Deus uns e outros, reunidos num só Corpo, levando em Si próprio a morte à inimizade. Cristo veio anunciar a boa nova da paz, paz para vós, que estáveis longe, e paz para aqueles que estavam perto. Por Ele, uns e outros podemos aproximar-nos do Pai, num só Espírito.
Palavra do Senhor


ALELUIA – Jo 10, 27

Refrão: Aleluia. (Repete-se)

s minhas ovelhas escutam a minha voz,
diz o Senhor;
Eu conheço as minhas ovelhas e elas seguem-Me. (Refrão)


EVANGELHO – Mc 6, 30-34

« Eram como ovelhas sem pastor»

Sem a palavra de Deus os homens não encontram a união, são como ovelhas tresmalhadas de um rebanho a que falta o pastor. Jesus, ao contemplar a multidão que O seguia, mas que não era ainda a sua Igreja, sente por ela grande compaixão e vai-lhes dando o pão da palavra de Deus: “começou a ensinar-lhes muitas coisas”.

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Marcos
Naquele tempo, os Apóstolos voltaram para junto de Jesus e contaram-Lhe tudo o que tinham feito e ensinado. Então Jesus disse-lhes: «Vinde comigo para um lugar isolado e descansai um pouco». De facto, havia sempre tanta gente a chegar e a partir que eles nem tinham tempo de comer. Partiram, então, de barco para um lugar isolado, sem mais ninguém. Vendo-os afastar-se, muitos perceberam para onde iam; e, de todas as cidades, acorreram a pé para aquele lugar e chegaram lá primeiro que eles. Ao desembarcar, Jesus viu uma grande multidão e compadeceu-Se de toda aquela gente, porque eram como ovelhas sem pastor. E começou a ensinar-lhes muitas coisas.
Palavra da Salvação

ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Senhor, que levastes à plenitude os sacrifícios da Antiga Lei
no único sacrifício de Cristo,
aceitai e santificai esta oblação dos vossos fiéis,
como outrora abençoastes a oblação de Abel;
e fazei que os dons oferecidos em vossa honra
por cada um de nós
sirvam para a salvação de todos.
Por Nosso Senhor, Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

ANTÍFONA DA COMUNHÃO – Salmo 110, 4-5
O Senhor misericordioso e compassivo
instituiu o memorial das suas maravilhas,
deu sustento àqueles que O temem.

Ou – Ap 3, 20

Eu estou à porta e chamo, diz o Senhor.
Se alguém ouvir a minha voz e Me abrir a porta,
entrarei em sua casa, cearei com ele e ele comigo.

ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Protegei, Senhor, o vosso povo que saciastes nestes divinos mistérios e fazei-nos passar da antiga condição do pecado à vida nova da graça.
Por Nosso Senhor, Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.



sábado, 14 de julho de 2018

COMEÇOU A ENVIÁ-LOS





Domingo XV do Tempo Comum – ano B – 15JUL2018



Estar sempre a caminho

Os discípulos são enviados para continuar a missão de Jesus: pedir mudança radical da orientação de vida (levando à conversão), não alienar as pessoas (libertando-as dos demónios), restaurar a vida humana (curando). Os discípulos devem estar livres, ter bom senso e estar conscientes de que a missão vai provocar choque com os que não querem transformações. Para Jesus, o exercício da missão apostólica deveria ser dinâmico. O objectivo consistia em anunciar a todos, sem excepção, a Boa Nova da salvação e fazer chegar até eles os benefícios do Reino. As instruções de Jesus por ocasião do envio missionário tentavam garantir a agilização da missão. Nada de munir-se de apetrechos, visando assegurar a subsistência e um certo bem-estar. Era desnecessário prover-se de comida e dinheiro, ou carregar uma mochila. Duas mudas de roupa seriam supérfluas. Bastava o que traziam no corpo. Só duas coisas eram permitidas: levar um bastão e calçar sandálias. Por quê? O bastão serviria para proteger-se dos animais ferozes que poderiam encontrar ao longo do caminho. As sandálias eram necessárias porque, se caminhassem descalços, logo estariam com os pés feridos e, por consequência, não poderiam seguir adiante e levar a cabo a missão. A simplicidade apostólica levaria os apóstolos a darem contínuo testemunho de confiança na providência divina, em cujas mãos se colocavam. Poderiam estar certos de que, em suas andanças, sempre experimentariam a bondade do Senhor do Reino, expressa na hospitalidade generosa de seus ouvintes. Neste contexto, até mesmo a rejeição serviria de estímulo para não se acomodarem, obrigando os apóstolos a seguirem sempre em frente. Jesus escolhera os Doze, que o acompanhavam mais de perto e eram instruídos por ele. Agora envia-os em missão, “dois a dois”. Nessa parceria estão os elementos básicos da vida comunitária: comunicação, complementação, solidariedade, partilha, diálogo. E assim se tem a presença de Jesus: “onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, eu estou ali, no meio deles”. O despojamento dos discípulos não tem o sentido de um ascetismo heróico. É, antes de mais nada, um abandono nas mãos de Deus, como expressão da confiança em sua providência e, também, da confiança na bondade que existe no coração humano. Tal abandono toca os corações, que se abrem e se tornam acolhedores. Os discípulos são enviados “para proclamar que o povo se convertesse”. A conversão é a ruptura com o sistema, assumindo-se a prática libertadora que consciencializa e se orienta para o serviço à vida e o resgate da dignidade dos oprimidos e humilhados.


MISSA

ANTÍFONA DE ENTRADA – Salmo 16, 15
Eu venho, Senhor, à vossa presença:
ficarei saciado ao contemplar a vossa glória.

ORAÇÃO COLECTA
Senhor nosso Deus, que mostrais aos errantes a luz da vossa verdade para poderem voltar ao bom caminho, concedei a quantos se declaram cristãos que, rejeitando tudo o que é indigno deste nome, sigam fielmente as exigências da sua fé.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.


Liturgia da Palavra


LEITURA I – Amós 7, 12-15

«Vai, profeta, ao meu povo»

O Evangelho vai apresentar-nos hoje Jesus a chamar e a enviar os doze Apóstolos. Por seu lado esta primeira leitura quer fazer-nos compreender, desde já, que o Senhor chama e envia como Lhe apraz, quem Ele quer; esse será o seu enviado, o seu mensageiro, que é preciso acolher e escutar como tal. Por ele, é Deus quem falará. E nenhum mal-entendido ou incompreensão podem ser obstáculo à presença e à palavra do enviado de Deus.

Leitura da Profecia de Amós
Naqueles dias, Amasias, sacerdote de Betel, disse a Amós: «Vai-te daqui, vidente. Foge para a terra de Judá. Aí ganharás o pão com as tuas profecias. Mas não continues a profetizar aqui em Betel, que é o santuário real, o templo do reino». Amós respondeu a Amasias: «Eu não era profeta, nem filho de profeta. Era pastor de gado e cultivava sicómoros. Foi o Senhor que me tirou da guarda do rebanho e me disse: ‘Vai profetizar ao meu povo de Israel’».
Palavra do Senhor

SALMO RESPONSORIAL – Salmo 84 (85), 9ab-10.11-12.13-14 (R. 8)
Refrão: Mostrai-nos, Senhor, o vosso amor e dai-nos a vossa salvação. (Repete-se).

Deus fala de paz ao seu povo e aos seus fiéis
e a quantos de coração a Ele se convertem.
A sua salvação está perto dos que O temem
e a sua glória habitará na nossa terra. (Refrão)

Encontraram-se a misericórdia e a fidelidade,
abraçaram-se a paz e a justiça.
A fidelidade vai germinar da terra
e a justiça descerá do Céu. (Refrão)

O Senhor dará ainda o que é bom,
e a nossa terra produzirá os seus frutos.
A justiça caminhará à sua frente
e a paz seguirá os seus passos. (Refrão)


LEITURA II – Ef 1, 3-14

«Ele nos escolheu, em Cristo, antes da criação do mundo»

A epístola aos Efésios, talvez a mais bela de S. Paulo, revela-nos o plano de Deus sobre o mundo. A contemplação deste plano deslumbrava o Apóstolo, e esse deslumbramento, canta-o ele num verdadeiro hino, que constitui a leitura de hoje. Esse plano de Deus consiste em fazer dos homens seus filhos por Jesus Cristo, e constituir Cristo cabeça e centro da unidade de todo o universo.

Leitura da Epístola do apóstolo São Paulo aos Efésios
Bendito seja Deus, Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo, que do alto dos Céus nos abençoou com toda a espécie de bênçãos espirituais em Cristo. N’Ele nos escolheu, antes da criação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis, em caridade, na sua presença. Ele nos predestinou, conforme a benevolência da sua vontade, a fim de sermos seus filhos adoptivos, por Jesus Cristo, para louvor da sua glória e da graça que derramou sobre nós, por seu amado Filho. N’Ele, pelo seu sangue, temos a redenção e a remissão dos pecados. Segundo a riqueza da sua graça, que Ele nos concedeu em abundância, com plena sabedoria e inteligência, deu-nos a conhecer o mistério da sua vontade, o desígnio de benevolência n’Ele de antemão estabelecido, para se realizar na plenitude dos tempos: instaurar todas as coisas em Cristo, tudo o que há nos Céus e na terra. Em Cristo fomos constituídos herdeiros, por termos sido predestinados, segundo os desígnios d’Aquele que tudo realiza conforme a decisão da sua vontade, para sermos um hino de louvor da sua glória, nós que desde o começo esperámos em Cristo. Foi n’Ele que vós também, depois de ouvirdes a palavra da verdade, o Evangelho da vossa salvação, abraçastes a fé e fostes marcados pelo Espírito Santo. E o Espírito Santo prometido é o penhor da nossa herança, para a redenção do povo que Deus adquiriu para louvor da sua glória.
Palavra do Senhor


ALELUIA – Ef 1, 17-18

Refrão: Aleluia. (Repete-se)

Deus, Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo,
ilumine os olhos do nosso coração,
para sabermos a que esperança fomos chamados. (Refrão)


EVANGELHO – Mc 6, 7-13

«Começou a enviá-los»

A missão dos Apóstolos é puro dom do Senhor; Ele escolhe os que quer, e envia-os a anunciar uma mensagem de salvação que vem d’Ele, o Salvador. E de tal maneira eles anunciam uma mensagem que não é sua, mas de Jesus, que não deverão ir apoiados em seguranças humanas, mas somente no dom do Senhor que os envia.

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Marcos
Naquele tempo, Jesus chamou os doze Apóstolos e começou a enviá-los dois a dois. Deu-lhes poder sobre os espíritos impuros e ordenou-lhes que nada levassem para o caminho, a não ser o bastão: nem pão, nem alforge, nem dinheiro; que fossem calçados com sandálias, e não levassem duas túnicas. Disse-lhes também: «Quando entrardes em alguma casa, ficai nela até partirdes dali. E se não fordes recebidos em alguma localidade, se os habitantes não vos ouvirem, ao sair de lá, sacudi o pó dos vossos pés como testemunho contra eles». Os Apóstolos partiram e pregaram o arrependimento, expulsaram muitos demónios, ungiram com óleo muitos doentes e curaram-nos.
Palavra da Salvação

ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Olhai, Senhor, para os dons da vossa Igreja em oração e concedei aos fiéis que os vão receber a graça de crescerem na santidade.
Por Nosso Senhor, Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

ANTÍFONA DA COMUNHÃO – Salmo 83, 4-5
As aves do céu encontram abrigo
e as andorinhas um ninho para os seus filhos,
junto dos vossos altares, Senhor dos Exércitos,
meu Rei e meu Deus.
Felizes os que moram em vossa casa
e a toda a hora cantam os vossos louvores.

Ou – Jo 6, 57

Quem come a minha Carne e bebe o meu Sangue permanece em Mim e Eu nele, diz o Senhor.

ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Senhor, que nos alimentais à vossa mesa santa, humildemente Vos suplicamos: sempre que celebramos estes mistérios, aumentai em nós os frutos da salvação.
Por Nosso Senhor, Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.



sábado, 7 de julho de 2018

UM PROFETA SÓ É DESPREZADO NA SUA TERRA





Domingo XIV do Tempo Comum – ano B – 8JUL2018



QUE SABEDORIA É ESSA?

Os conterrâneos de Jesus escandalizam-se. Não querem admitir que alguém como eles possa ter sabedoria superior à dos profissionais e realize acções que indiquem uma presença de Deus. Para eles, o empecilho para a fé é a encarnação: Deus feito homem, situado num contexto social. A sabedoria que Jesus manifestava nos seus ensinamentos deixava o povo de sua cidade atónito. Este não podia entender como o filho de um carpinteiro, conhecido de todos, podia falar com tanta segurança a respeito de coisas tão sublimes. Outro argumento: Jesus convivia com eles e com os seus parentes. Tudo dentro da mais total normalidade, sem nada de extraordinário. Também não constava que o Mestre tivesse sido instruído por algum rabino famoso da época. Resultado: recusavam-se a dar crédito às palavras dele. Antes, puseram-nas sob suspeita. Efectivamente, o povo de Nazaré não podia valorizar a sabedoria de Jesus, por julgá-la a partir de critérios humanos. A fonte da sabedoria do Mestre, porém, radicava-se no Pai, cujas palavras Jesus proclamava. Não era uma sabedoria adquirida com os meios humanos, nem tinha, como ponto de partida, concepções humanas. As suas palavras tinham Deus como origem. Elas eram palavras que o Pai queria dirigir à humanidade. Por isso, era inútil comparar o ensinamento de Jesus com o dos mestres da Lei. Havia entre eles uma enorme diferença. Jesus refez o caminho dos profetas rejeitados na sua própria terra, pelos da sua própria casa. O discípulo arrisca-se a rejeitar Jesus, se não reconhecer a origem divina de suas palavras. Esta narrativa de Marcos tem como núcleo a proclamação de Jesus: “Um profeta só não é valorizado na sua própria terra”. Simboliza a rejeição dos frequentadores da sinagoga e dos seus familiares a ele. É uma ruptura com as tradicionais estruturas socio-religiosas de parentesco do judaísmo, que se afirma como povo eleito a partir dos vínculos carnais de consanguinidade, provados por genealogias. João Baptista já advertira na sua pregação: “Produzi fruto de arrependimento e não penseis que basta dizer: ‘Temos por pai Abraão’”. Com Jesus, a família fica caracterizada pela união em torno do cumprimento da vontade do Pai. No evangelho de Marcos, esta é a terceira e última vez que Jesus vai a uma sinagoga, em cada vez ocorria um conflito com os chefes religiosos. Jesus exerce o seu ministério na Galileia e territórios gentílicos vizinhos, tendo a “casa” como centro de irradiação da missão.


MISSA

ANTÍFONA DE ENTRADA – Salmo 47, 10-11
Recordamos, Senhor, a vossa misericórdia no meio do vosso templo.
Toda a terra proclama o louvor do vosso nome, porque sois justo e santo, Senhor nosso Deus.

ORAÇÃO COLECTA
Deus de bondade infinita, que, pela humilhação do vosso Filho, levantastes o mundo decaído, dai aos vossos fiéis uma santa alegria, para que, livres da escravidão do pecado, possam chegar à felicidade eterna.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.


Liturgia da Palavra


LEITURA I – Ez 2, 2-5

«São uma casa de rebeldes, mas saberão que há um profeta no meio deles»

De muitos modos Deus tem falado ao seu povo. Os profetas foram, no Antigo Testamento, um dos meios pelos quais Deus lhe falou. Mas nem sempre é fácil, porque nem sempre é cómodo, escutar os profetas de Deus. A palavra de Deus que eles transmitem pede atenção, escuta, obediência, fidelidade, atitudes que nem sempre foram fáceis ao povo de Deus. Mas, a vingança (!) de Deus foi enviar-lhe, por fim, o Profeta, que foi o seu próprio Filho.

Leitura da Profecia de Ezequiel
Naqueles dias, o Espírito entrou em mim e fez-me levantar. Ouvi então Alguém que me dizia: «Filho do homem, Eu te envio aos filhos de Israel, a um povo rebelde que se revoltou contra Mim. Eles e seus pais ofenderam-Me até ao dia de hoje. É a esses filhos de cabeça dura e coração obstinado que te envio, para lhes dizeres: ‘Eis o que diz o Senhor’. Podem escutar-te ou não – porque são uma casa de rebeldes –, mas saberão que há um profeta no meio deles».
Palavra do Senhor

SALMO RESPONSORIAL – Salmo 122 (123), 1-2a.2bcd.3-4 (R. 2cd)
Refrão: Os nossos olhos estão postos no Senhor, até que Se compadeça de nós. (Repete-se).

Levanto os meus olhos para Vós,
para Vós que habitais no Céu,
como os olhos do servo
se fixam nas mãos do seu senhor. (Refrão)

Como os olhos da serva
se fixam nas mãos da sua senhora,
assim os nossos olhos
se voltam para o Senhor nosso Deus,
até que tenha piedade de nós. (Refrão)

Piedade, Senhor, tende piedade de nós,
porque estamos saturados de desprezo.
A nossa alma está saturada do sarcasmo
dos arrogantes
e do desprezo dos soberbos. (Refrão)


LEITURA II – 2 Cor 12, 7-10

«Gloriar-me-ei nas minhas fraquezas, para que habite em mim o poder de Cristo»

S. Paulo é exemplo do homem verdadeiramente humilde, aquele que sabe reconhecer os dons de Deus, sobretudo quando eles triunfam das suas fraquezas. Forte só Deus, e o homem que n’Ele se apoia, n’Ele confia, a Ele atribui todo o bem e d’Ele espera tudo o que lhe falta. Tanto mais se enaltece a graça de Deus, quanto maior é a fraqueza de que ela triunfa.

Leitura da Epístola do apóstolo São Paulo aos Coríntios
Irmãos: Para que a grandeza das revelações não me ensoberbeça, foi-me deixado um espinho na carne, – um anjo de Satanás que me esbofeteia – para que não me orgulhe. Por três vezes roguei ao Senhor que o apartasse de mim. Mas Ele disse-me: «Basta-te a minha graça, porque é na fraqueza que se manifesta todo o meu poder». Por isso, de boa vontade me gloriarei das minhas fraquezas, para que habite em mim o poder de Cristo. Alegro-me nas minhas fraquezas, nas afrontas, nas adversidades, nas perseguições e nas angústias sofridas por amor de Cristo, porque, quando sou fraco, então é que sou forte.
Palavra do Senhor


ALELUIA – Lc 4, 18

Refrão: Aleluia. (Repete-se)

O Espírito do Senhor está sobre mim:
Ele me enviou a anunciar o Evangelho aos pobres. (Refrão)


EVANGELHO – Mc 6, 1-6

«Um profeta só é desprezado na sua terra»

O último dos Profetas foi o próprio Filho de Deus, Jesus. Mais do que Profeta, porque Ele, não só anunciou a palavra de Deus, mas Ele próprio é a Palavra do Pai, e veio a este mundo precisamente para ser a Palavra de Deus no meio dos homens. Apesar disso, os seus próprios compatriotas desprezaram-n’O. Era para eles apenas um vizinho, todos Lhe conheciam a história, e facilmente desprezamos o que só conhecemos por fora. Outros, ao longe, hão-de acreditar n’Ele, e, por Ele, chegar ao Pai.

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Marcos
Naquele tempo, Jesus dirigiu-Se à sua terra e os discípulos acom¬panharam-n’O. Quando chegou o sábado, começou a ensinar na sinagoga. Os numerosos ouvintes estavam admirados e diziam: «De onde Lhe vem tudo isto? Que sabedoria é esta que Lhe foi dada e os prodigiosos milagres feitos por suas mãos? Não é Ele o carpinteiro, filho de Maria, e irmão de Tiago, de José, de Judas e de Simão? E não estão as suas irmãs aqui entre nós?». E ficavam perplexos a seu respeito. Jesus disse-lhes: «Um profeta só é desprezado na sua terra, entre os seus parentes e em sua casa». E não podia ali fazer qualquer milagre; apenas curou alguns doentes, impondo-lhes as mãos. Estava admirado com a falta de fé daquela gente. E percorria as aldeias dos arredores, ensinando.
Palavra da Salvação

ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Fazei, Senhor,
que a oblação consagrada ao vosso nome nos purifique e nos conduza, dia após dia, a viver mais intensamente a vida da graça.
Por Nosso Senhor, Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

ANTÍFONA DA COMUNHÃO – Salmo 33, 9
Saboreai e vede como o Senhor é bom:
feliz o homem que n’Ele se refugia.

Ou – Mt 11, 28

Vinde a Mim, todos vós que andais cansados e oprimidos,
e Eu vos aliviarei, diz o Senhor.

ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Senhor, que nos saciastes com estes dons tão excelentes, fazei que alcancemos os benefícios da salvação e nunca cessemos de cantar os vossos louvores.
Por Nosso Senhor, Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.