ANTÍFONA Mt
21, 9
Hossana ao
Filho de David.
Bendito o que
vem em nome do Senhor, o Rei de Israel.
Hossana nas
alturas.
Oremos.
Deus
todo-poderoso e eterno, santificai com a vossa bênção estes ramos, para que,
acompanhando a Cristo nosso Rei nesta celebração festiva, mereçamos entrar com
Ele na Jerusalém celeste.
Ele que vive e
reina pelos séculos dos séculos.
R. Ámen.
Ou:
Senhor nosso Deus,
aumentai a
fé dos que esperam em Vós
e ouvi com
bondade as nossas humildes súplicas,
para que,
aclamando com estes ramos a Cristo vitorioso,
permaneçamos
unidos a Ele
e dêmos
fruto abundante de boas obras.
Ele que
vive e reina pelos séculos dos séculos.
R. Ámen.
A seguir, o
diácono ou, na falta dele, o sacerdote faz a proclamação do Evangelho da
entrada do Senhor, segundo o texto evangélico correspondente a cada um dos
ciclos. Se for oportuno, pode usar-se o incenso.
ANTÍFONA I
As crianças de Jerusalém foram ao encontro do Senhor
com ramos
de oliveira, clamando com alegria:
Hossana nas
alturas.
Esta
antífona pode repetir-se entre as estrofes do salmo seguinte.
Salmo 23
Do Senhor é a
terra e o que nela existe, *
o mundo e
quantos nele habitam.
Ele a fundou
sobre os mares *
e a consolidou
sobre as águas. Ant.
Quem poderá
subir à montanha do Senhor? *
Quem habitará
no seu santuário?
O que tem as
mãos inocentes e o coração puro, *
que não
invocou o seu nome em vão nem jurou falso. Ant.
Este será
abençoado pelo Senhor *
e recompensado
por Deus, seu Salvador. Esta é a geração dos que O procuram, *que procuram a
face do Deus de Jacob. Ant. Levantai, ó portas, os vossos
umbrais, *alteai-vos, pórticos antigos, †e entrará o Rei da glória.
Quem é esse
Rei da glória? *O Senhor forte e poderoso, †
o Senhor
poderoso nas batalhas. Ant.
Levantai, ó
portas, os vossos umbrais, *
alteai-vos,
pórticos antigos, †
e entrará o
Rei da glória.
Quem é esse
Rei da glória? *
O Senhor
dos Exércitos, †
é Ele o Rei
da glória. Ant.
ANTÍFONA II
As crianças de
Jerusalém estendiam os seus mantos no caminho, clamando com alegria: Hossana ao
Filho de David.
Bendito o
que vem em nome do Senhor.
Esta
antífona pode repetir-se entre as estrofes do salmo seguinte.
Salmo 46
Povos todos,
batei palmas, *
aclamai a
Deus com brados de alegria,
porque o
Senhor, o Altíssimo, é terrível, *
o Rei
soberano de toda a terra. Ant.
Submeteu os
povos à nossa obediência *
e pôs as
nações a nossos pés.
Para nós
escolheu a nossa herança, *
glória de
Jacob, por Ele amado. Ant.
Deus subiu
entre aclamações, *
o Senhor
subiu ao som da trombeta.
Cantai
hinos a Deus, cantai, *
cantai
hinos ao nosso Rei, cantai. Ant.
Deus é Rei
do universo: *
cantai os
hinos mais belos.
Deus reina
sobre os povos, *
Deus está
sentado no trono sagrado. Ant.
Reuniram-se
os príncipes dos povos *
ao povo do
Deus de Abraão.
Porque a
Deus pertencem os poderes da terra, *
Ele está
acima de todas as coisas. Ant.
Hino a Cristo Rei
Todos:
Glória,
honra e louvor a Jesus Cristo,
Que é nosso
Rei e nosso Redentor.
Como as
crianças de Jerusalém,
Cantemos ao
que vem
Em nome do
Senhor.
Coro:
Louvam os
anjos no alto dos céus,
Os homens
cantam com ramos e palmas:
Bendito
seja o Filho de David,
Senhor do
mundo e Rei das nossas almas.
Todos:
Glória, honra e louvor ...
Coro:
Exulta o
universo de alegria,
Aclamando a
vitória do Deus forte:
O Cordeiro
votado ao sacrifício
É o Senhor
que vai vencer a morte.
Todos:
Glória, honra e louvor ...
Coro:
A alegria
do povo resgatado,
Que celebra
o triunfo de Jesus,
Seja um dia
perfeita e gloriosa
Na
claridade da eterna luz.
Todos:
Glória, honra e louvor ...
10. À
entrada da procissão na igreja, canta-se o responsório seguinte ou outro
cântico alusivo à entrada do Senhor.
V. Ao
entrar o Senhor na cidade santa,
as crianças
de Jerusalém, com ramos de palmeira,
anunciaram
a ressurreição da vida,
cantando
alegremente:
R. Hossana
nas alturas.
V. Quando o
povo ouviu dizer
que Jesus
vinha para Jerusalém,
saiu ao seu
encontro com ramos de palmeira,
cantando
alegremente:
R. Hossana
nas alturas.
11. Ao
chegar ao altar, o sacerdote faz-lhe a devida reverência e, conforme as
circunstâncias, incensa-o. Seguidamente, dirige-se para a sua cadeira, depõe o
pluvial, se o usou, e veste a casula. Omitindo os outros ritos iniciais e,
conforme as circunstâncias, o Senhor, tende piedade (Kýrie), diz a oração
coleta da Missa. Terminada esta oração, a Missa continua na forma habitual.
MISSA
Oração coleta
Deus
todo-poderoso e eterno,
que, para
salvar a humanidade,
quisestes
que o nosso Salvador Se fizesse homem
e
suportasse a cruz,
fazei que
vivamos unidos a Ele na sua paixão
para
chegarmos a tomar parte na glória da sua ressurreição.
Ele que é
Deus e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo,
por todos
os séculos dos séculos.
Liturgia da
Palavra
Leitura I –Is. 50, 4-7
«Não desviei o
meu rosto dos que Me ultrajavam, mas sei que não ficarei desiludido»Esta leitura é um dos chamados “Cânticos do Servo do Senhor”. Este
Servo revela-se plenamente em Jesus, na sua Paixão: Ele escuta a palavra do Pai
e responde-lhe cheio de confiança, oferecendo-Se, em obediência total, pela
salvação dos homens.
Leitura do
Livro de Isaías
O Senhor
deu-me a graça de falar como um discípulo, para que eu saiba dizer uma palavra
de alento aos que andam abatidos. Todas as manhãs Ele desperta os meus ouvidos,
para eu escutar, como escutam os discípulos. O Senhor Deus abriu-me os ouvidos
e eu não resisti nem recuei um passo. Apresentei as costas àqueles que me
batiam e a face aos que me arrancavam a barba; não desviei o meu rosto dos que
me insultavam e cuspiam. Mas o Senhor Deus veio em meu auxílio, e, por isso,
não fiquei envergonhado; tornei o meu rosto duro como pedra, e sei que não
ficarei desiludido.
Palavra do
Senhor.
SALMO
RESPONSORIAL Sal. 21 (22), 8-9.17-18a.19-20.23-24 (R. 2a)
Refrão: Meu
Deus, meu Deus,
porque me
abandonastes? Repete-se
Todos os que
me vêem escarnecem de mim,
estendem os
lábios e meneiam a cabeça:
«Confiou no
Senhor, Ele que o livre,
Ele que o
salve, se é seu amigo». Refrão
Matilhas de
cães me rodearam,
cercou-me
um bando de malfeitores.
Trespassaram
as minhas mãos e os meus pés,
posso
contar todos os meus ossos. Refrão
Repartiram
entre si as minhas vestes
e deitaram
sortes sobre a minha túnica.
Mas Vós,
Senhor, não Vos afasteis de mim,
sois a
minha força, apressai-Vos a socorrer-me. Refrão
Hei-de
falar do vosso nome aos meus irmãos,
hei de
louvar-Vos no meio da assembleia.
Vós, que
temeis o Senhor, louvai-O,
glorificai-O,
vós todos os filhos de Jacob,
reverenciai-O,
vós todos os filhos de Israel. Refrão
LEITURA
II Flp 2, 6-11
«Humilhou-Se
a Si próprio; por isso Deus O exaltou»
Esta leitura é
também um cântico, mas agora do Novo Testamento, muito provavelmente em uso nas
primitivas comunidades cristãs. Nele é celebrado o Mistério Pascal: Cristo
fez-Se um de nós, obedeceu aos desígnios do Pai e humilhou-Se até à morte, e
foi, por isso, exaltado até à glória de “Senhor”, que é a própria glória de
Deus.
Leitura
da Epístola do apóstolo São Paulo aos Filipenses
Cristo
Jesus, que era de condição divina, não Se valeu da sua igualdade com Deus, mas
aniquilou-Se a Si próprio. Assumindo a condição de servo, tornou-Se semelhante
aos homens. Aparecendo como homem, humilhou-Se ainda mais, obedecendo até à
morte e morte de cruz. Por isso Deus O exaltou e Lhe deu um nome que está acima
de todos os nomes, para que ao nome de Jesus todos se ajoelhem no céu, na terra
e nos abismos, e toda a língua proclame que Jesus Cristo é o Senhor, para
glória de Deus Pai.
Palavra
do Senhor.
ACLAMAÇÃO
ANTES DO EVANGELHO Filip 2, 8-9
Refrão: Louvor
a Vós, Jesus Cristo, Rei da eterna glória Repete-se
Cristo
obedeceu até à morte
e morte de
cruz.
Por isso
Deus O exaltou
e Lhe deu
um nome
que está
acima de todos os nomes. Refrão
Evangelho –
forma longa Mc 14, 1 – 15, 47
O Evangelho de
São Marcos é o mais antigo, porque escrito antes dos outros, e é também o mais
breve, não só na história da Paixão como em todo ele. Este evangelista aponta
com bastante realismo alguns episódios fruto de especial observação de
situações particulares e até pitorescas, como a que envolve o servo do sumo
sacerdote aquando da prisão de Jesus.
N Evangelho
de Nosso Senhor Jesus Cristo
segundo São
Marcos
Faltavam
dois dias para a festa da Páscoa
e dos
Ázimos
e os
príncipes dos sacerdotes e os escribas
procuravam
maneira de se apoderarem
de Jesus à
traição para Lhe darem a morte.
Mas diziam:
R «Durante
a festa, não,
para que
não haja algum tumulto entre o povo».
N Jesus
encontrava-Se em Betânia,
em casa de
Simão o Leproso,
e, estando
à mesa,
veio uma
mulher que trazia um vaso de alabastro
com perfume
de nardo puro de alto preço.
Partiu o
vaso de alabastro
e
derramou-o sobre a cabeça de Jesus.
Alguns
indignaram-se e diziam entre si:
R «Para que
foi esse desperdício de perfume?
Podia
vender-se por mais de duzentos denários
e dar o
dinheiro aos pobres».
N E
censuravam a mulher com aspereza.
Mas Jesus
disse:
J
«Deixai-a. Porque estais a importuná-la?
Ela fez uma
boa ação para comigo.
Na verdade,
sempre tereis os pobres convosco
e, quando
quiserdes, podereis fazer-lhes bem;
mas a Mim,
nem sempre Me tereis.
Ela fez o
que estava ao seu alcance:
ungiu de
antemão o meu corpo para a sepultura.
Em verdade
vos digo:
Onde quer
que se proclamar o Evangelho,
pelo mundo
inteiro,
dir-se-á
também em sua memória o que ela fez».
N Então,
Judas Iscariotes, um dos Doze,
foi ter com
os príncipes dos sacerdotes
para lhes
entregar Jesus.
Quando o
ouviram, alegraram-se
e
prometeram dar-lhe dinheiro.
E ele
procurava uma oportunidade para entregar Jesus.
N No
primeiro dia dos Ázimos,
em que se
imolava o cordeiro pascal,
os
discípulos perguntaram a Jesus:
R «Onde
queres que façamos os preparativos
para comer
a Páscoa?».
N Jesus
enviou dois discípulos e disse-lhes:
J «Ide à
cidade.
Virá ao
vosso encontro um homem
com uma
bilha de água.
Segui-o e,
onde ele entrar, dizei ao dono da casa:
‘O Mestre
pergunta: Onde está a sala,
em que hei
de comer a Páscoa com os meus discípulos?’.
Ele vos
mostrará uma grande sala no andar superior,
alcatifada
e pronta.
Preparai-nos
lá o que é preciso».
N Os
discípulos partiram e foram à cidade.
Encontraram
tudo como Jesus lhes tinha dito
e
prepararam a Páscoa.
Ao cair da
tarde, chegou Jesus com os Doze.
Enquanto
estavam à mesa e comiam,
Jesus
disse:
J «Em
verdade vos digo:
Um de vós,
que está comigo à mesa, há de entregar-Me».
N Eles
começaram a entristecer-se e a dizer um após outro:
R «Serei
eu?».
N Jesus
respondeu-lhes:
J «É um dos
Doze, que mete comigo a mão no prato.
O Filho do
homem vai partir,
como está
escrito a seu respeito,
mas ai
daquele por quem o Filho do homem vai ser traído!
Teria sido
melhor para esse homem não ter nascido».
N Enquanto
comiam, Jesus tomou o pão,
recitou a
bênção e partiu-o,
deu-o aos
discípulos e disse:
J «Tomai:
isto é o meu Corpo».
N Depois
tomou um cálice, deu graças e entregou-lho.
E todos
beberam dele.
Disse
Jesus:
J «Este é o
meu Sangue, o Sangue da nova aliança,
derramado
pela multidão dos homens.
Em verdade
vos digo:
Não
voltarei a beber do fruto da videira,
até ao dia
em que beberei do vinho novo
no reino de
Deus».
N Cantaram
os salmos e saíram para o monte das Oliveiras.
N
Disse-lhes Jesus:
J «Todos
vós Me abandonareis, como está escrito:
‘Ferirei o
pastor e dispersar-se-ão as ovelhas’.
Mas depois
de ressuscitar,
irei à
vossa frente para a Galileia».
N Disse-Lhe
Pedro:
R «Embora
todos Te abandonem, eu não».
N Jesus
respondeu-lhe:
J «Em
verdade te digo:
Hoje, esta
mesma noite, antes de o galo cantar
duas vezes,
três vezes Me negarás».
N Mas Pedro
continuava a insistir:
R «Ainda
que tenha de morrer contigo, não Te negarei».
N E todos
afirmaram o mesmo.
Entretanto,
chegaram a uma propriedade
chamada
Getsémani
e Jesus
disse aos seus discípulos:
J «Ficai
aqui, enquanto Eu vou orar».
N Tomou
consigo Pedro, Tiago e João
e começou a
sentir pavor e angústia.
Disse-lhes
então:
J «A minha
alma está numa tristeza de morte.
Ficai aqui
e vigiai».
N
Adiantando-Se um pouco, caiu por terra
e orou para
que, se fosse possível,
se
afastasse d’Ele aquela hora.
Jesus
dizia:
J «Abá,
Pai, tudo Te é possível:
afasta de
Mim este cálice.
Contudo,
não se faça o que Eu quero,
mas o que
Tu queres».
N Depois,
foi ter com os discípulos,
encontrou-os
a dormir e disse a Pedro:
J «Simão,
estás a dormir?
Não pudeste
vigiar uma hora?
Vigiai e
orai, para não entrardes em tentação.
O espírito
está pronto, mas a carne é fraca».
N
Afastou-Se de novo e orou,
dizendo as
mesmas palavras.
Voltou
novamente e encontrou-os dormindo,
porque
tinham os olhos pesados
e não
sabiam que responder.
Jesus
voltou pela terceira vez e disse-lhes:
J «Dormi
agora e descansai...
Chegou a
hora: o Filho do homem
vai ser
entregue às mãos dos pecadores.
Levantai-vos.
Vamos.
Já se
aproxima aquele que Me vai entregar».
N Ainda
Jesus estava a falar,
quando
apareceu Judas, um dos Doze,
e com ele
uma grande multidão, com espadas e varapaus,
enviada
pelos príncipes dos sacerdotes,
pelos
escribas e os anciãos.
O traidor
tinha-lhes dado este sinal:
«Aquele que
eu beijar, é esse mesmo.
Prendei-O e
levai-O bem seguro».
Logo que
chegou, aproximou-se de Jesus
e beijou-O,
dizendo:
R «Mestre».
N Então
deitaram-Lhe as mãos e prenderam-n’O.
Um dos
presentes puxou da espada
e feriu o
servo do sumo sacerdote,
cortando-lhe
a orelha.
Jesus tomou
a palavra e disse-lhes:
J «Vós
saístes com espadas e varapaus para Me prender,
como se
fosse um salteador.
Todos os
dias Eu estava no meio de vós,
a ensinar
no templo,
e não Me
prendestes!
Mas é para
se cumprirem as Escrituras».
N Então os
discípulos deixaram-n’O e fugiram todos.
Seguiu-O um
jovem, envolto apenas num lençol.
Agarraram-no,
mas ele, largando o lençol,
fugiu nu.
N Levaram
então Jesus à presença
do sumo
sacerdote,
onde se
reuniram todos os príncipes dos sacerdotes,
os anciãos
e os escribas.
Pedro, que
O seguira de longe,
até ao
interior do palácio do sumo sacerdote,
estava
sentado com os guardas, a aquecer-se ao lume.
Entretanto,
os príncipes dos sacerdotes
e todo o
Sinédrio
procuravam
um testemunho contra Jesus
para Lhe
dar a morte,
mas não o
encontravam.
Muitos
testemunhavam falsamente contra Ele,
mas os seus
depoimentos não eram concordes.
Levantaram-se
então alguns,
para
proferir contra Ele este falso testemunho:
R
«Ouvimo-l’O dizer:
‘Destruirei
este templo feito pelos homens
e em três
dias construirei outro
que não
será feito pelos homens’».
N Mas nem
assim o depoimento deles era concorde.
Então o
sumo sacerdote levantou-se no meio de todos
e perguntou
a Jesus:
R «Não
respondes nada ao que eles depõem contra Ti?».
N Mas Jesus
continuava calado e nada respondeu.
O sumo
sacerdote voltou a interrogá-l’O:
R «És Tu o
Messias, Filho do Deus Bendito?».
N Jesus
respondeu:
J «Eu Sou.
E vós vereis o Filho do homem
sentado à
direita do Todo-poderoso
vir sobre
as nuvens do céu».
N O sumo
sacerdote rasgou as vestes e disse:
R «Que
necessidade temos ainda de testemunhas?
Ouvistes a
blasfémia. Que vos parece?».
N Todos
sentenciaram que Jesus era réu de morte.
Depois,
alguns começaram a cuspir-Lhe,
a tapar-Lhe
o rosto com um véu
e a dar-Lhe
punhadas, dizendo:
R
«Adivinha».
N E os
guardas davam-Lhe bofetadas.
Pedro
estava em baixo, no pátio,
quando
chegou uma das criadas do sumo sacerdote.
Ao vê-lo a
aquecer-se, olhou-o de frente e disse-lhe:
R «Tu
também estavas com Jesus, o Nazareno».
N Mas ele
negou:
R «Não sei
nem entendo o que dizes».
N Depois
saiu para o vestíbulo e o galo cantou.
A criada,
vendo-o de novo,
começou a
dizer aos presentes:
R «Este é
um deles».
N Mas ele
negou segunda vez.
Pouco
depois, os presentes diziam também a Pedro:
R «Na
verdade, tu és deles, pois também és galileu».
N Mas ele
começou a dizer imprecações e a jurar:
R «Não
conheço esse homem de quem falais».
N E logo o
galo cantou pela segunda vez.
Então Pedro
lembrou-se do que Jesus lhe tinha dito:
«Antes de o
galo cantar duas vezes,
três vezes
Me negarás».
E desatou a
chorar.
N Logo de
manhã,
os
príncipes dos sacerdotes reuniram-se em conselho
com os
anciãos e os escribas e todo o Sinédrio.
Depois de
terem manietado Jesus,
foram
entregá-l’O a Pilatos.
Pilatos
perguntou-Lhe:
R «Tu és o
Rei dos judeus?».
N Jesus
respondeu:
J «É como
dizes».
N E os
príncipes dos sacerdotes
faziam
muitas acusações contra Ele.
Pilatos
interrogou-O de novo:
R «Não
respondes nada? Vê de quantas coisas
Te acusam».
N Mas Jesus
nada respondeu,
de modo que
Pilatos estava admirado.
Pela festa
da Páscoa,
Pilatos
costumava soltar-lhes um preso à sua escolha.
Havia um,
chamado Barrabás,
preso com
os insurrectos
que numa
revolta tinham cometido um assassínio.
A multidão,
subindo,
começou a
pedir o que era costume conceder-lhes.
Pilatos
respondeu:
R «Quereis
que vos solte o Rei dos judeus?».
N Ele sabia
que os príncipes dos sacerdotes
O tinham
entregado por inveja.
Entretanto,
os príncipes dos sacerdotes
incitaram a
multidão
a pedir que
lhes soltasse antes Barrabás.
Pilatos,
tomando de novo a palavra, perguntou-lhes:
R «Então
que hei de fazer d’Aquele
que chamais
o Rei dos judeus?».
N Eles
gritaram de novo:
R
«Crucifica-O!».
N Pilatos
insistiu:
R «Que mal
fez Ele?».
N Mas eles
gritaram ainda mais:
R
«Crucifica-O!».
N Então
Pilatos, querendo contentar a multidão,
soltou-lhes
Barrabás
e, depois
de ter mandado açoitar Jesus,
entregou-O
para ser crucificado.
Os soldados
levaram-n’O para dentro do palácio,
que era o
pretório, e convocaram toda a coorte.
Revestiram-n’O
com um manto de púrpura
e
puseram-Lhe na cabeça uma coroa de espinhos
que haviam
tecido. Depois começaram a saudá-l’O:
R «Salve,
Rei dos judeus!».
N
Batiam-Lhe na cabeça com uma cana, cuspiam-Lhe
e, dobrando
os joelhos, prostravam-se diante d’Ele.
Depois de O
terem escarnecido,
tiraram-Lhe
o manto de púrpura
e
vestiram-Lhe as suas roupas.
Em seguida
levaram-n’O dali para O crucificarem.
N
Requisitaram, para Lhe levar a cruz,
um homem
que passava, vindo do campo,
Simão de
Cirene, pai de Alexandre e Rufo.
E levaram
Jesus ao lugar do Gólgota,
quer dizer,
lugar do Calvário.
Queriam
dar-Lhe vinho misturado com mirra,
mas Ele não
o quis beber. Depois crucificaram-n’O.
E
repartiram entre si as suas vestes,
tirando-as
à sorte, para verem o que levaria cada um.
Eram nove
horas da manhã quando O crucificaram.
O letreiro
que indicava a causa da condenação
tinha
escrito: «Rei dos Judeus».
Crucificaram
com Ele dois salteadores,
um à
direita e outro à esquerda.
Os que
passavam insultavam-n’O
e abanavam
a cabeça, dizendo:
R «Tu que
destruías o templo e o reedificavas em três dias,
salva-Te a
Ti mesmo e desce da cruz».
N Os
príncipes dos sacerdotes e os escribas
troçavam
uns com os outros, dizendo:
R «Salvou
os outros e não pode salvar-Se a Si mesmo!
Esse
Messias, o Rei de Israel, desça agora da cruz,
para nós
vermos e acreditarmos».
N Até os
que estavam crucificados com Ele O injuriavam.
Quando
chegou o meio-dia,
as trevas
envolveram toda a terra até às três horas da tarde.
E às três
horas da tarde, Jesus clamou com voz forte:
J «Eloí,
Eloí, lemá sabactáni?».
N Que quer
dizer:
«Meu Deus,
meu Deus, porque Me abandonastes?».
Alguns dos
presentes, ouvindo isto, disseram:
R «Está a
chamar por Elias».
N Alguém
correu a embeber uma esponja em vinagre
e, pondo-a
na ponta duma cana, deu-Lhe a beber e disse:
R «Deixa
ver se Elias vem tirá-l’O dali».
N Então
Jesus, soltando um grande brado, expirou.
O véu do
templo rasgou-se em duas partes de alto a baixo.
O centurião
que estava em frente de Jesus,
ao vê-l’O
expirar daquela maneira, exclamou:
R «Na
verdade, este homem era Filho de Deus».
N Estavam
também ali umas mulheres a observar de longe,
entre elas
Maria Madalena,
Maria, mãe
de Tiago e de José, e Salomé,
que
acompanhavam e serviam Jesus,
quando
estava na Galileia,
e muitas
outras que tinham subido com Ele a Jerusalém.
Ao cair da
tarde
– visto ser
a Preparação, isto é, a véspera do sábado –
José de
Arimateia, ilustre membro do Sinédrio,
que também
esperava o reino de Deus,
foi
corajosamente à presença de Pilatos
e pediu-lhe
o corpo de Jesus.
Pilatos
ficou admirado de Ele já estar morto
e, mandando
chamar o centurião,
perguntou-lhe
se Jesus já tinha morrido.
Informado
pelo centurião,
ordenou que
o corpo fosse entregue a José.
José
comprou um lençol,
desceu o
corpo de Jesus e envolveu-O no lençol;
depois
depositou-O num sepulcro escavado na rocha
e rolou uma
pedra para a entrada do sepulcro.
Entretanto,
Maria Madalena e Maria, mãe de José,
observavam
onde Jesus tinha sido depositado.
N Palavra
da salvação.
23. ORAÇÃO
SOBRE AS OBLATAS
Pela paixão
do vosso Filho unigénito,
apressai,
Senhor, a hora da nossa reconciliação:
concedei-nos,
por este único e admirável sacrifício,
a
misericórdia que nossos pecados não merecem.
Por Cristo
nosso Senhor.
24.
Prefácio A Paixão do Senhor
V. O Senhor
esteja convosco.
R. Ele está
no meio de nós.
V. Corações
ao alto.
R. O nosso
coração está em Deus.
V. Dêmos
graças ao Senhor nosso Deus.
R. É nosso
dever, é nossa salvação.
Senhor, Pai
santo, Deus eterno e omnipotente,
é
verdadeiramente nosso dever, é nossa salvação
dar-Vos
graças, sempre e em toda a parte,
por nosso
Senhor Jesus Cristo.
Sendo
inocente, entregou-Se à morte pelos pecadores;
não tendo
culpas, deixou-Se condenar pelos culpados.
A sua morte
redimiu os nossos pecados
e a sua
ressurreição abriu-nos as portas da salvação.
Por isso,
com todos os anjos,
proclamamos
a vossa glória,
dizendo
(cantando) com alegria:
Santo,
Santo, Santo,
Senhor Deus
do universo.
O céu e a
terra proclamam a vossa glória.
Hossana nas
alturas.
Bendito O
que vem em nome do Senhor.
Hossana nas
alturas.
ANTÍFONA DA COMUNHÃO – Mt 26, 42
Pai, se
este cálice não pode passar sem que Eu o beba,
faça-se a
tua vontade.
ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Saciados com
estes dons sagrados,
nós Vos
pedimos, Senhor:
assim como,
pela morte do vosso Filho,
nos
fizestes esperar o que a nossa fé nos promete,
fazei-nos
também chegar, pela sua ressurreição,
às alegrias
do reino que esperamos.
Por Cristo
nosso Senhor.
Oração sobre o povo
Olhai benignamente, Senhor, para a vossa família,
pela qual
nosso Senhor Jesus Cristo
Se entregou
às mãos dos seus inimigos
e suportou
a cruz.
Ele que
vive e reina pelos séculos dos séculos.