domingo, 24 de abril de 2022

DOMINGO II DA PÁSCOA ou da Divina Misericórdia

 


DOMINGO II DA PÁSCOA – ano C – 24ABR2022

 

MISSA

 

ANTÍFONA DE ENTRADA – Salmo 42, 1-2

Como crianças recém-nascidas, desejai o leite espiritual,

que vos fará crescer e progredir no caminho da salvação. Aleluia.

 

ORAÇÃO COLECTA

Deus de eterna misericórdia, que reanimais a fé do vosso povo na celebração anual das festas pascais, aumentai em nós os dons da vossa graça, para compreendermos melhor as riquezas inesgotáveis do Baptismo com que fomos purificados, do Espírito em que fomos renovados e do Sangue com que fomos redimidos.

Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos.

 

Liturgia da Palavra

 

LEITURA I – Actos 5, 12-16

«Cada vez mais gente aderia ao Senhor pela fé, uma multidão de homens e mulheres»

 

Uma das características mais salientes da comunidade primitiva era o poder de realizar milagres, que os Apóstolos tinham. Por esse poder especial, a presença de Jesus Ressuscitado impunha-se duma forma sensível. Era d’Ele que lhes vinha, com efeito, esse poder, de harmonia com o que lhes havia prometido (Mc. 16, 18).

Mas não era apenas graças a estes prodígios que o número de crentes aumentava. A Igreja crescia ainda mais, graças à acção, que os Apóstolos exerciam sobre os corações, com o dom do Espírito Santo.

 

Leitura dos Actos dos Apóstolos

Pelas mãos dos Apóstolos realizavam-se muitos milagres e prodígios entre o povo. Unidos pelos mesmos sentimentos, reuniam-se todos no Pórtico de Salomão; nenhum dos outros se atrevia a juntar-se a eles, mas o povo enaltecia-os. Uma multidão cada vez maior de homens e mulheres aderia ao Senhor pela fé, de tal maneira que traziam os doentes para as ruas e colocavam-nos em enxergas e em catres, para que, à passagem de Pedro, ao menos a sua sombra cobrisse alguns deles. Das cidades vizinhas de Jerusalém, a multidão também acorria, trazendo enfermos e atormentados por espíritos impuros e todos eram curados.

Palavra do Senhor

 

SALMO RESPONSORIAL – Salmo 117 (118), 2-4.22-24.25-27ª (R. 1)

 

Refrão: Dai graças ao Senhor, porque Ele é bom, porque é eterna a sua misericórdia. Aleluia. (Repete-se)

 

 

Diga a casa de Israel:

é eterna a sua misericórdia.

Diga a casa de Aarão:

é eterna a sua misericórdia.

Digam os que temem o Senhor:

é eterna a sua misericórdia. (Refrão)

 

A pedra que os construtores rejeitaram

tornou-se pedra angular.

Tudo isto veio do Senhor:

é admirável aos nossos olhos.

Este é o dia que o Senhor fez:

exultemos e cantemos de alegria. (Refrão)

 

Senhor, salvai os vossos servos,

Senhor, dai-nos a vitória.

Bendito o que vem em nome do Senhor,

da casa do Senhor nós vos bendizemos.

O Senhor é Deus

e fez brilhar sobre nós a sua luz. (Refrão)

 

LEITURA II – Ap 1, 9-11a.12-13.17-19

 

«Estive morto, mas eis-Me vivo pelos séculos dos séculos»

 

A fé dos cristãos da Ásia Menor, naqueles fins do século I, estava exposta a sérios perigos. Ao golpe da perseguição vinha juntar-se a ameaça de erros doutrinais (1 Jo. 2, 22-23).

Desejando confortar os seus irmãos, o Apóstolo S. João dirige-se-lhes, da ilha de Patmos, onde está exilado, para lhes garantir, por revelação divina, que Cristo Ressuscitado, vencedor da morte, está presente nas comunidades cristãs, que vivem d’Ele, de tal sorte que as potências do mal serão vencidas e a Igreja triunfará com Cristo.

 

Leitura do Livro do Apocalipse

Eu, João, vosso irmão e companheiro nas tribulações, na realeza e na perseverança em Jesus, estava na ilha de Patmos, por causa da palavra de Deus e do testemunho de Jesus. No dia do Senhor fui movido pelo Espírito e ouvi atrás de mim uma voz forte, semelhante à da trombeta, que dizia: «Escreve num livro o que vês e envia-o às sete Igrejas». Voltei-me para ver de quem era a voz que me falava; ao voltar-me, vi sete candelabros de ouro e, no meio dos candelabros, alguém semelhante a um filho do homem, vestido com uma longa túnica e cingido no peito com um cinto de ouro. Quando o vi, caí a seus pés como morto. Mas ele poisou a mão direita sobre mim e disse-me: «Não temas. Eu sou o Primeiro e o Último, o que vive. Estive morto, mas eis-Me vivo pelos séculos dos séculos e tenho as chaves da morte e da morada dos mortos. Escreve, pois, as coisas que viste, tanto as presentes como as que hão-de acontecer depois destas».

Palavra do Senhor

 

ALELUIA – Jo 20, 29

 

Refrão: Aleluia. (Repete-se)

 

Disse o Senhor a Tomé:

«Porque Me viste, acreditaste;

felizes os que acreditam sem terem visto. (Refrão)

 

EVANGELHO – Jo 20, 19-31

 

«Oito dias depois, veio Jesus...»

 

À semelhança de Tomé, muitas vezes, na nossa vida nos deixamos dominar pelo desânimo, chegando mesmo a afastarmo-nos dos irmãos.

Se acreditássemos, verdadeiramente, na Ressurreição, a nossa existência estaria marcada por essa consoladora realidade. A alegria pascal seria uma constante, em todos os momentos; a fé na vida prevaleceria sobre o desânimo, sobre o cansaço; a união na Igreja seria mais autêntica, mais forte; e as relações entre os crentes não seriam envenenadas pelo individualismo, mas inspiradas pelo desejo de tudo condividirmos com aqueles que receberam a mesma vida nova, a vida de Cristo Ressuscitado.

 

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João

Na tarde daquele dia, o primeiro da semana, estando fechadas as portas da casa onde os discípulos se encontravam, com medo dos judeus, veio Jesus, apresentou-Se no meio deles e disse-lhes: «A paz esteja convosco». Dito isto, mostrou-lhes as mãos e o lado. Os discípulos ficaram cheios de alegria ao verem o Senhor. Jesus disse-lhes de novo: «A paz esteja convosco. Assim como o Pai Me enviou, também Eu vos envio a vós». Dito isto, soprou sobre eles e disse-lhes: «Recebei o Espírito Santo: àqueles a quem perdoardes os pecados ser-lhes-ão perdoados; e àqueles a quem os retiverdes ser-lhes-ão retidos». Tomé, um dos Doze, chamado Dídimo, não estava com eles quando veio Jesus. Disseram-lhe os outros discípulos: «Vimos o Senhor». Mas ele respondeu-lhes: «Se não vir nas suas mãos o sinal dos cravos, se não meter o dedo no lugar dos cravos e a mão no seu lado, não acreditarei». Oito dias depois, estavam os discípulos outra vez em casa e Tomé com eles. Veio Jesus, estando as portas fechadas, apresentou-Se no meio deles e disse: «A paz esteja convosco». Depois disse a Tomé: «Põe aqui o teu dedo e vê as minhas mãos; aproxima a tua mão e mete-a no meu lado; e não sejas incrédulo, mas crente». Tomé respondeu-Lhe: «Meu Senhor e meu Deus!». Disse-lhe Jesus: «Porque Me viste acreditaste: felizes os que acreditam sem terem visto». Muitos outros milagres fez Jesus na presença dos seus discípulos, que não estão escritos neste livro. Estes, porém, foram escritos para acreditardes que Jesus é o Messias, o Filho de Deus, e para que, acreditando, tenhais a vida em seu nome.

Palavra da salvação.

 

ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS

 

Aceitai benignamente, Senhor, as ofertas do vosso povo (e dos vossos novos filhos), de modo que, renovados pela profissão da fé e pelo Baptismo, mereçamos alcançar a bem-aventurança eterna.

Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos.

 

ANTÍFONA DA COMUNHÃO – Jo 20, 27

 

Disse Jesus a Tomé:

Aproxima a tua mão e reconhece o lugar dos cravos.

Não sejas incrédulo, mas fiel. Aleluia.

 

ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO

Concedei, Deus todo-poderoso, que a força do sacramento pascal que recebemos permaneça sempre em nossas almas.

Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos.

 

 


domingo, 17 de abril de 2022

DOMINGO DE PÁSCOA

 

DOMINGO DE PÁSCOA DA RESSURREIÇÃO DO SENHOR – ano C – 03ABR2022 


MISSA

 

ANTÍFONA DE ENTRADA – Sl 138, 18.5-6

Ressuscitei e estou convosco para sempre;

pusestes sobre mim a vossa mão:

é admirável a vossa sabedoria.

 

ORAÇÃO COLECTA

Senhor Deus do universo, que, neste dia, pelo vosso Filho unigénito, vencedor da morte, nos abristes as portas da eternidade, concedei-nos que, celebrando a solenidade da ressurreição de Cristo, renovados pelo vosso Espírito, ressuscitemos para a luz da vida.

Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos.

 

Liturgia da Palavra

 

LEITURA I – Atos 10, 34a.37-43

«Comemos e bebemos com Ele, depois de ter ressuscitado dos mortos»

 

É esta a segunda celebração da Eucaristia que o povo cristão faz depois da grande celebração da Vigília, na Noite santa. Durante a semana que vai seguir-se vai-nos ser proclamada a grande notícia que resume todo o mistério pascal e toda a fé cristã: Cristo morreu e ressuscitou, n’Ele todos os homens encontram o perdão dos pecados e o acesso a Deus. O Livro dos Atos dos Apóstolos vai acompanhar-nos na primeira leitura, ao longo de todo o Tempo Pascal, e vai mostrar-nos como a Igreja, o novo povo de Deus, nasce de Cristo morto e ressuscitado.

 

Leitura dos Atos dos Apóstolos

Naqueles dias, Pedro tomou a palavra e disse: «Vós sabeis o que aconteceu em toda a Judeia, a começar pela Galileia, depois do baptismo que João pregou:

Deus ungiu com a força do Espírito Santo a Jesus de Nazaré, que passou fazendo o bem e curando a todos os que eram oprimidos pelo Demónio, porque Deus estava com Ele. Nós somos testemunhas de tudo o que Ele fez no país dos Judeus e em Jerusalém; e eles mataram-n’O, suspendendo-O na cruz.

Deus ressuscitou-O ao terceiro dia e permitiu-Lhe manifestar-Se, não a todo o povo, mas às testemunhas de antemão designadas por Deus, a nós que comemos e bebemos com Ele, depois de ter ressuscitado dos mortos.

Jesus mandou-nos pregar ao povo e testemunhar que ele foi constituído por Deus juiz dos vivos e dos mortos.

É d’Ele que todos os profetas dão o seguinte testemunho: quem acredita n’Ele recebe pelo seu nome a remissão dos pecados».

Palavra do Senhor

 

SALMO RESPONSORIAL – Salmo 117 (118), 1-2.16ab-17.22-23 (R. 24)

 

Refrão: Este é o dia que o Senhor fez:

exultemos e cantemos de alegria.

Ou: Aleluia. (Repete-se)

 

Dai graças ao Senhor, porque Ele é bom,

porque é eterna a sua misericórdia.

Diga a casa de Israel:

é eterna a sua misericórdia. (Refrão)

 

A mão do Senhor fez prodígios,

a mão do Senhor foi magnífica.

Não morrerei, mas hei de viver,

para anunciar as obras do Senhor. (Refrão)

 

A pedra que os construtores rejeitaram

tornou-se pedra angular.

Tudo isto veio do Senhor:

é admirável aos nossos olhos. (Refrão)

 

LEITURA II – Col 3, 1-4

 

«Aspirai às coisas do alto, onde está Cristo»

 

Pelo Baptismo, ressuscitamos com Cristo para uma vida nova, que nos dá direito de participar, um dia, com Cristo, na sua glória. Vivamos de maneira a tornar esse direito uma realidade.

 

Leitura da Epístola do apóstolo São Paulo aos Colossenses

Se ressuscitastes com Cristo, aspirai às coisas do alto, onde está Cristo, sentado à direita de Deus.

Afeiçoai-vos às coisas do alto e não às da terra. Porque vós morrestes, e a vossa vida está escondida com Cristo em Deus.

Quando Cristo, que é a vossa vida, Se manifestar, também vós vos haveis de manifestar com Ele na glória.

Palavra do Senhor

 

ALELUIA – 1 Cor 5, 7b-8a

 

Refrão: Aleluia. (Repete-se)

 

Cristo, nosso cordeiro pascal, foi imolado:

celebremos a festa do Senhor. (Refrão)

 

EVANGELHO – Jo 20, 1-9

 

«Ele tinha de ressuscitar dos mortos»

 

O túmulo vazio foi o primeiro testemunho de que o Senhor não era mais um morto. Lentamente, mas firmemente, Madalena, depois Pedro e João, crêem que Jesus ressuscitou dos mortos, e abre-lhes a esperança para a vida.

 

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João

No primeiro dia da semana, Maria Madalena foi de manhãzinha, ainda escuro, ao sepulcro e viu a pedra retirada do sepulcro.

Correu então e foi ter com Simão Pedro e com o discípulo predilecto de Jesus e disse-lhes:

«Levaram o Senhor do sepulcro, e não sabemos onde O puseram».

Pedro partiu com o outro discípulo e foram ambos ao sepulcro.

Corriam os dois juntos, mas o outro discípulo antecipou-se, correndo mais depressa do que Pedro, e chegou primeiro ao sepulcro.

Debruçando-se, viu as ligaduras no chão, mas não entrou.

Entretanto, chegou também Simão Pedro, que o seguira.

Entrou no sepulcro e viu as ligaduras no chão e o sudário que tinha estado sobre a cabeça de Jesus, não com as ligaduras, mas enrolado à parte.

Entrou também o outro discípulo que chegara primeiro ao sepulcro: viu e acreditou.

Na verdade, ainda não tinham entendido a Escritura, segundo a qual Jesus devia ressuscitar dos mortos.

Palavra da salvação.

 

Oração universal

 

Caríssimos irmãos e irmãs em Cristo:

Neste dia santíssimo que o Senhor fez,

em que o Espírito nos torna homens novos,

oremos ao Pai, para que a alegria da Páscoa se estenda ao mundo inteiro,

dizendo (ou: cantando), com fé:

 

R. Pela Ressurreição do vosso Filho, ouvi-nos, Senhor.

Ou: Abençoai, Senhor, a vossa Igreja.

 

1. Pela Igreja católica e apostólica,

para que se alegre santamente nesta Páscoa

e proclame que o Senhor ressuscitou,

– oremos.

 

2. Por todos os que foram baptizados,

para que aspirem às realidades do alto

e dêem graças pelo seu novo nascimento,

– oremos.

 

3. Pela humanidade inteira,

para que acolha a Boa Nova e a Aliança

que Deus lhe oferece em Cristo ressuscitado,

– oremos.

 

4. Pelas famílias cristãs,

para que o Cordeiro pascal, que é a nossa vida,

as alimente com o seu Corpo e o seu Sangue,

– oremos.

 

5. Pela nossa comunidade (paroquial),

para que cresça no amor a Jesus Cristo

e dê testemunho da sua Ressurreição,

– oremos.

 

Deus santo, Deus da vida, Deus salvador,

que na Ressurreição do vosso Filho

destes ao mundo a vitória sobre a morte,

fazei-nos viver ressuscitados com Ele,

deixando-nos conduzir pelo seu Espírito.

Por Cristo, nosso Senhor.

 

Oração sobre as oblatas

Cristo, nosso Cordeiro pascal, foi imolado. Aleluia.

Celebremos a festa com o pão ázimo da pureza a da verdade. Aleluia.

 

Antífona da comunhão – 1Cor 5, 7-8

Cristo, nosso Cordeiro pascal, foi imolado. Aleluia.

Celebremos a festa com o pão ázimo da pureza a da verdade. Aleluia.

 

ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO

Senhor nosso Deus, protegei sempre com paternal bondade a vossa Igreja, para que, renovada pelos mistérios pascais, mereça chegar à glória da ressurreição.

Por Cristo nosso Senhor.

 

 


domingo, 10 de abril de 2022

DOMINGO DE RAMOS NA PAIXÃO DO SENHOR

 

 Domingo da Semana da Paixão – ano C – 03ABR2022

 

MISSA

 

ANTÍFONA DE ENTRADA – Mt 21, 9

Hossana ao Filho de David.

Bendito o que vem em nome do Senhor, o Rei de Israel.

Hossana nas alturas.

 

Oração coleta

Deus todo-poderoso e eterno, que, para salvar a humanidade, quisestes que o nosso Salvador Se fizesse homem e suportasse a cruz, fazei que vivamos unidos a Ele na sua paixão para chegarmos a tomar parte na glória da sua ressurreição.

Ele que é Deus e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo,

por todos os séculos dos séculos.

 

Liturgia da Palavra

 

LEITURA I – Is 50, 4-7

«Não desviei o meu rosto dos que Me ultrajavam, mas sei que não ficarei desiludido»

 

Esta leitura é um dos chamados “Cânticos do Servo do Senhor”. Este Servo revela-se plenamente em Jesus, na sua Paixão: Ele escuta a palavra do Pai e responde-lhe cheio de confiança, oferecendo-Se, em obediência total, pela salvação dos homens.

 

Leitura do Livro de Isaías

O Senhor deu-me a graça de falar como um discípulo, para que eu saiba dizer uma palavra de alento aos que andam abatidos.

Todas as manhãs Ele desperta os meus ouvidos, para eu escutar, como escutam os discípulos. O Senhor Deus abriu-me os ouvidos, e eu não resisti nem recuei um passo.

Apresentei as costas àqueles que me batiam e a face aos que me arrancavam a barba; não desviei o meu rosto dos que me insultavam e cuspiam.

Mas o Senhor Deus veio em meu auxílio, e, por isso, não fiquei envergonhado; tornei o meu rosto duro como pedra, e sei que não ficarei desiludido.

Palavra do Senhor

 

SALMO RESPONSORIAL – Salmo 21 (22), 8-9.17-18a.19-20.23-24 (R. 2a)

 

Refrão: Meu Deus, meu Deus, porque me abandonastes? (Repete-se)

 

 

Todos os que me vêem escarnecem de mim,

estendem os lábios e meneiam a cabeça:

«Confiou no Senhor, Ele que o livre,

Ele que o salve, se é seu amigo». (Refrão)

 

Matilhas de cães me rodearam,

cercou-me um bando de malfeitores.

Trespassaram as minhas mãos e os meus pés,

posso contar todos os meus ossos. (Refrão)

 

Repartiram entre si as minhas vestes

e deitaram sortes sobre a minha túnica.

Mas Vós, Senhor, não Vos afasteis de mim,

sois a minha força, apressai-Vos a socorrer-me. (Refrão)

 

Hei de falar do vosso nome aos meus irmãos,

hei de louvar-Vos no meio da assembleia.

Vós que temeis o Senhor, louvai-O,

glorificai-O, vós todos os filhos de Jacob,

reverenciai-O, vós todos os filhos de Israel. (Refrão)

 

LEITURA II – Flp 2, 6-11

 

«Humilhou-Se a Si próprio; por isso Deus O exaltou»

 

Esta leitura é também um cântico, mas agora do Novo Testamento, muito provavelmente em uso nas primitivas comunidades cristãs. Nele é celebrado o Mistério Pascal: Cristo fez-Se um de nós, obedeceu aos desígnios do Pai e humilhou-Se até à morte, e foi, por isso, exaltado até à glória do “Senhor”, que é a própria glória de Deus.

 

Leitura da Epístola do apóstolo São Paulo aos Filipenses

Cristo Jesus, que era de condição divina, não Se valeu da sua igualdade com Deus, mas aniquilou-Se a Si próprio.

Assumindo a condição de servo, tornou-Se semelhante aos homens. Aparecendo como homem, humilhou-Se ainda mais,

obedecendo até à morte e morte de cruz. Por isso Deus O exaltou e Lhe deu um nome que está acima de todos os nomes, para que ao nome de Jesus todos se ajoelhem no céu, na terra e nos abismos, e toda a língua proclame que Jesus Cristo é o Senhor, para glória de Deus Pai.

Palavra do Senhor

 

ACLAMAÇÃO ANTES DO EVANGELHO – Flp 2, 8-9

 

Refrão: Louvor a Vós, Jesus Cristo, Rei da eterna glória. (Repete-se)

 

Cristo obedeceu até à morte

e morte de cruz.

Por isso Deus O exaltou

e Lhe deu um nome que está acima de todos os nomes. (Refrão)

 

EVANGELHO – Lc 23, 1-49

 

 

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João

Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo

N Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas

Naquele tempo,

levantaram-se os anciãos do povo,

os príncipes dos sacerdotes e os escribas,

levaram Jesus a Pilatos

e começaram a acusá-l’O, dizendo:

R «Encontrámos este homem a sublevar o nosso povo,

a impedir que se pagasse o tributo a César

e dizendo ser o Messias-Rei».

N Pilatos perguntou a Jesus:

R «Tu és o Rei dos Judeus?».

N Jesus respondeu:

J «Tu o dizes».

N Pilatos disse aos príncipes dos sacerdotes e à multidão:

R «Não encontro nada de culpável neste homem».

N Mas eles insistiam:

R «Amotina o povo, ensinando por toda a Judeia,

desde a Galileia, onde começou, até aqui».

N Ao ouvir isto, Pilatos perguntou se o homem era galileu;

e, ao saber que era da jurisdição de Herodes,

enviou-O a Herodes,

que também estava nesses dias em Jerusalém.

Ao ver Jesus, Herodes ficou muito satisfeito.

Havia bastante tempo que O queria ver,

pelo que ouvia dizer d’Ele,

e esperava que fizesse algum milagre na sua presença.

Fez-Lhe muitas perguntas; mas Ele nada respondeu.

Os príncipes dos sacerdotes e os escribas que lá estavam

acusavam-n’O com insistência.

Herodes, com os seus oficiais, tratou-O com desprezo

e, por troça, mandou-O cobrir com um manto magnífico

e remeteu-O a Pilatos.

Herodes e Pilatos, que eram inimigos, ficaram amigos nesse dia.

Pilatos convocou os príncipes dos sacerdotes,

os chefes e o povo, e disse-lhes:

R «Trouxestes este homem à minha presença

como agitador do povo.

Interroguei-O diante de vós

e não encontrei n’Ele nenhum dos crimes de que O acusais.

Herodes também não, uma vez que no-l’O mandou de novo.

Como vedes, não praticou nada que mereça a morte.

Vou, portanto, soltá-l’O, depois de O mandar castigar».

N Pilatos tinha obrigação de lhes soltar um preso

por ocasião da festa.

E todos se puseram a gritar:

R «Mata Esse e solta-nos Barrabás».

N Barrabás tinha sido metido na cadeia

por causa de uma insurreição desencadeada na cidade

e por assassínio.

De novo Pilatos lhes dirigiu a palavra, querendo libertar Jesus.

Mas eles gritavam:

R «Crucifica-O! Crucifica-O!».

N Pilatos falou-lhes pela terceira vez:

R «Mas que mal fez este homem?

Não encontrei n’Ele nenhum motivo de morte.

Por isso vou soltá-l’O, depois de O mandar castigar».

N Mas eles continuavam a gritar,

pedindo que fosse crucificado,

e os seus clamores aumentavam de violência.

Então Pilatos decidiu fazer o que eles pediam:

soltou aquele que tinha sido metido na cadeia

por insurreição e assassínio,

como eles reclamavam,

e entregou-lhes Jesus para o que eles queriam.

Quando O conduziam,

lançaram mão de um certo Simão de Cirene,

que vinha do campo,

e puseram-lhe a cruz às costas,

para a levar atrás de Jesus.

Seguia-O grande multidão de povo

e mulheres que batiam no peito

e se lamentavam, chorando por Ele.

Mas Jesus voltou-Se para elas e disse-lhes:

J «Filhas de Jerusalém, não choreis por Mim;

chorai antes por vós mesmas e pelos vossos filhos.

Pois dias virão em que se dirá:

‘Felizes as estéreis, os ventres que não geraram

e os peitos que não amamentaram’.

Começarão a dizer aos montes: ‘Caí sobre nós’;

e às colinas: ‘Cobri-nos’.

Porque se tratam assim a madeira verde,

que acontecerá à seca?».

N Levavam ainda dois malfeitores

para serem executados com Jesus.

Quando chegaram ao lugar chamado Calvário,

crucificaram-n’O a Ele e aos malfeitores,

um à direita e outro à esquerda.

Jesus dizia:

J «Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem».

N Depois deitaram sortes,

para repartirem entre si as vestes de Jesus.

O povo permanecia ali a observar.

Por sua vez, os chefes zombavam e diziam:

R «Salvou os outros: salve-Se a Si mesmo,

se é o Messias de Deus, o Eleito».

N Também os soldados troçavam d’Ele;

aproximando-se para Lhe oferecerem vinagre, diziam:

R «Se és o Rei dos Judeus, salva-Te a Ti mesmo».

N Por cima d’Ele havia um letreiro:

«Este é o Rei dos Judeus».

Entretanto, um dos malfeitores que tinham sido crucificados

insultava-O, dizendo:

R «Não és Tu o Messias?

Salva-Te a Ti mesmo e a nós também».

N Mas o outro, tomando a palavra, repreendeu-o:

R «Não temes a Deus,

tu que sofres o mesmo suplício?

Quanto a nós, fez-se justiça,

pois recebemos o castigo das nossas más ações.

Mas Ele nada praticou de condenável».

N E acrescentou:

R «Jesus, lembra-Te de mim,

quando vieres com a tua realeza».

N Jesus respondeu-lhe:

J «Em verdade te digo: Hoje estarás comigo no Paraíso».

N Era já quase meio-dia,

quando as trevas cobriram toda a terra,

até às três horas da tarde,

porque o sol se tinha eclipsado.

O véu do templo rasgou-se ao meio.

E Jesus exclamou com voz forte:

J «Pai, em tuas mãos entrego o meu espírito».

N Dito isto, expirou.

Vendo o que sucedera,

o centurião deu glória a Deus, dizendo:

R «Realmente este homem era justo».

N E toda a multidão que tinha assistido àquele espetáculo,

ao ver o que se passava, regressava batendo no peito.

Todos os conhecidos de Jesus,

bem como as mulheres que O acompanhavam

desde a Galileia,

mantinham-se à distância, observando estas coisas.

Palavra da salvação.

 

ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS

 

Pela paixão do vosso Filho unigénito,

apressai, Senhor, a hora da nossa reconciliação:

concedei-nos, por este único e admirável sacrifício,

a misericórdia que nossos pecados não merecem.

Por Cristo nosso Senhor.

 

ANTÍFONA DA COMUNHÃO – Mt 26, 42

 

Pai, se este cálice não pode passar sem que Eu o beba,

faça-se a tua vontade.

 

ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO

Saciados com estes dons sagrados,

nós Vos pedimos, Senhor:

assim como, pela morte do vosso Filho,

nos fizestes esperar o que a nossa fé nos promete,

fazei-nos também chegar, pela sua ressurreição,

às alegrias do reino que esperamos.