(Domingo, 2 de Novembro
de 2014)
Nota Histórica
Depois de ter cantado a glória e a felicidade dos Santos que
«gozam em Deus a serenidade da vida imortal», a Liturgia, desde o início do
século XI, consagra este dia à memória dos fiéis defuntos.
É uma continuação lógica da festa de Todos os Santos. Se nos
limitássemos a lembrar os nossos irmãos Santos, a Comunhão de todos os crentes
em Cristo não seria perfeita. Quer os fiéis que vivem na glória, quer os que
vivem na purificação, preparando-se para a visão de Deus, são todos membros de
Cristo pelo Baptismo. Continuam todos unidos a nós. A Igreja peregrina não
podia, por isso, ao celebrar a Igreja da glória, esquecer a Igreja que se
purifica no Purgatório.
É certo que a Igreja, todos os dias, na Missa, ao tornar
sacramentalmente presente o Mistério Pascal, lembra «aqueles que nos precederam
com o sinal da fé e dormem agora o sono da paz» (Prece Eucarística 1). Mas,
neste dia, essa recordação é mais profunda e viva.
O Dia de Fiéis Defuntos não é dia de luto e tristeza. É dia
de mais íntima comunhão com aqueles que «não perdemos, porque simplesmente os
mandámos à frente» (S. Cipriano). É dia de esperança, porque sabemos que os
nossos irmãos ressurgirão em Cristo para uma vida nova. É, sobretudo, dia de
oração, que se revestirá da maior eficácia, se a unirmos ao Sacrifício de
reconciliação, a Missa.
(Primeira Missa)
“Vinde a Mim...Eu vos aliviarei”
LEITURA I – Job 19,
1.23-27a
“Eu sei que o meu Redentor está vivo”
Leitura do Livro de Job
“Job tomou a palavra e
disse:
«Quem dera que as
minhas palavras fossem escritas num livro, ou gravadas em bronze com estilete
de ferro, ou esculpidas em pedra para sempre! Eu sei que o meu Redentor está
vivo e no último dia Se levantará sobre a terra. Revestido da minha pele,
estarei de pé; na minha carne verei a Deus. Eu próprio O verei, meus olhos O
hão-de contemplar».”
LEITURA II – 2 Cor 4,
14 – 5, 1
“As coisas visíveis são passageiras; as invisíveis são eternas”
Leitura da Segunda
Epístola do apóstolo São Paulo aos Coríntios
“Como sabemos, irmãos, Aquele
que ressuscitou o Senhor Jesus também nos há-de ressuscitar com Jesus e nos
levará convosco para junto d’Ele.
Tudo isto é por vossa
causa, para que uma graça mais abundante multiplique as acções de graças de um
maior número de cristãos para glória de Deus. Por isso, não desanimamos. Ainda
que em nós o homem exterior se vá arruinando, o homem interior vai-se renovando
de dia para dia.
Porque a ligeira
aflição dum momento prepara-nos, para além de toda e qualquer medida, um peso
eterno de glória. Não olhamos para as coisas visíveis, olhamos para as
invisíveis: as coisas visíveis são passageiras, ao passo que as invisíveis são
eternas. Bem sabemos que, se esta tenda, que é a nossa morada terrestre, for
desfeita, recebemos nos Céus uma habitação eterna, que é obra de Deus e não é
feita pela mão dos homens.”
EVANGELHO Mt 11,
25-30
“Vinde a Mim...Eu vos aliviarei”
Evangelho de Nosso
Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
“Evangelho de Nosso
Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus Naquele tempo, Jesus exclamou: «Eu Te
bendigo, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondeste estas verdades aos
sábios e inteligentes e as revelaste aos pequeninos. Sim, Pai, Eu Te bendigo, porque
assim foi do teu agrado. Tudo Me foi dado por meu Pai. Ninguém conhece o Filho
senão o Pai e ninguém conhece o Pai senão o Filho e aquele a quem o Filho o
quiser revelar. Vinde a Mim, todos os que andais cansados e oprimidos, e Eu vos
aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de Mim, que sou manso e
humilde de coração, e encontrareis descanso para as vossas almas. Porque o meu
jugo é suave e a minha carga é leve».”