domingo, 28 de junho de 2020

QUEM NÃO TOMA A SUA CRUZ NÃO É DIGNO DE MIM

DOMINGO XIII TEMPO COMUM – ano A – 28JUN2020




MISSA

ANTÍFONA DE ENTRADA – Salmo 46, 2
Louvai o Senhor, povos de toda a terra,
aclamai a Deus com brados de alegria.

ORAÇÃO COLECTA
Senhor, que pela vossa graça nos tornastes filhos da luz, não permitais que sejamos envolvidos pelas trevas do erro, mas permaneçamos sempre no esplendor da verdade.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

Liturgia da Palavra

LEITURA I – 2 Reis 4, 8-11.14-16a

«Este é um santo homem de Deus: poderá cá ficar»
A hospitalidade é uma das virtudes mais humanas e de grande tradição entre os antigos, como a leitura mostra, certamente porque, na vida da gente desse tempo, os apoios para quem viajava eram muito deficientes; mas ela é também das virtudes mais cristãs. É uma forma excelente de exercer a caridade para com o próximo. Na pessoa do próximo é o próprio Senhor que Se recebe.
Leitura do Segundo Livro dos Reis
Certo dia, o profeta Eliseu passou por Sunam. Vivia lá uma distinta senhora, que o convidou com insistência a comer em sua casa. A partir de então, sempre que por ali passava, era em sua casa que ia tomar a refeição. A senhora disse ao marido: «Estou convencida de que este homem, que passa frequentemente pela nossa casa, é um santo homem de Deus. Mandemos-lhe fazer no terraço um pequeno quarto com paredes de tijolo, com uma cama, uma mesa, uma cadeira e uma lâmpada. Quando ele vier a nossa casa, poderá lá ficar». Um dia, chegou Eliseu e recolheu-se ao quarto para descansar. Depois perguntou ao seu servo Giezi: «Que podemos fazer por esta senhora?». Giezi respondeu: «Na verdade, ela não tem filhos e o seu marido é de idade avançada». «Chama-a» – disse Eliseu. O servo foi chamá-la e ela apareceu à porta. Disse-lhe o profeta: «No próximo ano, por esta época, terás um filho nos braços».
Palavra do Senhor

SALMO RESPONSORIAL – Salmo 88 (89), 2-3.16-17.18-19 (R. 2a)

Refrão: Cantarei eternamente as misericórdias do Senhor. (Repete-se)

Cantarei eternamente as misericórdias do Senhor
e para sempre proclamarei a sua fidelidade.
Vós dissestes:
«A bondade está estabelecida para sempre»,
no céu permanece firme a vossa fidelidade. (Refrão)

Feliz do povo que sabe aclamar-Vos
e caminha, Senhor, à luz do vosso rosto.
Todos os dias aclama o vosso nome
e se gloria com a vossa justiça. (Refrão)

Vós sois a sua força,
com o vosso favor se exalta a nossa valentia.
Do Senhor é o nosso escudo
e do Santo de Israel o nosso rei. (Refrão)


LEITURA II – Rom 6, 3-4.8-11

«Sepultados com Cristo pelo Baptismo, vivamos uma vida nova»
Esta passagem dá-nos a doutrina fundamental sobre o Baptismo. Ele é o sacramento que nos faz participar no sentido profundo da morte e ressurreição de Cristo. Por isso, o baptizado torna-se membro de Cristo ressuscitado, o que faz com que a sua vida seja uma vida nova para Deus, uma vez que morreu para tudo o que é do pecado.

Leitura da Epístola do apóstolo São Paulo aos Romanos
Irmãos: Todos nós que fomos baptizados em Jesus Cristo fomos baptizados na sua morte. Fomos sepultados com Ele pelo Baptismo na sua morte, para que, assim como Cristo ressuscitou dos mortos, pela glória do Pai, também nós vivamos uma vida nova. Se morremos com Cristo, acreditamos que também com Ele viveremos; sabendo que, uma vez ressuscitado dos mortos, Cristo já não pode morrer; a morte já não tem domínio sobre Ele. Porque na morte que sofreu, Cristo morreu para o pecado de uma vez para sempre; mas a sua vida, é uma vida para Deus. Assim, vós também, considerai-vos mortos para o pecado e vivos para Deus, em Cristo Jesus.
Palavra do Senhor

ALELUIA – 1 Pedro 2, 9

Refrão: Aleluia. (Repete-se)
Vós sois geração eleita, sacerdócio real,
nação santa,
para anunciar os louvores de Deus,
que vos chamou das trevas à sua luz admirável. (Refrão)

EVANGELHO – Mt 10, 37-42

«Quem não toma a sua cruz não é digno de Mim.
Quem vos recebe a Mim recebe»
A vida cristã é, ao mesmo tempo, renúncia e conquista, perder e ganhar, como o foi para Jesus, que morreu, dando a vida, mas a ganhou ressuscitando. Esta atitude de não fazer dos seus interesses o primeiro critério de bem manifesta-se particularmente na atenção que se despende em favor dos irmãos, pois sabemos que, acolhendo-os, acolhemos ao Senhor.

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
Naquele tempo, disse Jesus aos seus apóstolos: «Quem ama o pai ou a mãe mais do que a Mim, não é digno de Mim; e quem ama o filho ou a filha mais do que a Mim, não é digno de Mim. Quem não toma a sua cruz para Me seguir, não é digno de Mim. Quem encontrar a sua vida há-de perdê-la; e quem perder a sua vida por minha causa, há-de encontrá-la. Quem vos recebe, a Mim recebe; e quem Me recebe, recebe Aquele que Me enviou. Quem recebe um profeta por ele ser profeta, receberá a recompensa de profeta; e quem recebe um justo por ele ser justo, receberá a recompensa de justo. E se alguém der de beber, nem que seja um copo de água fresca, a um destes pequeninos, por ele ser meu discípulo, em verdade vos digo: Não perderá a sua recompensa».
Palavra da Salvação

MEDITAÇÃO

Para vocês, quem sou eu
A pergunta de Jesus força os discípulos a fazer uma revisão de tudo o que ele realizou no meio do povo. Esse povo não entendeu quem é Jesus. Os discípulos, porém, que acompanham e vêem tudo o que Jesus tem feito, reconhecem agora, através de Pedro, que Jesus é o Messias. A acção messiânica de Jesus consiste em criar um mundo plenamente humano, onde tudo é de todos e repartido entre todos. Esse messianismo destrói a estrutura de uma sociedade injusta, onde há ricos à custa de pobres e poderosos à custa de fracos. Por isso, essa sociedade vai matar Jesus, antes que ele a destrua. Mas os discípulos imaginam um messias glorioso e triunfante. Pedro é estabelecido como o fundamento da comunidade que Jesus está a organizar e que deverá continuar no futuro. Jesus concede a Pedro o exercício da autoridade sobre essa comunidade, autoridade de ensinar e de excluir ou introduzir os homens nela. Para que Pedro possa exercer tal função, a condição fundamental é admitir que Jesus não é messias triunfalista e nacionalista, mas o Messias que sofrerá e morrerá na mão das autoridades do seu tempo. Caso contrário, ele deixa de ser Pedro para ser Satanás. Pedro será verdadeiro chefe, se estiver convicto de que os princípios que regem a comunidade de Jesus são totalmente diferentes daqueles em que se baseiam as autoridades religiosas do seu tempo. O testemunho das palavras e dos gestos de Jesus faziam com que as pessoas fossem formando uma imagem dele. Há muitos séculos, o povo de Israel nutria a esperança da chegada do Messias de Deus. E o identificava de muitas maneiras. Várias imagens eram projectadas em Jesus, que acabava sendo confundido com elas. Quem havia conhecido o testemunho fulgurante de João Baptista, pensava que Jesus fosse a reencarnação do Baptista. Outros projectavam nele a figura de Elias cuja volta era esperada no fim dos tempos, em conformidade com a profecia de Malaquias. De acordo com outra tradição, ele seria uma espécie de reencarnação do profeta Jeremias que desaparecera no Egipto, sem deixar traços, dando margem para especulações. As opiniões do povo interessavam a Jesus. Era preciso ajudá-lo a corrigir as imagens deturpadas sobre ele, para não virem a decepcionar-se. Entretanto, o interesse do Mestre era principalmente saber que imagem os discípulos faziam dele e da sua missão. Daí a pergunta: “Para vocês, quem sou eu?”. Quando recebessem a missão de apóstolos, teriam a obrigação de transmitir uma imagem verdadeira de Jesus. Seria desastroso se pregassem uma falsa imagem e levassem o povo a nutrir esperanças enganosas a respeito dele. Por conseguinte, em primeiro lugar, precisavam ter um conhecimento correcto de Jesus, antes de torná-lo conhecido. Nesta narrativa, presente nos três evangelhos sinópticos, está em questão a identidade de Jesus. Dois títulos se confrontam: Filho do Homem e Cristo. Jesus, com frequência, identifica-se como o “Filho do Homem”. Por outro lado, os discípulos originários do judaísmo identificam Jesus como o “Cristo”. O “Filho do Homem” é uma expressão que aparece quase uma centena de vezes no profeta Ezequiel, exprimindo a condição humana comum e frágil de alguém que coloca toda sua confiança em Deus. “Cristo”, que é sinónimo de messias ou ungido, é um título aplicado abundantemente a David, ou a um seu descendente, no Primeiro Testamento, estando associado à ideia de um chefe poderoso e dominador. Em seguida à “profissão de fé” de Pedro, vem o anúncio da Paixão, no qual Jesus se revela frágil e vulnerável à violência dos opressores, descartando qualquer disputa de poder. E, ainda ligado ao mesmo tema, seguem-se as condições para seguir Jesus: renunciar aos projectos de glória deste mundo, consagrando a sua vida ao serviço dos oprimidos e excluídos numa comunhão de amor que é a comunhão com Jesus e o Pai.

ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS

Senhor nosso Deus, que assegurais a eficácia dos vossos sacramentos, fazei que este serviço divinoseja digno dos mistérios que celebramos.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

ANTÍFONA DA COMUNHÃO – Salmo 102, 1

A minha alma louva o Senhor,
todo o meu ser bendiz o seu nome santo.

Ou – Jo 17, 20-21
EPai santo, Eu rogo por aqueles
que hão-de acreditar em Mim,
para que sejam em Nós confirmados na unidade
e o mundo acredite que Tu Me enviaste.

ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO

Concedei-nos, Senhor,
que o Corpo e o Sangue do vosso Filho, oferecidos em sacrifício e recebidos em comunhão, nos dêem a verdadeira vida, para que, unidos convosco em amor eterno, dêmos frutos que permaneçam para sempre.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.


sábado, 20 de junho de 2020

A QUEM TEMER?




DOMINGO XII TEMPO COMUM – ano A – 21JUN2020



MISSA

ANTÍFONA DE ENTRADA – Salmo 27, 8-9
O Senhor é a força do seu povo,
o baluarte salvador do seu Ungido.
Salvai o vosso povo, Senhor, abençoai a vossa herança,
sede o seu pastor e guia através dos tempos.

ORAÇÃO COLECTA
Senhor, fazei-nos viver a cada instante no temor e no amor do vosso Santo nome, porque nunca a vossa providência abandona aqueles que formais solidamente no vosso amor.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

Liturgia da Palavra

LEITURA I – Jer 20, 10-13

«Salvou a vida dos pobres das mãos dos perversos»

O profeta ouve a voz maldosa dos seus adversários que espreitam a ocasião de o verem cair, e assim se vingarem dele. Mas ele apela para o Senhor, para a sua justiça e a sua protecção. Deus lê no coração do homem e compreende as suas intenções mais profundas. É com esta fé que ele continuará firme e fiel ao serviço da palavra de Deus; então como hoje, e sempre.

Leitura do Livro do profeta Jeremias
Disse Jeremias: «Eu ouvia as invectivas da multidão: ‘Terror por toda a parte! Denunciai-o, vamos denunciá-lo!’. Todos os meus amigos esperavam que eu desse um passo em falso: ‘Talvez ele se deixe enganar e assim o poderemos dominar e nos vingaremos dele’. Mas o Senhor está comigo como herói poderoso e os meus perseguidores cairão vencidos. Ficarão cheios de vergonha pelo seu fracasso, ignomínia eterna que não será esquecida. Senhor do Universo, que sondais o justo e perscrutais os rins e o coração, possa eu ver o castigo que dareis a essa gente, pois a Vós confiei a minha causa. Cantai ao Senhor, louvai o Senhor, que salvou a vida do pobre das mãos dos perversos».
Palavra do Senhor

SALMO RESPONSORIAL – Salmo 68 (69), 8-10.14.17. 33-35 (R. 14c)

Refrão: Pela vossa grande misericórdia,
atendei-me, Senhor. (Repete-se)

Por Vós tenho suportado afrontas,
cobrindo-se meu rosto de confusão.
Tornei-me um estranho para os meus irmãos,
um desconhecido para a minha família.
Devorou-me o zelo pela vossa casa
e recaíram sobre mim os insultos contra Vós. (Refrão)

A Vós, Senhor, elevo a minha súplica,
no momento propício, meu Deus.
Pela vossa grande bondade, respondei-me,
em prova da vossa salvação.
Tirai-me do lamaçal, para que não me afunde,
livrai-me dos que me odeiam e do abismo das águas. (Refrão)

Vós, humildes, olhai e alegrai-vos,
buscai o Senhor e o vosso coração se reanimará.
O Senhor ouve os pobres
e não despreza os cativos.
Louvem-n’O o céu e a terra,
os mares e quanto neles se move. (Refrão)


LEITURA II – Rom 5, 12-15

«O dom gratuito não é como a falta»

O Apóstolo estabelece o confronto entre Adão, o primeiro homem, e Cristo, o novo Adão, entre a situação dos homens que viviam sob a lei de Moisés e os que vivem agora pela graça de Jesus Cristo. Por esta graça, somos a humanidade nova, que pelo dom gratuito do Senhor Jesus, novo Adão, triunfamos da própria morte, porque participamos do seu triunfo pascal. A graça do Senhor é vitória sobre o pecado e a morte.

Leitura da Epístola do apóstolo São Paulo aos Romanos
Irmãos: Assim como por um só homem entrou o pecado no mundo e pelo pecado a morte, assim também a morte atingiu todos os homens, porque todos pecaram. De facto, até à Lei, existia o pecado no mundo. Mas o pecado não é levado em conta, se não houver lei. Entretanto, a morte reinou desde Adão até Moisés, mesmo para aqueles que não tinham pecado por uma transgressão à semelhança de Adão, que é figura d’Aquele que havia de vir. Mas o dom gratuito não é como a falta. Se pelo pecado de um só todos pereceram, com muito mais razão a graça de Deus, dom contido na graça de um só homem, Jesus Cristo, se concedeu com abundância a todos os homens.
Palavra do Senhor

ALELUIA –. Jo 15, 26b.27a

Refrão: Aleluia. (Repete-se)
O Espírito da verdade dará testemunho de Mim,
diz o Senhor,
e vós também dareis testemunho de Mim. (Refrão)

EVANGELHO – Mt 10, 26-33

«Não temais os que matam o corpo»

O Senhor, ao enviar os seus discípulos a anunciar a Boa Nova, previne-os de que irão encontrar oposições e contradições, mas também de que não devem, por isso, perder a confiança. Ele próprio será o seu apoio junto do Pai, pois que a obra de que são ministros junto dos homens é a mesma obra que Ele, o Enviado do Pai, veio realizar e continua a realizar através deles, seus ministros, continuadores da sua obra.

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
Naquele tempo, disse Jesus aos seus apóstolos: «Não tenhais medo dos homens, pois nada há encoberto que não venha a descobrir-se, nada há oculto que não venha a conhecer-se. O que vos digo às escuras, dizei-o à luz do dia; e o que escutais ao ouvido proclamai-o sobre os telhados. Não temais os que matam o corpo, mas não podem matar a alma. Temei antes Aquele que pode lançar na geena a alma e o corpo. Não se vendem dois passarinhos por uma moeda? E nem um deles cairá por terra sem consentimento do vosso Pai. Até os cabelos da vossa cabeça estão todos contados. Portanto, não temais: valeis muito mais do que todos os passarinhos. A todo aquele que se tiver declarado por Mim diante dos homens, também Eu Me declararei por ele diante do meu Pai que está nos Céus. Mas àquele que Me negar diante dos homens, também Eu o negarei diante do meu Pai que está nos Céus».
Palavra da Salvação

MEDITAÇÃO

A quem temer
Os discípulos não devem ter medo, porque a missão baseia-se na verdade, que põe a descoberto toda a mentira de um sistema social que não mostra a sua verdadeira face. Os homens podem até matar o corpo dos discípulos, mas não conseguirão tirar-lhes a vida, pois é Deus quem dá e conserva ou tira a vida para sempre. A segurança do discípulo está na promessa: quem é fiel a Jesus, terá Jesus a seu favor diante de Deus. A dura realidade da missão encheria de temor o coração dos apóstolos. A proclamação da Boa Nova do Reino em cima dos tectos teria como efeito atrair o ódio mortal dos inimigos. Como consequência do temor, ficariam bloqueados diante dos perseguidores, e se poriam em fuga. Esta situação colocava os apóstolos num verdadeiro dilema: a quem temer? A Deus, Senhor do Reino, a cujo serviço se tinham posto, a partir do mandato recebido de Jesus, ou aos adversários, que intentavam tirar-lhes a vida? Que fazer: seguir em frente, sem se deixar intimidar, sofrendo as consequências deste gesto de coragem e procurar ser fiel a Deus ou fugir da missão e acomodar-se, pressionados pela violência dos inimigos? A resposta de Jesus é bem pragmática. O máximo que os perseguidores podem fazer é tirar a vida física dos apóstolos. Mas, perigo maior, seria perder a vida eterna. Isto pode acontecer a quem se mostra infiel a Deus. A acção dos adversários atinge um nível superficial, o corpo, ao passo que a acção de Deus toca no mais profundo da existência humana, a alma. Logo, o discípulo deve discernir bem a quem deverá temer.
Jesus encorajou os apóstolos a confiarem na Providência divina. Suas vidas estavam nas mãos do Pai, que cuida de cada um, com todo o carinho. Não precisam ter medo de enfrentar os adversários. Temer, só a Deus! Após advertir os apóstolos enviados em missão sobre os perigos e sofrimentos que advirão por causa da repressão dos poderosos, Jesus estimula-os a perseverarem no anúncio missionário. Os discípulos enfrentarão as mesmas provações que Jesus. Contudo, devem anunciar e denunciar sem nenhum temor, pois o Pai que está sempre presente zela por eles e garante-lhes a vida. Não se trata de disputar o poder com o opressor, mas de nunca deixar de proclamar a mensagem libertadora dos oprimidos, sem ódio e sem medo da própria morte. Dar o testemunho de Jesus é unir-se a ele, e por ele, ao Pai.

ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS

Por este sacrifício de reconciliação e de louvor, purificai, Senhor, os nossos corações, para que se tornem uma oblação agradável a vossos olhos.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

ANTÍFONA DA COMUNHÃO – Salmo 144, 15

Os olhos de todos esperam em Vós, Senhor,
e a seu tempo lhes dais o alimento.

Ou – Jo 10, 11.15
Eu sou o Bom Pastor
e dou a vida pelas minhas ovelhas, diz o Senhor.

ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO

Senhor, que nos renovastes pela comunhão do Corpo e do Sangue de Cristo, fazei que a participação nestes mistérios nos alcance a plenitude da redenção.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.



sábado, 13 de junho de 2020

CHAMOU OS DOZE DISCÍPULOS E ENVIOU-OS


DOMINGO XI TEMPO COMUM – ano A – 14JUN2020



MISSA

ANTÍFONA DE ENTRADA – Salmo 26, 7.9
Ouvi, Senhor, a voz da minha súplica.
Vós sois o meu refúgio:
não me abandoneis, meu Deus, meu Salvador.

ORAÇÃO COLECTA
Deus misericordioso, fortaleza dos que esperam em Vós, atendei propício as nossas súplicas; e, como sem Vós nada pode a fraqueza humana, concedei-nos sempre o auxílio da vossa graça, para que as nossas vontades e acções Vos sejam agradáveis no cumprimento fiel dos vossos mandamentos.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

Liturgia da Palavra

LEITURA I – Ex 19, 2-6a

«Sereis para Mim um reino de sacerdotes, uma nação santa»

Moisés é enviado, como, mais tarde, Jesus enviará os Apóstolos, a anunciar ao povo a esperança que Deus lhe reserva. Esta esperança é a que já começou a ser uma realidade desde que o Senhor o libertou da terra da escravidão, fazendo dele um povo a Si consagrado, povo sacerdotal, povo real, nação santa, como o Novo Testamento o há-de novamente proclamar, agora à luz de Cristo ressuscitado.

Leitura do Livro do Êxodo
Naqueles dias, os filhos de Israel partiram de Refidim e chegaram ao deserto do Sinai, onde acamparam, em frente da montanha. Moisés subiu à presença de Deus. O Senhor chamou-o da montanha e disse-lhe: «Assim falarás à casa de Jacob, isto dirás aos filhos de Israel: ‘Vistes o que Eu fiz ao Egipto, como vos transportei sobre asas de águia e vos trouxe até Mim. Agora, se ouvirdes a minha voz, se guardardes a minha aliança, sereis minha propriedade especial entre todos os povos. Porque toda a terra Me pertence; mas vós sereis para Mim um reino de sacerdotes, uma nação santa’».
Palavra do Senhor

SALMO RESPONSORIAL – Salmo 99 (100), 2.3.5 (R. 3c)

Refrão: Nós somos o povo de Deus,
as ovelhas do seu rebanho. (Repete-se)

Aclamai o Senhor, terra inteira,
servi o Senhor com alegria,
vinde a Ele com cânticos de júbilo. (Refrão)

Sabei que o Senhor é Deus,
Ele nos fez, a Ele pertencemos,
somos o seu povo, as ovelhas do seu rebanho. (Refrão)

Porque o Senhor é bom,
eterna é a sua misericórdia,
a sua fidelidade estende-se de geração em geração. (Refrão)


LEITURA II – Rom 5, 6-11

«Se fomos reconciliados pela morte do Filho, com muito mais razão seremos salvos pela sua vida»

A morte de Jesus é o testemunho maior do amor de Deus por nós, e isto ainda antes de termos sido reconciliados com Ele. Quanto mais agora, depois de termos sido reconciliados com Deus pela oblação da vida de seu Filho, não havemos de ser salvos pela vida d’Ele que ressuscitou para nossa justificação?

Leitura da Epístola do apóstolo São Paulo aos Romanos
Irmãos: Quando ainda éramos fracos, Cristo morreu pelos ímpios no tempo determinado. Dificilmente alguém morre por um justo; por um homem bom, talvez alguém tivesse a coragem de morrer. Mas Deus prova assim o seu amor para connosco: Cristo morreu por nós, quando éramos ainda pecadores. E agora, que fomos justificados pelo seu sangue, com muito mais razão seremos por Ele salvos da ira divina. Se, na verdade, quando éramos inimigos, fomos reconciliados com Deus pela morte de seu Filho, com muito mais razão, depois de reconciliados, seremos salvos pela sua vida. Mais ainda: também nos gloriamos em Deus, por Nosso Senhor Jesus Cristo, por quem alcançámos agora a reconciliação.
Palavra do Senhor

ALELUIA –. Mc 1, 15

Refrão: Aleluia. (Repete-se)
Está próximo o reino de Deus.
Arrependei-vos e acreditai no Evangelho. (Refrão)

EVANGELHO – Mt 9, 36 – 10, 8

«Chamou os doze discípulos e enviou-os»

Jesus não é apenas alguém que veio da parte de Deus revelar aos homens o reino. Ele lançou os fundamentos da futura assembleia dos crentes, e, para isso, escolheu os Doze, a que chamou Apóstolos, e enviou-os, como o Pai O tinha enviado a Ele. Mas eles hão-de ter sempre presente que o seu ministério não é uma iniciativa sua, nem o seu trabalho uma simples ocupação ditada pelo seu gosto natural. A sua escolha é um chamamento divino, e a sua obra é a realização da própria obra de salvação, que, por meio deles, o Senhor Jesus continua a realizar no meio dos homens. É uma graça que vem de Deus e, por eles, há-de chegar até aos outros seus irmãos.

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
Naquele tempo, Jesus, ao ver as multidões, encheu-Se de compaixão, porque andavam fatigadas e abatidas, como ovelhas sem pastor. Jesus disse então aos seus discípulos: «A seara é grande, mas os trabalhadores são poucos. Pedi ao Senhor da seara que mande trabalhadores para a sua seara». Depois chamou a Si os seus doze discípulos e deu-lhes poder de expulsar os espíritos impuros e de curar todas as doenças e enfermidades. São estes os nomes dos doze apóstolos: primeiro, Simão, chamado Pedro, e André, seu irmão; Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão; Filipe e Bartolomeu; Tomé e Mateus, o publicano; Tiago, filho de Alfeu, e Tadeu; Simão, o Cananeu, e Judas Iscariotes, que foi quem O entregou. Jesus enviou estes Doze, dando-lhes as seguintes instruções: «Não sigais o caminho dos gentios, nem entreis em cidade de samaritanos. Ide primeiramente às ovelhas perdidas da casa de Israel. Pelo caminho, proclamai que está perto o reino dos Céus. Curai os enfermos, ressuscitai os mortos, sarai os leprosos, expulsai os demónios. Recebestes de graça, dai de graça».
Palavra da Salvação

MEDITAÇÃO

A compaixão de Jesus
Mateus apresenta um resumo da actividade de Jesus, mostrando a raiz da acção dele: nasce da visão da realidade, que o leva a compadecer-se, isto é, a sentir junto com o povo cansado e abatido. O trabalho é grande, e necessita de pessoas dispostas a continuar a obra de Jesus. A comunidade deve assumir a preocupação de levar a Boa Notícia do Reino ao mundo inteiro, consciente da necessidade de trabalhadores disponíveis para essa missão divina. Os discípulos recebem o mesmo poder de Jesus: não alienar os homens (expulsar demónios) e libertá-los de todos os males (curar doenças). Os doze apóstolos formam o núcleo da nova comunidade, chamada a continuar a palavra e acção de Jesus. A missão é reunir o povo para seguir a Jesus, o novo Pastor. Ela se realiza mediante o anúncio do Reino e pela acção que concretiza os sinais da presença do Reino. A missão desenvolve-se em clima de gratuidade, pobreza e confiança, e comunica o bem fundamental da paz, isto é, da plena realização de todas as dimensões da vida humana. Os enviados são portadores da libertação; rejeitá-los é rejeitar a salvação e atrair sobre si o julgamento. A vinda de Jesus ao mundo decorre da compaixão de Deus pela humanidade. A Sua missão consiste em manifestar esta misericórdia, por meio de gestos concretos. A expulsão dos espíritos imundos e a cura de toda a doença e enfermidade manifestam esta preocupação. As multidões foram objecto da atenção de Jesus. Elas revelavam cansaço e abatimento, por falta de líderes para as conduzir, e pela opressão que sofriam.
Que fazer? Jesus passou da constatação à providência concreta. A sua iniciativa consistiu em escolher doze discípulos e enviá-los com a sua mesma missão: proclamar a chegada do Reino dos Céus e realizar gestos indicadores desta presença. Assim, eles teriam a missão de difundir a misericórdia divina “às ovelhas desgarradas da casa de Israel”. Como acontecia com Jesus, também os apóstolos sentiriam esse mesmo amor compassivo. Tanto na acção de Jesus quanto na dos discípulos, antecipava-se a chegada do Reino esperado. O Reino que haveria de manifestar-se em todo o seu esplendor, na segunda vinda do Messias, já estava dando sinais da sua presença e revelando o seu carácter particular de mediação da bondade de Deus. Aliás, tudo quanto diz respeito ao Messias Jesus traz o selo da compaixão. Eis por que a sua vinda deve ser motivo de alegria. O contacto com as multidões enche Jesus de compaixão. É o tempo da “colheita” escatológica. É necessário orar ao Senhor para que envie mais trabalhadores. Há uma outorga de “poder” aos doze discípulos. O “poder” de Jesus não é uma força que violenta, mas o amor que transforma a vida. A prioridade “às ovelhas perdidas da casa de Israel” é uma interpretação judaizante da missão de Jesus. Curas, ressurreições, purificações e expulsões de demónios significam o “levantar-se” e integrar-se no convívio social. Jesus vem para o resgate das massas excluídas pelo sistema opressor.

ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS

Senhor nosso Deus, que pelo pão e o vinho apresentados ao vosso altar dais ao homem o alimento que o sustenta e o sacramento que o renova, fazei que nunca falte este auxílio ao nosso corpo e à nossa alma.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

ANTÍFONA DA COMUNHÃO – Salmo 26, 4

Uma só coisa peço ao Senhor, por ela anseio:
habitar na casa do Senhor todos os dias da minha vida.

Ou – Jo 17, 11
Pai santo, guarda no teu nome os que Me deste,
para que sejam em nós confirmados na unidade,
diz o Senhor.

ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO

Fazei, Senhor, que a sagrada comunhão nos vossos mistérios, sinal da nossa união convosco, realize a unidade na vossa Igreja.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.



sábado, 6 de junho de 2020

SANTÍSSIMA TRINDADE


DOMINGO X TEMPO COMUM – ano A – 7JUN2020



MISSA

ANTÍFONA DE ENTRADA
Bendito seja Deus Pai,
bendito o Filho Unigénito,
bendito o Espírito Santo,
pela sua infinita misericórdia.

ORAÇÃO COLECTA
Deus Pai, que revelastes aos homens o vosso admirável mistério, enviando ao mundo a Palavra da verdade e o Espírito da santidade, concedei-nos que, na profissão da verdadeira fé, reconheçamos a glória da eterna Trindade e adoremos a Unidade na sua omnipotência.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

Liturgia da Palavra

LEITURA I – Ex 34, 4b-6.8-9

« O Senhor, o Senhor é um Deus clemente e compassivo»

Deus manifesta-Se a Moisés como um Deus cheio de amor e de ternura para com o Seu povo. Sem deixar de ser justo, antes de tudo e acima de tudo, Ele é o Deus que ama e perdoa.
Compenetrado desta verdade, Moisés não tem receio de interceder pelo Povo, que fora infiel à Aliança, voltando as costa, ao Deus vivo, para se entregar aos ídolos. E Moisés não vê frustrada a sua esperança. Deus continuará no meio do Seu povo, porque Ele é, na verdade, Aquele que salva.

Leitura do Livro do Êxodo
Naqueles dias, Moisés levantou-se muito cedo e subiu ao monte Sinai, como o Senhor lhe ordenara, levando nas mãos as tábuas de pedra. O Senhor desceu na nuvem, ficou junto de Moisés, que invocou o nome do Senhor. O Senhor passou diante de Moisés e proclamou: «O Senhor, o Senhor é um Deus clemente e compassivo, sem pressa para Se indignar e cheio de misericórdia e fidelidade». Moisés caiu de joelhos e prostrou-se em adoração. Depois disse: «Se encontrei, Senhor, aceitação a vossos olhos, digne-Se o Senhor caminhar no meio de nós. É certo que se trata de um povo de dura cerviz, mas Vós perdoareis os nossos pecados e iniquidades e fareis de nós a vossa herança».
Palavra do Senhor

SALMO RESPONSORIAL – Dan 3, 52.53.54.55.56 (R. 52b)

Refrão: Digno é o Senhor de louvor e de glória para sempre. (Repete-se)

Ou: Louvor e glória ao Senhor para sempre. (Repete-se)

Bendito sejais, Senhor, Deus dos nossos pais:
digno de louvor e de glória para sempre.
Bendito o vosso nome glorioso e santo:
digno de louvor e de glória para sempre. (Refrão)

Bendito sejais no templo santo da vossa glória:
digno de louvor e de glória para sempre.
Bendito sejais no trono da vossa realeza:
digno de louvor e de glória para sempre. (Refrão)

Bendito sejais, Vós que sondais os abismos
e estais sentado sobre os Querubins:
digno de louvor e de glória para sempre.
Bendito sejais no firmamento do céu:
digno de louvor e de glória para sempre. (Refrão)


LEITURA II – 2 Cor 13, 11-13

«A graça de Jesus Cristo, o amor de Deus e a comunhão do Espírito Santo»

Ao iniciarmos as nossas assembleias litúrgicas com o voto de S. Paulo, no final da carta aos Coríntios nós professamos a nossa fé no mistério de um Deus em três Pessoas distintas. Nós reconhecemos que a presença da Trindade é o que constitui a comunidade cristã. Na verdade, é pelo dom gratuito de Jesus Cristo, pelo amor universal do Pai e pela força unitiva do Espírito de caridade que somos congregados em assembleia, para celebrarmos a glória de Deus.
Reunida pela acção da Santíssima Trindade, a comunidade cristã deve empenhar-se em se assemelhar à comunidade trinitária vivendo na busca da perfeição, na alegria e no amor mútuo que se exprime pelo ósculo da paz.

Leitura da Segunda Epístola do apóstolo S. Paulo aos Coríntios
Irmãos: Sede alegres, trabalhai pela vossa perfeição, animai-vos uns aos outros, tende os mesmos sentimentos, vivei em paz. E o Deus do amor e da paz estará convosco. Saudai-vos uns aos outros com o ósculo santo. Todos os santos vos saúdam. A graça do Senhor Jesus Cristo, o amor de Deus e a comunhão do Espírito Santo estejam convosco.
Palavra do Senhor

ALELUIA –. Ap 1, 8

Refrão: Aleluia. (Repete-se)
Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo,
ao Deus que é, que era e que há-de vir. (Refrão)

EVANGELHO – Jo 3, 16-18

«Deus enviou o seu Filho ao mundo, para que o mundo seja salvo por Ele»

O mistério da Santíssima Trindade é um mistério de amor: amor de um Deus que se revela aos homens e, num gesto de infinita bondade, lhes dá o Seu Filho, o Qual, encarnando e entregando-Se, totalmente, aos homens até à morte de Cruz (Filip. 2, 8), veio não para julgá-los, mas para salvá-los.
Perante este amor de Deus, o homem só pode ter uma atitude: aceitar Jesus Cristo como seu Salvador deixar-se penetrar pelo Seu amor e iluminar pela Sua verdade, que é o Seu Evangelho de amor. Recusar Jesus Cristo é recusar a salvação. Deus não condena ninguém. Cada um de nós, com a sua aceitação ou recusa de Cristo, é que decide acerca do seu juízo final.

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João
Naquele tempo, disse Jesus a Nicodemos: «Deus amou tanto o mundo que entregou o seu Filho Unigénito, para que todo o homem que acredita n’Ele não pereça, mas tenha a vida eterna. Porque Deus não enviou o seu Filho ao mundo para condenar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por Ele. Quem acredita n’Ele não é condenado, mas quem não acredita n'Ele já está condenado, porque não acreditou no nome do Filho Unigénito de Deus».
Palavra da Salvação

MEDITAÇÃO

A missão do Filho
Deus não quer que os homens se percam, nem sente prazer em condená-los. Ele manifesta todo o seu amor através de Jesus, para salvar e dar a vida a todos. Mas a presença de Jesus é incómoda, pois coloca o mundo dos homens em julgamento, provocando divisão e conflito, e exigindo decisão. De um lado, os que acreditam em Jesus e vivem o amor, continuando a palavra e a acção dele em favor da vida. De outro lado, os que não acreditam nele e não vivem o amor, mas permanecem fechados em seus próprios interesses e egoísmo, que geram opressão e exploração; por isso estes sempre escondem as suas verdadeiras intenções: não se aproximam da luz. O processo de formação para os discípulos requer a compreensão da identidade de Jesus e da sua missão. A fé consiste na adesão ao Mestre assim como se nos apresenta. Quanto mais adequada for esta compreensão, tanto mais profundo será o compromisso da fé. Eis por que Jesus se pôs a instruir Nicodemos a este respeito. O Filho é a expressão perfeita do amor do Pai pela humanidade, que o ofereceu como prova de amor. A origem divina de Jesus dá credibilidade às suas palavras, pois o seu testemunho reporta-se directamente a Deus. Ele não é um simples intermediário entre o Pai e a humanidade. É a encarnação do amor de Deus. A missão terrena de Jesus consistiu em colocar-se inteiramente ao serviço da salvação da humanidade, propiciando-lhe a vida eterna. Ele resgata-a do poder do pecado e da morte, abrindo-lhe perspectivas novas de comunhão com Deus. Por seu ministério destruiu-se o muro de separação erguido entre o Criador e a criatura, refazendo-se a amizade inicial. Não compete a Jesus ser o juiz da humanidade, condenando-a por seus pecados. Cabe-lhe, sim, ser o seu salvador. Mesmo que a humanidade prefira as trevas em detrimento da luz, a missão do Filho de Deus permanece inalterada. O gesto de recusar a luz já traz em si o germe da condenação, porém não estorva ao ser humano a possibilidade de se converter para a luz. Jesus é infinitamente paciente e espera que o ser humano se decida em favor dele. Deus amou tanto o mundo que deu o seu Filho, enviando-o para a sua concepção no ventre de Maria, na encarnação. O novo Adão, Jesus, já é a realidade da nova humanidade: é o homem que, na condição de Filho de Deus, já é divino e eterno. O fruto do amor não é a condenação, mas a salvação, que é realizada por Deus, com o dom gratuito da vida eterna, e alcançada pela fé. Jesus, a luz do mundo, vem como dom e prova do amor de Deus. A sua glória, que é a glória do Pai, é a comunicação deste amor. Contudo, afastam-se da luz aqueles que amam as trevas. Estes, escravos da riqueza e do poder, praticam a injustiça e a violência, promovem a guerra, semeando a miséria e a morte. Entram em comunhão de vida eterna com Jesus todos aqueles que praticam a verdade e a justiça, empenhados na promoção da vida plena para todos. Neste texto do evangelho de João, temos o seu tema central: Deus enviou o seu Filho único, Jesus, para comunicar a vida eterna a todos que crerem nele. A encarnação do Filho de Deus faz-se num processo normal de gestação. A condição humana é assumida por Deus desde o ventre materno de Maria. Em Jesus, o Filho de Deus, o humano une-se ao divino e eterno. Quem crê em Jesus participa da sua condição divina e eterna. Crer em Jesus é unir-se a ele na prática da verdade, isto é, na prática de tudo aquilo que está conforme a vontade do Pai. Os contrastes vida e morte, luz e trevas, são frequentes no evangelho de João. Trevas é ausência de luz. Onde chega a luz, as trevas desaparecem. Assim também, a vida e a morte. Onde chega a vida, a morte desaparece. Na comunhão com Jesus, na prática da vontade de Deus, na verdade e na justiça, promovendo a vida plena para todos, goza-se da vida eterna.

ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS

Santificai, Senhor, os dons sobre os quais invocamos o vosso santo nome e, por este divino sacramento, fazei de nós mesmos uma oblação eterna para vossa glória.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

ANTÍFONA DA COMUNHÃO – Gal 4, 6

Porque somos filhos de Deus,
Ele enviou aos nossos corações o Espírito do seu Filho,
que clama: Abba, Pai.

ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO

Ao professarmos a nossa fé na Trindade Santíssima e na sua indivisível Unidade, concedei-nos, Senhor nosso Deus, que a participação neste divino sacramento nos alcance a saúde do corpo e da alma.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.