DOMINGO XIII DO TEMPO COMUM – ano B – 27JUN2021
MISSA |
ANTÍFONA
DE ENTRADA – Salmo 46, 2
Louvai
o Senhor, povos de toda a terra,
aclamai
a Deus com brados de alegria.
ORAÇÃO
COLECTA
Senhor, que pela vossa graça nos tornastes filhos da luz, não
permitais que sejamos envolvidos pelas trevas do erro, mas permaneçamos sempre
no esplendor da verdade.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na
unidade do Espírito Santo.
Liturgia
da Palavra |
LEITURA
I – Sab 1, 13-15; 2, 23-24
«Foi
pela inveja do demónio que a morte entrou no mundo»
O
Evangelho fala-nos hoje da ressurreição. Desde esta primeira leitura, a palavra
de Deus procura esclarecer-nos sobre o sentido da morte: ela não é, de maneira
nenhuma, um objectivo na obra da criação. Deus tudo criou para a vida. A morte
é um obstáculo interposto à vida, como o é o pecado, com que o homem se opõe à
realização do plano de graça do Senhor. Mas, do pecado e da morte, Jesus Cristo
nos salvou.
Leitura do Livro da Sabedoria
Não foi Deus quem fez a morte, nem Ele Se alegra com a perdição
dos vivos. Pela criação deu o ser a todas as coisas, e o que nasce no mundo
destina-se ao bem. Em nada existe o veneno que mata, nem o poder da morte reina
sobre a terra, porque a justiça é imortal. Deus criou o homem para ser
incorruptível e fê-lo à imagem da sua própria natureza. Foi pela inveja do Diabo
que a morte entrou no mundo, e experimentam-na aqueles que lhe pertencem.
Palavra do
Senhor
SALMO
RESPONSORIAL – almo 29 (30), 2.4.5-6.11.12a.13b (R. 2a)
Refrão: Eu Vos louvarei, Senhor, porque
me salvastes. (Repete-se)
Eu
Vos glorifico, Senhor, porque me salvastes
e
não deixastes que de mim se regozijassem
os
inimigos.
Tirastes
a minha alma da mansão dos mortos,
vivificastes-me
para não descer ao túmulo. (Refrão)
Cantai
salmos ao Senhor, vós os seus fiéis,
e
dai graças ao seu nome santo.
A
sua ira dura apenas um momento
e
a sua benevolência a vida inteira.
Ao
cair da noite vêm as lágrimas
e
ao amanhecer volta a alegria. (Refrão)
Ouvi,
Senhor, e tende compaixão de mim,
Senhor,
sede Vós o meu auxílio.
Vós
convertestes em júbilo o meu pranto:
Senhor
meu Deus, eu Vos louvarei eternamente. (Refrão)
LEITURA
II – 2 Cor 8, 7.9.13-15
«Aliviai com
a vossa abundância a indigência dos irmãos pobres»
S.
Paulo está procurando angariar fundos, na comunidade de Corinto, para socorrer
a comunidade muito pobre de Jerusalém. Procura, para isso, fazer compreender
aos cristãos que esta troca de bens materiais vem, por um lado, estabelecer a
igualdade entre todos, e, por outro, proporcionar-lhes ocasião de se mostrarem
generosos, eles que foram tão enriquecidos à custa da pobreza que o Senhor quis
suportar por todos nós.
Leitura da Segunda Epístola do apóstolo S. Paulo aos Coríntios
Irmãos: Já que sobressaís em tudo – na fé, na eloquência, na ciência,
em toda a espécie de atenções e na caridade que vos ensinámos – deveis também
sobressair nesta obra de generosidade. Conheceis a generosidade de Nosso Senhor
Jesus Cristo: Ele, que era rico, fez-Se pobre por vossa causa, para vos
enriquecer pela sua pobreza. Não se trata de vos sobrecarregar para aliviar os
outros, mas sim de procurar a igualdade. Nas circunstâncias presentes, aliviai
com a vossa abundância a sua indigência para que um dia eles aliviem a vossa
indigência com a sua abundância. E assim haverá igualdade, como está escrito:
«A quem tinha colhido muito não sobrou e a quem tinha colhido pouco não
faltou».
Palavra do
Senhor
ALELUIA – 2 Tim 1, 10
Refrão: Aleluia (Repete-se)
Jesus Cristo, nosso Salvador,
destruiu a morte
e fez brilhar a vida por meio do
Evangelho. (Refrão)
EVANGELHO
– Mc 5, 21-43
«Menina,
Eu te ordeno: Levanta-te»
Dois milagres, em que Jesus Se manifesta o Senhor da vida.
Mais de uma vez, Ele próprio Se definiu como sendo a Vida. É assim, porque é o
Filho de Deus. Fazendo-Se homem, a sua humanidade é agora o instrumento, bem
próximo de nós, da sua divindade, de sorte que aproximar-se d’Ele é
aproximar-se da Vida, como o pôde experimentar a mulher doente e a filha de
Jairo, que morrera. É pela fé que nos podemos aproximar de Jesus, fé que, nos
sacramentos, nos leva a ver o prolongamento dos gestos do Senhor no meio dos
homens.
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Marcos
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Marcos
Naquele tempo, depois de Jesus ter atravessado de barco para a
outra margem do lago, reuniu-se uma grande multidão à sua volta, e Ele
deteve-se à beira-mar. Chegou então um dos chefes da sinagoga, chamado Jairo.
Ao ver Jesus, caiu a seus pés e suplicou-Lhe com insistência: «A minha filha
está a morrer. Vem impor-lhe as mãos, para que se salve e viva». Jesus foi com
ele, seguido por grande multidão, que O apertava de todos os lados. Ora, certa
mulher que tinha um fluxo de sangue havia doze anos, que sofrera muito nas mãos
de vários médicos e gastara todos os seus bens, sem ter obtido qualquer
resultado, antes piorava cada vez mais, tendo ouvido falar de Jesus, veio por
entre a multidão e tocou-Lhe por detrás no manto, dizendo consigo: «Se eu, ao
menos, tocar nas suas vestes, ficarei curada». No mesmo instante estancou o
fluxo de sangue e sentiu no seu corpo que estava curada da doença. Jesus notou
logo que saíra uma força de Si mesmo. Voltou-Se para a multidão e perguntou:
«Quem tocou nas minhas vestes?». Os discípulos responderam-Lhe: «Vês a multidão
que Te aperta e perguntas: ‘Quem Me tocou?’». Mas Jesus olhou em volta, para
ver quem O tinha tocado. A mulher, assustada e a tremer, por saber o que lhe
tinha acontecido, veio prostrar-se diante de Jesus e disse-Lhe a verdade. Jesus
respondeu-lhe: «Minha filha, a tua fé te salvou». Ainda Ele falava, quando
vieram dizer da casa do chefe da sinagoga: «A tua filha morreu. Porque estás
ainda a importunar o Mestre?». Mas Jesus, ouvindo estas palavras, disse ao
chefe da sinagoga: «Não temas; basta que tenhas fé». E não deixou que ninguém O
acompanhasse, a não ser Pedro, Tiago e João, irmão de Tiago. Quando chegaram a
casa do chefe da sinagoga, Jesus encontrou grande alvoroço, com gente que
chorava e gritava. Ao entrar, perguntou-lhes: «Porquê todo este alarido e
tantas lamentações? A menina não morreu; está a dormir». Riram-se d’Ele. Jesus,
depois de os ter mandado sair a todos, levando consigo apenas o pai da menina e
os que vinham com Ele, entrou no local onde jazia a menina, pegou-lhe na mão e
disse: «Talita Kum», que significa: «Menina, Eu te ordeno: Levanta-te». Ela
ergueu-se imediatamente e começou a andar, pois já tinha doze anos. Ficaram
todos muito maravilhados. Jesus recomendou-lhes insistentemente que ninguém
soubesse do caso e mandou dar de comer à menina.
Palavra da salvação.
MEDITAÇÃO
LEVANTA-TE!
Toda a mulher
portadora de hemorragia, era considerada impura (Lv 15,19-25), e impuros
ficavam também os que fossem tocados por ela. A fé em Jesus faz com que essa
mulher viole a Lei e seja curada. A missão de Jesus é restaurar os homens na
vida total: não só libertá-los da doença que os diminui e exclui do convívio
social, mas também salvá-los da morte, que os exclui da vida antes do tempo. O
duplo milagre de Jesus, beneficiando duas mulheres, ilustra o interesse dele
por esta categoria social vítima da marginalização, na sociedade do seu tempo.
A ordem dada à menina – “Levanta-te!” – foi prenúncio do que ele desejava ver
acontecer com todas as mulheres: livrar-se da exclusão a que estavam relegadas.
Tal exclusão não dependia da situação económica. A mulher, vítima de hemorragia
havia doze anos, tinha posses. Por isso, pôde gastar uma fortuna com médicos,
os quais foram incapazes de curá-la. Pelo contrário, faziam-na piorar ainda
mais. Também a menina ressuscitada não era pobre. O seu pai, Jairo, era chefe
da sinagoga local. Sem dúvida, gozava de prestígio na cidade. Portanto, as
beneficiárias de Jesus não foram duas pobrezinhas. Não importa! As mulheres
ricas também eram necessitadas da ajuda de Jesus. Ambas as mulheres fizeram o
gesto físico de levantar-se. A hemorrágica, tendo-se lançado aos pés de Jesus,
recebeu a ordem de ir em paz, uma vez livre da doença importuna. Quanto à
menina, o Mestre tomou-a pela mão, ordenando-lhe que se levantasse. E ela pôs-se
em pé e caminhou. Estes gestos exteriores apontavam para uma cura muito mais
radical que estava a acontecer na vida delas: o Mestre conseguiu que
recuperassem a sua dignidade de mulher. Com duas narrativas de curas, muito
detalhadas e articuladas entre si, Marcos faz contraste entre um chefe
religioso do judaísmo, Jairo, e uma mulher anónima, com fluxo de sangue, no
meio da multidão. Primeiramente Jesus é solicitado por Jairo, que se prostra de
modo solene diante dele. Contudo, Jesus interrompe o atendimento a Jairo para
dar atenção à mulher que, humildemente, toca em seu manto e fica curada. A esta
mulher excluída Jesus chama de “filha”. Na casa de Jairo, zombam de Jesus. Ao
levantar a filha de Jairo, Jesus chama-a de “menina”. Enfim, Jesus vem
comunicar a vida a todos os que o buscam.
ORAÇÃO
SOBRE AS OBLATAS
Senhor nosso Deus, que assegurais a eficácia dos vossos
sacramentos, fazei que este serviço divino seja digno dos mistérios que celebramos.
Por Nosso Senhor, Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco
na unidade do Espírito Santo.
ANTÍFONA
DA COMUNHÃO – Salmo 102, 1
A
minha alma louva o Senhor,
todo
o meu ser bendiz o seu nome santo.
Ou – Jo 17, 20-21
Pai
santo, Eu rogo por aqueles
que
hão-de acreditar em Mim,
para
que sejam em Nós confirmados na unidade
e
o mundo acredite que Tu Me enviaste.
ORAÇÃO
DEPOIS DA COMUNHÃO
Concedei-nos,
Senhor, que o Corpo e o Sangue do vosso Filho, oferecidos em sacrifício e
recebidos em comunhão, nos dêem a verdadeira vida, para que, unidos convosco em
amor eterno, dêmos frutos que permaneçam para sempre.
Por
Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do
Espírito Santo.