sábado, 25 de dezembro de 2021

NATAL

 

 DIA DE NATAL – ano C – 25DEZ2021 

MISSA

 ANTÍFONA DE ENTRADA – Is 9, 6

Um Menino nasceu para nós, um Filho nos foi dado.

Tem o poder sobre os seus ombros

e será chamado Conselheiro admirável.

 

ORAÇÃO COLECTA

Senhor nosso Deus,

que de modo admirável criastes o homem e de modo ainda mais admirável o renovastes, fazei que possamos participar na vida divina do vosso Filho que Se dignou assumir a nossa natureza humana.

Ele que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

 

Liturgia da Palavra

 

LEITURA I – Is 52, 7-10

«Todos os confins da Terra verão a Salvação do nosso Deus»

 

Esta leitura é constituída pelo belo e solene pregão que serviu outrora ao profeta para anunciar a Boa Nova ao povo de Deus em tempo de desolação e de abandono; esse mesmo pregão serve para nos anunciar agora a nós mensagem ainda mais feliz, a que nos traz o nascimento do Salvador de todo o mundo.

 

Leitura do Livro de Isaías

Como são belos sobre os montes os pés do mensageiro que anuncia a paz, que traz a boa nova, que proclama a salvação e diz a Sião: «O teu Deus é Rei». Eis o grito das tuas sentinelas que levantam a voz. Todas juntas soltam brados de alegria, porque vêem com os próprios olhos o Senhor que volta para Sião. Rompei todas em brados de alegria, ruínas de Jerusalém, porque o Senhor consola o seu povo, resgata Jerusalém. O Senhor descobre o seu santo braço à vista de todas as nações e todos os confins da terra verão a salvação do nosso Deus.

Palavra do Senhor

 

SALMO RESPONSORIAL – Salmo 97 (98), 1.2-3ab.3cd-4.5-6 (R. 3c)

 

Refrão: Todos os confins da terra

viram a salvação do nosso Deus. (Repete-se)

 

Cantai ao Senhor um cântico novo

pelas maravilhas que Ele operou.

A sua mão e o seu santo braço

Lhe deram a vitória. (Refrão)

 

O Senhor deu a conhecer a salvação,

revelou aos olhos das nações a sua justiça.

Recordou-Se da sua bondade e fidelidade

em favor da casa de Israel. (Refrão)

 

Os confins da terra puderam ver

a salvação do nosso Deus.

Aclamai o Senhor, terra inteira,

exultai de alegria e cantai. (Refrão)

 

Cantai ao Senhor ao som da cítara,

ao som da cítara e da lira;

ao som da tuba e da trombeta,

aclamai o Senhor, nosso Rei. (Refrão)

 

 

LEITURA II – Hebr 1, 1-6

 

«Deus falou-nos por seu Filho»

 

Jesus é a própria palavra de Deus, encarnada, feita homem no meio dos homens, mais reveladora de Deus do que a de todos os profetas, mais qualificada do que a de todos os outros mensageiros que vieram antes d’Ele ter vindo ao mundo. Ele é a imagem do Pai por quem tudo foi feito; pela sua morte purificou a humanidade de seus pecados e recebeu em herança todos aqueles que n’Ele acreditaram e a Ele se entregaram. Esses sentam-se com Ele à direita de Deus. Ele é o nosso Salvador e o nosso Deus. Por isso, O adoramos juntamente com todos os Anjos.

 

Leitura da Epístola aos Hebreus

Muitas vezes e de muitos modos falou Deus antigamente aos nossos pais, pelos Profetas. Nestes dias, que são os últimos, falou-nos por seu Filho, a quem fez herdeiro de todas as coisas e pelo qual também criou o universo. Sendo o Filho esplendor da sua glória e imagem da sua substância, tudo sustenta com a sua palavra poderosa. Depois de ter realizado a purificação dos pecados, sentou-Se à direita da Majestade no alto dos Céus e ficou tanto acima dos Anjos quanto mais sublime que o deles é o nome que recebeu em herança. A qual dos Anjos, com efeito, disse Deus alguma vez: «Tu és meu Filho, Eu hoje Te gerei»? E ainda: «Eu serei para Ele um Pai e Ele será para Mim um Filho»? E de novo, quando introduziu no mundo o seu Primogénito, disse: «Adorem-n’O todos os Anjos de Deus».

Palavra do Senhor

 

ALELUIA

 

Refrão: Aleluia (Repete-se)

 

Santo é o dia que nos trouxe a luz.

Vinde adorar o Senhor.

Hoje, uma grande luz desceu sobre a terra. (Refrão)

 

EVANGELHO – Jo 1, 1-18

 

«O Verbo fez-Se carne e habitou entre nós»

 

O Natal não é apenas o nascimento de um menino. É um mistério, uma realidade divina que se esconde e ao mesmo tempo se revela no nascimento desse Menino. É o Nascimento no meio dos homens do próprio Filho de Deus. O evangelista chama-Lhe o Verbo, isto é, a Palavra, Aquele por quem o Pai Se dá a conhecer aos homens e deles faz seus filhos. O evangelista tenta desvendar-nos todo esse mistério neste poema admirável com que abre o seu Evangelho.

 

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João

No princípio era o Verbo e o Verbo estava com Deus e o Verbo era Deus. No princípio, Ele estava com Deus. Tudo se fez por meio d’Ele e sem Ele nada foi feito. N’Ele estava a vida e a vida era a luz dos homens. A luz brilha nas trevas e as trevas não a receberam. Apareceu um homem enviado por Deus, chamado João. Veio como testemunha, para dar testemunho da luz, a fim de que todos acreditassem por meio dele. Ele não era a luz, mas veio para dar testemunho da luz. O Verbo era a luz verdadeira, que, vindo ao mundo, ilumina todo o homem. Estava no mundo e o mundo, que foi feito por Ele, não O conheceu. Veio para o que era seu e os seus não O receberam. Mas àqueles que O receberam e acreditaram no seu nome, deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus. Estes não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus. E o Verbo fez-Se carne e habitou entre nós. Nós vimos a sua glória, glória que Lhe vem do Pai como Filho Unigénito, cheio de graça e de verdade. João dá testemunho d’Ele, exclamando: «É deste que eu dizia: ‘O que vem depois de mim passou à minha frente, porque existia antes de mim’». Na verdade, foi da sua plenitude que todos nós recebemos graça sobre graça. Porque, se a Lei foi dada por meio de Moisés, a graça e a verdade vieram por meio de Jesus Cristo. A Deus, nunca ninguém O viu. O Filho Unigénito, que está no seio do Pai, é que O deu a conhecer.

Palavra da salvação.

 

MEDITAÇÃO

 

 

O NATAL

 

DIA: 25; MÊS: No sexto mês a contar da concepção de seu primo João, isto é, Dezembro. ANO: Provavelmente entre os anos 7 - 6 a.C. que corresponde ao ano 153 da Fundação de Roma.

Por que se celebra o Natal a 25 de Dezembro? Os historiadores demonstraram que a festa tem a sua origem numa brilhante operação pastoral realizada pela Igreja de Roma na primeira metade do quarto século. Nessa época, os povos da Europa Ocidental, sob a influência cultural latina, comemoravam o “solstício do Inverno”. É quando o Sol, tendo chegado aos trópicos, parece estacionário durante alguns dias. Isto acontece no 25 de Dezembro. Os dias, então, alongam-se, eliminando o temor da invasão das trevas. O “Sol invicto” era tido como símbolo de vida.

A igreja fez uma transferência de significado, indicando na pessoa de Jesus o verdadeiro Sol de justiça, autêntica luz da verdade e transformando o dia do nascimento do sol em dia do Nascimento de Jesus Cristo.

 

O DIA DO NASCIMENTO

Os Evangelhos não pretendem apresentar a biografia histórica de Jesus nem estavam em condições disso. Assim, só se pode ter uma cronologia da vida de Jesus nas suas linhas gerais:

Mt 2 situa o nascimento de Jesus antes da morte de Herodes, em 4 a.C.

Lc 3,1-2 situa o início de sua vida pública no 15º ano do reinado de Tibério, data que pode significar o ano 26 ou o 28.

Jo 2,20 situa a purificação do Templo no 46º ano de sua construção, que foi iniciada no 18º ano de Herodes, ou seja, segundo a cronologia de Josefo no ano 20 a.C.

Não se pode calcular com segurança a data do nascimento de Jesus nem a data da sua morte. A sua vida deve ter-se desenvolvido quase completamente entre a morte de Herodes (4 a.C.) e o ano 30 d.C., data que deve estar próxima da data real da morte de Jesus.

Os três Evangelhos sinópticos apresentam um roteiro comum da vida pública de Jesus: o baptismo de João, a tentação, a pregação na Galileia, a viagem a Jerusalém, um breve ministério em Jerusalém e a sua Paixão e Morte.

 

O PROVÁVEL ANO DO NASCIMENTO DE JESUS

Jesus nasceu provavelmente entre os anos 7 - 6 a.C. que corresponde ao ano 753 da Fundação de Roma. A era cristã estabelecida por Dioniso, o pequeno, (século VI) resulta de um cálculo erróneo. São Lucas estabelece um sincronismo entre a história profana e a história da salvação.

Tibério sucedeu a Augusto (LC 2,1) aos dezanove de Agosto do ano 14 d.C. O ano 15 vai, pois, de 19 de Agosto de 28 a 18 de Agosto de 29, ou segundo o modo de calcular os anos do reinado em uso na Síria, de Setembro a Outubro de 27, a Setembro a Outubro de 28.

Jesus tem, portanto, no mínimo 33 anos, provavelmente até mesmo 35 a 36 anos. A indicação do capítulo 2, 23 é aproximada.

Apenas sublinhe que Jesus tinha a idade requerida para exercer missão pública. A “Era Cristã” fixada por Dioniso, o pequeno, no século VI resulta de se ter tomado estritamente o número de trinta anos: os 29 anos completos de Jesus, descontados do ano 782 de Roma (XV ano de Tibério), indicaram 753 para início de nossa era.

 

 

ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS

 

Aceitai, Senhor, a oblação que Vos apresentamos neste dia solene de Natal, em que nasceu para nós a verdadeira paz e reconciliação e se instituiu entre os homens a plenitude do culto divino.

Por Nosso Senhor, Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

 

ANTÍFONA DA COMUNHÃO – Salmo 97, 3

Todos os confins da terra

viram a salvação do nosso Deus.

 

ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO

Nós Vos pedimos, Deus misericordioso, que o Salvador do mundo hoje nascido, assim como nos comunicou a sua vida divina, nos faça também participantes da sua imortalidade.

Ele que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

 

 


domingo, 19 de dezembro de 2021

DONDE ME É DADO QUE VENHA TER COMIGO A MÃE DO MEU SENHOR?

 

 DOMINGO IV DO ADVENTO – ano C – 19DEZ2021 

MISSA

 

ANTÍFONA DE ENTRADA – Is 45, 8

Desça o orvalho do alto dos Céus e as nuvens chovam o Justo.

Abra-se a terra e germine o Salvador.

 

ORAÇÃO COLECTA

Infundi, Senhor, a vossa graça em nossas almas, para que nós, que pela anunciação do Anjo conhecemos a encarnação de Cristo, vosso Filho, pela sua paixão e morte na cruz alcancemos a glória da ressurreição.

Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

 

Liturgia da Palavra

 

LEITURA I – Miq 5, 1-4a

«De ti sairá Aquele que há-de reinar sobre Israel»

 

Completando a profecia de Isaías sobre o «Emanuel» (Deus connosco), o profeta Miqueias, seu contemporâneo, anuncia o lugar do nascimento do Messias Salvador e descreve a Sua missão.

Será na cidade davídica de Belém, cujo sobrenome Efrata exprime a fecundidade messiânica, que dará à luz Aquela que será a Mãe do Salvador. Aí nascerá o Rei futuro, que será Pastor do Seu Povo. Com o Seu nascimento, não só trará a Paz, reunindo os filhos de Deus dispersos, como Ele mesmo será a Paz. O Seu nascimento, com efeito, significa a presença de Deus no mundo, o fim do afastamento de Deus com o pecado e a reunificação universal dos irmãos.

 

Leitura da Profecia de Miqueias

Eis o que diz o Senhor: «De ti, Belém-Efratá, pequena entre as cidades de Judá, de ti sairá aquele que há-de reinar sobre Israel. As suas origens remontam aos tempos de outrora, aos dias mais antigos. Por isso Deus os abandonará até à altura em que der à luz aquela que há-de ser mãe. Então voltará para os filhos de Israel o resto dos seus irmãos. Ele se levantará para apascentar o seu rebanho pelo poder do Senhor, pelo nome glorioso do Senhor, seu Deus. Viver-se-á em segurança, porque ele será exaltado até aos confins da terra. Ele será a paz».

Palavra do Senhor

 

SALMO RESPONSORIAL – Salmo 79 (80), 2ac.3b.15-16.18-19 (R.4)

 

Refrão: Mostrai-nos, Senhor, o vosso rosto

e seremos salvos. (Repete-se)

 

Pastor de Israel, escutai,

Vós estais sobre os Querubins, aparecei.

Despertai o vosso poder

e vinde em nosso auxílio. (Refrão)

 

Deus dos Exércitos, vinde de novo,

olhai dos céus e vede, visitai esta vinha;

protegei a cepa que a vossa mão direita plantou,

o rebento que fortalecestes para Vós. (Refrão)

 

Estendei a mão sobre o homem que escolhestes,

sobre o filho do homem que para Vós criastes.

Nunca mais nos apartaremos de Vós,

fazei-nos viver e invocaremos o vosso nome. (Refrão)

 

 

LEITURA II – Hebr 10, 5-10

 

«Eu venho para fazer a vossa vontade»

 

A entrada de Jesus no mundo está orientada para o drama da Cruz e o triunfo da Páscoa. O mistério da Encarnação é inseparável do mistério da Redenção. O esplendor da Páscoa ilumina já a aurora do Natal.

O Filho de Deus, preexistente na natureza divina, desde o momento da Sua entrada no mundo pela Encarnação oferece-Se como vítima. E esta oblação divina e humana santifica e salva desde esse momento, virtualmente, unida à sua expressão prática na oblação da Cruz.

Ao assumir a nossa condição humana, para a salvar, aceita os desígnios de Deus sobre Ele e ensina-nos a viver a vida como realização quotidiana da Vontade de Deus, na santificação interior, pela obediência e o amor.

 

Leitura da Epístola aos Hebreus

Irmãos: Ao entrar no mundo, Cristo disse: «Não quiseste sacrifícios nem oblações, mas formaste-Me um corpo. Não Te agradaram holocaustos nem imolações pelo pecado. Então Eu disse: ‘Eis-Me aqui; no livro sagrado está escrito a meu respeito: Eu venho, ó Deus, para fazer a tua vontade’». Primeiro disse: «Não quiseste sacrifícios nem oblações, não Te agradaram holocaustos nem imolações pelo pecado». E no entanto, eles são oferecidos segundo a Lei. Depois acrescenta: «Eis-Me aqui: Eu venho para fazer a tua vontade». Assim aboliu o primeiro culto para estabelecer o segundo. É em virtude dessa vontade que nós fomos santificados pela oblação do corpo de Jesus Cristo, feita de uma vez para sempre.

Palavra do Senhor

 

ALELUIA – Mt 1, 38

 

Refrão: Aleluia (Repete-se)

 

Eis a escrava do Senhor:

faça-se em mim segundo a vossa palavra. (Refrão)

 

EVANGELHO – Lc 1, 39-45

 

«Donde me é dado que venha ter comigo a Mãe do meu Senhor?»

 

As intervenções de Deus na História da Salvação são, por vezes, designadas como «visitas» do Senhor ao Seu povo. A última intervenção de Deus, com a Encarnação, é também para S. Lucas uma «visita» do Senhor aos Seus (Lc. 1, 68; 7, 16), sendo a família do Precursor a primeira a participar dela e a beneficiar.

Maria aparece intimamente unida a esta «visita» do Senhor ao Seu povo. Ela é, na verdade, a morada de Deus entre os homens, a nova Arca da Aliança, perante a qual, João, ungido pelo Espírito que repousa sobre o Messias, exulta de alegria, à semelhança de David (2 S. 6, 2-16). Em Maria concretiza-se, de algum modo, o encontro de Deus com a humanidade. Ela inicia a era messiânica. É a mulher que assegura ao seu povo a vitória absoluta sobre o pecado e o mal (a saudação de Isabel lembra a que foi dirigida a Judit, após a vitória sobre os seus inimigos).

Esta união continuará no prolongamento da «visita» do Senhor a todos os homens, que é a vida da Igreja.

 

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas

Naqueles dias, Maria pôs-se a caminho e dirigiu-se apressadamente para a montanha, em direcção a uma cidade de Judá. Entrou em casa de Zacarias e saudou Isabel. Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, o menino exultou-lhe no seio. Isabel ficou cheia do Espírito Santo e exclamou em alta voz: «Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre. Donde me é dado que venha ter comigo a Mãe do meu Senhor? Na verdade, logo que chegou aos meus ouvidos a voz da tua saudação, o menino exultou de alegria no meu seio. Bem-aventurada aquela que acreditou no cumprimento de tudo quanto lhe foi dito da parte do Senhor».

Palavra da salvação.

 

MEDITAÇÃO

 

 

O PERFIL DE MARIA

 

Ainda no seio da sua mãe, João Baptista recebe o Espírito prometido. Reconhece o Messias e aponta-o através da exclamação da sua mãe Isabel. As palavras inspiradas de Isabel, ao encontrar-se com a sua prima Maria traçam o perfil de quem tinha sido destinada a ser a mãe do Salvador. Maria é a mulher bendita por excelência. Repousando sobre ela as bênçãos divinas, a sua vida estava indissociavelmente ligada a Deus. Sem deixar de ser humilde serva, a sua humanidade revestia-se de um brilho especial. Tornava-se um modelo não apenas de mulher, mas de ser humano. Maria trazia no seu ventre um fruto santo. A prole era um dos indicadores seguros da bênção divina. A humilde Virgem de Nazaré recebera, porém, uma bênção suplementar: a de ser a mãe do Messias. Tudo isto por estar disposta a ser totalmente fiel a Deus. Maria é mulher de fé. Aqui reside a sua verdadeira grandeza, pois a maternidade decorre desta sua virtude. E a sua fé desdobra-se em forma de confiança e entrega disponível nas mãos de Deus. Porque crê, assume o projecto divino, embora desconhecendo como irá realizar-se. Joga-se, inteiramente, nas mãos de Deus, certa de não ficar decepcionada. Maria é a mãe do Senhor de todos os povos. A exclamação de Isabel: “Como posso merecer que a mãe de meu Senhor venha visitar-me?” revela as reais dimensões da maternidade de Maria. O Senhor de Isabel é o Senhor do povo de Israel e Senhor de todos quantos haveriam de crer. Este Senhor de toda a humanidade estava ali, no ventre de Maria. As narrativas de infância de Jesus deixam perceber a sua origem humilde, numa casa pobre em Nazaré, longe de Jerusalém, capital religiosa da Judeia, e de qualquer outra grande cidade onde se concentram as elites privilegiadas. Por outro lado, no evangelho de Lucas, os paralelos feitos entre João Baptista e Jesus, desde as suas origens, são elaborados de maneira a destacar a primazia de Jesus em relação a João Baptista. Na época em que Lucas escreve, o movimento dos discípulos de João Baptista era expressivo e mantinha-se à parte do movimento dos discípulos de Jesus. Com este destaque dado a Jesus, procurava-se trazer os discípulos de João para as comunidades cristãs. Na narrativa de hoje vemos o encontro de duas mulheres: Maria, esposa de um operário de Nazaré, na Galileia, e Isabel, esposa de um sacerdote do Templo de Jerusalém. Contudo, o critério de status social é esvaziado. É a jovem mulher pobre da Galileia que é bendita entre as mulheres, trazendo no seu ventre o Senhor, comunicador do Espírito Santo.

 

 

ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS

 

Aceitai, Senhor, os dons que trazemos ao vosso altar e santificai-os com o mesmo Espírito que, pelo poder da sua graça, fecundou o seio da Virgem Santa Maria.

Por Nosso Senhor, Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

 

ANTÍFONA DA COMUNHÃO – Is 7, 14

A Virgem conceberá e dará à luz um filho.

O seu nome será Emanuel, Deus-connosco.

 

ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO

Tendo recebido neste sacramento o penhor da redenção eterna, nós Vos pedimos, Senhor: quanto mais se aproxima a festa da nossa salvação, tanto mais cresça em nós o fervor para celebrarmos dignamente o mistério do Natal do vosso Filho.

Ele que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

 

 


domingo, 12 de dezembro de 2021

QUE DEVEMOS FAZER?

 


DOMINGO III DO ADVENTO – ano C – 12DEZ2021

 

MISSA

 

ANTÍFONA DE ENTRADA – Filip 4, 4.5

Alegrai-vos sempre no Senhor.

Exultai de alegria: o Senhor está perto.

 

ORAÇÃO COLECTA

Deus de infinita bondade, que vedes o vosso povo esperar fielmente o Natal do Senhor, fazei-nos chegar às solenidades da nossa salvação e celebrá-las com renovada alegria.

Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

 

Liturgia da Palavra

 

LEITURA I – Sof 3, 14-18a

«O Senhor exulta de alegria por tua causa»

 

O convite à alegria, dirigido pelo profeta a Jerusalém, está fundamentado nesta certeza consoladora: Deus, o Rei de Israel e o Salvador, está presente no meio do Seu Povo, apesar das desordens e pecados passados.

Esta presença amorosa de Deus traz consigo o perdão, suspendendo o castigo, afastando o medo e o desalento e dando origem a uma renovação tão maravilhosa que o próprio Deus Se alegrará perante esta nova criação.

 

Leitura da Profecia de Sofonias

Clama jubilosamente, filha de Sião; solta brados de alegria, Israel. Exulta, rejubila de todo o coração, filha de Jerusalém. O Senhor revogou a sentença que te condenava, afastou os teus inimigos. O Senhor, Rei de Israel, está no meio de ti e já não temerás nenhum mal. Naquele dia, dir-se-á a Jerusalém: «Não temas, Sião, não desfaleçam as tuas mãos. O Senhor teu Deus está no meio de ti, como poderoso salvador. Por causa de ti, Ele enche-Se de júbilo, renova-te com o seu amor, exulta de alegria por tua causa, como nos dias de festa».

Palavra do Senhor

 

SALMO RESPONSORIAL – Is 12, 2-3.4bcd.5-6 (R. 6)

 

Refrão: Exultai de alegria,

porque é grande no meio de vós

o Santo de Israel. (Repete-se)

 

Deus é o meu Salvador,

tenho confiança e nada temo.

O Senhor é a minha força e o meu louvor.

Ele é a minha salvação. (Refrão)

 

Tirareis água com alegria das fontes da salvação.

Agradecei ao Senhor, invocai o seu nome;

anunciai aos povos a grandeza das suas obras,

proclamai a todos que o seu nome é santo. (Refrão)

 

Cantai ao Senhor, porque Ele fez maravilhas,

anunciai-as em toda a terra.

Entoai cânticos de alegria, habitantes de Sião,

porque é grande no meio de vós o Santo de Israel. (Refrão)

 

 

LEITURA II – Filip 4, 4-7

 

«O Senhor está próximo»

 

A Religião cristã é uma religião de alegria. É certo que alguns cristãos ficam apenas na Quaresma, esquecidos de que ela é apenas uma etapa na obra redentora, e de que, para além da Paixão e da Ressurreição, Cristo continua a viver no meio de nós, pondo-nos em comunhão com Deus e com os irmãos.

A alegria é uma consequência da nossa fé, um imperativo do Senhor, que S. Paulo reforça. O cristão deve vivê-la, mesmo nas horas más, deve transmiti-la, dando assim testemunho da presença de Deus no mundo.

 

Leitura da Primeira Epístola do apóstolo São Paulo aos Filipenses

Irmãos: Alegrai-vos sempre no Senhor. Novamente vos digo: alegrai-vos. Seja de todos conhecida a vossa bondade. O Senhor está próximo. Não vos inquieteis com coisa alguma; mas em todas as circunstâncias, apresentai os vossos pedidos diante de Deus, com orações, súplicas e acções de graças. E a paz de Deus, que está acima de toda a inteligência, guardará os vossos corações e os vossos pensamentos em Cristo Jesus.

Palavra do Senhor

 

ALELUIA – Is 61, 1 (cf. Lc 4, 18)

 

Refrão: Aleluia (Repete-se)

 

O Espírito do Senhor está sobre mim:

enviou-me a anunciar a boa nova aos pobres. (Refrão)

 

EVANGELHO – Lc 3, 10-18

 

«Que devemos fazer?»

 

João Baptista inserindo-se na linha dos profetas do A. T., para os quais a conversão consistia em voltar a viver o amor de Deus e do próximo, indica aos homens das mais diversas classes sociais qual a penitência agradável a Deus – o cumprimento dos seus deveres, em função do amor do próximo.

Mas a conversão, com o abandono do pecado, é também recepção do Espírito, ou Amor de Deus, princípio duma vida nova, que se comunica mediante um sinal de conversão – o Baptismo.

Ninguém é excluído desta conversão, pois todas as situações humanas se podem viver no amor.

 

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas

Naquele tempo, as multidões perguntavam a João Baptista: «Que devemos fazer?». Ele respondia-lhes: «Quem tiver duas túnicas reparta com quem não tem nenhuma; e quem tiver mantimentos faça o mesmo». Vieram também alguns publicanos para serem baptizados e disseram: «Mestre, que devemos fazer?». João respondeu-lhes: «Não exijais nada além do que vos foi prescrito». Perguntavam-lhe também os soldados: «E nós, que devemos fazer?». Ele respondeu-lhes: «Não pratiqueis violência com ninguém nem denuncieis injustamente; e contentai-vos com o vosso soldo». Como o povo estava na expectativa e todos pensavam em seus corações se João não seria o Messias, ele tomou a palavra e disse a todos: «Eu baptizo-vos com água, mas está a chegar quem é mais forte do que eu, e eu não sou digno de desatar as correias das suas sandálias. Ele baptizar-vos-á com o Espírito Santo e com o fogo. Tem na mão a pá para limpar a sua eira e recolherá o trigo no seu celeiro; a palha, porém, queimá-la-á num fogo que não se apaga». Assim, com estas e muitas outras exortações, João anunciava ao povo a Boa Nova».

Palavra da salvação.

 

MEDITAÇÃO

 

 

JOÃO BATISTA PREGA A CONVERSÃO

 

João Baptista convida a uma mudança radical de vida, porque já se aproxima o Reino, que vai transformar radicalmente as relações entre os homens. É o tempo do julgamento, e nada adianta ter fé teórica, pois o julgamento basear-se-á nas opções e atitudes concretas que cada um assume. Os fariseus, com a falsa segurança das suas observâncias religiosas, e os saduceus, com as suas intrigas políticas para conservar o poder, pertencem à estrutura que vai ser superada pelo Reino. Naquela época a dinâmica da actuação de João Baptista suscitava especulações sobre a possibilidade de ser ele o próprio Messias. É que havia aparecido alguns pseudoprofetas e pseudomessias, como por exemplo, Teudas, que tinha uns quatrocentos seguidores e um outro chamado de Judas, o Galileu, que também tinha os seus admiradores actuantes (cf. At 5,36-37). Mas, João é enfático: “vem aquele que é mais forte do que eu”. Ele apenas compara o seu baptismo com o de Jesus. O cerne da questão não está centrado no baptismo com água, pois a Igreja primitiva já o fazia, mas que o Baptismo de São João Batista é só na água, enquanto o baptismo de Jesus será definitivo: um acto do Criador que leva à salvação, através do Espírito Santo. A alusão ao fogo resulta no processo da separação entre o joio e o trigo, ou seja, entre os que estão condenados e os que estão salvos.

 

 

ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS

 

Fazei, Senhor, que a oblação deste sacrifício se renove sempre na vossa Igreja, de modo que a celebração do mistério por Vós instituído realize em nós plenamente a obra da salvação.

Por Nosso Senhor, Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

 

ANTÍFONA DA COMUNHÃO – Is 35, 4

Dizei aos desanimados: Tende coragem e não temais.

Eis o nosso Deus que vem salvar-nos.

 

ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO

Concedei, Senhor, pela vossa bondade, que este divino sacramento nos livre do pecado e nos prepare para as festas que se aproximam.

Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo