sábado, 28 de setembro de 2019

CRÍTICA À SOCIEDADE CLASSISTA



DOMINGO XXVI DO TEMPO COMUM – ano C – 29SET2019

O RICO E LÁZARO

A parábola é uma crítica à sociedade classista, onde o rico vive na abundância e no luxo, enquanto o pobre morre na miséria. O problema é o isolamento e o afastamento em que o rico vive, mantendo um abismo de separação que o pobre não consegue transpor. Para quebrar esse isolamento, o rico precisa de se converter. Nada o levará a essa conversão, se ele não for capaz de abrir o coração para a palavra de Deus, o que o levaria a voltar-se para o pobre. Assim, mais do que explicação da vida no além, a parábola é exigência de profunda transformação social, para criar uma sociedade onde haja partilha de bens entre todos. É também um alerta premente contra o perigo da riqueza e as consequências desastrosas para quem não se sabe servir dela como meio para obter a salvação eterna. A riqueza pode levar à condenação. O rico simboliza aquela pessoa cuja vida se limita à busca de prazeres: da comida, da bebida, do vestir-se bem, do locupletar-se com bens materiais. Por isso, não demonstra a mínima preocupação com Deus, nem muito menos com os seus semelhantes, de modo especial, os pobres e marginalizados. Interessa-lhes, apenas, quem lhes pode proporcionar prazer e os seus companheiros de orgias. Nada, porém, que possa significar amor e ruptura dos esquemas egoístas. A riqueza estreitava os horizontes do rico da parábola, impedindo-o de ver para além de seu pequeno mundo. O sofrimento do pobre Lázaro, à sua porta, era-lhe desconhecido. A sua fome contrastava com a opulência dos banquetes que o rico oferecia. O seu corpo coberto de feridas, dando-lhe um aspecto asqueroso, chocava com a bela aparência dos convivas do rico, bem vestidos e adornados. O desfecho da parábola parece lógico: a insensibilidade do rico valeu-lhe a condenação eterna de sofrimentos, pois deixara escapar a única chance de construir a sua felicidade eterna, tornando-se solidário com o sofrimento do próximo. Esta parábola, exclusiva de Lucas, é extremamente expressiva da injustiça que vigora em nossas estruturas socioeconómicas. Com as figuras do rico, do pobre e de Abraão, a parábola, com simplicidade, revela o equívoco e a crueldade da acumulação das riquezas. É-nos apresentada, por um lado, a imagem do homem rico, anónimo, com roupas finas e elegantes, banqueteando-se, indiferente. Por outro lado, temos a imagem do pobre Lázaro, cheio de sofrimento, sentado no chão, com fome, feridas, aspirando comer alguns restos ou migalhas que sobrassem da mesa do rico. Estas duas imagens vemos diariamente, na televisão e nas ruas. Na cena do juízo final, na glória de Deus, com a presença de Abraão, ficam caracterizadas as duas opções: a acumulação das riquezas leva ao sofrimento, enquanto no despojamento e na pobreza se encontra a paz de Deus. É a morte dos valores do mundo da ambição e a prevalência dos valores do Reino de Deus.

MISSA

ANTÍFONA DE ENTRADA – Dan 3, 31.29.30.43.42
Vós sois justo, Senhor, em tudo o que fizestes.
Pecámos contra Vós, não observámos
os vossos mandamentos.
Mas para glória do vosso nome,
mostrai-nos a vossa infinita misericórdia.

ORAÇÃO COLECTA
Senhor, que dais a maior prova do vosso poder quando perdoais e Vos compadeceis, derramai sobre nós a vossa graça, para que, correndo prontamente para os bens prometidos, nos tornemos um dia participantes da felicidade celeste.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

Liturgia da Palavra

LEITURA I – Am 6, 1a.4-7

«Agora acabará o bando dos voluptuosos»

O Evangelho vai mostrar-nos que a vida deste mundo prepara a do outro mundo; na medida em que vivermos aqui configurados com Cristo, nessa medida nos prepararemos para participar da sua glória. Assim, esta primeira leitura começa por nos pôr de sobreaviso contra as falsas seguranças deste mundo, sobretudo contra as riquezas e os prazeres tidos como ideal, como acontecia com aqueles a quem o profeta aqui se refere.

Leitura da Profecia de Amós
Eis o que diz o Senhor omnipotente: «Ai daqueles que vivem comodamente em Sião e dos que se sentem tranquilos no monte da Samaria. Deitados em leitos de marfim, estendidos nos seus divãs, comem os cordeiros do rebanho e os vitelos do estábulo. Improvisam ao som da lira e cantam como David as suas próprias melodias. Bebem o vinho em grandes taças e perfumam-se com finos unguentos, mas não os aflige a ruína de José. Por isso, agora partirão para o exílio à frente dos deportados e acabará esse bando de voluptuosos».
Palavra do Senhor


SALMO RESPONSORIAL – Salmo 145 (146), 7-10 (R.1b)

Refrão: LÓ minha alma, louva o Senhor. (Repete-se)

Ou - Aleluia. (Repete-se)

O Senhor faz justiça aos oprimidos,
dá pão aos que têm fome
e a liberdade aos cativos. (Refrão)

O Senhor ilumina os olhos dos cegos,
o Senhor levanta os abatidos,
o Senhor ama os justos. (Refrão)

O Senhor protege os peregrinos,
ampara o órfão e a viúva
e entrava o caminho aos pecadores. (Refrão)

O Senhor reina eternamente.
O teu Deus, ó Sião,
é Rei por todas as gerações. (Refrão)


LEITURA II – Tim 6, 11-16

«Guarda este mandamento, até à aparição do Senhor»


A vida é tempo de luta. Para o cristão ela tem de ser conduzida segundo as normas da fé; doutro modo, não seria uma vida cristã. O termo desta luta cristã é a aparição de Nosso Senhor Jesus Cristo na sua glória, ao encontro de quem caminhamos.

Leitura da Primeira Epístola do apóstolo São Paulo a Timóteo
Caríssimo: Tu, homem de Deus, pratica a justiça e a piedade, a fé e a caridade, a perseverança e a mansidão. Combate o bom combate da fé, conquista a vida eterna, para a qual foste chamado e sobre a qual fizeste tão bela profissão de fé perante numerosas testemunhas. Ordeno-te na presença de Deus, que dá a vida a todas as coisas, e de Cristo Jesus, que deu testemunho da verdade diante de Pôncio Pilatos: Guarda o mandamento do Senhor, sem mancha e acima de toda a censura, até à aparição de Nosso Senhor Jesus Cristo, a qual manifestará a seu tempo o venturoso e único soberano, Rei dos reis e Senhor dos senhores, o único que possui a imortalidade e habita uma luz inacessível, que nenhum homem viu nem pode ver. A Ele a honra e o poder eterno. Ámen.
Palavra do Senhor

ALELUIA – 2 Cor 8, 9

Refrão: Aleluia. (Repete-se)

Jesus Cristo, sendo rico, fez-Se pobre,
para nos enriquecer na sua pobreza. (Refrão)


EVANGELHO – Lc 16, 19-31

«Recebeste os teus bens em vida e Lázaro apenas os males. Agora ele encontra-se aqui consolado, enquanto tu és atormentado»

O contraste entre a vida terrena do rico avarento e a do pobre e depois a vida futura de um e de outro mostra como será o resultado do bom ou mau uso que fizermos dos dons de Deus. É ele, afinal, que dá sentido à vida e lhe garante uma realização feliz ou infeliz, e isto para todo o sempre.


Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
Naquele tempo, disse Jesus aos fariseus: «Havia um homem rico, que se vestia de púrpura e linho fino e se banqueteava esplendidamente todos os dias. Um pobre, chamado Lázaro, jazia junto do seu portão, coberto de chagas. Bem desejava saciar-se do que caía da mesa do rico, mas até os cães vinham lamber-lhe as chagas. Ora sucedeu que o pobre morreu e foi colocado pelos Anjos ao lado de Abraão. Morreu também o rico e foi sepultado. Na mansão dos mortos, estando em tormentos, levantou os olhos e viu Abraão com Lázaro a seu lado. Então ergueu a voz e disse: ‘Pai Abraão, tem compaixão de mim. Envia Lázaro, para que molhe em água a ponta do dedo e me refresque a língua, porque estou atormentado nestas chamas’. Abraão respondeu-lhe: ‘Filho, lembra-te que recebeste os teus bens em vida e Lázaro apenas os males. Por isso, agora ele encontra-se aqui consolado, enquanto tu és atormentado. Além disso, há entre nós e vós um grande abismo, de modo que se alguém quisesse passar daqui para junto de vós, ou daí para junto de nós, não poderia fazê-lo’. O rico insistiu: ‘Então peço-te, ó pai, que mandes Lázaro à minha casa paterna – pois tenho cinco irmãos – para que os previna, a fim de que não venham também para este lugar de tormento’. Disse-lhe Abraão: ‘Eles têm Moisés e os Profetas: que os oiçam’. Mas ele insistiu: ‘Não, pai Abraão. Se algum dos mortos for ter com eles, arrepender-se-ão’. Abraão respondeu-lhe: ‘Se não dão ouvidos a Moisés nem aos Profetas, também não se deixarão convencer, se alguém ressuscitar dos mortos’».
Palavra da Salvação

ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS

Deus de misericórdia infinita, aceitai esta nossa oblação e fazei que por ela se abra para nós a fonte de todas as bênçãos.
Por Nosso Senhor, Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

ANTÍFONA DA COMUNHÃO – Salmo 118, 9-5

Senhor, lembrai-Vos da palavra que destes ao vosso servo.
A consolação da minha amargura
é a esperança na vossa promessa.

Ou - 1 Jo 3, 16
Nisto conhecemos o amor de Deus: Ele deu a vida por nós;
também nós devemos dar a vida pelos nossos irmãos.

ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Fazei, Senhor, que este sacramento celeste renove a nossa alma e o nosso corpo, para que, unidos a Cristo neste memorial da sua morte, possamos tomar parte na sua herança gloriosa.
Ele que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.




sábado, 21 de setembro de 2019

O ELOGIO DO ADMINISTRADOR DESONESTO




DOMINGO XXV DO TEMPO COMUM – ano C – 22SET2019

O ADMINISTRADOR DESONESTO
Jesus elogia o administrador, que soube tomar atitude prudente. O Reino de Deus já chegou: é preciso tomar uma atitude antes que seja tarde demais; converter-se e viver conforme a mensagem de Jesus. Os vv. 9-13 fazem diversas aplicações da parábola. O v.9 recomenda o uso da riqueza em favor dos pobres. Os vv. 10-12 mostram que é impossível ser fiel nas grandes coisas, quando somos negligentes nas pequenas. E o v. 13 urge uma decisão: escolher entre o serviço a Deus e o serviço às riquezas. Todo homem, consciente ou inconscientemente, tem na vida um valor fundamental, um absoluto que determina toda a sua forma de ser e viver. Qual é o absoluto: Deus ou as riquezas? Deus leva o homem à liberdade e à vida, através da justiça que gera a partilha e a fraternidade. As riquezas são resultados da opressão e da exploração, levando o homem à escravidão e à morte. É preciso escolher a quais dos dois queremos servir. O evangelho de hoje nos apresenta uma parábola exclusiva de Lucas. Uma das características desse evangelista é a crítica da acumulação de riquezas, incompatível com o Reino de Deus. Logo no início de seu evangelho, Lucas apresenta o cântico no qual Maria proclama que Deus “depôs poderosos de seus tronos, e a humildes exaltou, cumulou de bens os famintos e despediu os ricos de mãos vazias” (Lc 1,52-53). Na parábola de hoje o tema é o carácter e o destino das riquezas acumuladas. Na cena estão em evidência um homem rico e seu administrador. Estes são os “filhos deste mundo”, peritos nos seus negócios. O administrador já tinha adquirido a fama de dilapidar os bens do homem rico. Na iminência de ser despedido, ele ainda defrauda mais o homem rico, favorecendo os seus devedores, a fim de angariar amizades e possíveis vantagens. O homem rico, embora lesado, identifica-se com o administrador na sua esperteza. Na aplicação da parábola, o dinheiro é caracterizado como “iníquo”, e deve ser usado para fazer amigos. Os bens deste mundo, retido nas mãos de poucos, devem ser partilhados, colocando-se o amor fraterno acima das ambições individuais.

MISSA

ANTÍFONA DE ENTRADA
Eu sou a salvação do meu povo, diz o Senhor.
Quando chamar por Mim nas suas tribulações,
Eu o atenderei e serei o seu Deus para sempre.

ORAÇÃO COLECTA
Senhor, que fizestes consistir a plenitude da lei no vosso amor e no amor do próximo, dai-nos a graça de cumprirmos este duplo mandamento, para alcançarmos a vida eterna.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

Liturgia da Palavra

LEITURA I – Am 8, 4-7

«Contra aqueles que “possuem dinheiro alheio”»

No Evangelho, o Senhor vai ensinar-nos como deve o cristão usar o dinheiro. Esta primeira leitura prepara-nos já, pela palavra do profeta, para escutarmos o Senhor a prevenir-nos de como o amor ao dinheiro pode vir a dominar o coração do homem e a fazê-lo cometer as maiores injustiças, de que os mais pobres acabam sempre por ser as maiores vítimas.

Leitura da Profecia de Amós
Escutai bem, vós que espezinhais o pobre e quereis eliminar os humildes da terra. Vós dizeis: «Quando passará a lua nova, para podermos vender o nosso grão? Quando chegará o fim de sábado, para podermos abrir os celeiros de trigo? Faremos a medida mais pequena, aumentaremos o preço, arranjaremos balanças falsas. Compraremos os necessitados por dinheiro e os indigentes por um par de sandálias. Venderemos até as cascas do nosso trigo». Mas o Senhor jurou pela glória de Jacob: «Nunca esquecerei nenhuma das suas obras».
Palavra do Senhor


SALMO RESPONSORIAL – Salmo 112 (113), 1-2.4-6.7-8 (R. cf. 1a.7b)

Refrão: Louvai o Senhor, que levanta os fracos. (Repete-se)

Ou - Louvai o Senhor, que exalta os humildes. (Repete-se)

Ou - Aleluia. (Repete-se)

Louvai, servos do Senhor,
louvai o nome do Senhor.
Bendito seja o nome do Senhor,
agora e para sempre. (Refrão)

O Senhor domina sobre todos os povos,
a sua glória está acima dos céus.
Quem se compara ao Senhor nosso Deus,
que tem o seu trono nas alturas
e Se inclina lá do alto a olhar o céu e a terra? (Refrão)

Levanta do pó o indigente
e tira o pobre da miséria,
para o fazer sentar com os grandes,
com os grandes do seu povo. (Refrão)


LEITURA II – 1 Tim 2, 1-8

«Façam-se preces por todos os homens a Deus,que quer salvar todos os homens»


Na continuação da leitura da epístola de S. Paulo encetada no domingo anterior, lemos hoje uma passagem que está na origem da “oração universal” ou “oração dos fiéis” que fazemos na Missa a concluir a liturgia da palavra. Recomenda-se a oração por todos os homens e, em especial, por aqueles que estão constituídos em autoridade. A sua missão é em favor da comunidade; é, portanto, normal que toda a comunidade reze por eles. A leitura inclui uma bela palavra de louvor a Cristo.

Leitura da Primeira Epístola do apóstolo São Paulo a Timóteo
Caríssimo: Recomendo, antes de tudo, que se façam preces, orações, súplicas e acções de graças por todos os homens, pelos reis e por todas as autoridades, para que possamos levar uma vida tranquila e pacífica, com toda a piedade e dignidade. Isto é bom e agradável aos olhos de Deus, nosso Salvador; Ele quer que todos os homens se salvem e cheguem ao conhecimento da verdade. Há um só Deus e um só mediador entre Deus e os homens, o homem Jesus Cristo, que Se entregou à morte pela redenção de todos. Tal é o testemunho que foi dado a seu tempo e do qual fui constituído arauto e apóstolo – digo a verdade, não minto – mestre dos gentios na fé e na verdade. Quero, portanto, que os homens rezem em toda a parte, erguendo para o Céu as mãos santas, sem ira nem contenda.
Palavra do Senhor

ALELUIA – 2 Cor 8, 9

Refrão: Aleluia. (Repete-se)

Jesus Cristo, sendo rico, fez-Se pobre,
para nos enriquecer na sua pobreza. (Refrão)


EVANGELHO – Lc 16, 1-13

«Não podeis servir a Deus e ao dinheiro»

Jesus ensina que o dinheiro deve ser administrado com sabedoria, a sabedoria de Deus, e não com avareza ou ganância. O dinheiro serve muitas vezes para fins vis; para o conseguir há quem não hesite em tomar atitudes cheias de astúcia e mentira, como o administrador de que fala a parábola. O Senhor convida-nos a pormos, pelo menos, tanto cuidado em usá-lo bem, como ele o fez, embora de maneira má, para granjear amigos que depois o acolhessem.


Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Um homem rico tinha um administrador, que foi denunciado por andar a desperdiçar os seus bens. Mandou chamá-lo e disse-lhe: ‘Que é isto que ouço dizer de ti? Presta contas da tua administração, porque já não podes continuar a administrar’. O administrador disse consigo: ‘Que hei-de fazer, agora que o meu senhor me vai tirar a administração? Para cavar não tenho força, de mendigar tenho vergonha. Já sei o que hei-de fazer, para que, ao ser despedido da administração, alguém me receba em sua casa’. Mandou chamar um por um os devedores do seu senhor e disse ao primeiro: ‘Quanto deves ao meu senhor?’. Ele respondeu: ‘Cem talhas de azeite’. O administrador disse-lhe: ‘Toma a tua conta: senta-te depressa e escreve cinquenta’. A seguir disse a outro: ‘E tu quanto deves?’. Ele respondeu: ‘Cem medidas de trigo’. Disse-lhe o administrador: ‘Toma a tua conta e escreve oitenta’. E o senhor elogiou o administrador desonesto, por ter procedido com esperteza. De facto, os filhos deste mundo são mais espertos do que os filhos da luz, no trato com os seus semelhantes. Ora Eu digo-vos: Arranjai amigos com o vil dinheiro, para que, quando este vier a faltar, eles vos recebam nas moradas eternas. Quem é fiel nas coisas pequenas também é fiel nas grandes; e quem é injusto nas coisas pequenas também é injusto nas grandes. Se não fostes fiéis no que se refere ao vil dinheiro, quem vos confiará o verdadeiro bem? E se não fostes fiéis no bem alheio, quem vos entregará o que é vosso? Nenhum servo pode servir a dois senhores, porque, ou não gosta de um deles e estima o outro, ou se dedica a um e despreza o outro. Não podeis servir a Deus e ao dinheiro».
Palavra da Salvação

ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS

Aceitai benignamente, Senhor, os dons da vossa Igreja, para que receba nestes santos mistérios os bens em que pela fé acredita.
Por Nosso Senhor, Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

ANTÍFONA DA COMUNHÃO – Salmo 118, 4-5

Promulgastes, Senhor,
os vossos preceitos para se cumprirem fielmente.
Fazei que os meus passos sejam firmes
na observância dos vossos mandamentos.

Ou - Jo 10, 14
Eu sou o Bom Pastor, diz o Senhor;
conheço as minhas ovelhas
e as minhas ovelhas conhecem-Me.

ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Sustentai, Senhor, com o auxílio da vossa graça aqueles que alimentais nos sagrados mistérios, para que os frutos de salvação que recebemos neste sacramento se manifestem em toda a nossa vida.
Por Nosso Senhor, Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.



sábado, 14 de setembro de 2019

O FILHO PRÓDIGO





DOMINGO XXIV DO TEMPO COMUM – ano C – 15SET2019

JESUS FALA EM PARÁBOLAS
O capítulo 15 de Lucas é o coração de todo o Evangelho (= Boa Notícia). Aí vemos que o amor do Pai é o fundamento da atitude de Jesus diante dos homens. Respondendo à crítica daqueles que consideram justos, cheios de méritos e se escandalizam da solidariedade para com os pecadores, Jesus narra três parábolas. A primeira e a segunda mostram a atitude de Deus em Jesus, questionando a hipocrisia dos homens. A terceira tem dois aspectos: o processo de conversão do pecador e o problema do “justo” que resiste ao amor do Pai. A parábola não quer dizer que Deus prefere o pecador ao justo, ou que os justos sejam hipócritas. Ela ressalta o mistério do amor do Pai que se alegra em acolher o pecador arrependido ao lado do justo que persevera. A mulher é pobre e precisa da moeda para sobreviver. O amor de Deus torna-o vitalmente necessitado de encontrar a pessoa perdida, para levá-la à alegria da comunhão no amor. O processo de conversão começa com a tomada de consciência: o filho mais novo sente-se perdido económica e moralmente. A acolhida do pai e as medidas tomadas mostram não só o perdão, mas também o restabelecimento da dignidade de filho. O filho mais velho é justo e perseverante, mas é incapaz de aceitar a volta do irmão e o amor do pai que o acolheu. Recusa-se a participar da alegria. Com essa parábola Jesus faz apelo supremo para que os doutores da Lei e os fariseus aceitem partilhar da alegria de Deus pela volta dos pecadores à dignidade da vida.

MISSA

ANTÍFONA DE ENTRADA – Sir 36, 18
Dai a paz, Senhor, aos que em Vós esperam
e confirmai a verdade dos vossos profetas.
Escutai a prece dos vossos servos e abençoai o vosso povo.

ORAÇÃO COLECTA
Deus, Criador e Senhor de todas as coisas, lançai sobre nós o vosso olhar; e para sentirmos em nós os efeitos do vosso amor, dai-nos a graça de Vos servirmos com todo o coração.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

Liturgia da Palavra

LEITURA I – Ex 32, 7-11.13-14

«O Senhor desistiu do mal com que tinha ameaçado o seu povo»

Deus revela-Se através de toda a história da salvação como ‘amigo dos homens’, Aquele que, depois da encarnação do seu Filho, S. João há-de dizer que é Amor. Momentos há, no entanto, em que a Sagrada Escritura atribui a Deus sentimentos de indignação e de ira, para indicar a sua detestação profunda do pecado, como nesta leitura, porque o pecado e a aliança são incompatíveis. Mas, uma vez que o pecador se volte para Ele, logo Se mostra pronto a perdoar-lhe e a acolhê-lo de novo na sua aliança.

Leitura do Livro do Êxodo
Naqueles dias, o Senhor falou a Moisés, dizendo: «Desce depressa, porque o teu povo, que tiraste da terra do Egipto, corrompeu-se. Não tardaram em desviar-se do caminho que lhes tracei. Fizeram um bezerro de metal fundido, prostraram-se diante dele, ofereceram-lhe sacrifícios e disseram: ‘Este é o teu Deus, Israel, que te fez sair da terra do Egipto’». O Senhor disse ainda a Moisés: «Tenho observado este povo: é um povo de dura cerviz. Agora deixa que a minha indignação se inflame contra eles e os destrua. De ti farei uma grande nação». Então Moisés procurou aplacar o Senhor seu Deus, dizendo: «Por que razão, Senhor, se há-de inflamar a vossa indignação contra o vosso povo, que libertastes da terra do Egipto com tão grande força e mão tão poderosa? Lembrai-Vos dos vossos servos Abraão, Isaac e Israel, a quem jurastes pelo vosso nome, dizendo: ‘Farei a vossa descendência tão numerosa como as estrelas do céu e dar-lhe-ei para sempre em herança toda a terra que vos prometi’». Então o Senhor desistiu do mal com que tinha ameaçado o seu povo.
Palavra do Senhor


SALMO RESPONSORIAL – Salmo 50 (51), 3-4.12-13.17.19 (R. Lc 15, 18)

Refrão: Vou partir e vou ter com meu pai. (Repete-se)

Compadecei-Vos de mim, ó Deus,
pela vossa bondade,
pela vossa grande misericórdia,
apagai os meus pecados.
Lavai-me de toda a iniquidade
e purificai-me de todas as faltas. (Refrão)

Criai em mim, ó Deus, um coração puro
e fazei nascer dentro de mim um espírito firme.
Não queirais repelir-me da vossa presença
e não retireis de mim o vosso espírito de santidade. (Refrão)

Abri, Senhor, os meus lábios
e a minha boca anunciará o vosso louvor.
Sacrifício agradável a Deus
é um espírito arrependido:
não desprezeis, Senhor,
um espírito humilhado e contrito. (Refrão)

LEITURA II – 1 Tim 1, 12-17

«Cristo veio salvar os pecadores»


Começamos a ler hoje a primeira epístola de S. Paulo ao seu discípulo Timóteo. Por coincidência, a passagem que hoje se lê encerra uma palavra de acção de graças a Deus pela sua misericórdia revelada na conversão de Paulo. Assim, esta leitura nos fará compreender melhor a mensagem das outras duas.

Leitura da Primeira Epístola do apóstolo São Paulo a Timóteo
Caríssimo: Dou graças Àquele que me deu força, Jesus Cristo, Nosso Senhor, que me julgou digno de confiança e me chamou ao seu serviço, a mim que tinha sido blasfemo, perseguidor e violento. Mas alcancei misericórdia, porque agi por ignorância, quando ainda era descrente. A graça de Nosso Senhor superabundou em mim, com a fé e a caridade que temos em Cristo Jesus. É digna de fé esta palavra e merecedora de toda a aceitação: Cristo Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores e eu sou o primeiro deles. Mas alcancei misericórdia, para que, em mim primeiramente, Jesus Cristo manifestasse toda a sua magnanimidade, como exemplo para os que hão-de acreditar n’Ele, para a vida eterna. Ao Rei dos séculos, Deus imortal, invisível e único, honra e glória pelos séculos dos séculos. Ámen.
Palavra do Senhor

ALELUIA – 2 Cor 5, 19

Refrão: Aleluia. (Repete-se)

Em Cristo, Deus reconcilia o mundo consigo
e confiou-nos a palavra da reconciliação. (Refrão)


EVANGELHO – Lc 15, 1-32

«Haverá alegria entre os Anjos de Deus por um só pecador que se arrependa»

O amor de Deus não é uma palavra vaga sem sentido. Com três parábolas, qual delas a mais impressionante, o Senhor Se esforça por nos fazer sentir esse amor de misericórdia, que não cessa de nos convidar ao arrependimento, para nos perdoar e nos unir a Si.


Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
Naquele tempo, os publicanos e os pecadores aproximavam-se todos de Jesus, para O ouvirem. Mas os fariseus e os escribas murmuravam entre si, dizendo: «Este homem acolhe os pecadores e come com eles». Jesus disse-lhes então a seguinte parábola: «Quem de vós, que possua cem ovelhas e tenha perdido uma delas, não deixa as outras noventa e nove no deserto, para ir à procura da que anda perdida, até a encontrar? Quando a encontra, põe-na alegremente aos ombros e, ao chegar a casa, chama os amigos e vizinhos e diz-lhes: ‘Alegrai-vos comigo, porque encontrei a minha ovelha perdida’. Eu vos digo: Assim haverá mais alegria no Céu por um só pecador que se arrependa, do que por noventa e nove justos, que não precisam de arrependimento. Ou então, qual é a mulher que, possuindo dez dracmas e tendo perdido uma, não acende uma lâmpada, varre a casa e procura cuidadosamente a moeda até a encontrar? Quando a encontra, chama as amigas e vizinhas e diz-lhes: ‘Alegrai-vos comigo, porque encontrei a dracma perdida’. Eu vos digo: Assim haverá alegria entre os Anjos de Deus por um só pecador que se arrependa». Jesus disse-lhes ainda: «Um homem tinha dois filhos. O mais novo disse ao pai: ‘Pai, dá-me a parte da herança que me toca’. O pai repartiu os bens pelos filhos. Alguns dias depois, o filho mais novo, juntando todos os seus haveres, partiu para um país distante e por lá esbanjou quanto possuía, numa vida dissoluta. Tendo gasto tudo, houve uma grande fome naquela região e ele começou a passar privações. Entrou então ao serviço de um dos habitantes daquela terra, que o mandou para os seus campos guardar porcos. Bem desejava ele matar a fome com as alfarrobas que os porcos comiam, mas ninguém lhas dava. Então, caindo em si, disse: ‘Quantos trabalhadores de meu pai têm pão em abundância, e eu aqui a morrer de fome! Vou-me embora, vou ter com meu pai e dizer-lhe: Pai, pequei contra o Céu e contra ti. Já não mereço ser chamado teu filho, mas trata-me como um dos teus trabalhadores’. Pôs-se a caminho e foi ter com o pai. Ainda ele estava longe, quando o pai o viu: enchendo-se de compaixão, correu a lançar-se-lhe ao pescoço, cobrindo-o de beijos. Disse-lhe o filho: ‘Pai, pequei contra o Céu e contra ti. Já não mereço ser chamado teu filho’. Mas o pai disse aos servos: ‘Trazei depressa a melhor túnica e vesti-lha. Ponde-lhe um anel no dedo e sandálias nos pés. Trazei o vitelo gordo e matai-o. Comamos e festejemos, porque este meu filho estava morto e voltou à vida, estava perdido e foi reencontrado’. E começou a festa. Ora o filho mais velho estava no campo. Quando regressou, ao aproximar-se da casa, ouviu a música e as danças. Chamou um dos servos e perguntou-lhe o que era aquilo. O servo respondeu-lhe: ‘O teu irmão voltou e teu pai mandou matar o vitelo gordo, porque ele chegou são e salvo’. Ele ficou ressentido e não queria entrar. Então o pai veio cá fora instar com ele. Mas ele respondeu ao pai: ‘Há tantos anos que eu te sirvo, sem nunca transgredir uma ordem tua, e nunca me deste um cabrito para fazer uma festa com os meus amigos. E agora, quando chegou esse teu filho, que consumiu os teus bens com mulheres de má vida, mataste-lhe o vitelo gordo’. Disse-lhe o pai: ‘Filho, tu estás sempre comigo e tudo o que é meu é teu. Mas tínhamos de fazer uma festa e alegrar-nos, porque este teu irmão estava morto e voltou à vida, estava perdido e foi reencontrado’».
Palavra da Salvação

ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS

Ouvi, Senhor, com bondade as nossas súplicas e recebei estas ofertas dos vossos fiéis, para que os dons oferecidos por cada um de nós para glória do vosso nome sirvam para a salvação de todos.

ANTÍFONA DA COMUNHÃO – Salmo 35, 8

Como é admirável, Senhor, a vossa bondade!
À sombra das vossas asas se refugiam os homens.

Ou - Cor 10, 16
O cálice de bênção é comunhão no Sangue de Cristo;
e o pão que partimos é comunhão no Corpo do Senhor.

ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Senhor nosso Deus, concedei que este sacramento celeste nos santifique totalmente a alma e o corpo, para que não sejamos conduzidos pelos nossos sentimentos mas pela virtude vivificante do vosso Espírito.
Por Nosso Senhor, Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.



sábado, 7 de setembro de 2019

DOMINGO XXIII DO TEMPO COMUM – ano C – 08SET2019






«A LIBERDADE DO DISCÍPULO»
Seguir a Jesus e continuar o seu projecto (= ser discípulo) é viver um clima novo na relação com as pessoas, com as coisas materiais e consigo mesmo. Trata-se de assumir com liberdade e fidelidade a condição humana, sem superficialismo, conveniência ou romantismo. O discípulo de Jesus deve ser realista, afim de evitar ilusões e cobardias vergonhosas. O discípulo requer uma liberdade tal, que lhe permita entregar-se ao Reino sem restrições. É preciso desfazer-se de tudo quanto possa constituir-se em empecilho para a concretização do projecto do Reino, cujas exigências fazem sentir o seu peso. O primeiro sinal de liberdade refere-se aos laços familiares de parentesco. Fazer os interesses do Reino depender deles significa inviabilizá-los. Pode acontecer choque entre estes dois níveis de apelo. Mas o Reino deve prevalecer. O segundo sinal de liberdade diz respeito à predisposição a enfrentar as consequências de ter optado pelo Reino, até mesmo a morte violenta, como aconteceu com Jesus. O discípulo é livre diante da própria vida, de modo especial, em tempo de perseguição e nas dificuldades. O terceiro sinal de liberdade refere-se à posse dos bens materiais: quem não renuncia a tudo quanto possui, não pode tornar-se discípulo de Jesus. O coração apegado aos bens materiais será incapaz de partilhá-los fraternalmente e mostrar-se solidário com os mais pobres. São exigências das quais não se pode furtar. Portanto, o discípulo deve discernir bem, antes de se decidir pelo Reino. Se não, terá o desprazer de ver a sua opção frustrar-se logo à saída. Jesus acolhe as multidões, que, movidas tanto pela curiosidade como pela esperança, o acompanhavam. Anuncia que o seu seguimento implica no desapego de laços familiares que fecham a família sobre si mesma, e no “carregar a sua cruz”, isto é, enfrentar as repressões que surgirão. Duas curtas parábolas mostram a necessidade de se estar consciente das consequências ao assumir o seu seguimento, para não vacilar, depois, diante das dificuldades. A opção pelo seguimento é total. É a renúncia a tudo o que o mundo oferece como segurança. É a conquista da liberdade total, da libertação do medo da morte, o que transforma o discípulo em um fiel e solidário seguidor de Jesus.
De outra forma, segue-se Jesus, mas não se é discípulo. Este deverá estar totalmente disponível para o que Jesus representa: Dar-se.

MISSA

ANTÍFONA DE ENTRADA – Salmo 118, 137.124
Vós sois justo, Senhor, e são rectos os vossos julgamentos.
Tratai o vosso servo segundo a vossa bondade.

ORAÇÃO COLECTA
Senhor nosso Deus, que nos enviastes o Salvador e nos fizestes vossos filhos adoptivos, atendei com paternal bondade as nossas súplicas e concedei que, pela nossa fé em Cristo, alcancemos a verdadeira liberdade e a herança eterna.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

Liturgia da Palavra

LEITURA I – Sab 9, 13-19 (gr. 13-18b)

«Quem pode sondar as intenções do Senhor»

Tudo é conduzido pela Sabedoria de Deus, sabedoria esta que se revela por todos os meios ao homem atento em a perscrutar e desejoso de conhecer os seus caminhos. Mas é a Sabedoria encarnada, Jesus Cristo, que é para nós a última Palavra sobre os desígnios de Deus.

Leitura do Livro da Sabedoria
Qual o homem que pode conhecer os desígnios de Deus? Quem pode sondar as intenções do Senhor? Os pensamentos dos mortais são mesquinhos e inseguras as nossas reflexões, porque o corpo corruptível deprime a alma e a morada terrestre oprime o espírito que pensa. Mal podemos compreender o que está sobre a terra e com dificuldade encontramos o que temos ao alcance da mão. Quem poderá então descobrir o que há nos céus? Quem poderá conhecer, Senhor, os vossos desígnios, se Vós não lhe dais a sabedoria e não lhe enviais o vosso espírito santo? Deste modo foi corrigido o procedimento dos que estão na terra, os homens aprenderam as coisas que Vos agradam e pela sabedoria foram salvos.
Palavra do Senhor


SALMO RESPONSORIAL – Salmo 89 (90), 3-6.12-14.17 (R. 1)

Refrão: Senhor, tendes sido o nosso refúgio através das gerações. (Repete-se)

Vós reduzis o homem ao pó da terra
e dizeis: «Voltai, filhos de Adão».
Mil anos a vossos olhos
são como o dia de ontem que passou
e como uma vigília da noite. (Refrão)

Vós os arrebatais como um sonho,
como a erva que de manhã reverdece;
de manhã floresce e viceja,
à tarde ela murcha e seca. (Refrão)

Ensinai-nos a contar os nossos dias,
para chegarmos à sabedoria do coração.
Voltai, Senhor! Até quando...
Tende piedade dos vossos servos. (Refrão)

Saciai-nos desde a manhã com a vossa bondade,
para nos alegrarmos e exultarmos todos os dias.
Desça sobre nós a graça do Senhor nosso Deus.
Confirmai, Senhor, a obra das nossas mãos. (Refrão)

LEITURA II – Flm 9b-10.12-17



Exemplo de “revolução social” trazida ao mundo por Cristo é esta atitude de ternura de S. Paulo em favor de um escravo que tinha fugido, e por quem ele intercede junto do seu senhor. É um pequeno escrito de ocasião, mas é nas mais simples ocasiões que se manifesta a caridade.

Leitura da Epístola do apóstolo São Paulo a Filémon
Caríssimo: Eu, Paulo, prisioneiro por amor de Cristo Jesus, rogo-te por este meu filho, Onésimo, que eu gerei na prisão. Mando-o de volta para ti, como se fosse o meu próprio coração. Quisera conservá-lo junto de mim, para que me servisse, em teu lugar, enquanto estou preso por causa do Evangelho. Mas, sem o teu consentimento, nada quis fazer, para que a tua boa acção não parecesse forçada, mas feita de livre vontade. Talvez ele se tenha afastado de ti durante algum tempo, a fim de o recuperares para sempre, não já como escravo, mas muito melhor do que escravo: como irmão muito querido. É isto que ele é para mim e muito mais para ti, não só pela natureza, mas também aos olhos do Senhor. Se me consideras teu amigo, recebe-o como a mim próprio.
Palavra do Senhor

ALELUIA – Salmo 118 (119), 135

Refrão: Aleluia. (Repete-se)

Fazei brilhar sobre mim, Senhor, a luz do vosso rosto e ensinai-me os vossos mandamentos. (Refrão)


EVANGELHO – Lc 14, 25-33

«Quem não renunciar a todos os seus bens não pode ser meu discípulo»

O conhecimento dos desígnios de Deus há-de levar à compreensão da palavra de Jesus, hoje tão exigente. Quem conhece o Senhor, reconhece também que é Ele quem revela os verdadeiros critérios para avaliar todos os valores da vida, critérios orientados pelo Espírito de Deus, e tão diferentes dos critérios do mundo. A renúncia que Jesus apresenta é, no fim de contas, o meio de ganhar, de ganhar as riquezas do reino de Deus.


Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
Naquele tempo, seguia Jesus uma grande multidão. Jesus voltou-Se e disse-lhes: «Se alguém vem ter comigo, e não Me preferir ao pai, à mãe, à esposa, aos filhos, aos irmãos, às irmãs e até à própria vida, não pode ser meu discípulo. Quem não toma a sua cruz para Me seguir, não pode ser meu discípulo. Quem de vós, desejando construir uma torre, não se senta primeiro a calcular a despesa, para ver se tem com que terminá-la? Não suceda que, depois de assentar os alicerces, se mostre incapaz de a concluir e todos os que olharem comecem a fazer troça, dizendo: ‘Esse homem começou a edificar, mas não foi capaz de concluir’. E qual é o rei que parte para a guerra contra outro rei e não se senta primeiro a considerar se é capaz de se opor, com dez mil soldados, àquele que vem contra ele com vinte mil? Aliás, enquanto o outro ainda está longe, manda-lhe uma delegação a pedir as condições de paz. Assim, quem de entre vós não renunciar a todos os seus bens, não pode ser meu discípulo».
Palavra da Salvação

ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS

Senhor nosso Deus, fonte da verdadeira devoção e da paz, fazei que esta oblação Vos glorifique dignamente e que a nossa participação nos sagrados mistérios reforce os laços da nossa unidade.

ANTÍFONA DA COMUNHÃO – Salmo 41, 2-3

Como suspira o veado pela corrente das águas,
assim minha alma suspira por Vós, Senhor.
A minha alma tem sede do Deus vivo.

Ou - Jo 8, 12
Eu sou a luz do mundo, diz o Senhor;
quem Me segue não anda nas trevas,
mas terá a luz da vida.

ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Senhor, que nos alimentais e fortaleceis à mesa da palavra e do pão da vida, fazei que recebamos de tal modo estes dons do vosso Filho que mereçamos participar da sua vida imortal.
Por Nosso Senhor, Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.