sábado, 25 de maio de 2019

PREPARAR A MISSA DO DOMINGO VI DA PÁSCOA – ano C – 26MAI2019






“AMAR E OBSERVAR OS MANDAMENTOS”
Advogado é alguém que defende uma causa. Jesus envia o Espírito Santo como advogado da comunidade cristã. O Espírito é a memória de Jesus que continua sempre viva e presente na comunidade. Ele ajuda a comunidade a manter e interpretar a acção de Jesus em qualquer tempo e lugar. O Espírito também leva a comunidade a discernir os acontecimentos para continuar o processo de libertação, distinguindo o que é vida e o que é morte, e realizando novos actos de Jesus na história. O discurso de despedida de Jesus visava suscitar sentimentos positivos no coração dos discípulos, num momento de desespero e angústia. E o Mestre fá-lo apelando para a importância de o amar de facto, pautando a vida pelos seus ensinamentos. Jesus percebia a fragilidade do amor dos discípulos, e a não-adesão radical à sua pessoa. Sem esta adesão amorosa, qualquer acção futura ficaria impossibilitada. Seria inútil contar com eles! Isto poderia comprometer o projecto de construção do Reino que lhes fora entregue como missão. As palavras de Jesus são um apelo aos discípulos para uma vida de comunhão com ele. Daí a sua insistência no tema do amar e pôr em prática os mandamentos. O amor supõe vínculos tão estreitos de relação com o Mestre, a ponto de permear e transformar a vida do discípulo. Porque quem ama Jesus, recusa-se a dar guarida ao egoísmo e ao pecado que rompem a comunhão. O discípulo que ama é fiel aos mandamentos do Mestre. Portanto, o amor não se reduz a teorias. É uma contínua busca de conformidade com o modo de ser e o querer de Jesus. Os seus mandamentos são uma expressão do seu modo de ser. Por isso, Jesus ordenou que os discípulos fizessem o mesmo que ele fez, propondo-lhes o seu próprio projecto de vida. Assim, a melhor escola de amor é o testemunho de vida de Jesus. Jesus afirmara que iria ao Pai para preparar uma morada para os discípulos. Agora fica esclarecido que esta morada não é em outro lugar distante, no céu, mas sim no próprio discípulo que guarda a sua palavra, o que significa a comunhão com a vida divina e eterna, já. Jesus fala também de paz e alegria no momento em que a sua morte está para acontecer. Paz é a plena realização humana. Ela só é possível se aquele que rege uma sociedade desumana for destituído do poder. A morte de Jesus realiza a paz. Todo martírio é participação nessa luta vitoriosa de Jesus e, portanto, causa de paz e alegria. Jesus é, por natureza, comunicador de paz. Sem dúvida, não estamos às voltas com uma espécie de paz intimista e sentimental. A paz de Jesus é muito mais do que isto! A paz é um dom de Jesus para os seus discípulos, com vista ao testemunho que são chamados a dar. Ela visa a acção. Por isso, não pode reduzir-se ao nível do sentimento. A paz de Jesus tem como efeito banir do coração dos discípulos todo e qualquer resquício de perturbação ou de temor que leva ao imobilismo. Possuindo o dom da paz, eles deveriam manter-se imperturbáveis, sem se deixar intimidar diante das dificuldades. Assim, pensada, a paz de Jesus consiste numa força divina que não deixa que os discípulos rompam a comunhão com o Mestre. É Jesus mesmo, presente na vida dos discípulos, sustentando-lhes a caminhada, sempre dispostos a seguir adiante com alegria, rumo à casa do Pai, apesar das adversidades que deverão enfrentar. A paz do mundo é bem outra coisa. Encontra-se na fuga e na alienação dos problemas da vida. Leva o discípulo a cruzar os braços, numa confiança ingénua em Deus do qual tudo espera, sem exigir colaboração. É uma paz que conduz à morte! O discípulo sensato rejeita a paz oferecida pelo mundo para acolher aquela que Jesus oferece. De posse dela, estará preparado para enfrentar todos os contratempos da vida, sem se deixar abater. A paz de Jesus é a paz que é fruto da prática libertadora, fraterna, solidária, restauradora da vida e da dignidade dos homens e mulheres. É a paz do reencontrar a vida na união de vontade com o Pai. É o empenho, em mutirão[1], na construção de um mundo novo unido pelo amor que gera a vida eterna.

MISSA

ANTÍFONA DE ENTRADA – Is 48, 20
Anunciai com brados de alegria, proclamai aos confins da terra: O Senhor libertou o seu povo. Aleluia.

ORAÇÃO COLECTA
Concedei-nos, Deus omnipotente, a graça de viver dignamente estes dias de alegria em honra de Cristo ressuscitado, de modo que a nossa vida corresponda sempre aos mistérios que celebramos.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

Liturgia da Palavra

LEITURA I – Actos 15, 1-2.22-29

«O Espírito Santo e nós decidimos não vos impor mais nenhuma obrigação, além destas que são necessárias»

Em Jerusalém, no seu primeiro Concílio, a Igreja, assistida do Espírito Santo, reafirma a liberdade, que Cristo nos trouxe, ao decidir admitir no seu seio os convertidos do paganismo, sem terem de se sujeitar às prescrições da lei mosaica.
Animada pelo Espírito Santo, que inspira as suas decisões e sustenta a sua actividade missionária, a Igreja aparece-nos assim, desde os seus primeiros dias, como uma comunidade sem fronteiras, aberta a todos os homens, de qualquer raça ou cultura unida no amor e na fidelidade ao Colégio Apostólico.

Leitura dos Actos dos Apóstolos
Naqueles dias, alguns homens que desceram da Judeia ensinavam aos irmãos de Antioquia: «Se não receberdes a circuncisão, segundo a Lei de Moisés, não podereis salvar-vos». Isto provocou muita agitação e uma discussão intensa que Paulo e Barnabé tiveram com eles. Então decidiram que Paulo e Barnabé e mais alguns discípulos subissem a Jerusalém, para tratarem dessa questão com os Apóstolos e os anciãos. Os Apóstolos e os anciãos, de acordo com toda a Igreja, decidiram escolher alguns irmãos e mandá-los a Antioquia com Barnabé e Paulo. Eram Judas, a quem chamavam Barsabás, e Silas, homens de autoridade entre os irmãos. Mandaram por eles esta carta: «Os Apóstolos e os anciãos, irmãos vossos, saúdam os irmãos de origem pagã residentes em Antioquia, na Síria e na Cilícia. Tendo sabido que, sem nossa autorização, alguns dos nossos vos foram inquietar, perturbando as vossas almas com as suas palavras, resolvemos, de comum acordo, escolher delegados para vo-los enviarmos, juntamente com os nossos queridos Barnabé e Paulo, homens que expuseram a sua vida pelo nome de Nosso Senhor Jesus Cristo. Por isso vos mandamos Judas e Silas, que vos transmitirão de viva voz as nossas decisões. O Espírito Santo e nós decidimos não vos impor mais nenhuma obrigação, além destas que são indispensáveis: abster-vos da carne imolada aos ídolos, do sangue, das carnes sufocadas e das relações imorais. Procedereis bem, evitando tudo isso. Adeus».
Palavra do Senhor

SALMO RESPONSORIAL – Salmo 66 (67), 2-3.5.6.8 (R. 4)

Refrão: Louvado sejais, Senhor,
pelos povos de toda a terra. (Repete-se)

Ou:   Aleluia. (Repete-se)

Deus Se compadeça de nós e nos dê a sua bênção,
resplandeça sobre nós a luz do seu rosto.
Na terra se conhecerão os vossos caminhos
e entre os povos a vossa salvação. (Refrão)

Alegrem-se e exultem as nações,
porque julgais os povos com justiça
e governais as nações sobre a terra. (Refrão)

Os povos Vos louvem, ó Deus,
todos os povos Vos louvem.
Deus nos dê a sua bênção
e chegue o seu louvor aos confins da terra. (Refrão)


LEITURA II – Ap 21, 10-14.22-23

«Mostrou-me a cidade santa, que descia do Céu»

A Igreja é a nova Jerusalém, alicerçada sobre a fé dos Apóstolos, na qual se reunirão, chamados por Cristo Ressuscitado, os homens dos quatro cantos da terra, para viverem em comunhão perfeita com Deus e com os irmãos.
S. João contemplou-a em todo o seu esplendor e perfeição. Contudo, ela está ainda a caminhar, na humildade e na dor ao longo dos séculos, na esperança de resplandecer de glória, quando chegar a plenitude dos tempos. A nova Jerusalém está ainda em construção e cada um de nós é uma pedra viva dessa morada de Deus, pedra trabalhada pelo Espírito Santo, recebido no Baptismo e no Crisma.


Leitura do Livro do Apocalipse
Um Anjo transportou-me em espírito ao cimo de uma alta montanha e mostrou-me a cidade santa de Jerusalém, que descia do Céu, da presença de Deus, resplandecente da glória de Deus. O seu esplendor era como o de uma pedra preciosíssima, como uma pedra de jaspe cristalino. Tinha uma grande e alta muralha, com doze portas e, junto delas, doze Anjos; tinha também nomes gravados, os nomes das doze tribos dos filhos de Israel: três portas a nascente, três portas ao norte, três portas ao sul e três portas a poente. A muralha da cidade tinha na base doze reforços salientes e neles doze nomes: os dos doze Apóstolos do Cordeiro. Na cidade não vi nenhum templo, porque o seu templo é o Senhor Deus omnipotente e o Cordeiro. A cidade não precisa da luz do sol nem da lua, porque a glória de Deus a ilumina e a sua lâmpada é o Cordeiro.
Palavra do Senhor

ALELUIA – Jo 14, 23

Refrão: Aleluia. (Repete-se)

Se alguém Me ama, guardará a minha palavra.
Meu Pai o amará e faremos nele a nossa morada. (Refrão)


EVANGELHO – Jo 14, 23-29

«O Espírito Santo vos recordará tudo o que Eu vos disse»

Ao terminar o primeiro discurso de despedida, após a Ceia, Jesus promete aos Seus discípulos o Espírito Santo, que lhes fará compreender, perfeitamente, a Sua mensagem, os ajudará a viver o Evangelho em todas as circunstâncias e os manterá em comunhão com Deus e os irmãos, de modo a gozarem sempre aquela paz, que em si encerra todos os bens messiânicos.
Seguros da presença do Espírito Santo na Igreja e nas suas almas, os cristãos podem, portanto, manter-se confiantes e alegres, por maiores que sejam as transformações por que passe a sociedade e por maiores que sejam as dificuldades que a Igreja conheça.


Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Quem Me ama guardará a minha palavra e meu Pai o amará; Nós viremos a ele e faremos nele a nossa morada. Quem Me não ama não guarda a minha palavra. Ora a palavra que ouvis não é minha, mas do Pai que Me enviou. Disse-vos estas coisas, estando ainda convosco. Mas o Paráclito, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, vos ensinará todas as coisas e vos recordará tudo o que Eu vos disse. Deixo-vos a paz, dou-vos a minha paz. Não vo-la dou como a dá o mundo. Não se perturbe nem se intimide o vosso coração. Ouvistes que Eu vos disse: Vou partir, mas voltarei para junto de vós. Se Me amásseis, ficaríeis contentes por Eu ir para o Pai, porque o Pai é maior do que Eu. Disse-vo-lo agora, antes de acontecer, para que, quando acontecer, acrediteis».
Palavra da Salvação

ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS

Subam à vossa presença, Senhor, as nossas orações e as nossas ofertas, de modo que, purificados pela vossa graça, possamos participar dignamente nos sacramentos da vossa misericórdia.
Por Nosso Senhor, Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

ANTÍFONA DA COMUNHÃO – Jo 14, 15-16
Vós sereis meus amigos, se fizerdes o que vos mando, diz o Senhor. Eu pedirei ao Pai e Ele vos dará o Espírito Santo,
que permanecerá convosco para sempre. Aleluia

ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Senhor Deus todo-poderoso, que em Cristo ressuscitado nos renovais para a vida eterna, multiplicai em nós os frutos do sacramento pascal e infundi em nossos corações a força do alimento que nos salva.
Por Nosso Senhor, Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.




[1] - Reunião de membros de uma comunidade para auxílio mútuo gratuito no cumprimento de determinada tarefa.

sábado, 18 de maio de 2019

PREPARAR A MISSA DO DOMINGO V DA PÁSCOA – ano C – 19MAI2019





“O MANDAMENTO NOVO”
O mandamento novo supera todos os outros mandamentos. Deus e o homem são inseparáveis. E é somente amando o homem que amamos Deus. Em Jesus, Deus fez-se presente no homem, tornando-o intocável. Tal mandamento novo gera uma comunidade, que oferece uma alternativa de vida digna e liberdade perante a morte e a opressão. A glória de Deus manifestada em Jesus é um dos temas fundamentais de João. Perpassa seu evangelho desde o prólogo “E o Verbo fez-se carne, e habitou entre nós; e nós vimos a sua glória, glória que ele tem junto ao Pai...”, até as palavras de despedida na última ceia. Nas palavras de Jesus, no evangelho de hoje, em duas curtas frases a “glória” é mencionada cinco vezes. Os chefes religiosos de Jerusalém programaram a morte de Jesus, no que tiveram a colaboração de Judas. Contudo, o que para eles parecia ser o fim, na realidade era a glorificação de Jesus, pelo seu testemunho de fidelidade ao Pai toda a sua vida, disposto até a enfrentar o sofrimento maior e a morte. Jesus, nascido de Maria, humano e divino, é portador da imortalidade e da glória. A encarnação é a confirmação de que “a glória de Deus é o homem vivo”. As palavras de Jesus são dirigidas a todos os tempos e, particularmente, às comunidades do evangelista João, quando escreve o seu evangelho. Nestas, na ausência de Jesus, os discípulos oram e meditam sobre a sua vida e, iluminados pelo Espírito, começam a entendê-lo, em especial na dimensão de sua permanência, vivo, entre eles. É a glorificação de Jesus: a sua missão cumprida e continuada pelos seus discípulos, ao longo do tempo e duradoura na eternidade. É a glória de Deus na missão que leva a alegria, a vida e a paz aos pobres e oprimidos, com a novidade de Jesus, que liberta da antiga opressão. Os discípulos de todos os tempos são cativados pelo amor. Não é o amor de um mandamento, escrito na pedra, mas é o amor da comunhão de vida com Jesus e com o Pai. “Amai-vos uns aos outros como eu vos amei”. A medida do amor é o próprio Jesus, que é um com o Pai, o qual “amou tanto o mundo, que deu o seu Filho único para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna”. Pela fé vemos o Reino de Deus entre nós como realidade actual e como força de transformação em direcção ao novo céu e à nova terra. É a morada de Deus com os homens e mulheres no mundo novo possível. A glorificação de Jesus, tema característico do evangelho de João, é a manifestação plena de seu amor, até o fim, sem recuar diante das ameaças que pairavam sobre ele. É a plena manifestação de sua divindade e de sua eternidade.

MISSA

ANTÍFONA DE ENTRADA – Salmo 97, 1-2
Cantai ao Senhor um cântico novo, porque o Senhor fez maravilhas: aos olhos das nações revelou a sua justiça. Aleluia.

ORAÇÃO COLECTA
Senhor nosso Deus,
que nos enviastes o Salvador
e nos fizestes vossos filhos adoptivos,
atendei com paternal bondade as nossas súplicas
e concedei que, pela nossa fé em Cristo,
alcancemos a verdadeira liberdade e a herança eterna.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

Liturgia da Palavra

LEITURA I – Actos 14, 21b-27

«Contaram à Igreja tudo o que Deus tinha feito com eles»

Terminada a primeira viagem missionária, através do sudoeste da Ásia menor, Paulo regressa a Antioquia, visitando, pelo caminho, as comunidades nascidas do seu trabalho, sob a acção do Espírito Santo. Como o anúncio da salvação lhes havia sido já dirigido, o Apóstolo, sem deixar de pregar a palavra, preocupa-se, sobretudo, em consolidar as jovens comunidades, preparando-as para suportarem as tribulações.
Ao mesmo tempo, S. Paulo organiza hierarquicamente a Igreja, pondo à sua frente os anciãos (presbíteros) escolhidos, não pela comunidade, como se fazia entre os judeus dispersos no mundo pagão, mas directamente por ele. Assim se manifestava a colegialidade. Assim se asseguravam as relações entre a Igreja local e a universal.

Leitura dos Actos dos Apóstolos
Naqueles dias, Paulo e Barnabé voltaram a Listra, a Icónio e a Antioquia. Iam fortalecendo as almas dos discípulos e exortavam-nos a permanecerem firmes na fé, «porque – diziam eles – temos de sofrer muitas tribulações para entrarmos no reino de Deus». Estabeleceram anciãos em cada Igreja, depois de terem feito orações acompanhadas de jejum, e encomendaram-nos ao Senhor, em quem tinham acreditado. Atravessaram então a Pisídia e chegaram à Panfília; depois, anunciaram a palavra em Perga e desceram até Atalia. De lá embarcaram para Antioquia, de onde tinham partido, confiados na graça de Deus, para a obra que acabavam de realizar. À chegada, convocaram a Igreja, contaram tudo o que Deus fizera com eles e como abrira aos gentios a porta da fé.
Palavra do Senhor

SALMO RESPONSORIAL – Salmo 144, 8-13ab (R. 1)

Refrão: Louvarei para sempre o vosso nome, Senhor, meu Deus e meu Rei. (Repete-se)

Ou:   Aleluia. (Repete-se)

O Senhor é clemente e compassivo,
paciente e cheio de bondade.
O Senhor é bom para com todos
e a sua misericórdia se estende a todas as criaturas. (Refrão)

Graças Vos dêem, Senhor, todas as criaturas
e bendigam-Vos os vossos fiéis.
Proclamem a glória do vosso reino
e anunciem os vossos feitos gloriosos. (Refrão)

Para darem a conhecer aos homens o vosso poder,
a glória e o esplendor do vosso reino.
O vosso reino é um reino eterno,
o vosso domínio estende-se por todas as gerações. (Refrão)


LEITURA II – Ap 21, 1-5a

«Deus enxugará todas as lágrimas dos seus olhos»

A Ressurreição de Jesus não eliminou, totalmente, o mal, que continua a estar presente na nossa vida. Contudo (e é esta a grande mensagem que o Apocalipse nos transmite), a humanidade conhecerá, um dia, em Cristo, a vitória plena e definitiva sobre o mal. O fim dos tempos, com efeito, não será uma destruição, mas uma transformação. Nesse dia das núpcias definitivas com o Seu Criador, a humanidade resplandecerá com a mesma juventude de Deus. O próprio mundo material, enobrecido pelo trabalho do homem, será transformado. Será então que a obra da nova criação, iniciada na manhã de Páscoa, atingirá a sua plenitude e Jesus entregará ao Pai os homens, chamados para a glória eterna, em Cristo (I Ped. 5, 10).


Leitura do Livro do Apocalipse
Eu, João, vi um novo céu e uma nova terra, porque o primeiro céu e a primeira terra tinham desaparecido e o mar já não existia. Vi também a cidade santa, a nova Jerusalém, que descia do Céu, da presença de Deus, bela como noiva adornada para o seu esposo. Do trono ouvi uma voz forte que dizia: «Eis a morada de Deus com os homens. Deus habitará com os homens: eles serão o seu povo e o próprio Deus, no meio deles, será o seu Deus. Ele enxugará todas as lágrimas dos seus olhos; nunca mais haverá morte nem luto, nem gemidos nem dor, porque o mundo antigo desapareceu». Disse então Aquele que estava sentado no trono: «Vou renovar todas as coisas».
Palavra do Senhor

ALELUIA – Jo 13, 34

Refrão: Aleluia. (Repete-se)

Dou-vos um mandamento novo, diz o Senhor:
amai-vos uns aos outros, como Eu vos amei. (Refrão)


EVANGELHO – Jo 13, 31-33a.34-35

«Dou-vos um mandamento novo: que vos ameis uns aos outros»

Aos discípulos, que não podem ainda segui-l’O na Sua glória, Jesus entrega-lhes, como Seu testamento espiritual, o mandamento novo: amar os homens, nossos irmãos, como Ele os amou, até ao amor do inimigo, até ao dom da vida, até às últimas consequências.
Este amor não é uma simples norma legal. É uma espécie de instituição «sacramental», pela qual se assegura, continuamente a presença de Jesus no meio de nós. Vivido em realidade, é o mesmo amor do Pai, encarnado em Jesus, que através de nós se comunica aos homens. É este amor que torna a Igreja, esta «nova» comunidade de Deus com os homens, uma comunidade distinta de todas as comunidades humanas e um sinal do «mundo novo», onde só se fala uma linguagem – a do amor.


Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João
Quando Judas saiu do Cenáculo, disse Jesus aos seus discípulos: «Agora foi glorificado o Filho do homem e Deus foi glorificado n’Ele. Se Deus foi glorificado n’Ele, Deus também O glorificará em Si mesmo e glorificá-l’O-á sem demora. Meus filhos, é por pouco tempo que ainda estou convosco. Dou-vos um mandamento novo: que vos ameis uns aos outros. Como Eu vos amei, amai-vos também uns aos outros. Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos: se vos amardes uns aos outros».
Palavra da Salvação

ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS

Senhor nosso Deus, que, pela admirável permuta de dons neste sacrifício, nos fazeis participar na comunhão convosco, único e sumo bem, concedei-nos que, conhecendo a vossa verdade, dêmos testemunho dela na prática das boas obras.
Por Nosso Senhor, Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

ANTÍFONA DA COMUNHÃO – Jo 15, 1.5
Eu sou a videira e vós sois os ramos, diz o Senhor. Se alguém permanece em Mim e Eu nele, dá fruto abundante. Aleluia.

ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Protegei, Senhor, o vosso povo que saciastes nestes divinos mistérios e fazei-nos passar da antiga condição do pecado à vida nova da graça.
Por Nosso Senhor, Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.



sábado, 11 de maio de 2019

PREPARAR A MISSA DO DOMINGO IV DA PÁSCOA – ano C – 12MAI2019






“EU E O PAI SOMOS UM”
Jesus define a sua condição de Messias, apresentando-se como o Filho de Deus. As provas do seu messianismo não são teorias jurídicas, mas factos concretos: as suas acções comprovam que é Deus quem age nele. O modo de proceder de Jesus bem como os seus ensinamentos deixavam desconcertados os seus adversários. Embora realizasse gestos prodigiosos, suficientes para revelar sua plena comunhão com o Pai, e falasse de maneira até então desconhecida, permanecia uma incógnita a seu respeito. Os judeus, que tinham tudo para reconhecê-lo como o Messias, permaneciam na incerteza. Por isso, ficavam à espera de que Jesus lhes “dissesse abertamente” quem ele era. A postura assumida pelos adversários impedia-os de compreender a verdadeira identidade messiânica de Jesus. Movidos pela suspeita, pela malevolência e pela crítica mordaz, jamais conseguiriam chegar à resposta desejada. Daí a tendência de acusar Jesus de blasfemo e imputar-lhe toda sorte de desvios teológicos e políticos. Em contraste com os adversários estavam os discípulos. Estes, sim, colocavam-se numa atitude humilde de escuta, atentos às palavras do Mestre, buscando desvendar-lhes o seu sentido mais profundo. Dispuseram-se a segui-lo, para serem instruídos não só pelas suas palavras, mas também pelos seus gestos concretos de misericórdia, para com os mais necessitados. A comunhão de vida com o Mestre permitia-lhes descobrir a sua condição de Messias, o enviado do Pai. A incógnita sobre Jesus permanece para quem se posiciona diante dele como adversário. Quem se faz discípulo, não tem dificuldade de reconhecê-lo como Messias. O evangelho de João apresenta-nos a quarta e penúltima visita de Jesus a Jerusalém, por ocasião da festa da Dedicação. Jesus revela que aquele povo que acorre para tais festas em torno do Templo, na realidade, são ovelhas suas, chamadas a escutar as suas palavras e segui-lo. O Pai deu-lhe estas ovelhas e ninguém as arrancará da mão do Pai. Assim, Jesus desautoriza os chefes religiosos de Israel, com o seu Templo e as suas sinagogas, a considerarem-se verdadeiros pastores. Eles oprimem e exploram o povo e, rejeitando Jesus, excluem-se do dom que o Pai comunica por Jesus. As ovelhas escutam a voz de Jesus e seguem-no. A elas é dada a vida eterna. “Eu e o Pai somos um”. Nos evangelhos, somente aqui temos esta autoproclamarão sucinta e expressiva da união de Jesus com o Pai. A obra de Jesus é feita na unidade com o Pai. Esta obra, à qual somos chamados, é o dom do amor e da vida.

MISSA

ANTÍFONA DE ENTRADA – Salmo 32, 5-6
A bondade do Senhor encheu a terra,
a palavra do Senhor criou os céus. Aleluia.

ORAÇÃO COLECTA
Deus eterno e omnipotente, conduzi-nos à posse das alegrias celestes, para que o pequenino rebanho dos vossos fiéis chegue um dia à glória do reino onde já Se encontra o seu poderoso Pastor, Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

Liturgia da Palavra

LEITURA I – Actos 13, 14.43-52

«Vamos voltar-nos para os pagãos»

Desde o princípio, os discípulos de Jesus compreenderam que o amor e os planos de salvação do «Bom Pastor» eram universais, abarcavam toda a humanidade.
Por isso, S. Paulo, vendo na hostilidade dos judeus uma indicação de Deus, volta-se, definitivamente, para os pagãos, no desejo de continuar a missão de Jesus, estabelecido por Deus luz das nações e Salvador de toda a terra. O Apóstolo estava, na verdade, convencido de que a Igreja tem de ser missionária. Tem de levar a todos os homens e a todos os povos sem distinções a salvação alcançada por Jesus.

Leitura dos Actos dos Apóstolos
Naqueles dias, Paulo e Barnabé seguiram de Perga até Antioquia da Pisídia. A um sábado, entraram na sinagoga e sentaram-se. Terminada a reunião da sinagoga, muitos judeus e prosélitos piedosos seguiram Paulo e Barnabé, que nas suas conversas com eles os exortavam a perseverar na graça de Deus. No sábado seguinte, reuniu-se quase toda a cidade para ouvir a palavra do Senhor. Ao verem a multidão, os judeus encheram-se de inveja e responderam com blasfémias. Corajosamente, Paulo e Barnabé declararam: «Era a vós que devia ser anunciada primeiro a palavra de Deus. Uma vez, porém, que a rejeitais e não vos julgais dignos da vida eterna, voltamo-nos para os gentios, pois assim nos mandou o Senhor: ‘Fiz de ti a luz das nações, para levares a salvação até aos confins da terra’». Ao ouvirem estas palavras, os gentios encheram-se de alegria e glorificavam a palavra do Senhor. Todos os que estavam destinados à vida eterna abraçaram a fé e a palavra do Senhor divulgava-se por toda a região. Mas os judeus, instigando algumas senhoras piedosas mais distintas e os homens principais da cidade, desencadearam uma perseguição contra Paulo e Barnabé e expulsaram-nos do seu território. Estes, sacudindo contra eles o pó dos seus pés, seguiram para Icónio. Entretanto, os discípulos estavam cheios de alegria e do Espírito Santo.
Palavra do Senhor

SALMO RESPONSORIAL – Salmo 99 (100), 2.4.5.6.11.12.13b (R. 3c)

Refrão: Nós somos o povo de Deus,
somos as ovelhas do seu rebanho. (Repete-se)

Ou:   Nós somos o povo do Senhor;
Ele é o nosso alimento. (Repete-se)

Ou:   Aleluia. (Repete-se)

Aclamai o Senhor, terra inteira,
servi o Senhor com alegria,
vinde a Ele com cânticos de júbilo. (Refrão)

Sabei que o Senhor é Deus,
Ele nos fez, a Ele pertencemos,
somos o seu povo, as ovelhas do seu rebanho. (Refrão)

O Senhor é bom,
eterna é a sua misericórdia,
a sua fidelidade estende-se de geração em geração. Refrão


LEITURA II – Ap 7, 9.14b-17

«O Cordeiro será o seu pastor e os conduzirá às fontes da água viva»


Unido, pelo seu Baptismo, a Cristo, Bom Pastor, o cristão participa já do triunfo do Ressuscitado. O cristão, vivendo a fé recebida, trabalhando pela construção de um mundo melhor, um mundo sem injustiças, sem desigualdades, sem divisões, prolonga, no tempo presente, esse mesmo triunfo.
Contudo, o seu destino é mais glorioso, pois ultrapassa os horizontes do mundo. A vida do cristão, com efeito, é uma caminhada, sob a direcção do Bom Pastor, para as águas vivas da vida eterna, para o Céu. Será aí que, finalmente, a grande família de Deus, composta de homens de todas as raças e culturas, se reunirá, para viver uma felicidade sem sombra, no gozo pleno do triunfo definitivo de Cristo Ressuscitado.


Leitura do Livro do Apocalipse
Eu, João, vi uma multidão imensa, que ninguém podia contar, de todas as nações, tribos, povos e línguas. Estavam de pé, diante do trono e na presença do Cordeiro, vestidos com túnicas brancas e de palmas na mão. Um dos Anciãos tomou a palavra para me dizer: «Estes são os que vieram da grande tribulação, os que lavaram as túnicas e as branquearam no sangue do Cordeiro. Por isso estão diante do trono de Deus, servindo-O dia e noite no seu templo. Aquele que está sentado no trono abrigá-los-á na sua tenda. Nunca mais terão fome nem sede, nem o sol ou o vento ardente cairão sobre eles. O Cordeiro, que está no meio do trono, será o seu pastor e os conduzirá às fontes da água viva. E Deus enxugará todas as lágrimas dos seus olhos».
Palavra do Senhor

ALELUIA – Jo 10, 14

Refrão: Aleluia. (Repete-se)

Eu sou o bom pastor, diz o Senhor:
conheço as minhas ovelhas e elas conhecem-Me. (Refrão)


EVANGELHO – Jo 10, 27-30

«Eu dou a vida eterna às minhas ovelhas»

Aquele que, pela fé, aceitou a palavra de Jesus e aderiu à Sua Pessoa, fica estreitamente unido a Ele. Na verdade, o Senhor Jesus estabelece com o Seu discípulo relações de profunda intimidade, caracterizadas por um conhecimento mútuo e uma amizade recíproca, que levam a uma comunhão de vida: Jesus comunica àquele que acredita n’Ele a Sua vida, a vida mesma de Deus, a vida que não morre.
Em virtude desta união com Cristo, o cristão sente-se já salvo em plenitude e, mesmo no meio das vicissitudes da vida, experimenta uma inabalável segurança, que tem o seu fundamento no próprio poder do Pai, de que Jesus participa, pois é um com Ele.


Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João
Naquele tempo, disse Jesus: «As minhas ovelhas escutam a minha voz. Eu conheço as minhas ovelhas e elas seguem-Me. Eu dou-lhes a vida eterna e nunca hão-de perecer e ninguém as arrebatará da minha mão. Meu Pai, que Mas deu, é maior do que todos e ninguém pode arrebatar nada da mão do Pai. Eu e o Pai somos um só».
Palavra da Salvação

ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS

Concedei, Senhor, que em todo o tempo possamos alegrar-nos com estes mistérios pascais, de modo que o acto sempre renovado da nossa redenção seja para nós causa de alegria eterna.
Por Nosso Senhor, Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

ANTÍFONA DA COMUNHÃO –
Ressuscitou o Bom Pastor, que deu a vida pelas suas ovelhas
e Se entregou à morte pelo seu rebanho. Aleluia.

ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Deus, nosso Bom Pastor, olhai benignamente para o vosso rebanho e conduzi às pastagens eternas as ovelhas que remistes com o precioso Sangue do vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.



sábado, 4 de maio de 2019

PREPARAR A MISSA DO DOMINGO III DA PÁSCOA – ano C – 5MAI2019






A REFEIÇÃO COM O RESSUSCITADO
A comunidade cristã que age sem estar unida à pessoa e missão de Jesus continua nas trevas e não produz fruto, pois trabalha sem perceber a presença do ressuscitado e sem conhecer o modo correcto de realizar a acção. No momento em que ela segue a palavra de Jesus, o fruto surge abundante. A missão termina sempre na Eucaristia, onde se realiza a comunhão com Jesus. O texto evangélico alude a dois níveis de comunhão na vida dos discípulos: entre si e com o Ressuscitado. Isto perfaz uma experiência característica dos discípulos cristãos. A comunhão dos discípulos entre si expressa-se na disposição de trabalharem juntos. Quando Pedro revela a sua decisão de ir pescar, imediatamente outros seis companheiros se dispõem a ir com ele. Embora a pescaria tenha sido infrutífera, o simples facto de estarem a pescar juntos já era significativo. Cada qual poderia ir pescar sozinho, pensando em si mesmo e no lucro que obteria com a pesca. A disposição de partilharem o trabalho dava à pescaria uma nova dimensão. A comunhão com o Ressuscitado expressa-se no convite para a refeição. Primeiramente, Jesus pede aos sete pescadores algo para comer. Uma vez que nada tinham pescado, ordena-lhes que lancem novamente a rede, à direita da barca. Resultado: recolhem-na a abarrotar de enormes peixes. Entretanto, quando atingem a margem do lago, deparam-se com uma surpresa: a refeição preparada pelo próprio Mestre! Este oferece-lhes peixe assado e pão, como gesto de bondosa solicitude, saciando-lhes a fome, após uma noite inteira de fadiga e de trabalho inútil. A comunhão com o Senhor dava consistência à comunhão dos discípulos entre si. Caso contrário, não passariam de um grupo de amigos, sem maiores compromissos. A presença do Senhor fazia frutificar o esforço da comunidade em atrair para a fé muitas outras pessoas. Isto é o que simboliza a rede repleta com 153 peixes grandes. O capítulo 21 do evangelho de João apresenta a retoma da missão pelos discípulos, na Galileia, agora com a presença de Jesus ressuscitado. A narrativa é semelhante à pesca milagrosa, no evangelho de Lucas, quando Jesus chama os primeiros discípulos. Agora é a retoma da missão, com a presença do ressuscitado. A pesca é símbolo da missão. A presença e a palavra de Jesus são necessárias para o seu sucesso, e a comunidade missionária une-se em torno da refeição eucarística partilhada com Jesus.

MISSA

ANTÍFONA DE ENTRADA – Salmo 65, 1-2
Aclamai a Deus, terra inteira, cantai a glória do seu nome,
celebrai os seus louvores. Aleluia.

ORAÇÃO COLECTA
Exulte sempre o vosso povo, Senhor, com a renovada juventude da alma, de modo que, alegrando-se agora por se ver restituído à glória da adopção divina, aguarde o dia da ressurreição na esperança da felicidade eterna.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

Liturgia da Palavra

LEITURA I – Actos 5, 27b-32.40b-41

«Somos testemunhas destes factos, nós e o Espírito Santo»

Levados, pela segunda vez, diante do Sinédrio, os Apóstolos, transformados e animados pelo Espírito Santo, dão um corajoso testemunho acerca de Jesus. Procedendo como cabeça da Igreja, como chefe dos outros Apóstolos, revestido duma autoridade, que lhe vinha, directamente, de Cristo, Pedro anuncia a Morte e a Ressurreição de Jesus e proclama que Ele continua vivo no meio dos homens, como Senhor e Salvador.
Continuar este testemunho de Pedro, através dos séculos, em todas as circunstâncias históricas, na alegria ou na tribulação, nisto consiste a vida da Igreja.

Leitura dos Actos dos Apóstolos
Naqueles dias, o sumo sacerdote falou aos Apóstolos, dizendo: «Já vos proibimos formalmente de ensinar em nome de Jesus; e vós encheis Jerusalém com a vossa doutrina e quereis fazer recair sobre nós o sangue desse homem». Pedro e os Apóstolos responderam: «Deve obedecer-se antes a Deus que aos homens. O Deus dos nossos pais ressuscitou Jesus, a quem vós destes a morte, suspendendo-O no madeiro. Deus exaltou-O pelo seu poder, como Chefe e Salvador, a fim de conceder a Israel o arrependimento e o perdão dos pecados. E nós somos testemunhas destes factos, nós e o Espírito Santo que Deus tem concedido àqueles que Lhe obedecem». Então os judeus mandaram açoitar os Apóstolos, intimando-os a não falarem no nome de Jesus, e depois soltaram-nos. Os Apóstolos saíram da presença do Sinédrio cheios de alegria, por terem merecido serem ultrajados por causa do nome de Jesus.
Palavra do Senhor

SALMO RESPONSORIAL – Salmo 29 (30), 2.4-6.11-12a.13b (R. 2a)

Refrão: Eu vos louvarei, Senhor, porque me salvastes. (Repete-se).

Ou: Aleluia. (Repete-se)

Eu Vos glorifico, Senhor, porque me salvastes
e não deixastes que de mim se regozijassem
os inimigos.
Tirastes a minha alma da mansão dos mortos,
vivificastes-me para não descer à cova. (Refrão)

Cantai salmos ao Senhor, vós os seus fiéis,
e dai graças ao seu nome santo.
A sua ira dura apenas um momento
e a sua benevolência a vida inteira.
Ao cair da noite vêm as lágrimas
e ao amanhecer volta a alegria. (Refrão)

Ouvi, Senhor, e tende compaixão de mim,
Senhor, sede Vós o meu auxílio.
Vós convertestes em júbilo o meu pranto:
Senhor meu Deus, eu Vos louvarei eternamente. (Refrão)


LEITURA II – Ap 5, 11-14

«Digno é o Cordeiro que foi imolado de receber o poder e a riqueza»


Com a Sua Ressurreição, Jesus Cristo foi constituído Senhor de todas as coisas, de todos os seres espirituais e materiais, mesmo daqueles cuja existência ainda não conhecemos. Centro de toda a criação, que para Ele ficou orientada, o Senhor Ressuscitado, confundindo-se agora com a única Majestade de Deus, recebe o agradecimento e o louvor da assembleia dos santos.
Unindo-se a este louvor, as nossas assembleias eucarísticas, inundadas de alegria pascal, testemunham que Jesus Cristo, nosso Deus, é o verdadeiro Senhor da História.


Leitura do Livro do Apocalipse
Eu, João, na visão que tive, ouvi a voz de muitos Anjos, que estavam em volta do trono, dos Seres Vivos e dos Anciãos. Eram miríades de miríades e milhares de milhares, que diziam em alta voz: «Digno é o Cordeiro que foi imolado de receber o poder e a riqueza, a sabedoria e a força, a honra, a glória e o louvor». E ouvi todas as criaturas que há no céu, na terra, debaixo da terra e no mar, e o universo inteiro, exclamarem: «Àquele que está sentado no trono e ao Cordeiro o louvor e a honra, a glória e o poder pelos séculos dos séculos». Os quatro Seres Vivos diziam: «Amen!»; e os Anciãos prostraram-se em adoração.
Palavra do Senhor

ALELUIA –

Refrão: Aleluia. (Repete-se)

Ressuscitou Jesus Cristo, que criou o universo
e Se compadeceu do género humano. (Refrão)


EVANGELHO – Jo 21, 1-19

«Jesus aproximou-Se, tomou o pão e deu-lho, fazendo o mesmo com os peixes»

Depois de preparar os discípulos, através da pesca milagrosa realizada pelo grupo chefiado por Pedro e na sua barca, Jesus determina o lugar, que ele deve ocupar na Sua Igreja, constituindo-o «Pastor» do Seu único rebanho.
O Senhor Jesus será sempre Pastor único e insubstituível da Igreja, que santificou com a Sua Morte e a vivificou com a Sua Ressurreição. Mas Pedro, a quem Jesus comunicou os Seus mesmos poderes, ficará à frente dela, neste tempo que vai desde a partida do Senhor Jesus até à Sua vinda final.


Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João
Naquele tempo, Jesus manifestou-Se outra vez aos seus discípulos, junto do mar de Tiberíades. Manifestou-Se deste modo: Estavam juntos Simão Pedro e Tomé, chamado Dídimo, Natanael, que era de Caná da Galileia, os filhos de Zebedeu e mais dois discípulos de Jesus. Disse-lhes Simão Pedro: «Vou pescar». Eles responderam-lhe: «Nós vamos contigo». Saíram de casa e subiram para o barco, mas naquela noite não apanharam nada. Ao romper da manhã, Jesus apresentou-Se na margem, mas os discípulos não sabiam que era Ele. Disse-lhes Jesus: «Rapazes, tendes alguma coisa de comer?». Eles responderam: «Não». Disse-lhes Jesus: «Lançai a rede para a direita do barco e encontrareis». Eles lançaram a rede e já mal a podiam arrastar por causa da abundância de peixes. O discípulo predilecto de Jesus disse a Pedro: «É o Senhor». Simão Pedro, quando ouviu dizer que era o Senhor, vestiu a túnica que tinha tirado e lançou-se ao mar. Os outros discípulos, que estavam apenas a uns duzentos côvados da margem, vieram no barco, puxando a rede com os peixes. Quando saltaram em terra, viram brasas acesas com peixe em cima, e pão. Disse-lhes Jesus: «Trazei alguns dos peixes que apanhastes agora». Simão Pedro subiu ao barco e puxou a rede para terra, cheia de cento e cinquenta e três grandes peixes; e, apesar de serem tantos, não se rompeu a rede. Disse-lhes Jesus: «Vinde comer». Nenhum dos discípulos se atrevia a perguntar-Lhe: «Quem és Tu?», porque bem sabiam que era o Senhor. Jesus aproximou-Se, tomou o pão e deu-lho, fazendo o mesmo com os peixes. Esta foi a terceira vez que Jesus Se manifestou aos seus discípulos, depois de ter ressuscitado dos mortos. Depois de comerem, Jesus perguntou a Simão Pedro: «Simão, filho de João, tu amas-Me mais do que estes?». Ele respondeu-Lhe: «Sim, Senhor, Tu sabes que Te amo». Disse-lhe Jesus: «Apascenta os meus cordeiros». Voltou a perguntar-lhe segunda vez: «Simão, filho de João, tu amas-Me?». Ele respondeu-Lhe: «Sim, Senhor, Tu sabes que Te amo». Disse-lhe Jesus: «Apascenta as minhas ovelhas». Perguntou-lhe pela terceira vez: «Simão, filho de João, tu amas-Me?». Pedro entristeceu-se por Jesus lhe ter perguntado pela terceira vez se O amava e respondeu-Lhe: «Senhor, Tu sabes tudo, bem sabes que Te amo». Disse-lhe Jesus: «Apascenta as minhas ovelhas. Em verdade, em verdade te digo: Quando eras mais novo, tu mesmo te cingias e andavas por onde querias; mas quando fores mais velho, estenderás a mão e outro te cingirá e te levará para onde não queres». Jesus disse isto para indicar o género de morte com que Pedro havia de dar glória a Deus. Dito isto, acrescentou: «Segue-Me».
Palavra da Salvação

ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS

Aceitai, Senhor, os dons da vossa Igreja em festa.
Vós que lhe destes tão grande felicidade, fazei-a tomar parte na alegria eterna.
Por Nosso Senhor, Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

ANTÍFONA DA COMUNHÃO –
Disse Jesus: Vinde comer.
E tomando o pão, deu-o aos seus discípulos. Aleluia.

ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Olhai com bondade, Senhor, para o vosso povo e fazei chegar à gloriosa ressurreição da carne aqueles que renovastes com os sacramentos de vida eterna.
Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.