DOMINGO XXII TEMPO COMUM – ano A – 30AGO2020
MISSA
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ANTÍFONA DE
ENTRADA – Salmo 85, 3.5
Tende compaixão de
mim, Senhor,
que a Vós clamo o
dia inteiro.
Vós, Senhor, sois
bom e indulgente,
cheio de misericórdia
para aqueles que Vos invocam.
ORAÇÃO COLECTA
Deus do universo, de quem procede todo o dom perfeito,
infundi em nossos corações o amor do vosso nome e, estreitando a nossa união
convosco, dai vida ao que em nós é bom e protegei com solicitude esta vida
nova.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus
convosco na unidade do Espírito Santo.
Liturgia da Palavra
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LEITURA I – Jer
20, 7-9
«A palavra
do Senhor tornou-se para mim ocasião de insultos...»
Apesar de falar em nome de
Deus ao povo de Israel, o profeta só deste recebe insultos, ameaças e
perseguição. Sentiu então a tentação de abandonar essa sua missão profética,
apesar de sentir o coração abrasado do zelo do Senhor. Nesta luta interior, o
amor foi mais forte que o desânimo, porque mais forte que os insultos dos
homens é a palavra de Deus.
Leitura
do Livro de Jeremias
Vós
me seduzistes, Senhor, e eu deixei-me seduzir; Vós me dominastes e vencestes.
Em todo o tempo sou objecto de escárnio, toda a gente se ri de mim; porque
sempre que falo é para gritar e proclamar: «Violência e ruína!». E a palavra do
Senhor tornou-se para mim ocasião permanente de insultos e zombarias. Então eu
disse: «Não voltarei a falar n’Ele, não falarei mais em seu nome». Mas havia no
meu coração um fogo ardente, comprimido dentro dos meus ossos. Procurava
contê-lo, mas não podia.
Palavra do Senhor
SALMO RESPONSORIAL
– Salmo 62 (63), 2.3-4.5-6.8-9 (R. 2b)
Refrão: A minha alma tem
sede de Vós, meu Deus. (Repete-se)
Senhor, sois o meu
Deus:
desde a aurora Vos
procuro. (Refrão)
A minha alma tem
sede de Vós.
Por Vós suspiro,
como terra árida,
sequiosa, sem água. (Refrão)
Quero
contemplar-Vos no santuário,
para ver o vosso
poder e a vossa glória.
A vossa graça vale
mais do que a vida;
por isso, os meus
lábios hão-de cantar-Vos louvores. (Refrão)
Assim Vos bendirei
toda a minha vida
e em vosso louvor
levantarei as mãos.
Serei saciado com
saborosos manjares,
e com vozes de
júbilo Vos louvarei. (Refrão)
Porque Vos
tornastes o meu refúgio,
exulto à sombra
das vossas asas.
Unido a Vós estou,
Senhor,
a vossa mão me
serve de amparo. (Refrão)
LEITURA II – Rom 12, 1-2
«Oferecei-vos como
vítima viva»
O culto verdadeiramente
cristão nasce da fé e atinge toda a vida do homem renascido em Cristo. Como
Cristo, o cristão é homem novo, vive, por isso, uma vida nova; não se conforma
já com este mundo, mas vive do Espírito de Deus e faz de toda a sua vida uma
oferta viva, agradável a Deus.
Leitura
da Epístola do apóstolo São Paulo aos Romanos
Peço-vos,
irmãos, pela misericórdia de Deus, que vos ofereçais a vós mesmos como
sacrifício vivo, santo, agradável a Deus, como culto espiritual. Não vos
conformeis com este mundo, mas transformai-vos, pela renovação espiritual da
vossa mente, para saberdes discernir, segundo a vontade de Deus, o que é bom, o
que Lhe é agradável, o que é perfeito.
Palavra do Senhor
ALELUIA – Ef 1,
17-18
Refrão: Aleluia. (Repete-se)
Deus, Pai de Nosso Senhor Jesus
Cristo,
ilumine os olhos do nosso coração,
para sabermos a que esperança fomos
chamados. (Refrão)
EVANGELHO – Mt 16, 21-27
«Se alguém quiser
seguir-Me, renuncie a si mesmo»
À vista da
Paixão, anunciada por Jesus aos seus discípulos, Pedro como que tenta Jesus,
dissuadindo-O de aceitar a Cruz. Jesus rejeita energicamente a sua proposta, e,
pelo contrário, apresenta aos discípulos, como programa para eles, o mistério
da sua própria Cruz. Quem quiser ser seu discípulo, terá, como o Mestre, de
renunciar a si mesmo, tomar a sua cruz e segui-l’O. Assim ganhará a vida;
doutro modo, perde-la-ía, ainda que tivesse ganho todo o mundo.
Evangelho
de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
Naquele
tempo, Jesus começou a explicar aos seus discípulos que tinha de ir a Jerusalém
e sofrer muito da parte dos anciãos, dos príncipes dos sacerdotes e dos
escribas; que tinha de ser morto e ressuscitar ao terceiro dia. Pedro,
tomando-O à parte, começou a contestá-l’O, dizendo: «Deus Te livre de tal,
Senhor! Isso não há-de acontecer!». Jesus voltou-Se para Pedro e disse-lhe:
«Vai-te daqui, Satanás. Tu és para mim uma ocasião de escândalo, pois não tens
em vista as coisas de Deus, mas dos homens». Jesus disse então aos seus
discípulos: «Se alguém quiser seguir-Me, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e
siga-Me. Pois quem quiser salvar a sua vida há-de perdê-la; mas quem perder a
sua vida por minha causa, há-de encontrá-la. Na verdade, que aproveita ao homem
ganhar o mundo inteiro, se perder a sua vida? Que poderá dar o homem em troca
da sua vida? O Filho do homem há-de vir na glória de seu Pai, com os seus
Anjos, e então dará a cada um segundo as suas obras».
Palavra da
salvação.
MEDITAÇÃO
Convida os
discípulos a «tomarem a sua cruz e a segui-Lo»
A cruz é o único sacrifício de Cristo,
«mediador único entre Deus e os homens». Mas porque, na sua pessoa divina
encarnada, «Ele Se uniu, de certo modo, a cada homem», «a todos dá a possibilidade
de se associarem a este mistério pascal, por um modo só de Deus conhecido». Convida
os discípulos a «tomarem a sua cruz e a segui-Lo» porque «sofreu por nós,
deixando-nos o exemplo, para que sigamos os seus passos»
De facto, quer associar ao seu sacrifício
redentor aqueles mesmos que são os primeiros beneficiários. Isto realiza-se, em
sumo grau, em sua Mãe, associada, mais intimamente do que ninguém, ao mistério do
seu sofrimento redentor: «Fora da cruz, não há outra escada por onde se suba ao
céu».
A Cruz é o caminho
para entrar na glória de Cristo
Por um momento, Jesus mostra a sua glória
divina, confirmando assim a confissão de Pedro. Mostra também que, para «entrar
na sua glória» (Lc 24, 26), tem de passar pela cruz em Jerusalém. Moisés e
Elias tinham visto a glória de Deus sobre a montanha; a Lei e os Profetas
tinham anunciado os sofrimentos do Messias. A paixão de Jesus é da vontade do
Pai: o Filho age como Servo de Deus. A nuvem indica a presença do Espírito
Santo: «Tota Trinitas apparuit: Pater in voce; Filius in homine; Spiritus in
nube clara – Apareceu toda a Trindade: o Pai na voz; o Filho na humanidade; o
Espírito Santo na nuvem luminosa»:
«Transfiguraste-Te sobre a montanha e, na
medida em que disso eram capazes, os teus discípulos contemplaram a tua glória,
ó Cristo Deus; para que, quando Te vissem crucificado, compreendessem que a tua
paixão era voluntária, e anunciassem ao mundo que Tu és verdadeiramente a
irradiação do Pai».
A penitência que o confessor impõe deve
ter em conta a situação pessoal do penitente e procurar o seu bem espiritual.
Deve corresponder, quanto possível, à gravidade e natureza dos pecados
cometidos. Pode consistir na oração, num donativo, nas obras de misericórdia,
no serviço do próximo, em privações voluntárias, sacrifícios e, sobretudo, na
aceitação paciente da cruz que temos de levar. Tais penitências ajudam-nos a
configurar-nos com Cristo, que, por Si só, expiou os nossos pecados uma vez por
todas. Tais penitências fazem que nos tornemos co-herdeiros de Cristo
Ressuscitado, «uma vez que também sofremos com Ele» (Rm 8, 17):
«Mas esta satisfação, que realizamos pelos
nossos pecados, não é possível senão por Jesus Cristo: nós que, por nós
próprios, nada podemos, com a ajuda “d’Aquele que nos conforta, podemos tudo”.
Assim, o homem não tem nada de que se gloriar. Toda a nossa «glória» está em
Cristo... em quem nós satisfazemos, “produzindo dignos frutos de penitência”, os
quais vão haurir n’Ele toda a sua força, por Ele são oferecidos ao Pai, e graças
a Ele são aceites pelo Pai».
Para ser autêntico, o sacrifício exterior
deve ser expressão do sacrifício espiritual: «O meu sacrifício é um espírito
arrependido...» (Sl 51, 19). Os profetas da Antiga Aliança denunciaram muitas
vezes os sacrifícios feitos sem participação interior ou sem ligação com o amor
do próximo. Jesus recorda a palavra do profeta Oseias: «Eu quero misericórdia e
não sacrifício» (Mt 9, 13;
12, 7). O único sacrifício perfeito é o
que Cristo ofereceu na cruz, em total oblação ao amor do Pai e para nossa
salvação. Unindo-nos ao seu sacrifício, podemos fazer da nossa vida um
sacrifício a Deus.
O caminho da
perfeição passa pelo caminho da Cruz
O caminho desta perfeição passa pela cruz.
Não há santidade sem renúncia e combate espiritual. O progresso espiritual
implica a ascese e a mortificação, que conduzem gradualmente a viver na paz e
na alegria das bem-aventuranças: «Aquele que sobe, nunca mais pára de ir de
princípio em princípio, por princípios que não têm fim. Aquele que sobe nunca
mais deixa de desejar aquilo que já conhece».
Levar a Cruz na
vida de todos os dias
O trabalho humano procede imediatamente
das pessoas criadas à imagem de Deus e chamadas a prolongar, umas com as
outras, a obra da criação, dominando a terra. Portanto, o trabalho é um dever:
«Se algum de vós não quer trabalhar, também não coma» (2 Ts 3, 10). O trabalho
honra os dons do Criador e os talentos recebidos. Também pode ser redentor:
suportando o que o trabalho tem de penoso em união com Jesus, o artesão de
Nazaré e crucificado do Calvário, o homem colabora, de certo modo, com o Filho
de Deus na sua obra redentora. Mostra-se discípulo de Cristo, levando a cruz de
cada dia na actividade que foi chamado a exercer. O trabalho pode ser um meio
de santificação e uma animação das realidades terrenas no Espírito de Cristo.
ORAÇÃO SOBRE AS
OBLATAS
Santificai, Senhor, a oferta que Vos apresentamos e realizai em nós, com
o poder da vossa graça, a redenção que celebramos nestes mistérios.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na
unidade do Espírito Santo.
ANTÍFONA DA
COMUNHÃO – Salmo 30, 20
Como é grande,
Senhor,
a vossa bondade
para aqueles que Vos servem!
Ou Mt 5, 9-10
Bem-aventurados os pacíficos,
porque serão chamados filhos de Deus.
Bem-aventurados os perseguidos por amor da justiça,
porque deles é o reino dos céus.
ORAÇÃO DEPOIS DA
COMUNHÃO
Senhor, que nos alimentastes com o pão da mesa celeste,
fazei que esta fonte de caridade fortaleça os nossos corações e nos leve a
servir-Vos nos nossos irmãos.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus
convosco na unidade do Espírito Santo.