sábado, 29 de julho de 2017

VENDEU O QUE POSSUÍA PARA COMPRAR AQUELE CAMPO




17. º Domingo do tempo comum – 30 Julho 2017


O Reino de Deus

Existe um evidente contraste entre a riqueza do ensinamento bíblico sobre o “Reino” e a pobreza da ideia que dele têm os cristãos. A imagem do Reino não lembra mais quase nada às nossas mentes. E, mesmo que continuem a persistir algumas expressões no vocabulário eclesial corrente (construção do Reino, vinda do Reino...), parece que perderam o seu dinamismo interior e um conteúdo claro e definido. No entanto, o Reino constitui o objecto primário da pregação de João Baptista e Jesus que iniciam a sua pregação como anúncio de alegria: “Está próximo o Reino de Deus”. A Boa-nova proclamada por Jesus é, em suma, a vinda do Reino. O que nos quer dizer Jesus?

O plano salvífico de Deus
Usando uma expressão altamente significativa para o povo eleito (o Antigo Testamento já esboça a doutrina do Reino!), o Messias quer anunciar a Israel que a longa expectativa já está terminada; as promessas, que constituíam a substância e o fundamento da sua esperança, tornaram-se agora realidade. Mas, ao mesmo tempo, Jesus quer corrigir toda uma mentalidade que se havia sedimentado há séculos na consciência de Israel: o Reino de Deus não consiste na restauração da monarquia davídica, nem numa compensação de tipo nacionalista.
Jesus insere-se na linha dos profetas quando compara o Reino por ele anunciado ao tesouro ou à pérola preciosa (evangelho), diante dos quais tudo o mais é desprovido de valor; quando afirma que a Boa-Nova é anunciada aos pobres e só se chega a esse Reino assumindo as exigências bem precisas que se resumem à palavra: conversão, penitência.
Comparando o Reino com a semente, o grão de mostarda, o lêvedo, Jesus quer dizer que este Reino já está presente, mas ainda longe a sua realização definitiva. Edificar-se-á gradualmente, graças à fidelidade dos discípulos ao mandamento novo do amor sem limites. Trata-se de um Reino que não é deste mundo, embora a sua construção comece aqui. E um Reino universal, aberto a todos, porque é o Reino do Pai, comum a todos os homens.

Reino de Deus e Igreja
O tema do Reino de Deus e da Igreja estão estreitamente ligados, mas não indicam a mesma realidade.
Na perspectiva da sua consumação final, a Igreja coincide verdadeiramente com o Reino; mas, na sua realidade histórica e sociológica na terra, a Igreja é unicamente o terreno privilegiado – e sempre ambíguo, por causa do pecado – em que se edifica lentamente o Reino; esse Reino não está preso a nenhuma realidade sociológica, nem mesmo de carácter religioso; vai sempre além de qualquer realização concreta em que se manifesta.
O Reino de Deus já está presente, como uma semente; mas, é necessário que cresça. Instaurado por Jesus, é certamente a actualização da antiga esperança, mas terá que se edificar progressivamente em toda a face da terra. É papel dos cristãos serem os artífices desta construção, sob o impulso do Espírito; como a Igreja, estão eles, antes de tudo, ao serviço do Reino.
Depois dos primeiros tempos, a Igreja compreendeu que o Reino não é objecto de expectativa passiva; para se tomar a realidade definitiva, cujo penhor se possui, exige o esforço constante e activo de todos. No Reino de Deus, tudo lá está realizado – mas, tudo deve ainda realizar-se –, e realiza-se cada dia com a intervenção conjunta, em Cristo Jesus, de Deus e dos homens.

A Igreja, germe e início do Reino
Até há pouco tempo, o perigo para os cristãos era identificar o Reino de Deus com a Igreja-instituição. Hoje, parece verificar-se o perigo contrário, isto é, o de se esquecer de que a Igreja não se identifica com o Reino; “constitui, na terra, o germe e o início deste Reino”
A evangelização, sensível aos valores humanos actuais, esforça-se por se inserir cada vez mais profundamente na vida, na situação e na cultura humana; mas inclina-se a transferir para um futuro não facilmente previsível o convite à conversão, a pregação da mensagem, a proposta de uma inserção plena na Igreja, por respeito aos tempos de maturação e aos ritmos lentos da conversão. O perigo está numa falsa concepção da missão da Igreja, e na inconsciente tentativa de reduzir a dimensão do cristianismo. Certa catequese, por exemplo, para ser fiel ao homem já não é fiel a Deus, e assim trai a fidelidade radical ao homem, cujo plano coincide com o de Deus.


MISSA

ANTÍFONA DE ENTRADA – Salmo 67, 6-7.36
Deus vive na sua morada santa, Ele prepara uma casa para o pobre.
É a força e o vigor do seu povo.

ORAÇÃO COLECTA
Deus, protector dos que em Vós esperam, sem Vós nada tem valor, nada é santo. Multiplicai sobre nós a vossa misericórdia, para que, conduzidos por Vós, usemos de tal modo os bens temporais que possamos aderir desde já aos bens eternos.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

LEITURA I – 1 Reis 3, 5.7-12

Pediste a sabedoria

O maior tesouro é a sabedoria. A sabedoria é o dom de saber orientar a vida segundo os critérios de Deus. Mas quem tem a peito pedi-la ao Senhor, antes de todos os outros bens como fez Salomão? De tal modo agradou ao Senhor esta primeira preocupação de Salomão que, juntamente com a sabedoria, a única coisa que ele pedira, o Senhor lhe deu tudo o mais.

Leitura do Primeiro Livro dos Reis
“Naqueles dias, o Senhor apareceu em sonhos a Salomão durante a noite e disse-lhe: «Pede o que quiseres». Salomão respondeu: «Senhor, meu Deus, Vós fizestes reinar o vosso servo em lugar do meu pai David e eu sou muito novo e não sei como proceder. Este vosso servo está no meio do povo escolhido, um povo imenso, inumerável, que não se pode contar nem calcular. Dai, portanto, ao vosso servo um coração inteligente, para governar o vosso povo, para saber distinguir o bem do mal; pois, quem poderia governar este vosso povo tão numeroso?». Agradou ao Senhor esta súplica de Salomão e disse-lhe: «Porque foi este o teu pedido, e já que não pediste longa vida, nem riqueza, nem a morte dos teus inimigos, mas sabedoria para praticar a justiça, vou satisfazer o teu desejo. Dou-te um coração sábio e esclarecido, como nunca houve antes de ti nem haverá depois de ti».”
Palavra do Senhor

SALMO RESPONSORIAL – Sal. 118 (119), 57.72.76-77.127-128.129-130
Refrão: Quanto amo, Senhor, a vossa lei! (Repete-se)

Senhor, eu disse: A minha herança
é cumprir as vossas palavras.
Para mim vale mais a lei da vossa boca
do que milhões em ouro e prata. (Refrão)

Console-me a vossa bondade,
segundo a promessa feita ao vosso servo.
Desçam sobre mim as vossas misericórdias e viverei,
porque a vossa lei faz as minhas delícias. (Refrão)

Por isso, eu amo os vossos mandamentos,
mais que o ouro, o ouro mais fino.
Por isso, eu sigo todos os vossos preceitos
e detesto todo o caminho da mentira. (Refrão)

São admiráveis as vossas ordens,
por isso, a minha alma as observa.
A manifestação das vossas palavras ilumina
e dá inteligência aos simples. (Refrão)


LEITURA II – Rom 8, 28-30

Predestinou-nos para sermos conformes à imagem do seu Filho

Deus chamou-nos para nos integrarmos em Cristo. É esse o desígnio que Deus tem sobre nós e que se vai realizando, progressivamente, até chegar à plenitude, a qual só se encontrará na glória celeste. É o que esta leitura quer significar com a sucessiva acção de Deus em nós, pela qual Ele pretende levar-nos a participar plenamente na glória de Cristo.

Leitura da Epístola do apóstolo S. Paulo aos Romanos
“Irmãos: Nós sabemos que Deus concorre em tudo para o bem daqueles que O amam, dos que são chamados, segundo o seu desígnio. Porque os que Ele de antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que Ele seja o Primogénito de muitos irmãos. E àqueles que predestinou, também os chamou; àqueles que chamou, também os justificou; e àqueles que justificou, também os glorificou.”
Palavra do Senhor

ALELUIA – Mt 11, 25
Refrão: Aleluia. (Repete-se)

Bendito sejais, ó Pai, Senhor do céu e da terra,
porque revelastes aos pequeninos
os mistérios do reino. (Refrão)


EVANGELHO – Mt 13, 44-52

Vendeu tudo quanto possuía para comprar aquele campo

Com três parábolas, a do tesouro escondido no campo, a do negociante de pérolas e a da rede lançada ao mar, o Senhor ensina-nos o caminho da sabedoria para encontrar o reino dos Céus, como fará o “escriba bem avisado”, de que também nos fala a leitura.


Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
“Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «O reino dos Céus é semelhante a um tesouro escondido num campo. O homem que o encontrou tornou a escondê-lo e ficou tão contente que foi vender tudo quanto possuía e comprou aquele campo. O reino dos Céus é semelhante a um negociante que procura pérolas preciosas. Ao encontrar uma de grande valor, foi vender tudo quanto possuía e comprou essa pérola. O reino dos Céus é semelhante a uma rede que, lançada ao mar, apanha toda a espécie de peixes. Logo que se enche, puxam-na para a praia e, sentando-se, escolhem os bons para os cestos e o que não presta deitam-no fora. Assim será no fim do mundo: os Anjos sairão a separar os maus do meio dos justos e a lançá-los na fornalha ardente. Aí haverá choro e ranger de dentes. Entendestes tudo isto?» Eles responderam-Lhe: «Entendemos». Disse-lhes então Jesus: «Por isso, todo o escriba instruído sobre o reino dos Céus é semelhante a um pai de família que tira do seu tesouro coisas novas e coisas velhas».”
Palavra da Salvação

ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Aceitai, Senhor, os dons que recebemos da vossa generosidade e trazemos ao vosso altar, e fazei que estes sagrados mistérios, por obra da vossa graça, nos santifiquem na vida presente e nos conduzam às alegrias eternas.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

ANTÍFONA DA COMUNHÃO – Salmo 102, 2
Bendiz, ó minha alma, o Senhor
e não esqueças os seus benefícios.

Ou – Mt 5, 7-8
Bem-aventurados os misericordiosos,
porque alcançarão misericórdia.
Bem-aventurados os puros de coração,
porque verão a Deus.

ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Senhor, que nos destes a graça de participar neste divino sacramento, memorial perene da paixão do vosso Filho, fazei que este dom do seu amor infinito sirva para a nossa salvação.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.



sábado, 22 de julho de 2017

DEIXAI-OS CRESCER AMBOS ATÉ À CEIFA




16º Domingo do tempo comum – 23 Julho 2017


A PACIÊNCIA

Uma tendência natural dos homens é a de dividir a humanidade em duas grandes categorias: os bons de um lado, os maus de outro. Esta tendência existe também no plano religioso. Invocamos bênçãos sobre nós mesmos, sobre a nossa família, a nossa nação; que as maldições caiam sobre os outros, os inimigos, os que se opõem a nós.

A paciência de Deus...
De uma leitura superficial da Bíblia (especialmente dos Salmos) poder-se-ia talvez deduzir a concepção de um Deus impaciente, que queima as “etapas”. Os apelos à vingança são bastante frequentes (1Rs 18,40; Sl 82 e 108). Mas, as passagens mais importantes da Bíblia desmentem essa impressão. Elias, cheio de zelo, compreende, às próprias custas, que Deus não está no furacão ou no terremoto; está na brisa leve, no sopro do vento mais delicado (1 Rs 19,9-13). Tiago e João são censurados por causa do seu desejo de fazer cair raios sobre os samaritanos que não acolhem Jesus (Lc 9,51-55; Mt 26,51). A Escritura é o livro da paciência divina, que sempre adia o castigo do seu povo (Ex 32,7-14). Os profetas falam de cólera de Deus. Mas a cólera não é o último e definitivo momento da manifestação divina: o perdão vence sempre. Deus é rico em graça e fidelidade e está sempre pronto a retirar as suas ameaças, quando Israel volta novamente ao caminho da conversão.
Jesus inaugura o reino dos “últimos tempos”, não como juiz que separa os bons dos maus, mas como pastor universal, vindo antes de tudo para os pecadores. Não exclui ninguém do reino; todos são a ele chamados, todos podem lá entrar. Em todas as actividades da sua vida, Jesus encarna a paciência divina. Nenhum pecado pode cortar irremediavelmente as pontes de comunicação com a força misericordiosa de Deus. A Igreja, corpo de Cristo, tem por missão encarnar entre os homens a paciência de Jesus. Seu papel é revelar ao mundo a verdadeira face do amor. Na terra, o trigo está sempre misturado com o joio, e a linha de demarcação entre um e outro não passa pelas páginas dos registos paroquiais ou pelas fronteiras dos países; está no coração e na consciência de cada homem. Deve-se sempre recordar que a separação entre os bons e os maus só será feita depois da morte.

...de um Deus misericordioso
Não há dúvida de que a ideia que cada um faz de Deus condiciona o seu comportamento diante de Deus (adoração, oração...) e nas suas relações com o próximo. Isto significa que somos levados a fazer das nossas relações com os outros um prolongamento das que temos com Deus. A palavra de Deus faz uma descrição muito clara do conceito e da imagem de Deus. Deus aceita o escândalo do homem limitado e mau, e Cristo parece até mesmo provocá-lo com o seu comportamento, tratando livremente com bons e maus, justos e pecadores. Não anuncia uma comunidade de puros e santos. É paciente com todos e deixa aos pecadores tempo para amadurecer a sua conversão.
Portanto, não nos deve perturbar o escândalo de uma Igreja medíocre, pecadora, comprometida, distante do ideal evangélico de pureza, de santidade, de desapego. Sendo feita de homens e vivendo mergulhada no mundo, a Igreja corre continuamente o risco de se contaminar com o mundo e ver crescer em suas fileiras o joio ao lado do trigo. Alguns cristãos desejariam recorrer aos meios violentos e decisivos: excomungar os membros mais fracos, queimar os hereges, lançar violentamente em face dos cristãos e não-cristãos as exigências do evangelho, com a política do “comigo ou contra mim” ...
O fundamento dessas atitudes está em duas distorções. Uma ideia errada de Deus que seria um Deus ciumento dos homens, pronto a lançar os seus raios; portanto, um Deus avarento, mesquinho, não um Deus Pai misericordioso. É uma falta de confiança em Deus e de esperança, que gera medo e insegurança.

...respeita as etapas de crescimento e amadurecimento
No entanto, o Reino de Deus tolera os maus e os pecadores, porque tem uma inabalável confiança na acção de Deus que sabe esperar a livre decisão do homem. João XXIII escreveu: “A mansidão é a plenitude da força”. Não, pois, uma aceitação passiva dos acontecimentos, nem certo desleixo, mas uma atitude construtiva de tolerância, paciência e respeito pelos tempos e pelas etapas de crescimento, tanto no interior da vida das comunidades como no de cada pessoa, e uma atenção activa aos momentos da graça e aos sinais dos tempos, que surgirão no instante preciso.



MISSA

ANTÍFONA DE ENTRADA – Salmo 53, 6.8
Deus vem em meu auxílio, o Senhor sustenta a minha vida.
De todo o coração Vos oferecerei sacrifícios, cantando a glória do vosso nome.

ORAÇÃO COLECTA
Sede propício, Senhor, aos vossos servos e multiplicai neles os dons da vossa graça, para que, fervorosos na fé, esperança e caridade, perseverem na fiel observância dos vossos mandamentos.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

LEITURA I – Sab 12, 13.16-19

Após o pecado, dais lugar ao arrependimento

Esta leitura é fruto da meditação de um homem sábio ao contemplar como Deus actua em presença dos males que rodeiam os homens, que saem até das mãos deles. Deus não age como os homens; não Se vinga, não Se desilude, não desespera. Deus sabe esperar, dando tempo ao tempo, e inspirando aos homens pecadores caminhos de conversão.

Leitura do Livro da Sabedoria
“Não há Deus, além de Vós, que tenha cuidado de todas as coisas; a ninguém tendes de mostrar que não julgais injustamente. O vosso poder é o princípio da justiça e o vosso domínio soberano torna-Vos indulgente para com todos. Mostrais a vossa força aos que não acreditam na vossa omni­potência e confundis a audácia daqueles que a conhecem. Mas Vós, o Senhor da força, julgais com bondade e governais-nos com muita indulgência, porque sempre podeis usar da força quando quiserdes. Agindo deste modo, ensinastes ao vosso povo que o justo deve ser humano e aos vossos filhos destes a esperança feliz de que, após o pecado, dais lugar ao arrependimento.”
Palavra do Senhor

SALMO RESPONSORIAL – Salmo 85 (86), 5-6.9-10.15-16a (R. 5a)
Refrão: Senhor, sois um Deus clemente e compassivo. (Repete-se)

Vós, Senhor, sois bom e indulgente,
cheio de misericórdia para com todos
os que Vos invocam.
Ouvi, Senhor, a minha oração,
atendei a voz da minha súplica. (Refrão)

Todos os povos que criastes virão adorar-Vos,
Senhor,
e glorificar o vosso nome,
porque Vós sois grande e operais maravilhas,
Vós sois o único Deus. (Refrão)

Senhor, sois um Deus bondoso e compassivo,
paciente e cheio de misericórdia e fidelidade.
Voltai para mim os vossos olhos
e tende piedade de mim. (Refrão)


LEITURA II – Rom 8, 26-27

O Espírito intercede por nós com gemidos inefáveis

A acção de Deus em nós não é espectacular, não se faz sentir de maneira turbulenta e ruidosa; antes é serena, mas profunda e contínua. Deus actua, pelo seu Espírito, no mais íntimo do coração do homem, se este lho abrir e O acolher. Então, o próprio Espírito de Deus ora em nós, como só Ele sabe e pode orar.

Leitura da Epístola do apóstolo S. Paulo aos Romanos
“Irmãos: O Espírito Santo vem em auxílio da nossa fraqueza, porque não sabemos que pedir nas nossas orações; mas o próprio Espírito intercede por nós com gemidos inefáveis. E Aquele que vê no íntimo dos corações conhece as aspirações do Espírito, pois é em conformidade com Deus que o Espírito intercede pelos cristãos.”
Palavra do Senhor

ALELUIA – Mt 11, 25
Refrão: Aleluia. (Repete-se)

Bendito sejais, ó Pai, Senhor do céu e da terra,
porque revelastes aos pequeninos
os mistérios do reino. (Refrão)


EVANGELHO – Mt 13, 24-43

Deixai-os crescer ambos até à ceifa

J O trigo e o joio, o bem e o mal, crescem neste mundo tão entrelaçados, que nunca acabaremos por ser capazes de os separar completamente. Mas, a hora de Deus chegará; justiça será feita, e da maneira mais total e completa. Entretanto, o reino de Deus vai lançando raízes e vai crescendo, sem que o joio o consiga sufocar. Mais uma razão para lhe darmos toda a atenção e a ele nos consagrarmos de alma e coração, com toda a esperança.


Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
“Naquele tempo, Jesus disse às multidões mais esta parábola: «O reino dos Céus pode comparar-se a um homem que semeou boa semente no seu campo. Enquanto todos dormiam, veio o inimigo, semeou joio no meio do trigo e foi-se embora. Quando o trigo cresceu e começou a espigar, apareceu também o joio. Os servos do dono da casa foram dizer-lhe: ‘Senhor, não semeaste boa semente no teu campo? Donde vem então o joio?’. Ele respondeu-lhes: ‘Foi um inimigo que fez isso’. Disseram-lhe os servos: ‘Queres que vamos arrancar o joio?’. ‘Não! – disse ele – não suceda que, ao arrancardes o joio, arranqueis também o trigo. Deixai-os crescer ambos até à ceifa e, na altura da ceifa, direi aos ceifeiros: Apanhai primeiro o joio e atai-o em molhos para queimar; e ao trigo, recolhei-o no meu celeiro’». Jesus disse-lhes outra parábola: «O reino dos Céus pode comparar-se ao grão de mostarda que um homem tomou e semeou no seu campo. Sendo a menor de todas as sementes, depois de crescer, é a maior de todas as plantas da horta e torna-se árvore, de modo que as aves do céu vêm abrigar-se nos seus ramos». Disse-lhes outra parábola: «O reino dos Céus pode comparar-se ao fermento que uma mulher toma e mistura em três medidas de farinha, até ficar tudo levedado». Tudo isto disse Jesus em parábolas, e sem parábolas nada lhes dizia, a fim de se cumprir o que fora anunciado pelo profeta, que disse: «Abrirei a minha boca em parábolas, proclamarei verdades ocultas desde a criação do mundo». Jesus deixou então as multidões e foi para casa. Os discípulos aproximaram-se d’Ele e disseram-Lhe: «Explica-nos a parábola do joio no campo». Jesus respondeu: «Aquele que semeia a boa semente é o Filho do homem e o campo é o mundo. A boa semente são os filhos do reino, o joio são os filhos do Maligno e o inimigo que o semeou é o Diabo. A ceifa é o fim do mundo e os ceifeiros são os Anjos. Como o joio é apanhado e queimado no fogo, assim será no fim do mundo: o Filho do homem enviará os seus Anjos, que tirarão do seu reino todos os escandalosos e todos os que praticam a iniquidade, e hão-de lançá-los na fornalha ardente; aí haverá choro e ranger de dentes. E os justos brilharão como o sol no reino do seu Pai. Quem tem ouvidos, oiça».”
Palavra da Salvação

ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Senhor, que levastes à plenitude os sacrifícios da Antiga Lei no único sacrifício de Cristo, aceitai e santificai esta oblação dos vossos fiéis, como outrora abençoastes a oblação de Abel; e fazei que os dons oferecidos em vossa honra por cada um de nós sirvam para a salvação de todos.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

ANTÍFONA DA COMUNHÃO – Salmo 110, 4-5
O Senhor misericordioso e compassivo instituiu o memorial das suas maravilhas, deu sustento àqueles que O temem.

Ou – Ap 3, 20
Eu estou à porta e chamo, diz o Senhor. Se alguém ouvir a minha voz e Me abrir a porta, entrarei em sua casa, cearei com ele e ele comigo.

ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Protegei, Senhor, o vosso povo que saciastes nestes divinos mistérios e fazei-nos passar da antiga condição do pecado à vida nova da graça.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.



MARIA MADALENA




22 de Julho


Aparecendo Jesus a Maria Madalena no jardim, ela que tanto o amara quando era vivo, viu-O morrer na cruz, procurou-O no sepulcro; e foi a primeira a adorá-l’O depois de ressuscitar dos mortos.

Diante dos Apóstolos foi honrada com a missão do apostolado, para que o alegre anúncio da vida nova chegasse até aos confins da terra.



sábado, 15 de julho de 2017

SAIU O SEMEADOR A SEMEAR




15.º Domingo do tempo comum – 16 Julho 2017


A PALAVRA

“Têm boca e não falam” (Si 113 B, 5). Esta sátira dos “ídolos mudos” acentua, por contraste, um dos traços mais característicos do Deus vivo. Ele fala aos homens. Revela-se não só na linguagem silenciosa da natureza e dos sinais das criaturas; “fala” por suas intervenções históricas de salvação e misericórdia, de apelo e castigo. Fala no Antigo Testamento, através dos profetas, seus mediadores privilegiados e seus porta-vozes. Fala-lhes em sonhos e visões (Nm 16.6); revela-se nas inspirações pessoais (2Rs 3,15); a Moisés fala “face a face” (Nm 12,8).

Palavra que é experiência de vida
No Antigo Testamento, a palavra de Deus é, antes de tudo, um facto, uma experiência: Deus fala directamente a homens privilegiados e por meio deles a todo o seu povo. A centralidade da palavra de Deus no Antigo Testamento prepara o facto do Novo Testamento, que vem transformar o mundo, onde esta palavra – o Verbo – se torna carne. As leituras de hoje convidam-nos a aprofundar o tema da palavra. Na história da Igreja, as épocas sempre acarretaram uma revalorização da escuta e do confronto com a palavra de Deus. É o que está a acontecer hoje. Prova-o o fervor das obras provocadas pelo Concílio, e confirma-o a reforma litúrgica que se esforça por restituir à celebração da palavra o lugar que lhe compete. Hoje, ainda, como no tempo de Jesus, é a palavra que convoca e reúne a Igreja, em torno do Pai, e é no aprofundamento da palavra que os cristãos tomam consciência de ser família de Deus, seu novo povo de homens salvos. É também a atitude perante a palavra (indiferença, recusa, desprezo, acolhimento), que define a nossa posição no Reino de Deus (evangelho).

Indiferença e não-escuta da palavra
À atitude de “não-escuta” ou de rejeição da palavra de Deus no tempo de Jesus, corresponde nos nossos dias a de indiferença e incompreensão por parte do homem moderno. Às vezes, os pastores, os pregadores e missionários de hoje dão a impressão de estar a falar uma língua estrangeira. Os próprios cristãos têm a sensação de que há uma espécie de dissociação entre a sua vida de cada dia e a palavra que lhes é anunciada na assembleia eucarística; esta parece-lhes demasiado ligada a outros tempos, estática e sem impacto sobre a vida real. Será a palavra de Deus que está sendo questionada? Ou será o mundo e o homem moderno que ainda não conseguiram sintonizar essa palavra?

No decorrer dos séculos do cristianismo, a teologia da palavra pôs a tónica quase exclusivamente na proclamação da palavra. A palavra era objecto de uma pregação: um “dado” que deve ser fielmente entregue, transmitido como um depósito precioso. A vida do cristão, a sua experiência quotidiana só era vista como um terreno em que a palavra era posta em prática. A experiência, a vida, a existência concreta não eram vistas como “falando”, nem como reveladoras de novos aspectos e significados da palavra. Deus só falava quando a palavra era proclamada, quando as Escrituras eram lidas e comentadas.

O acontecimento como palavra
De algum tempo para cá vem-se verificando uma mudança na consideração e na compreensão da palavra de Deus. Descobre-se que o Deus da fé fala antes de tudo no acontecimento, isto é, através da história, da vida vivida pelo povo de Deus, empenhado na aventura única dos homens. Na “práxis” pastoral, e sobretudo na catequese, a experiência do homem é assumida cada vez mais completamente, não só como instrumento didáctico ou como suporte psicológico, mas realmente como o lugar privilegiado onde a palavra de Deus se manifesta em toda a sua riqueza e força. Uma catequese entendida como Deus que fala e o homem que escuta, é gradualmente substituída por uma catequese mais encarnada nas situações, mais atenta aos problemas do homem, isto é, mais “antropológica”, que poderemos exprimir do seguinte modo: O homem interroga e Deus responde. Dá-se total inversão de perspectivas, em favor de compreensão mais profunda da palavra de Deus. A mensagem deve iluminar a existência. A experiência não é posta ao serviço da mensagem para ilustrá-la, mas, antes, a mensagem é utilizada para conferir à existência toda a significação que tem na fé. Só assim a palavra é verdadeiramente anunciada, porque só assim incide profundamente na experiência do homem de hoje.



MISSA

ANTÍFONA DE ENTRADA – Salmo 16, 15
Eu venho, Senhor, à vossa presença:
ficarei saciado ao contemplar a vossa glória.

ORAÇÃO COLECTA
Senhor nosso Deus, que mostrais aos errantes a luz da vossa verdade para poderem voltar ao bom caminho, concedei a quantos se declaram cristãos que, rejeitando tudo o que é indigno deste nome, sigam fielmente as exigências da sua fé.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

LEITURA I – Is 55, 10-11

A chuva faz a terra produzir

Na terceira leitura deste domingo, o Senhor vai comparar a palavra de Deus à semente, que é lançada à terra. Mas, desde já, nesta primeira leitura, nos é dito, pela boca do profeta, que a semente da palavra tem em si mesma uma força divina que a torna eficaz, cheia de capacidade para que possa produzir todo o alimento de que o homem necessita para o seu espírito.

Leitura do Livro de Isaías
“Eis o que diz o Senhor: «Assim como a chuva e a neve que descem do céu não voltam para lá sem terem regado a terra, sem a terem fecundado e feito produzir, para que dê a semente ao semeador e o pão para comer, assim a palavra que sai da minha boca não volta sem ter produzido o seu efeito, sem ter cumprido a minha vontade, sem ter realizado a sua missão».”
Palavra do Senhor

SALMO RESPONSORIAL – Salmo 64 (65), 10abcd.10e-11.12-13.14
Refrão: A semente caiu em boa terra e deu muito fruto. (R. Lc 8, 8) (Repete-se)

Visitastes a terra e a regastes,
enchendo-a de fertilidade.
As fontes do céu transbordam em água
e fazeis brotar o trigo. (Refrão)

Assim preparais a terra;
regais os seus sulcos e aplanais as leivas,
Vós a inundais de chuva
e abençoais as sementes. (Refrão)

Coroastes o ano com os vossos benefícios,
por onde passastes brotou a abundância.
Vicejam as pastagens do deserto
e os outeiros vestem-se de festa. (Refrão)

Os prados cobrem-se de rebanhos
e os vales enchem-se de trigo.
Tudo canta e grita de alegria. (Refrão)


LEITURA II – Rom 8, 18-23

As criaturas esperam a revelação dos filhos de Deus

O pecado do homem faz com que toda a criação, de que o homem é a cabeça, participe no estado de escravatura a que ele próprio se reduziu, mas a libertação, que de Deus nos vem por Jesus Cristo, há-de estender-se a todas as criaturas e fazer como que uma nova criação. E assim todos e tudo encontrarão a unidade em Deus, por Jesus Cristo.

Leitura da Epístola do apóstolo S. Paulo aos Romanos
“Irmãos: Eu penso que os sofrimentos do tempo presente não têm comparação com a glória que se há-de manifestar em nós. Na verdade, as criaturas esperam ansiosamente a revelação dos filhos de Deus. Elas estão sujeitas à vã situação do mundo, não por sua vontade, mas por vontade d’Aquele que as submeteu, com a esperança de que as mesmas criaturas sejam também libertadas da corrupção que escraviza, para receberem a gloriosa liberdade dos filhos de Deus. Sabemos que toda a criatura geme ainda agora e sofre as dores da maternidade. E não só ela, mas também nós, que possuímos as primícias do Espírito, gememos interiormente, esperando a adopção filial e a libertação do nosso corpo.”
Palavra do Senhor

ALELUIA – Mt 11, 25
Refrão: Aleluia. (Repete-se)

A semente é a palavra de Deus e o semeador é Cristo.
Quem O encontra viverá eternamente. (Refrão)


EVANGELHO – Mt 13, 1-23

Saiu o semeador a semear

Jesus fala em parábolas. Hoje apresenta a do semeador. A palavra de Deus, fonte de vida, continua a ser semeada sobre a terra imensa dos homens, e produzirá muito fruto, se essa terra for capaz de a receber. A palavra vem a nós em cada celebração litúrgica, na leitura individual da Sagrada Escritura, no eco que dentro de nós se faz ouvir a partir das vezes em que, no passado, a escutámos, desde os tempos, talvez distantes, da catequese ou da família onde crescemos, e até nos acontecimentos da vida e na própria voz da criação. Tudo nos repete a palavra de Deus.


Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
“Naquele dia, Jesus saiu de casa e foi sentar-Se à beira-mar. Reuniu-se à sua volta tão grande multidão que teve de subir para um barco e sentar-Se, enquanto a multidão ficava na margem. Disse muitas coisas em parábolas, nestes termos: «Saiu o semeador a semear. Quando semeava, caíram algumas sementes ao longo do caminho: vieram as aves e comeram-nas. Outras caíram em sítios pedregosos, onde não havia muita terra, e logo nasceram, porque a terra era pouco profunda; mas depois de nascer o sol, queimaram-se e secaram, por não terem raiz. Outras caíram entre espinhos e os espinhos cresceram e afogaram-nas. Outras caíram em boa terra e deram fruto: umas, cem; outras, sessenta; outras, trinta por um. Quem tem ouvidos, oiça». Os discípulos aproximaram-se de Jesus e disseram-Lhe: «Porque lhes falas em parábolas?». Jesus respondeu: «Porque a vós é dado conhecer os mistérios do reino dos Céus, mas a eles não. Pois àquele que tem dar-se-á e terá em abundância; mas àquele que não tem, até o pouco que tem lhe será tirado. É por isso que lhes falo em parábolas, porque vêem sem ver e ouvem sem ouvir nem entender. Neles se cumpre a profecia de Isaías que diz: ‘Ouvindo ouvireis, mas sem compreender; olhando olhareis, mas sem ver. Porque o coração deste povo tornou-se duro: endureceram os seus ouvidos e fecharam os seus olhos, para não acontecer que, vendo com os olhos e ouvindo com os ouvidos e compreendendo com o coração, se convertam e Eu os cure’. Quanto a vós, felizes os vossos olhos porque vêem e os vossos ouvidos porque ouvem! Em verdade vos digo: muitos profetas e justos desejaram ver o que vós vedes e não viram e ouvir o que vós ouvis e não ouviram. Escutai, então, o que significa a parábola do semeador: Quando um homem ouve a palavra do reino e não a compreende, vem o Maligno e arrebata o que foi semeado no seu coração. Este é o que recebeu a semente ao longo do caminho. Aquele que recebeu a semente em sítios pedregosos é o que ouve a palavra e a acolhe de momento com alegria, mas não tem raiz em si mesmo, porque é inconstante, e, ao chegar a tribulação ou a perseguição por causa da palavra, sucumbe logo. Aquele que recebeu a semente entre espinhos é o que ouve a palavra, mas os cuidados deste mundo e a sedução da riqueza sufocam a palavra, que assim não dá fruto. E aquele que recebeu a palavra em boa terra é o que ouve a palavra e a compreende. Esse dá fruto e produz ora cem, ora sessenta, ora trinta por um».”
Palavra da Salvação

ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Olhai, Senhor, para os dons da vossa Igreja em oração e concedei aos fiéis que os vão receber a graça de crescerem na santidade.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

ANTÍFONA DA COMUNHÃO – Salmo 83, 4-5
As aves do céu encontram abrigo e as andorinhas um ninho para os seus filhos, junto dos vossos altares, Senhor dos Exércitos, meu Rei e meu Deus.
Felizes os que moram em vossa casa e a toda a hora cantam os vossos louvores.

Ou – Jo 6, 57
Quem come a minha Carne e bebe o meu Sangue permanece em Mim e Eu nele, diz o Senhor.

ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Senhor, que nos alimentais à vossa mesa santa, humildemente Vos suplicamos: sempre que celebramos estes mistérios, aumentai em nós os frutos da salvação.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.



sábado, 8 de julho de 2017

O MEU JUGO É SUAVE E A MINHA CARGA É LEVE




14º Domingo do tempo comum – 9 Julho 2017


OS SÁBIOS E OS PEQUENINOS

Com a sua palavra e acção, Jesus revela a vontade do Pai, que é instaurar o Reino. Contudo, os sábios e inteligentes não são capazes de perceber a presença do Reino e sua justiça através de Jesus. Ao contrário, os desfavorecidos e os pobres é que conseguem penetrar o sentido dessa actividade de Jesus e continuá-la. Jesus veio tirar a carga pesada que os sábios e inteligentes haviam criado para o povo. Em troca, ele traz novo modo de viver na justiça e na misericórdia: doravante, os pobres serão evangelizados e partirão para evangelizar. A indignação de Jesus pela má vontade de alguns era compensada com a alegria de constatar a aceitação do seu testemunho por parte de outros. Enquanto os pequeninos davam mostras evidentes de estarem a captar o que lhes ia sendo revelado, os sábios e doutos iam em direcção contrária, alimentando contra Jesus um ódio sem limites. Os que se tinham por sábios e doutos eram os mestres da Lei e os fariseus. Os seus conhecimentos a respeito das Escrituras e o seu “modo exemplar” de praticar os mandamentos levavam-nos a considerarem-se superiores aos demais. O seu desprezo por Jesus era evidente. Julgavam-no incapacitado para a tarefa de mestre, por lhe faltar a devida preparação. Era um mestre improvisado e sem gabarito. Logo, merecedor de desprezo. No pólo oposto, estavam os pequeninos. Estes também eram objecto do desprezo por parte dos sábios e entendidos, que os chamavam, pejorativamente, de “gente da terra”. Marginalizados pelas estruturas religiosas, iam em busca de quem os acolhesse e ouviam quem lhes parecia ser o melhor. O encontro com Jesus dava-se nestas circunstâncias de marginalização. E a capacidade de compreender o que lhes era revelado resultava da sua busca sincera e despretensiosa da Palavra de Deus. As suas mentalidades eram menos estruturadas, portanto, suficientemente flexíveis para acolher a revelação que o Pai lhes fazia, por meio do testemunho de Jesus. Esta breve oração de louvor está também, praticamente com as mesmas palavras, no evangelho de Lucas. Ela exprime a intimidade e o conhecimento entre Jesus e o Pai. Esta união entre Jesus e o Pai, e o mútuo conhecimento, que em Mateus só aparece aqui, é um tema dominante no evangelho de João, particularmente nos capítulos 11 e 17. O louvor é a expressão da alegria. O conteúdo da oração exprime uma subversão dos valores tradicionais das sociedades que promovem o individualismo, o sucesso e o enriquecimento. Não são os sábios e entendidos, fechados em si mesmos visando a sua promoção pessoal e seu prestígio, que entenderão a simplicidade e o despojamento vivido no Reino de Deus. Estes sábios e entendidos são os auto-suficientes das elites do judaísmo e os poderosos das cidades. Eles estão bem instalados em seus privilégios e não querem mudanças, rejeitando o anúncio de Jesus. O Reino é o espaço de convívio dos pequeninos, que, conhecedores de seus limites e da sua fragilidade, solidarizam-se com os irmãos no serviço recíproco e empenham-se em comunicar a vida a todos. Assim entram em comunhão de vida eterna com o Pai. Em conclusão à oração, Jesus afirma a união de conhecimento entre ele e o Pai, que é a fonte de sua revelação ao mundo.



MISSA

ANTÍFONA DE ENTRADA – Salmo 47, 10-11
Recordamos, Senhor, a vossa misericórdia no meio do vosso templo.
Toda a terra proclama o louvor do vosso nome, porque sois justo e santo, Senhor nosso Deus.

ORAÇÃO COLECTA
Deus de bondade infinita, que, pela humilhação do vosso Filho, levantastes o mundo decaído, dai aos vossos fiéis uma santa alegria, para que, livres da escravidão do pecado, possam chegar à felicidade eterna.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

LEITURA I – Zac 9, 9-10

Eis o teu Rei que vem ao teu encontro, humildemente...

A humildade e a mansidão são características do reino de Deus, e, antes de mais, do próprio Rei, Cristo Senhor. De facto, a realeza deste reino não se afirma no poder, muito menos na violência, mas na verdade, na justiça, no amor, na paz. A entrada de Jesus em Jerusalém deu realização completa a esta palavra do profeta.

Leitura da Profecia de Zacarias
“Eis o que diz o Senhor: «Exulta de alegria, filha de Sião, solta brados de júbilo, filha de Jerusalém. Eis o teu Rei, justo e salvador, que vem ao teu encontro, humildemente montado num jumentinho, filho duma jumenta. Destruirá os carros de combate de Efraim e os cavalos de guerra de Jerusalém; e será quebrado o arco de guerra. Anunciará a paz às nações: o seu domínio irá de um mar ao outro mar e do Rio até aos confins da terra».”
Palavra do Senhor

SALMO RESPONSORIAL – Salmo 144 (145), 1-2.8-9.10-11.13cd-14

Refrão: Louvarei para sempre o vosso nome,
Senhor, meu Deus e meu Rei. (Repete-se)

Ou: Aleluia. (Repete-se)

Quero exaltar-Vos, meu Deus e meu Rei,
e bendizer o vosso nome para sempre.
Quero bendizer-Vos, dia após dia,
e louvar o vosso nome para sempre. (Refrão)

O Senhor é clemente e compassivo,
paciente e cheio de bondade.
O Senhor é bom para com todos
e a sua misericórdia se estende a todas as criaturas. (Refrão)

Graças Vos dêem, Senhor, todas as criaturas
e bendigam-Vos os vossos fiéis.
Proclamem a glória do vosso reino
e anunciem os vossos feitos gloriosos. (Refrão)

O Senhor é fiel à sua palavra
e perfeito em todas as suas obras.
O Senhor ampara os que vacilam
e levanta todos os oprimidos. (Refrão)


LEITURA II – Rom 8, 9.11-13

Se pelo Espírito fizerdes morrer as obras da carne, vivereis

“Corpo”, que aqui se chama a “simples natureza” e, às vezes, também, a “carne”, significa, neste caso, não uma parte do homem em oposição a “alma”, mas o homem todo, que existe no corpo e por ele se manifesta, enquanto não está ainda sujeito ao Espírito de Deus, princípio da vida nova do homem que vive em Cristo. Quem tem em si a vida do Espírito de Cristo deve praticar as obras próprias de um homem espiritual, como o é o cristão, assim chamado precisamente porque vive animado pelo Espírito de Jesus Cristo.

Leitura da Epístola do apóstolo S. Paulo aos Romanos
“Irmãos: Vós não estais sob o domínio da carne, mas do Espírito, se é que o Espírito de Deus habita em vós. Mas se alguém não tem o Espírito de Cristo, não Lhe pertence. Se o Espírito d’Aquele que ressuscitou Jesus de entre os mortos habita em vós, Ele, que ressuscitou Cristo Jesus de entre os mortos, também dará vida aos vossos corpos mortais, pelo seu Espírito que habita em vós. Assim, irmãos, não somos devedores à carne, para vivermos segundo a carne. Se viverdes segundo a carne, morrereis; mas, se pelo Espírito fizerdes morrer as obras da carne, vivereis.”
Palavra do Senhor

ALELUIA – Mt 11, 25
Refrão: Aleluia. (Repete-se)

Bendito sejais, ó Pai, Senhor do céu e da terra,
porque revelastes aos pequeninos
os mistérios do reino. (Refrão)

EVANGELHO – Mt 11, 25-30

Sou manso e humilde de coração

“Manso” e “humilde” são palavras que caracterizam os que entram no reino de Deus, e estão próximas da ideia expressa também por “pobres de Deus”, aqueles para quem as verdadeiras riquezas são os tesouros daquele reino. Esses tesouros são um mistério, um segredo, que só Jesus conhece, mas que Ele dá a conhecer aos seus. Estes hão-de compreender como é suave a Lei de Deus, caminho que leva à compreensão e posse dos verdadeiros valores da vida vividos em Deus. É a esses que, nas bem-aventuranças, está dito que “hão-de possuir a terra”, a Terra Prometida, como herança.


Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
“Naquele tempo, Jesus exclamou: «Eu Te bendigo, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondeste estas verdades aos sábios e inteligentes e as revelaste aos pequeninos. Sim, Pai, Eu Te bendigo, porque assim foi do teu agrado. Tudo Me foi dado por meu Pai. Ninguém conhece o Filho senão o Pai e ninguém conhece o Pai senão o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar. Vinde a Mim, todos os que andais cansados e oprimidos, e Eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de Mim, que sou manso e humilde de coração, e encontrareis descanso para as vossas almas. Porque o meu jugo é suave e a minha carga é leve».”
Palavra da Salvação

ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Fazei, Senhor,
que a oblação consagrada ao vosso nome nos purifique e nos conduza, dia após dia, a viver mais intensamente a vida da graça.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

ANTÍFONA DA COMUNHÃO – Salmo 33, 9
Saboreai e vede como o Senhor é bom:
feliz o homem que n’Ele se refugia.

Ou – Mt 11, 28
Pai santo, Eu rogo por aqueles que hão-de acreditar em Mim, para que sejam em Nós confirmados na unidade e o mundo acredite que Tu Me enviaste.

ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Senhor, que nos saciastes com estes dons tão excelentes, fazei que alcancemos os benefícios da salvação e nunca cessemos de cantar os vossos louvores.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.



sábado, 1 de julho de 2017

QUEM NÃO TOMA A SUA CRUZ NÃO É DIGNO DE MIM. QUEM VOS RECEBE A MIM RECEBE.




13.º Domingo do tempo comum – 2 Julho 2017


A PRIMEIRA VOCAÇÃO DO CRISTÃO É SEGUIR JESUS

São importantes, mas não absolutos, os laços familiares. Quanto mais a criança cresce para a maturidade e autonomia humanas e espirituais, tanto mais a sua vocação individual, que vem de Deus, se afirma com nitidez e força. Os pais devem respeitar este chamamento e apoiar a resposta dos filhos para o seguir. Hão-de convencer-se de que a primeira vocação do cristão é seguir Jesus: «Quem ama o pai ou a mãe mais do que a Mim, não é digno de Mim; e quem ama o filho ou a filha mais do que a Mim, não é digno de Mim» (Mt 10, 37). Tornar-se discípulo de Jesus é aceitar o convite para pertencer à família de Deus, para viver em conformidade com a sua maneira de viver: «Todo aquele que fizer a vontade do meu Pai que está nos céus é que é meu irmão e minha irmã e minha mãe» (Mt 12, 49). Os pais devem acolher e respeitar, com alegria e acção de graças, o chamamento que o Senhor fizer a um dos seus filhos, para O seguir na virgindade pelo Reino, na vida consagrada ou no ministério sacerdotal.
Pelo Baptismo, o cristão é sacramentalmente assimilado a Jesus que, no seu baptismo, antecipa a sua morte e ressurreição. Deve entrar neste mistério de humilde abatimento e de penitência, descer à água com Jesus, para de lá subir com Ele, renascer da água e do Espírito para se tornar, no Filho, filho-amado do Pai e «viver numa vida nova» (Rm 6, 4): «Sepultemo-nos com Cristo pelo Baptismo, para com Ele ressuscitarmos; desçamos com Ele, para com Ele sermos elevados; tornemos a subir com Ele, para n’Ele sermos glorificados». «Tudo o que se passou com Cristo dá-nos a conhecer que, depois do banho de água, o Espírito Santo desce sobre nós do alto dos céus e, adoptados pela voz do Pai, tornamo-nos filhos de Deus». O Baptismo, cujo sinal original e pleno é a imersão, significa eficazmente a descida ao túmulo, por parte do cristão que morre para o pecado com Cristo, com vista a uma vida nova. «Fomos sepultados com Ele, pelo Baptismo, na sua morte, para que, assim como Cristo ressuscitou dos mortos, pela glória do Pai, também nós vivamos uma vida nova» (Rm 6, 4).
Os crentes que respondem à Palavra de Deus e se tornam membros do Corpo de Cristo, ficam estreitamente unidos a Cristo: «Neste Corpo, a vida de Cristo difunde-se nos crentes, unidos pelos sacramentos, dum modo misterioso e real, a Cristo sofredor e glorificado». Isto verifica-se particularmente no Baptismo, que nos une à morte e ressurreição de Cristo, e na Eucaristia, pela qual, «participando realmente no Corpo de Cristo», somos elevados à comunhão com Ele e entre nós.
O santo Baptismo é o fundamento de toda a vida cristã, o pórtico da vida no Espírito («vitae spiritualis ianua – porta da vida espiritual») e a porta que dá acesso aos outros sacramentos. Pelo Baptismo somos libertos do pecado e regenerados como filhos de Deus; tornamo-nos membros de Cristo e somos incorporados na Igreja e tornados participantes na sua missão. «Baptismus est sacramentum regenerationis per aquam in Verbo – O Baptismo pode definir-se como o sacramento da regeneração pela água e pela Palavra».
Desde o dia de Pentecostes que a Igreja vem celebrando e administrando o santo Baptismo. Com efeito, São Pedro declara à multidão, abalada pela sua pregação: «convertei-vos e peça cada um de vós o Baptismo em nome de Jesus Cristo, para vos serem perdoados os pecados. Recebereis então o dom do Espírito Santo» (Act 2, 38). Os Apóstolos e os seus colaboradores oferecem o Baptismo a quem quer que acredite em Jesus: judeus, pessoas tementes a Deus, pagãos.
O Baptismo aparece sempre ligado à fé: «Acredita no Senhor Jesus e serás salvo juntamente com a tua família», declara São Paulo ao seu carcereiro em Filipos. E a narrativa continua: «o carcereiro […] logo recebeu o Baptismo, juntamente com todos os seus» (Act 16, 31-33).
Segundo o apóstolo São Paulo, pelo Baptismo o crente comunga na morte de Cristo; é sepultado e ressuscita com Ele: «Todos nós, que fomos baptizados em Cristo Jesus, fomos baptizados na sua morte. Fomos sepultados com Ele pelo baptismo na morte, para que, assim como Cristo ressuscitou dos mortos, pela glória do Pai, também nós vivamos uma vida nova» (Rm 6, 3-4). Os baptizados «revestem-se de Cristo». Pelo Espírito Santo, o Baptismo é um banho que purifica, santifica e justifica.
A graça do Espírito Santo tem o poder de nos justificar, isto é, de nos lavar dos nossos pecados e de nos comunicar «a justiça de Deus pela fé em Jesus Cristo» e pelo Baptismo: «Se morremos com Cristo, acreditamos que também com Ele viveremos, sabendo que, uma vez ressuscitado dos mortos, Cristo já não morre; a morte já não tem domínio sobre Ele. Porque, na morte que sofreu, Cristo morreu para o pecado de uma vez para sempre; mas a sua vida é uma vida para Deus. Assim vós também, considerai-vos mortos para o pecado e vivos para Deus, em Cristo Jesus» (Rm 6, 8-11).



MISSA

ANTÍFONA DE ENTRADA – Salmo 46, 2
Louvai o Senhor, povos de toda a terra,
aclamai a Deus com brados de alegria.

ORAÇÃO COLECTA
Senhor, que pela vossa graça nos tornastes filhos da luz,  não permitais que sejamos envolvidos pelas trevas do erro,  mas permaneçamos sempre no esplendor da verdade.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

LEITURA I – 2 Reis 4, 8-11.14-16a

Este é um santo homem de Deus: poderá cá ficar

A hospitalidade é uma das virtudes mais humanas e de grande tradição entre os antigos, como a leitura mostra, certamente porque, na vida da gente desse tempo, os apoios para quem viajava eram muito deficientes; mas ela é também das virtudes mais cristãs. É uma forma excelente de exercer a caridade para com o próximo. Na pessoa do próximo é o próprio Senhor que Se recebe.

Leitura do Segundo Livro dos Reis
“Certo dia, o profeta Eliseu passou por Sunam. Vivia lá uma distinta senhora, que o convidou com insistência a comer em sua casa. A partir de então, sempre que por ali passava, era em sua casa que ia tomar a refeição. A senhora disse ao marido: «Estou convencida de que este homem, que passa frequentemente pela nossa casa, é um santo homem de Deus. Mandemos-lhe fazer no terraço um pequeno quarto com paredes de tijolo, com uma cama, uma mesa, uma cadeira e uma lâmpada. Quando ele vier a nossa casa, poderá lá ficar». Um dia, chegou Eliseu e recolheu-se ao quarto para descansar. Depois perguntou ao seu servo Giezi: «Que podemos fazer por esta senhora?». Giezi respondeu: «Na verdade, ela não tem filhos e o seu marido é de idade avançada». «Chama-a» – disse Eliseu. O servo foi chamá-la e ela apareceu à porta. Disse-lhe o profeta: «No próximo ano, por esta época, terás um filho nos braços».”
Palavra do Senhor

SALMO RESPONSORIAL – Salmo 88 (89), 2-3.16-17.18-19 (R. 2a)
Refrão: Cantarei eternamente as misericórdias do Senhor. (Repete-se)

Ou: Eu canto para sempre a bondade do Senhor. (Repete-se)

Cantarei eternamente as misericórdias do Senhor
e para sempre proclamarei a sua fidelidade.
Vós dissestes:
«A bondade está estabelecida para sempre»,
no céu permanece firme a vossa fidelidade. (Refrão)

Feliz do povo que sabe aclamar-Vos
e caminha, Senhor, à luz do vosso rosto.
Todos os dias aclama o vosso nome
e se gloria com a vossa justiça. (Refrão)

Vós sois a sua força,
com o vosso favor se exalta a nossa valentia.
Do Senhor é o nosso escudo
e do Santo de Israel o nosso rei. (Refrão)

LEITURA II – Rom 6, 3-4.8-11

Sepultados com Cristo pelo Baptismo, vivamos uma vida nova

Esta passagem dá-nos a doutrina fundamental sobre o Baptismo. Ele é o sacramento que nos faz participar no sentido profundo da morte e ressurreição de Cristo. Por isso, o baptizado torna-se membro de Cristo ressuscitado, o que faz com que a sua vida seja uma vida nova para Deus, uma vez que morreu para tudo o que é do pecado.

Leitura da Epístola do apóstolo S. Paulo aos Romanos
“Irmãos: Todos nós que fomos baptizados em Jesus Cristo fomos baptizados na sua morte. Fomos sepultados com Ele pelo Baptismo na sua morte, para que, assim como Cristo ressuscitou dos mortos, pela glória do Pai, também nós vivamos uma vida nova. Se morremos com Cristo, acreditamos que também com Ele viveremos; sabendo que, uma vez ressuscitado dos mortos, Cristo já não pode morrer; a morte já não tem domínio sobre Ele. Porque na morte que sofreu, Cristo morreu para o pecado de uma vez para sempre; mas a sua vida, é uma vida para Deus. Assim, vós também, considerai-vos mortos para o pecado e vivos para Deus, em Cristo Jesus.”
Palavra do Senhor

ALELUIA – 1 Pedro 2, 9
Refrão: Aleluia. (Repete-se)

Vós sois geração eleita, sacerdócio real, nação santa,
para anunciar os louvores de Deus,
que vos chamou das trevas à sua luz admirável. (Refrão)

EVANGELHO – Mt 10, 37-42

Quem não toma a sua cruz não é digno de Mim. Quem vos recebe a Mim recebe

A vida cristã é, ao mesmo tempo, renúncia e conquista, perder e ganhar, como o foi para Jesus, que morreu, dando a vida, mas a ganhou ressuscitando. Esta atitude de não fazer dos seus interesses o primeiro critério de bem manifesta-se particularmente na atenção que se despende em favor dos irmãos, pois sabemos que, acolhendo-os, acolhemos ao Senhor.


Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
“Naquele tempo, disse Jesus aos seus apóstolos: «Quem ama o pai ou a mãe mais do que a Mim, não é digno de Mim; e quem ama o filho ou a filha mais do que a Mim, não é digno de Mim. Quem não toma a sua cruz para Me seguir, não é digno de Mim. Quem encontrar a sua vida há-de perdê-la; e quem perder a sua vida por minha causa, há-de encontrá-la. Quem vos recebe, a Mim recebe; e quem Me recebe, recebe Aquele que Me enviou. Quem recebe um profeta por ele ser profeta, receberá a recompensa de profeta; e quem recebe um justo por ele ser justo, receberá a recompensa de justo. E se alguém der de beber, nem que seja um copo de água fresca, a um destes pequeninos, por ele ser meu discípulo, em verdade vos digo: Não perderá a sua recompensa».”
Palavra da Salvação

ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Senhor nosso Deus, que assegurais a eficácia dos vossos sacramentos, fazei que este serviço divino seja digno dos mistérios que celebramos.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

ANTÍFONA DA COMUNHÃO – Salmo 102, 1
A minha alma louva o Senhor,
todo o meu ser bendiz o seu nome santo.

Ou – Jo 17, 20-21
Pai santo, Eu rogo por aqueles que hão-de acreditar em Mim, para que sejam em Nós confirmados na unidade e o mundo acredite que Tu Me enviaste.

ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Concedei-nos, Senhor, que o Corpo e o Sangue do vosso Filho, oferecidos em sacrifício e recebidos em comunhão, nos dêem a verdadeira vida, para que, unidos convosco em amor eterno, dêmos frutos que permaneçam para sempre.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.