domingo, 27 de março de 2022

O FILHO PRÓDIGO

 


DOMINGO IV da Quaresma – ano C – 27MAR2022

 

MISSA

 

ANTÍFONA DE ENTRADA – Is 66, 10-11

Alegra-te, Jerusalém; rejubilai, todos os seus amigos.

Exultai de alegria, todos vós que participastes no seu luto

e podereis beber e saciar-vos na abundância das suas consolações.

 

ORAÇÃO COLECTA

Deus de misericórdia, que, pelo vosso Filho, realizais admiravelmente a reconciliação do género humano, concedei ao povo cristão fé viva e espírito generoso, a fim de caminhar alegremente para as próximas solenidades pascais.

Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

 

Liturgia da Palavra

 

LEITURA I – Jos 5, 9a.10-12

«Tendo entrado na terra prometida, o povo de Deus celebra a Páscoa»

 

Mais um passo na história da salvação nos é apresentado na primeira leitura deste Quarto Domingo: depois da travessia do deserto, guiado por Moisés (domingo anterior), o povo de Deus entra na Terra Prometida e celebra a Páscoa. É também esta a perspectiva do tempo litúrgico em que nós entrámos: depois dos 40 dias do deserto quaresmal, celebraremos o mistério da Páscoa, na Terra Santa da Igreja de Cristo. O maná, a comida do deserto, cessou de cair, quando o povo de Deus chegou à Terra Prometida, e lá pôde, finalmente, alimentar-se dos frutos daquela nova Terra. Também a Igreja, depois do jejum da Quaresma, comerá da Ceia do Senhor, na Eucaristia da Páscoa. Não se trata apenas de uma comparação, mas de um mistério que todos os anos se renova no meio de nós.

 

Leitura do Livro de Josué

Naqueles dias, disse o Senhor a Josué: «Hoje tirei de vós o opróbrio do Egipto». Os filhos de Israel acamparam em Gálgala e celebraram a Páscoa, no dia catorze do mês, à tarde, na planície de Jericó. No dia seguinte à Páscoa, comeram dos frutos da terra: pães ázimos e espigas assadas nesse mesmo dia. Quando começaram a comer dos frutos da terra, no dia seguinte à Páscoa, cessou o maná. Os filhos de Israel não voltaram a ter o maná, mas, naquele ano, já se alimentaram dos frutos da terra de Canaã.

Palavra do Senhor

 

SALMO RESPONSORIAL – Salmo 33 (34), 2-3.4-5.6-7 (R. 9a)

 

Refrão: Saboreai e vede como o Senhor é bom. (Repete-se)

 

A toda a hora bendirei o Senhor,

o seu louvor estará sempre na minha boca.

A minha alma gloria-se no Senhor:

escutem e alegrem-se os humildes. (Refrão)

 

Enaltecei comigo ao Senhor

e exaltemos juntos o seu nome.

Procurei o Senhor e Ele atendeu-me,

libertou-me de toda a ansiedade. (Refrão)

 

Voltai-vos para Ele e ficareis radiantes,

o vosso rosto não se cobrirá de vergonha.

Este pobre clamou e o Senhor o ouviu,

salvou-o de todas as angústias. (Refrão)

 

 

LEITURA II – 2 Cor 5, 17-21

 

«Por Cristo, Deus reconciliou-nos consigo»

 

A Páscoa celebra o mistério da aliança que Deus fez com os homens, e, porque o homem é pecador, esse mistério é também de reconciliação. Pelo sacrifício de Jesus Cristo, todos os homens são tornados nova criação, uma vez que são reconciliados com Deus, que é o Criador de todas as coisas. Este mistério de reconciliação, realizado, de uma vez para sempre, por Cristo, é-nos agora acessível através da Igreja. A nós pertence, pois, aceitá-lo e deixar-nos reconciliar, cada um de nós, com Deus, por Cristo, por meio da Igreja. O Sacramento da Penitência é o sinal sagrado desta reconciliação. Por meio dele seremos, na Páscoa, novas criaturas.

 

Leitura da Epístola do apóstolo São Paulo aos Coríntios

Irmãos: Se alguém está em Cristo, é uma nova criatura. As coisas antigas passaram; tudo foi renovado. Tudo isto vem de Deus, que por Cristo nos reconciliou consigo e nos confiou o ministério da reconciliação. Na verdade, é Deus que em Cristo reconcilia o mundo consigo, não levando em conta as faltas dos homens e confiando-nos a palavra da reconciliação. Nós somos, portanto, embaixadores de Cristo; é Deus quem vos exorta por nosso intermédio. Nós vos pedimos em nome de Cristo: reconciliai-vos com Deus. A Cristo, que não conhecera o pecado, Deus identificou-O com o pecado por causa de nós, para que em Cristo nos tornemos justiça de Deus.

Palavra do Senhor

 

ACLAMAÇÃO ANTES DO EVANGELHO – Lc 15, 18

 

Refrão: Glória a Vós, Jesus Cristo, Palavra do Pai. (Repete-se)

 

Vou partir, vou ter com meu pai e dizer-lhe:

Pai, pequei contra o Céu e contra ti. (Refrão)

 

EVANGELHO – Lc 15, 1-3.11-32

 

«Este teu irmão estava morto e voltou à vida»

 

Na parábola do filho pródigo está expresso todo o itinerário do pecador, que, pela penitência, regressa à comunhão com Deus. Da morte à vida; é precisamente este o movimento de todo o Mistério Pascal. A parábola põe em relevo sobretudo o amor, paciente e sempre acolhedor, do Pai, de Deus nosso Pai. Por isso, a esta parábola melhor se poderia chamar a parábola do Pai misericordioso.

 

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas

Naquele tempo, os publicanos e os pecadores aproximavam-se todos de Jesus, para O ouvirem. Mas os fariseus e os escribas murmuravam entre si, dizendo: «Este homem acolhe os pecadores e come com eles». Jesus disse-lhes então a seguinte parábola: «Um homem tinha dois filhos. O mais novo disse ao pai: ‘Pai, dá-me a parte da herança que me toca’. O pai repartiu os bens pelos filhos. Alguns dias depois, o filho mais novo, juntando todos os seus haveres, partiu para um país distante e por lá esbanjou quanto possuía, numa vida dissoluta. Tendo gasto tudo, houve uma grande fome naquela região e ele começou a passar privações. Entrou então ao serviço de um dos habitantes daquela terra, que o mandou para os seus campos guardar porcos. Bem desejava ele matar a fome com as alfarrobas que os porcos comiam, mas ninguém lhas dava. Então, caindo em si, disse: ‘Quantos trabalhadores de meu pai têm pão em abundância, e eu aqui a morrer de fome! Vou-me embora, vou ter com meu pai e dizer-lhe: Pai, pequei contra o Céu e contra ti. Já não mereço ser chamado teu filho, mas trata-me como um dos teus trabalhadores’. Pôs-se a caminho e foi ter com o pai. Ainda ele estava longe, quando o pai o viu: encheu-se de compaixão e correu a lançar-se-lhe ao pescoço, cobrindo-o de beijos. Disse-lhe o filho: ‘Pai, pequei contra o Céu e contra ti. Já não mereço ser chamado teu filho’. Mas o pai disse aos servos: ‘Trazei depressa a melhor túnica e vesti-lha. Ponde-lhe um anel no dedo e sandálias nos pés. Trazei o vitelo gordo e matai-o. Comamos e festejemos, porque este meu filho estava morto e voltou à vida, estava perdido e foi reencontrado’. E começou a festa. Ora o filho mais velho estava no campo. Quando regressou, ao aproximar-se da casa, ouviu a música e as danças. Chamou um dos servos e perguntou-lhe o que era aquilo. O servo respondeu-lhe: ‘O teu irmão voltou e teu pai mandou matar o vitelo gordo, porque ele chegou são e salvo’. Ele ficou ressentido e não queria entrar. Então o pai veio cá fora instar com ele. Mas ele respondeu ao pai: ‘Há tantos anos que eu te sirvo, sem nunca transgredir uma ordem tua, e nunca me deste um cabrito para fazer uma festa com os meus amigos. E agora, quando chegou esse teu filho, que consumiu os teus bens com mulheres de má vida, mataste-lhe o vitelo gordo’. Disse-lhe o pai: ‘Filho, tu estás sempre comigo e tudo o que é meu é teu. Mas tínhamos de fazer uma festa e alegrar-nos, porque este teu irmão estava morto e voltou à vida, estava perdido e foi reencontrado’».

Palavra da salvação.

 

ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS

 

Ao apresentarmos com alegria estes dons de vida eterna, humildemente Vos pedimos, Senhor, a graça de os celebrar com verdadeira fé e de os oferecer dignamente pela salvação do mundo.

Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

 

ANTÍFONA DA COMUNHÃO – Lc 15, 32

 

Alegra-te, meu filho, porque o teu irmão estava morto e voltou à vida, estava perdido e foi encontrado.

 

ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO

Senhor nosso Deus, luz de todo o homem que vem a este mundo, iluminai os nossos corações com o esplendor da vossa graça, para que pensemos sempre no que Vos é agradável e Vos amemos de todo o coração.

Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

 

 


domingo, 20 de março de 2022

SE NÃO VOS ARREPENDERDES, MORREREIS DO MESMO MODO

DOMINGO III da Quaresma – ano C – 20MAR2022 

MISSA

 

ANTÍFONA DE ENTRADA – Salmo 24, 15-16

Os meus olhos estão voltados para o Senhor,

porque Ele livra os meus pés da armadilha.

Olhai para mim, Senhor, e tende compaixão

porque estou só e desamparado.

 

ORAÇÃO COLECTA

Deus, Pai de misericórdia e fonte de toda a bondade, que nos fizestes encontrar no jejum, na oração e no amor fraterno os remédios do pecado, olhai benigno para a confissão da nossa humildade, de modo que, abatidos pela consciência da culpa, sejamos confortados pela vossa misericórdia.

Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

 

Liturgia da Palavra

 

LEITURA I – Ex 3, 1-8a.13-15

«O que Se chama ‘Eu sou’ enviou-me a vós»

 

Continuando a apresentar, nesta subida quaresmal a caminho da Páscoa, certos momentos mais significativos da história da salvação, a primeira leitura deste domingo, em seguimento da dos domingos anteriores, dá-nos a célebre revelação de Deus a Moisés, a revelação do seu Nome, que define, tanto quanto isso é possível, Quem é Deus. Ao mesmo tempo, e na continuação dessa revelação, Deus chama Moisés e envia-o como instrumento de salvação para o seu povo escravizado no Egipto. Moisés será o chefe desse povo, o seu condutor através do deserto, e, como tal, figura de Cristo, o verdadeiro Pastor, guia e salvador do seu povo.

 

Leitura do Livro do Êxodo

Naqueles dias, Moisés apascentava o rebanho de Jetro, seu sogro, sacerdote de Madiã. Ao levar o rebanho para além do deserto, chegou ao monte de Deus, o Horeb. Apareceu-lhe então o Anjo do Senhor numa chama ardente, do meio de uma sarça. Moisés olhou para a sarça, que estava a arder, e viu que a sarça não se consumia. Então disse Moisés: «Vou aproximar-me, para ver tão assombroso espectáculo: por que motivo não se consome a sarça?». O Senhor viu que ele se aproximava para ver. Então Deus chamou-o do meio da sarça: «Moisés, Moisés!». Ele respondeu: «Aqui estou!» Continuou o Senhor: «Não te aproximes. Tira as sandálias dos pés, porque o lugar que pisas é terra sagrada». E acrescentou: «Eu sou o Deus de teus pais, Deus de Abraão, Deus de Isaac e Deus de Jacob». Então Moisés cobriu o rosto, com receio de olhar para Deus. Disse-lhe o Senhor: «Eu vi a situação miserável do meu povo no Egipto; escutei o seu clamor provocado pelos opressores. Conheço, pois, as suas angústias. Desci para o libertar das mãos dos egípcios e o levar deste país para uma terra boa e espaçosa, onde corre leite e mel». Moisés disse a Deus: «Vou procurar os filhos de Israel e dizer-lhes: ‘O Deus de vossos pais enviou-me a vós’. Mas se me perguntarem qual é o seu nome, que hei-de responder-lhes?». Disse Deus a Moisés: «Eu sou ‘Aquele que sou’». E prosseguiu: «Assim falarás aos filhos de Israel: O que Se chama ‘Eu sou’ enviou-me a vós». Deus disse ainda a Moisés: «Assim falarás aos filhos de Israel: ‘O Senhor, Deus de vossos pais, Deus de Abraão, Deus de Isaac e Deus de Jacob, enviou-me a vós. Este é o meu nome para sempre, assim Me invocareis de geração em geração’».

Palavra do Senhor

 

SALMO RESPONSORIAL – Salmo 102 (103), 1-4.6-8.11 (R. 8a)

 

Refrão: O Senhor é clemente e cheio de compaixão (Repete-se)

 

Bendiz, ó minha alma, o Senhor

e todo o meu ser bendiga o seu nome santo.

Bendiz, ó minha alma, o Senhor

e não esqueças nenhum dos seus benefícios. (Refrão)

 

Ele perdoa todos os teus pecados

e cura as tuas enfermidades.

Salva da morte a tua vida

e coroa-te de graça e misericórdia. (Refrão)

 

O Senhor faz justiça

e defende o direito de todos os oprimidos.

Revelou a Moisés os seus caminhos

e aos filhos de Israel os seus prodígios. (Refrão)

 

O Senhor é clemente e compassivo,

paciente e cheio de bondade.

Como a distância da terra aos céus,

assim é grande a sua misericórdia

para os que O temem. (Refrão)

 

 

LEITURA II – 1 Cor 10, 1-6.10-12

 

«A vida do povo com Moisés no deserto foi escrita para nos servir de exemplo»

 

É o próprio Apóstolo que nos ensina a ler o Antigo Testamento: este anuncia as realidades do Novo Testamento, e serve, ao mesmo tempo, de exemplo e de guia ao povo da Nova Aliança, que já chegou “aos últimos tempos”, os tempos do Senhor Jesus Cristo, mas que ainda peregrina no deserto deste mundo a caminho da Terra Prometida. Não venha a suceder-nos a nós o que a muitos deles aconteceu: terem ficado pelo caminho.

 

Leitura da Epístola do apóstolo São Paulo aos Coríntios

Irmãos: Não quero que ignoreis que os nossos pais estiveram todos debaixo da nuvem, passaram todos através do mar e na nuvem e no mar, receberam todos o baptismo de Moisés. Todos comeram o mesmo alimento espiritual e todos beberam a mesma bebida espiritual. Bebiam de um rochedo espiritual que os acompanhava: esse rochedo era Cristo. Mas a maioria deles não agradou a Deus, pois caíram mortos no deserto. Esses factos aconteceram para nos servir de exemplo, a fim de não cobiçarmos o mal, como eles cobiçaram. Não murmureis, como alguns deles murmuraram, tendo perecido às mãos do Anjo exterminador. Tudo isto lhes sucedia para servir de exemplo e foi escrito para nos advertir, a nós que chegámos ao fim dos tempos. Portanto, quem julga estar de pé tome cuidado para não cair.

Palavra do Senhor

 

ACLAMAÇÃO ANTES DO EVANGELHO – Mt 4, 17

 

Refrão: Louvor e glória a Vós, Jesus Cristo, Senhor. (Repete-se)

 

Arrependei-vos, diz o Senhor;

está próximo o reino dos Céus. (Refrão)

 

EVANGELHO – Lc 13, 1-9

 

«Se não vos arrependerdes, morrereis do mesmo modo»

 

A primeira mensagem da Boa Nova que Jesus nos traz é o anúncio da aproximação do reino dos Céus, e consequentemente o convite a acolhê-lo com o coração voltado para ele e afastado do que lhe é contrário. Esta atitude é assim uma conversão, um regresso dos caminhos do pecado, uma atitude de arrependimento em relação ao passado, uma atitude penitencial. E esta atitude do coração é fundamental na Quaresma.

 

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas

Naquele tempo, vieram contar a Jesus que Pilatos mandara derramar o sangue de certos galileus, juntamente com o das vítimas que imolavam. Jesus respondeu-lhes: «Julgais que, por terem sofrido tal castigo, esses galileus eram mais pecadores do que todos os outros galileus? Eu digo-vos que não. E se não vos arrependerdes, morrereis todos do mesmo modo. E aqueles dezoito homens, que a torre de Siloé, ao cair, atingiu e matou? Julgais que eram mais culpados do que todos os outros habitantes de Jerusalém? Eu digo-vos que não. E se não vos arrependerdes, morrereis todos de modo semelhante. Jesus disse então a seguinte parábola: «Certo homem tinha uma figueira plantada na sua vinha. Foi procurar os frutos que nela houvesse, mas não os encontrou. Disse então ao vinhateiro: ‘Há três anos que venho procurar frutos nesta figueira e não os encontro. Deves cortá-la. Porque há-de estar ela a ocupar inutilmente a terra?’. Mas o vinhateiro respondeu-lhe: ‘Senhor, deixa-a ficar ainda este ano, que eu, entretanto, vou cavar-lhe em volta e deitar-lhe adubo. Talvez venha a dar frutos. Se não der, mandá-la-ás cortar no próximo ano».

Palavra da salvação.

 

ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS

 

Concedei, Senhor, por este sacrifício, que, ao pedirmos o perdão dos nossos pecados, perdoemos também aos nossos irmãos.

Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

 

ANTÍFONA DA COMUNHÃO – Salmo 83, 4-5

 

As aves do céu encontram abrigo e as andorinhas um ninho para os seus filhos, junto dos vossos altares, Senhor dos Exércitos, meu Rei e meu Deus. Felizes os que moram em vossa casa e a toda a hora cantam os vossos louvores.

 

ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO

Recebemos, Senhor nosso Deus, o penhor da glória eterna e, vivendo ainda na terra, fomos saciados com o pão do Céu. Nós Vos pedimos humildemente a graça de manifestar na vida o que celebramos neste sacramento.

Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

 

  

domingo, 13 de março de 2022

ENQUANTO ORAVA, ALTEROU-SE O ASPECTO DO SEU ROSTO

 

 

DOMINGO II da Quaresma – ano C – 13MAR2022 

MISSA

 

ANTÍFONA DE ENTRADA – Salmo 26, 8-9

Diz-me o coração: «Procurai a face do Senhor».

A vossa face, Senhor, eu procuro;

não escondais de mim o vosso rosto.

 

ORAÇÃO COLECTA

Deus de infinita bondade, que nos mandais ouvir o vosso amado Filho, fortalecei-nos com o alimento interior da vossa palavra, de modo que, purificado o nosso olhar espiritual, possamos alegrar-nos um dia na visão da vossa glória.

Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

 

Liturgia da Palavra

 

LEITURA I – Gen 15, 5-12.17-18

«Deus estabelece a aliança com Abraão»

 

Toda a história da salvação, desde o princípio até ao fim dos tempos, não é outra coisa senão o estabelecimento de uma aliança entre Deus e os homens, aliança que é oferta gratuita de Deus e que há-de ser aceitação humilde e agradecida da parte do homem. Mas há momentos mais significativos no estabelecimento desta aliança. Um deles, que é o seu ponto de partida mais explícito, é o da Aliança com Abraão, o crente por excelência, que, pela fé, se entrega totalmente à palavra de Deus. Nesta leitura, a aliança é significada por meio de um antigo rito: os animais oferecidos e esquartejados são o gesto do homem e o fogo que passa pelo meio deles é sinal da presença de Deus. Assim, de aliança em aliança, nos encaminhamos para a celebração da nova e eterna aliança na Páscoa do Senhor.

 

Leitura do Livro do Génesis

Naqueles dias, Deus levou Abrão para fora de casa e disse-lhe: «Olha para o céu e conta as estrelas, se as puderes contar». E acrescentou: «Assim será a tua descendência». Abraão acreditou no Senhor, o que lhe foi atribuído como justiça. Disse-lhe Deus: «Eu sou o Senhor que te mandou sair de Ur dos caldeus, para te dar a posse desta terra». Abraão perguntou: «Senhor, meu Deus, como saberei que a vou possuir?». O Senhor respondeu-lhe: «Toma uma vitela de três anos, uma cabra de três anos e um carneiro de três anos, uma rola e um pombinho». Abraão foi buscar todos esses animais, cortou-os ao meio e pôs cada metade em frente da outra metade; mas não cortou as aves. Os abutres desceram sobre os cadáveres, mas Abraão pô-los em fuga. Ao pôr do sol, apoderou-se de Abraão um sono profundo, enquanto o assaltava um grande e escuro terror. Quando o sol desapareceu e caíram as trevas, um brasido fumegante e um archote de fogo passaram entre os animais cortados. Nesse dia, o Senhor estabeleceu com Abraão uma aliança, dizendo: «Aos teus descendentes darei esta terra, desde o rio do Egipto até ao grande rio Eufrates».

Palavra do Senhor

 

SALMO RESPONSORIAL – Salmo 26 (27), 1.7-8.9abc.13-14 (R. 1a)

 

Refrão: O Senhor é a minha luz

e a minha salvação. (Repete-se)

 

O Senhor é minha luz e salvação:

a quem hei-de temer?

O Senhor é protector da minha vida:

de quem hei-de ter medo? (Refrão)

 

Ouvi, Senhor, a voz da minha súplica,

tende compaixão de mim e atendei-me.

Diz-me o coração: «Procurai a sua face».

A vossa face, Senhor, eu procuro. (Refrão)

 

Não escondais de mim o vosso rosto,

nem afasteis com ira o vosso servo.

Não me rejeiteis nem me abandoneis,

meu Deus e meu Salvador. (Refrão)

 

Espero vir a contemplar a bondade do Senhor

na terra dos vivos.

Confia no Senhor, sê forte.

Tem coragem e confia no Senhor. (Refrão)

 

 

LEITURA II – Filip 3, 17 – 4,1

 

«Cristo nos transformará à imagem do seu corpo glorioso»

 

Cristo glorioso é o termo de toda a história humana, o objecto da esperança de toda a nossa vida e a meta para onde se orienta o nosso itinerário quaresmal. Ao tempo da ascese difícil e dolorosa na subida, que acompanha a vida que vivemos neste corpo mortal, responde a vida gloriosa, que já se manifesta no Corpo do Senhor transfigurado. Mas o caminho e a porta da glória passa pela Cruz.

 

Leitura da Epístola do apóstolo São Paulo aos Filipenses

Irmãos: Sede meus imitadores e ponde os olhos naqueles que procedem segundo o modelo que tendes em nós. Porque há muitos, de quem tenho falado várias vezes e agora falo a chorar, que procedem como inimigos da cruz de Cristo. O fim deles é a perdição: têm por deus o ventre, orgulham-se da sua vergonha e só apreciam as coisas terrenas. Mas a nossa pátria está nos Céus, donde esperamos, como Salvador, o Senhor Jesus Cristo, que transformará o nosso corpo miserável, para o tornar semelhante ao seu corpo glorioso, pelo poder que Ele tem de sujeitar a Si todo o universo. Portanto, meus amados e queridos irmãos, minha alegria e minha coroa, permanecei firmes no Senhor.

Palavra do Senhor

 

ACLAMAÇÃO ANTES DO EVANGELHO – Mt 4, 4b

 

Refrão: Grandes e admiráveis são as vossas obras, Senhor. (Repete-se)

 

No meio da nuvem luminosa, ouviu-se a voz do Pai:

«Este é o meu Filho muito amado: escutai-O». (Refrão)

 

EVANGELHO – Lc 9, 28b-36

 

«Enquanto orava, alterou-se o aspecto do seu rosto»

 

A Transfiguração aparece todos os anos no Segundo Domingo da Quaresma, como anúncio da Ressurreição, de modo que, ao longo deste tempo de preparação pascal, estejamos bem conscientes de que o termo, para onde caminhamos, é Jesus ressuscitado. A Transfiguração, lida neste Domingo depois do Domingo da Tentação, faz com ela uma espécie de preâmbulo, antes de chegarmos à parte central da Quaresma. Mortificação e glorificação, tentação e glória, morte e ressurreição, são de facto, a síntese do mistério pascal que vamos celebrar.

 

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas

Naquele tempo, Jesus tomou consigo Pedro, João e Tiago e subiu ao monte, para orar. Enquanto orava, alterou-se o aspecto do seu rosto e as suas vestes ficaram de uma brancura refulgente. Dois homens falavam com Ele: eram Moisés e Elias, que, tendo aparecido em glória, falavam da morte de Jesus, que ia consumar-se em Jerusalém. Pedro e os companheiros estavam a cair de sono; mas, despertando, viram a glória de Jesus e os dois homens que estavam com Ele. Quando estes se iam afastando, Pedro disse a Jesus: «Mestre, como é bom estarmos aqui! Façamos três tendas: uma para Ti, outra para Moisés e outra para Elias». Não sabia o que estava a dizer. Enquanto assim falava, veio uma nuvem que os cobriu com a sua sombra; e eles ficaram cheios de medo, ao entrarem na nuvem. Da nuvem saiu uma voz, que dizia: «Este é o meu Filho, o meu Eleito: escutai-O». Quando a voz se fez ouvir, Jesus ficou sozinho. Os discípulos guardaram silêncio e, naqueles dias, a ninguém contaram nada do que tinham visto.

Palavra da salvação.

 

ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS

 

Esta oblação, Senhor, lave os nossos pecados e santifique o corpo e o espírito dos vossos fiéis, para celebrarmos dignamente as festas pascais.

Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

 

ANTÍFONA DA COMUNHÃO – Mt 17, 5

 

Este é o meu Filho muito amado,

no qual pus as minhas complacências.

Escutai-O.

 

ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO

Alimentados nestes gloriosos mistérios, nós Vos damos graças, Senhor, porque, vivendo ainda na terra, nos fazeis participantes dos bens do Céu.

Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.