DOMINGO II da QUARESMA – ano B – 28FEV2021
MISSA |
ANTÍFONA
DE ENTRADA – Salmo 26, 8-9
Diz-me
o coração: «Procurai a face do Senhor».
A
vossa face, Senhor, eu procuro;
não
escondais de mim o vosso rosto.
ORAÇÃO
COLECTA
Deus de infinita bondade, que nos mandais ouvir o vosso amado
Filho, fortalecei-nos com o alimento interior da vossa palavra, de modo que,
purificado o nosso olhar espiritual, possamos alegrar-nos um dia na visão da
vossa glória.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na
unidade do Espírito Santo.
Liturgia
da Palavra |
LEITURA
I – Gen 22, 1-2.9a.10-13.15-18
«O sacrifício do nosso Patriarca Abraão»
Depois
da história de Noé, no domingo passado, lemos hoje a história de Abraão e do
sacrifício de seu filho Isaac, sobre o monte Moriá. Mas Deus nunca quis
sacrifícios humanos. Abraão demonstrou a sua vontade de completa obediência a
Deus e recuperou o seu filho, vivo, que assim se tornou uma figura de Cristo na
sua ressurreição.
Leitura do Livro do Génesis
Naqueles dias, Deus quis pôr à prova Abraão e chamou-o: «Abraão!».
Ele respondeu: «Aqui estou». Deus disse: «Toma o teu filho, o teu único filho,
a quem tanto amas, Isaac, e vai à terra de Moriá, onde o oferecerás em
holocausto, num dos montes que Eu te indicar. Quando chegaram ao local
designado por Deus, Abraão levantou um altar e colocou a lenha sobre ele.
Depois, estendendo a mão, puxou do cutelo para degolar o filho. Mas o Anjo do
Senhor gritou-lhe do alto do Céu: «Abraão, Abraão!». «Aqui estou, Senhor»,
respondeu ele. O Anjo prosseguiu: «Não levantes a mão contra o menino, não lhe
faças mal algum. Agora sei que na verdade temes a Deus, uma vez que não Me
recusaste o teu filho, o teu filho único». Abraão ergueu os olhos e viu atrás
de si um carneiro, preso pelos chifres num silvado. Foi buscá-lo e ofereceu-o
em holocausto, em vez do filho. O Anjo do Senhor chamou Abraão do Céu pela
segunda vez e disse-lhe: «Por Mim próprio te juro – oráculo do Senhor – já que assim
procedeste e não Me recusaste o teu filho, o teu filho único, abençoar-te-ei e
multiplicarei a tua descendência como as estrelas do céu e como a areia das
praias do mar, e a tua descendência conquistará as portas das cidades inimigas.
Porque obedeceste à minha voz, na tua descendência serão abençoadas todas as
nações da terra».
Palavra do
Senhor
Salmo
115 (116), 10 e 15. 16-17.18-19 (R. Salmo 114 (115), 9)
Refrão: Andarei na presença do Senhor
sobre
a terra dos vivos. (Repete-se)
Confiei
no Senhor, mesmo quando disse:
«Sou
um homem de todo infeliz».
É
preciosa aos olhos do Senhor
a
morte dos seus fiéis. (Refrão)
Senhor,
sou vosso servo, filho da vossa serva:
quebrastes
as minhas cadeias.
Oferecer-Vos-ei
um sacrifício de louvor,
invocando,
Senhor, o vosso nome. (Refrão)
Cumprirei
as minhas promessas ao Senhor
na
presença de todo o povo,
nos
átrios da casa do Senhor,
dentro
dos teus muros, Jerusalém. (Refrão)
LEITURA
II – Rom 8, 31b-34
«Deus
não poupou o seu próprio Filho»
Esta
leitura mostra como Jesus realiza até ao fim a figura de Isaac, anunciada na
leitura anterior, e como o amor de Abraão é imagem do amor infinito de Deus
pelos homens. Deus, que não quis que Abraão Lhe oferecesse o filho em
sacrifício, permitiu que o seu muito amado filho Jesus fosse sacrificado, em
expiação dos nossos pecados. De facto, toda a história da salvação atinge o seu
ponto mais alto em Nosso Senhor Jesus Cristo.
Leitura da Epístola do apóstolo São Paulo aos Romanos
Irmãos: Se Deus está por nós, quem estará contra nós? Deus, que não
poupou o seu próprio Filho, mas O entregou à morte por todos nós, como não
havia de nos dar, com Ele, todas as coisas? Quem acusará os eleitos de Deus, se
Deus os justifica? E quem os condenará, se Cristo morreu e, mais ainda,
ressuscitou, está à direita de Deus e intercede por nós?
Palavra do
Senhor
ACLAMAÇÃO
ANTES DO EVANGELHO – Mt 4, 4b
Refrão: Louvor a Vós, Jesus
Cristo, Rei da eterna glória. (Repete-se)
No meio da nuvem
luminosa, ouviu-se a voz do Pai:
«Este é o meu Filho
muito amado: escutai-O». (Refrão)
EVANGELHO
– Mc 9, 2-10
«Este
é o meu Filho muito amado»
A Transfiguração, lida neste Domingo, depois de, no Domingo
anterior, ter sido escutada a tentação, faz com ela, como que num grande painel
de duas alas, uma espécie de grande abertura da Quaresma: mortificação e
glorificação, tentação e glória, morte e ressurreição; são elas, de facto, a
síntese do Mistério Pascal que vamos celebrar na Páscoa. Jesus vive em Si o
mistério que a sua Igreja agora celebra, e que ela viverá até à sua própria
Transfiguração.
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Marcos
Naquele tempo, Jesus tomou consigo Pedro, Tiago e João e subiu só
com eles para um lugar retirado num alto monte e transfigurou-Se diante deles.
As suas vestes tornaram-se resplandecentes, de tal brancura que nenhum
lavadeiro sobre a terra as poderia assim branquear. Apareceram-lhes Moisés e
Elias, conversando com Jesus. Pedro tomou a palavra e disse a Jesus: «Mestre,
como é bom estarmos aqui! Façamos três tendas: uma para Ti, outra para Moisés,
outra para Elias». Não sabia o que dizia, pois estavam atemorizados. Veio então
uma nuvem que os cobriu com a sua sombra e da nuvem fez-se ouvir uma voz: «Este
é o meu Filho muito amado: escutai-O». De repente, olhando em redor, não viram
mais ninguém, a não ser Jesus, sozinho com eles. Ao descerem do monte, Jesus
ordenou-lhes que não contassem a ninguém o que tinham visto, enquanto o Filho
do homem não ressuscitasse dos mortos. Eles guardaram a recomendação, mas
perguntavam entre si o que seria ressuscitar dos mortos.
Palavra da salvação.
MEDITAÇÃO
TRANSFIGUROU-SE
DIANTE DELES
A vida e acção de
Jesus não terminam na sua morte. A transfiguração é sinal da Ressurreição: a
sociedade não conseguirá deter a pessoa e a actividade de Jesus, que irão
continuar através de seus discípulos. A voz de Deus mostra que, daqui por
diante, Jesus é a única autoridade. Todos os que ouvem o convite de Deus e
seguem a Jesus até ao fim, começam desde já a participar da sua vitória final,
quando ressuscitarão com ele. A transfiguração é a segunda das três grandes
revelações que marcam a luta sofrida, mas vitoriosa do reino de Deus na pessoa
de Jesus. No baptismo fora visto o preâmbulo divino. A paixão e a ressurreição
serão o acabamento. Agora é o momento da revelação aos discípulos: em Jesus,
Messias sofredor e vitorioso. Deus manifesta a sua glória e o seu poder de
salvação. A transfiguração é uma exortação viva para que escutemos Jesus quando
fala dos seus sofrimentos e da sua morte (e quando estes se renovam em cada um
de nós e na Igreja), sem deixar de reconhecê-lo como Messias definitivo, como o
Servo fiel de Deus. A incompreensão dos discípulos antes da ressurreição
continua profunda. A Igreja e os discípulos antes da ressurreição continuam
profundas. A Igreja e os discípulos são chamados a “encarnar-se” no mundo, a
estarem presentes nas suas estruturas, mas somente para transformá-lo,
aceitando morrer ao sucesso terreno e a qualquer forma de auto-segurança. A sua
vitória aparecerá somente quando, abatidos pela morte, vão ressurgir num mundo
que eles mesmos ajudaram a transformar. Os evangelhos sinópticos narram o
anúncio de Jesus aos discípulos sobre os sofrimentos e a morte que o esperam em
Jerusalém. A seguir relatam a transfiguração de Jesus, como prenúncio da sua
ressurreição. Eles seguem a tradição do Antigo Testamento, segundo a qual pelo
sofrimento purificador atinge-se a glória. Na narrativa, em estilo apocalíptico,
Moisés, representando a Lei, e Elias, representando o profetismo, vão ao
encontro de Jesus no alto da montanha. A voz celeste confirma Jesus como o
Filho de Deus. Jesus, na sua humanidade e divindade, vem para comunicar, já, a
sua vida eterna a todos. Esta narrativa da transfiguração é feita, também, por
Mateus e Lucas, inserida entre o fim ministério de Jesus na Galileia e o início
de sua caminhada para Jerusalém. Jesus já falara aos discípulos sobre as
provações que ele previa que aconteceriam em Jerusalém. Ele procurava
esclarecer os discípulos que viam em Jesus um messias restaurador da glória e
do poder que a tradição atribuía à antiga Israel. A Transfiguração revela a
dimensão gloriosa da humanidade de Jesus, participante da vida divina, na qual
é abrangida toda a humanidade. O sofrimento e a morte são passageiros. Os
discípulos não o entendem logo. Somente após a crucifixão e a ressurreição,
percebem o sentido da continuidade da permanência de Jesus entre eles.
ORAÇÃO
SOBRE AS OBLATAS
Esta oblação, Senhor, lave os nossos pecados e santifique o corpo
e o espírito dos vossos fiéis, para celebrarmos dignamente as festas pascais.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na
unidade do Espírito Santo.
ANTÍFONA
DA COMUNHÃO – Mt 17, 5
Este
é o meu Filho muito amado,
no
qual pus as minhas complacências.
Escutai-O.
ORAÇÃO
DEPOIS DA COMUNHÃO
Alimentados nestes gloriosos
mistérios, nós Vos damos graças, Senhor, porque, vivendo ainda na terra, nos
fazeis participantes dos bens do Céu.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na
unidade do Espírito Santo.