Cafarnaum
DOMINGO III DO TEMPO COMUM – ano A – 26JAN2020
A ESPERANÇA COMEÇA NA GALILEIA
Jesus começa sua actividade na Galileia,
região distante do centro económico, político e religioso do seu país. A
esperança da salvação inicia-se justamente numa região da qual nada se espera.
A pregação de Jesus tem a mesma radicalidade que a de João Batista: é preciso
total mudança de vida, porque o Reino do Céu está próximo. O chamamento dos
primeiros discípulos é um convite aberto a todos os que ouvem as palavras de
Jesus. Simão e André deixam a profissão; Tiago e João deixam a família...
Seguir a Jesus implica deixar as seguranças que possam impedir o compromisso
com uma acção transformadora. Depois de ter ido ao encontro de João para ser baptizado,
Jesus volta para a sua terra de origem, a Galileia, após um tempo de
permanência na Judeia. Mateus escreve para comunidades de cristãos oriundos do
judaísmo. A sua intenção teológica é mostrar-lhes que as suas antigas
esperanças tradicionais se realizam em Jesus e, para isto, recorre com frequência
a citações do Antigo Testamento, que estariam a ser cumpridas em Jesus. Isaías,
no texto citado por Mateus no seu evangelho (cf. primeira leitura), menciona a “Galileia
dos gentios”. É nesta região que Jesus desenvolve o seu ministério, com uma
abrangência universal, dirigindo-se às multidões tanto desta Galileia como dos
territórios vizinhos gentílicos. Tendo deixado a sua cidade de origem, Nazaré,
Jesus vai morar em Cafarnaum, às margens do Mar da Galileia. E começa o seu
ministério, com o mesmo anúncio de João Baptista: “Convertei-vos, pois o Reino
de Deus está próximo” (Mt 3,2). É o baptismo da conversão à justiça para
remover o pecado do mundo. Jesus revela que este é o caminho da comunhão com
Deus, na sua vida divina e eterna. Enquanto João escolhera o deserto como
espaço para o seu anúncio, Jesus orienta o seu ministério para as regiões
habitadas da Galileia e das regiões gentílicas vizinhas. Às margens do Mar da Galileia,
Jesus encontra aqueles que serão os seus primeiros discípulos. As narrativas de
vocação dos discípulos é feita pelos evangelistas de maneira sumária, em poucas
linhas. Contudo, o seguimento de Jesus pelos seus discípulos se efectiva num
processo de conhecimento e diálogo, amadurecido durante um tempo conveniente.
Os evangelistas, com os seus textos, procuram resgatar a humanidade de Jesus.
Contudo, anteriormente a eles, Paulo limita sua pregação ao binómio: morte na
cruz e ressurreição de Jesus. A partir deste enfoque, ele desenvolve a sua
edificante pregação ética e moral para as suas comunidades (segunda leitura).
MISSA
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ANTÍFONA DE
ENTRADA – Salmo 95, 1.6
Cantai ao Senhor um cântico novo,
cantai ao Senhor, terra inteira.
Glória e poder na sua presença,
esplendor e majestade no seu templo.
ORAÇÃO COLECTA
Deus todo-poderoso e eterno,
dirigi a nossa vida segundo a vossa vontade,
para que mereçamos produzir abundantes frutos de
boas obras,
em nome de Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
Liturgia da Palavra
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LEITURA I – Is 8,
23b – 9, 3 (9, 1-4)
«Na Galileia dos gentios o povo viu uma grande
luz»
No Evangelho deste dia, cita-se esta passagem de Isaías
que hoje serve de primeira leitura. Refere-se ela à Galileia, terra de Zabulão
e de Neftali, a província mais ao norte de Israel. O profeta anuncia-lhe hoje
melhores dias, depois do tempo de exílio. As trevas do momento presente
transformar-se-ão em luz e a alegria reinará de novo depois da humilhação. A
profecia terá um dia a sua realização perfeita, quando Jesus por aí começar o
seu ministério público, como o Evangelho de hoje irá proclamar.
Leitura
do Livro de Isaías
Assim
como no tempo passado foi humilhada a terra de Zabulão e de Neftali, também no
futuro será coberto de glória o caminho do mar, o Além do Jordão, a Galileia
dos gentios. O povo que andava nas trevas viu uma grande luz; para aqueles que
habitavam nas sombras da morte uma luz se levantou. Multiplicastes a sua
alegria, aumentastes o seu contentamento. Rejubilam na vossa presença, como os
que se alegram no tempo da colheita, como exultam os que repartem despojos. Vós
quebrastes, como no dia de Madiã, o jugo que pesava sobre o povo, o madeiro que
ele tinha sobre os ombros e o bastão do opressor.
Palavra do Senhor
SALMO RESPONSORIAL
– Salmo 26 (27), 1.4.13-14 (R. 1a)
Refrão: O Senhor é minha
luz e salvação. (Repete-se)
O Senhor é minha luz e salvação:
a quem hei-de temer?
O Senhor é protector da minha vida:
de quem hei-de ter medo? (Refrão)
Uma coisa peço ao Senhor, por ela anseio:
habitar na casa do Senhor
todos os dias da minha vida,
para gozar da suavidade do Senhor
e visitar o seu santuário. (Refrão)
Espero vir a contemplar a bondade do Senhor
na terra dos vivos.
Confia no Senhor, sê forte.
Tem confiança e confia no Senhor. (Refrão)
LEITURA II – 1 Cor 1, 10-13.17
«Falai todos a
mesma linguagem e não haja divisões»
O Apóstolo insurge-se contra as divisões que separam os
membros da Igreja de Corinto, divisões que, no caso concreto, assentam até em
partidarismos religiosos. E apela para as razões profundas da unidade dos
cristãos: Cristo, crucificado por todos; e só Ele e mais ninguém. Os
mensageiros do Evangelho são apenas instrumentos d’Ele junto dos irmãos.
Leitura
da Epístola do apóstolo São Paulo aos Coríntios
Irmãos:
Rogo-vos, pelo nome de Nosso Senhor Jesus Cristo, que faleis todos a mesma
linguagem e que não haja divisões entre vós, permanecendo bem unidos, no mesmo
pensar e no mesmo agir. Eu soube, meus irmãos, pela gente de Cloé, que há
divisões entre vós, que há entre vós quem diga: «Eu sou de Paulo», «eu de
Apolo», «eu de Pedro», «eu de Cristo». Estará Cristo dividido? Porventura Paulo
foi crucificado por vós? Foi em nome de Paulo que recebestes o Baptismo? Na
verdade, Cristo não me enviou para baptizar, mas para anunciar o Evangelho;
não, porém, com sabedoria de palavras, a fim de não desvirtuar a cruz de
Cristo.
Palavra do Senhor
ALELUIA – Mt 4, 23
Refrão: Aleluia. (Repete-se)
Jesus proclamava o Evangelho do reino
e curava todas as doenças entre o povo. (Refrão)
EVANGELHO – Mt 4,
12-23
«Foi para
Cafarnaum, a fim de se cumprir o que anunciara o profeta Isaías»
A Galileia vai ser o campo da primeira
parte do ministério público de Jesus. É então que essa província há-de
presenciar a “grande luz” de que falava a primeira leitura. Ele é a luz; foi
assim mesmo que um dia Jesus Se apresentou. E essa luz começou a iluminar,
quando Jesus começou a pregar e a chamar os primeiros discípulos. Essa sua luz
nunca mais se extinguirá: hoje ainda, e até ao fim, Ele continua a anunciar o
reino de Deus e a chamar para ele todos os homens. Assim, a Galileia dos pagãos
chegará a tornar-se, um dia, na Galileia da Ressurreição: “Lá Me vereis”, dirá
o Senhor ressuscitado.
Evangelho
de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
Quando
Jesus ouviu dizer que João Baptista fora preso, retirou-Se para a Galileia.
Deixou Nazaré e foi habitar em Cafarnaum, terra à beira-mar, no território de
Zabulão e Neftali. Assim se cumpria o que o profeta Isaías anunciara, ao dizer:
«Terra de Zabulão e terra de Neftali, estrada do mar, além do Jordão, Galileia
dos gentios: o povo que vivia nas trevas viu uma grande luz; para aqueles que
habitavam na sombria região da morte, uma luz se levantou». Desde então, Jesus
começou a pregar: «Arrependei-vos, porque está próximo o reino dos Céus».
Caminhando ao longo do mar da Galileia, viu dois irmãos: Simão, chamado Pedro,
e seu irmão André, que lançavam as redes ao mar, pois eram pescadores.
Disse-lhes Jesus: «Vinde e segui-Me e farei de vós pescadores de homens». Eles
deixaram logo as redes e seguiram-n’O. Um pouco mais adiante, viu outros dois
irmãos: Tiago, filho de Zebedeu, e seu irmão João, que estavam no barco, na
companhia de seu pai Zebedeu, a consertar as redes. Jesus chamou-os e eles,
deixando o barco e o pai, seguiram-n’O. Depois começou a percorrer toda a
Galileia, ensinando nas sinagogas, proclamando o Evangelho do reino e curando
todas as doenças e enfermidades entre o povo.
Palavra da Salvação
ORAÇÃO SOBRE AS
OBLATAS
Aceitai benignamente, e santificai Senhor, os nossos dons, a fim de que
se tornem para nós fonte de salvação.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na
unidade do Espírito Santo.
ANTÍFONA DA
COMUNHÃO – Salmo 33, 6
Voltai-vos para o Senhor e sereis iluminados,
o vosso rosto não será confundido.
ORAÇÃO DEPOIS DA
COMUNHÃO
Deus omnipotente, nós Vos pedimos que, tendo sido
vivificados pela vossa graça, nos alegremos sempre nestes dons sagrados.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus
convosco na unidade do Espírito Santo.