domingo, 28 de novembro de 2021

A VOSSA LIBERTAÇÃO ESTÁ PRÓXIMA

 

DOMINGO I DO ADVENTO – ano B – 28NOV2021

 

MISSA

 ANTÍFONA DE ENTRADA – Salmo 24, 1-3

Para Vós, Senhor, elevo a minha alma.

Meu Deus, em Vós confio.

Não seja confundido nem de mim escarneçam os inimigos.

Não serão confundidos os que esperam em Vós.

 

ORAÇÃO COLECTA

Despertai, Senhor, nos vossos fiéis a vontade firme de se prepararem, pela prática das boas obras, para ir ao encontro de Cristo, de modo que, chamados um dia à sua direita, mereçam alcançar o reino dos Céus.

Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

 

Liturgia da Palavra

 

LEITURA I – Jer 33, 14-16

«Farei germinar para David um rebento de justiça»

 

Toda a história da salvação é testemunho da fidelidade de Deus à Aliança, que, em sua misericórdia, Ele quis fazer com os homens, para os levar até à participação da sua vida divina. Essa Aliança tem o seu momento culminante em Jesus Cristo; mas a promessa de Deus vem de longe. Os profetas, como aquele donde é tirada hoje esta leitura, anunciam o futuro Messias com os nomes de “Rebento”, “Gérmen”, nomes que apontam para Alguém que irá aparecer como rebento novo saído de um tronco já envelhecido. Esse “Rebento” viria a ser Jesus, descendente do tronco real de David. É também com esta promessa diante dos olhos que damos entrada no Tempo do Advento, na expectativa do Senhor que vem.

 

Leitura do Livro de Jeremias

Eis o que diz o Senhor: «Dias virão, em que cumprirei a promessa que fiz à casa de Israel e à casa de Judá: Naqueles dias, naquele tempo, farei germinar para David um rebento de justiça que exercerá o direito e a justiça na terra. Naqueles dias, o reino de Judá será salvo e Jerusalém viverá em segurança. Este é o nome que chamarão à cidade: ‘O Senhor é a nossa justiça’».

Palavra do Senhor

 

SALMO RESPONSORIAL – Salmo 24 (25), 4bc-5ab.8-9.10.14 (R.1b)

 

Refrão: Para Vós, Senhor, elevo a minha alma. (Repete-se)

 

Mostrai-me, Senhor, os vossos caminhos,

ensinai-me as vossas veredas.

Guiai-me na vossa verdade e ensinai-me,

porque Vós sois Deus, meu Salvador. (Refrão)

 

O Senhor é bom e recto,

ensina o caminho aos pecadores.

Orienta os humildes na justiça

e dá-lhes a conhecer os seus caminhos. (Refrão)

 

Os caminhos do Senhor são misericórdia e fidelidade

para os que guardam a sua aliança e os seus preceitos.

O Senhor trata com familiaridade os que O temem

e dá-lhes a conhecer a sua aliança. (Refrão)

 

LEITURA II – 1 Tes 3, 12 – 4, 2

 

«O Senhor confirme os vossos corações no dia de Cristo»

 

A Igreja vive na expectativa da vinda do Senhor. “Eu vou preparar-vos um lugar”, disse Jesus ao sair deste mundo. E de novo Ele um dia virá, e vem já na presença constante com que está no meio de nós. A espiritualidade da vida cristã nasce toda da consciência desta presença e dessa expectativa, e manifesta-se na esperança com que, todos os dias, caminhamos ao seu encontro. Viver na expectativa da vinda do Senhor é caminhar constantemente ao encontro do Senhor.

 

Leitura da Primeira Epístola do apóstolo São Paulo aos Tessalonicenses

Irmãos: O Senhor vos faça crescer e abundar na caridade uns para com os outros e para com todos, tal como nós a temos tido para convosco. O Senhor confirme os vossos corações numa santidade irrepreensível, diante de Deus, nosso Pai, no dia da vinda de Jesus, nosso Senhor, com todos os santos. Finalmente, irmãos, eis o que vos pedimos e recomendamos no Senhor Jesus: recebestes de nós instruções sobre o modo como deveis proceder para agradar a Deus e assim estais procedendo; mas deveis progredir ainda mais. Conheceis bem as normas que vos demos da parte do Senhor Jesus.

Palavra do Senhor

 

ALELUIA – Mc 11, 9.10

 

Refrão: Aleluia (Repete-se)

 

Mostrai-nos, Senhor, a vossa misericórdia

e dai-nos a vossa salvação. (Refrão)

 

EVANGELHO – Lc 21, 25-28.34-36

 

«A vossa libertação está próxima»

 

A vinda do Senhor, a sua última vinda, ou talvez melhor, o último momento da vinda que Ele inaugurou quando Se fez homem e veio habitar no meio de nós, é, de novo, proclamada nesta leitura. E com que solenidade! E com que exigências! Mas, no fundo, será esse o momento supremo da nossa libertação, porque o Senhor, que vem, vem como Salvador. O Advento é o tempo particularmente consagrado a viver nesta expectativa.

 

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Haverá sinais no sol, na lua e nas estrelas e, na terra, angústia entre as nações, aterradas com o rugido e a agitação do mar. Os homens morrerão de pavor, na expectativa do que vai suceder ao universo, pois as forças celestes serão abaladas. Então, hão-de ver o Filho do homem vir numa nuvem, com grande poder e glória. Quando estas coisas começarem a acontecer, erguei-vos e levantai a cabeça, porque a vossa libertação está próxima. Tende cuidado convosco, não suceda que os vossos corações se tornem pesados pela intemperança, a embriaguez e as preocupações da vida, e esse dia não vos surpreenda subitamente como uma armadilha, pois ele atingirá todos os que habitam a face da terra. Portanto, vigiai e orai em todo o tempo, para que possais livrar-vos de tudo o que vai acontecer e comparecer diante do Filho do homem».

Palavra da salvação.

 

MEDITAÇÃO

 

 

VIGIAI E ORAI

 

A queda de Jerusalém manifesta e antecipa o julgamento com que Deus acompanha toda a história, e que se consumará no fim dos tempos. O Filho do Homem é Jesus que, pela sua morte e ressurreição, testemunhadas pelos discípulos, irá reunir todo o povo de Deus (Dn 7,13-14). A tarefa urgente do discípulo é testemunhar sem esmorecer, continuando a acção de Jesus. A espera da plena manifestação de Jesus e do mundo novo, por ele prometido, impede que o discípulo se instale na situação presente; e por outro lado, evita que o discípulo desanime, achando que o projecto de Jesus é difícil, distante e inviável. O grande perigo das pessoas em relação à escatologia é a dissipação do coração. Os atractivos e prazeres da vida, a acumulação exagerada de bens materiais, a liberação dos instintos egoístas são todos elementos que corrompem o coração humano, impedindo-o de se preparar para o encontro com o Senhor. Jesus recomenda vigilância e oração como as formas melhores de nos colocarmos em clima de espera. Vigiar é ser capaz de detectar tudo quanto possa desviar a nossa atenção do fim almejado, acabando por nos afastar dos caminhos de Deus. São muitas as formas com que o mau espírito procura actuar, para alcançar o seu fim. Quem dormita acaba caindo na armadilha para apanhar os incautos. Só os vigilantes conseguem safar-se das investidas do maligno. A oração, por sua vez, coloca-nos em contínua ligação com Deus, de quem recebemos luz e força para permanecer em pé, vigilante à espera do Senhor. Ela predispõe-nos para escutar os apelos divinos e deixar-nos guiar por eles. Sensibiliza-nos para realizar o projecto de Deus. Mantém-nos sempre atentos à prática do bem, como faz o Pai em benefício da humanidade. Portanto, perseverar na espera requer uma atitude de atenção à história e de comunhão profunda com Deus. O “discurso escatológico” é concluído com o incitamento à vigilância e à oração. Vigilância e oração são duas atitudes fundamentais na vivência no Reino de Deus, na comunidade e na missão. A inserção no Reino, pela fé, supõe a perseverança. Porém, “cuidado...”, muitas são as seduções procurando afastar o discípulo de sua opção primeira. O mercado, que gera lucros fabulosos para os donos do poder, seduz as pessoas prometendo-lhes enriquecimento e oferecendo-lhes sofisticados produtos para o consumo. O empenho em usufruir da sociedade de mercado escraviza, torna o coração pesado e individualista, devido a preocupação com o gozo e o sucesso pessoal. Portanto, “cuidado... ficai atentos e orai a todo o momento”. Vigiar é cuidar de preservar sua liberdade e estar atento às necessidades dos pobres e dos oprimidos, procurando libertá-los das estruturas e dos mecanismos de dominação que os exploram. A oração contínua é a oração do coração, a oração do compromisso, a oração em comunidade. A oração é estar em presença de Deus, identificando-se com sua vontade e buscando luzes e forças para a realizar.

 

 

ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS

 

Aceitai, Senhor, estes dons que recebemos da vossa bondade e fazei que os sagrados mistérios que celebramos no tempo presente sejam para nós penhor de salvação eterna.

Por Nosso Senhor, Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

 

ANTÍFONA DA COMUNHÃO – Salmo 84, 13

O Senhor nos dará todos os bens

e a nossa terra produzirá o seu fruto.

 

ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO

Fazei frutificar em nós, Senhor, os mistérios que celebramos, pelos quais, durante a nossa vida na terra, nos ensinais a amar os bens do Céu e a viver para os valores eternos.

Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo

 

 


domingo, 21 de novembro de 2021

A REALEZA DE JESUS

 

 


DOMINGO XXXIV DO TEMPO COMUM – ano B – 21NOV2021

 

MISSA

 

ANTÍFONA DE ENTRADA – Ap 5, 12; 1, 6

O Cordeiro que foi imolado é digno de receber o poder

e a riqueza, a sabedoria, a honra e o louvor.

Glória ao Senhor pelos séculos dos séculos.

 

ORAÇÃO COLECTA

Deus eterno e omnipotente, que no vosso amado Filho, Rei do universo, quisestes instaurar todas as coisas, concedei propício que todas as criaturas, libertas da escravidão, sirvam a vossa majestade e Vos glorifiquem eternamente.

Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

 

Liturgia da Palavra

 

LEITURA I – Dan 7, 13-14

«O seu poder é eterno»

 

O “Filho de homem” de que fala o profeta é a maneira de falar que Jesus depois adoptou, aplicando-a a Si mesmo. Este “Filho de homem” que recebe de Deus um reino eterno é Jesus, que, pela oblação de Si mesmo ao Pai na Cruz, mereceu a glória da ressurreição, e assim Se tornou o “Primogénito de entre os mortos”, Cabeça de toda a humanidade por Ele remida, Senhor de todo o Universo, sentado à direita do Pai.

 

Leitura da Profecia de Daniel

Contemplava eu as visões da noite, quando, sobre as nuvens do céu, veio alguém semelhante a um filho do homem. Dirigiu-Se para o Ancião venerável e conduziram-no à sua presença. Foi-lhe entregue o poder, a honra e a realeza, e todos os povos, nações e línguas O serviram. O seu poder é eterno, não passará jamais, e o seu reino não será destruído.

Palavra do Senhor

 

SALMO RESPONSORIAL – Salmo 92 (93), 1ab.1c-2.5 (R. 1a)

 

Refrão: O Senhor é rei num trono de luz. (Repete-se)

 

O Senhor é rei,

revestiu-Se de majestade,

revestiu-Se e cingiu-Se de poder. (Refrão)

 

Firmou o universo, que não vacilará.

É firme o vosso trono desde sempre,

Vós existis desde toda a eternidade. (Refrão)

 

Os vossos testemunhos são dignos de toda a fé,

a santidade habita na vossa casa

por todo o sempre. (Refrão)

 

LEITURA II – Ap 1, 5-8

 

«O Príncipe dos reis da terra fez de nós um reino de sacerdotes para Deus»

 

O Apocalipse de S. João, escrito em tempo de perseguição, proclama, para além da opressão e da morte infligida à Igreja, o triunfo pascal de Jesus, o Crucificado, mas agora Ressuscitado. Ele é Rei e Sacerdote diante de Deus. E os membros do seu povo, que é o seu Corpo místico, são, com Ele e n’Ele, reis e sacerdotes; são um povo real e sacerdotal; assim os fez o Baptismo.

 

Leitura do Apocalipse

Jesus Cristo é a Testemunha fiel, o Primogénito dos mortos, o Príncipe dos reis da terra. Àquele que nos ama e pelo seu sangue nos libertou do pecado e fez de nós um reino de sacerdotes para Deus seu Pai, a Ele a glória e o poder pelos séculos dos séculos. Amen. Ei-l’O que vem entre as nuvens, e todos os olhos O verão, mesmo aqueles que O trespassaram; e por sua causa hão-de lamentar-se todas as tribos da terra. Sim. Ámen. «Eu sou o Alfa e o Ómega», diz o Senhor Deus, «Aquele que é, que era e que há-de vir, o Senhor do Universo».

Palavra do Senhor

 

ALELUIA – Mc 11, 9.10

 

Refrão: Aleluia (Repete-se)

 

Bendito o que vem em nome do Senhor,
bendito o reino do nosso pai David. (Refrão)

 

EVANGELHO – Jo 18, 33b-37

 

«É como dizes: sou Rei»

 

No tribunal judaico do Sinédrio, Jesus tinha aplicado a Si o título de “Filho do homem”, referido pelo profeta Daniel na primeira leitura. Agora, no tribunal romano diante de Pilatos, confirma o título de Rei, que os seus inimigos citam contra Ele como motivo de condenação. Mas, só os que são da verdade podem compreender o que diz a sua voz.

 

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo S. João

Naquele tempo, disse Pilatos a Jesus: «Tu és o Rei dos Judeus?». Jesus respondeu-lhe: «É por ti que o dizes, ou foram outros que to disseram de Mim?». Disse-Lhe Pilatos: «Porventura eu sou judeu? O teu povo e os sumos sacerdotes é que Te entregaram a mim. Que fizeste?». Jesus respondeu: «O meu reino não é deste mundo. Se o meu reino fosse deste mundo, os meus guardas lutariam para que Eu não fosse entregue aos judeus. Mas o meu reino não é daqui». Disse-Lhe Pilatos: «Então, Tu és Rei?». Jesus respondeu-lhe: «É como dizes: sou Rei. Para isso nasci e vim ao mundo, a fim de dar testemunho da verdade. Todo aquele que é da verdade escuta a minha voz».

Palavra da salvação.

 

MEDITAÇÃO

 

 

NOSSO SENHOR JESUS CRISTO, REI DO UNIVERSO

 

Jesus confirma que é rei. A Sua realeza, porém, não é semelhante à dos poderosos deste mundo. Estes exploram e oprimem o povo, enganando-o com um sistema de ideias, para esconder a sua acção. É o mundo da mentira. Jesus, ao contrário, é o Rei que dá a vida, trazendo aos homens o conhecimento do verdadeiro Deus e do verdadeiro homem. Seu reino é o reino da verdade, onde a exploração dá lugar à partilha, e a opressão dá lugar à fraternidade. O messianismo, que surge a partir do exílio da Babilónia, tem origem na figura de David. A tradição de Israel apresenta-o como um rei glorioso que fundou um pequeno império ao dominar os povos vizinhos. Neste contexto, foi criada uma teologia imperial davídica, fortalecida pela profecia da aliança de Deus com David, à semelhança do poder religioso dos faraós, que se apresentavam como filhos do deus dinástico Amon-Rá. A partir do exílio na Babilónia, tendo desaparecido a sucessão de reis da dinastia davídica, os judeus, israelitas remanescentes na Judeia, permaneceram sob o domínio de impérios sucessivos. Muitos passaram, então, a aspirar pelo aparecimento de um “ungido”, o messias ou cristo, que seria um rei que com poder e glória restauraria o esplendor que a tradição atribuía ao antigo reino de Judá. No tempo de Jesus, sob o Império Romano, a expectativa messiânica era diversificada e intensa. Os próprios discípulos de Jesus que vieram do judaísmo participavam desta expectativa, que perdurou mesmo após sua morte, assumindo a forma de messianismo celestial. Jesus, com sua marcante liderança popular, foi confundido com o messias davídico. Daí se origina a atribuição do título de rei a ele, o que se evidencia, também, neste diálogo com Pilatos. A afirmação: “Meu reino não é deste mundo”, isto é, desta ordem de coisas, significa que ser rei dos judeus é próprio da ordem deste mundo. Jesus não pertence a esta ordem. Ele fala no Reino de Deus como o reino de “meu Pai”. Ao falar em “meu reino”, ele se situa como cidadão desse reino. A nova comunidade é o Reino de Deus, e seu carácter é o amor que se concretiza no serviço, e não a coroa real, seja na terra, seja no céu. Ao dizer: “Se o meu reino fosse deste mundo, os meus guardas lutariam para que eu não fosse entregue aos judeus”, Jesus coloca-se do lado dos gentios. “Tu dizes que eu sou rei”, isto é, quem o diz é Pilatos. “Eu nasci e vim ao mundo para isto: para dar testemunho da verdade”. E a verdade é a paternidade de Deus, a fraternidade entre homens e mulheres em torno de Jesus, na comunhão de amor. A condição terrena de Jesus é a imagem de sua condição celestial: “Quem me vê, vê o Pai”. “Deus é amor e quem permanece no amor permanece em Deus, e Deus nele”. Jesus é a expressão desse amor na simplicidade da condição humana, na fraternidade e no serviço, o que o desqualifica para ser rei tanto na terra como no céu.

 

 

ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS

 

Aceitai, Senhor, este sacrifício da reconciliação humana e, pelos méritos de Cristo vosso Filho, concedei a todos os povos o dom da unidade e da paz.

Por Nosso Senhor, Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

 

ANTÍFONA DA COMUNHÃO – Salmo 28, 10-11

O Senhor está sentado como Rei eterno;

O Senhor abençoará o seu povo na paz.

 

ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO

Senhor, que nos alimentastes com o pão da imortalidade, fazei que, obedecendo com santa alegria aos mandamentos de Cristo, Rei do universo, mereçamos viver para sempre com Ele no reino celeste.

Ele que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

 

 

domingo, 14 de novembro de 2021

REUNIRÁ OS SEUS ELEITOS DOS QUATRO PONTOS CARDEAIS

 

DOMINGO XXXIII DO TEMPO COMUM – ano B – 14NOV2021 

MISSA

 

ANTÍFONA DE ENTRADA – Jer 29, 11.12.14

Os meus pensamentos são de paz

e não de desgraça, diz o Senhor.

Invocar-Me-eis e atenderei o vosso clamor,

e farei regressar os vossos cativos

de todos os lugares da terra.

 

ORAÇÃO COLECTA

Senhor nosso Deus, concedei-nos a graça de encontrar sempre a alegria no vosso serviço, porque é uma felicidade duradoira e profunda ser fiel ao autor de todos os bens.

Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

 

Liturgia da Palavra

 

LEITURA I – Dan 12, 1-3

«Nesse tempo virá a salvação para o teu povo»

 

Em tempo de grande perseguição religiosa sofrida pelo povo de Deus no fim do Antigo Testamento, o profeta aponta a ressurreição futura como o destino último dos que estavam sendo vítimas da perseguição. A última palavra haveria de ser não a da morte, mas a da vida, como algum tempo depois se manifestou claramente na ressurreição de Cristo. Ao chegarmos quase ao fim do ano litúrgico, surge no horizonte a luz da glória da vida eterna para além da morte.

 

Leitura da Profecia de Daniel

Naquele tempo, surgirá Miguel, o grande chefe dos Anjos, que protege os filhos do teu povo. Será um tempo de angústia, como não terá havido até então, desde que existem nações. Mas nesse tempo, virá a salvação para o teu povo, para aqueles que estiverem inscritos no livro de Deus. Muitos dos que dormem no pó da terra acordarão, uns para a vida eterna, outros para a vergonha e o horror eterno. Os sábios resplandecerão como a luz do firmamento e os que tiverem ensinado a muitos o caminho da justiça brilharão como estrelas por toda a eternidade.

Palavra do Senhor

 

SALMO RESPONSORIAL – Salmo 15 (16), 5.8.9-10.11 (R. 1)

 

Refrão: Defendei-me, Senhor: Vós sois o meu refúgio. (Repete-se)

 

Senhor, porção da minha herança e do meu cálice,

está nas vossas mãos o meu destino.

O Senhor está sempre na minha presença,

com Ele a meu lado não vacilarei. (Refrão)

 

Por isso o meu coração se alegra

e a minha alma exulta

e até o meu corpo descansa tranquilo.

Vós não abandonareis a minha alma

na mansão dos mortos,

nem deixareis o vosso fiel sofrer a corrupção. (Refrão)

 

Dar-me-eis a conhecer os caminhos da vida,

alegria plena em vossa presença,

delícias eternas à vossa direita. (Refrão)

 

LEITURA II – Hebr 10, 11-14.18

 

«Por uma única oblação, tornou perfeitos para sempre os que foram santificados»

 

Uma vez que Se ofereceu ao Pai na Cruz em sacrifício, Jesus entrou no santuário celeste como o manifestou a sua ressurreição. É essa a salvação total e perfeita. A partir daí, e pelos merecimentos em que Ele, por misericórdia de Deus, nos quer fazer participar, todos nós podemos, com Ele e por Ele, entrar também no santuário celeste. É essa a esperança dos cristãos: passar, com Cristo, da morte à ressurreição.

 

Leitura da Epístola aos Hebreus

Todo o sacerdote da antiga aliança se apresenta cada dia para exercer o seu ministério e oferecer muitas vezes os mesmos sacrifícios, que nunca poderão perdoar os pecados. Cristo, ao contrário, tendo oferecido pelos pecados um único sacrifício, sentou-Se para sempre à direita de Deus, esperando desde então que os seus inimigos sejam postos como escabelo dos seus pés. Porque, com uma única oblação, tornou perfeitos para sempre os que Ele santifica. Onde há remissão dos pecados, já não há necessidade de oblação pelo pecado.

Palavra do Senhor

 

ALELUIA – Lc 21, 36

 

Refrão: Aleluia (Repete-se)

 

Vigiai e orai em todo o tempo,

para poderdes comparecer

diante do Filho do homem. (Refrão)

 

EVANGELHO – Mc 13, 24-32

 

«Reunirá os seus eleitos dos quatro pontos cardeais»

 

O ano caminha para o seu termo, não como para um fim sem além, mas como para o supremo momento de quem tem vivido na expectativa de alguém que vai chegar e quer ser acolhido. É o Senhor Jesus, o Filho do Homem, que virá para congregar os homens em Si, e os levar consigo para o Pai. Aí será o lugar do repouso eterno, para quem viver esta vida presente na expectativa feliz do Senhor que vem. Expectativa e preparação são atitudes fundamentais de toda a vida cristã, hoje lembradas de maneira particular.

 

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo S. Marcos

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Naqueles dias, depois de uma grande aflição, o sol escurecerá e a lua não dará a sua claridade; as estrelas cairão do céu e as forças que há nos céus serão abaladas. Então, hão-de ver o Filho do homem vir sobre as nuvens, com grande poder e glória. Ele mandará os Anjos, para reunir os seus eleitos dos quatro pontos cardeais, da extremidade da terra à extremidade do céu. Aprendei a parábola da figueira: quando os seus ramos ficam tenros e brotam as folhas, sabeis que o Verão está próximo. Assim também, quando virdes acontecer estas coisas, sabei que o Filho do homem está perto, está mesmo à porta. Em verdade vos digo: Não passará esta geração sem que tudo isto aconteça. Passará o céu e a terra, mas as minhas palavras não passarão. Quanto a esse dia e a essa hora, ninguém os conhece: nem os Anjos do Céu, nem o Filho; só o Pai».

Palavra da salvação.

 

MEDITAÇÃO

 

 

A HISTÓRIA E O FIM DOS TEMPOS

 

A queda de Jerusalém manifesta e antecipa o julgamento com que Deus acompanha toda a história, e que consumará no fim dos tempos. O Filho do Homem é Jesus que, pela sua morte e ressurreição, testemunhadas pelos discípulos, irá reunir todo o povo de Deus. Somente agora Jesus responde à pergunta dos discípulos. Mas, em vez de dizer “quando” ou “como” acontecerá o fim, ele indica apenas como o discípulo se deve comportar na história. A tarefa do discípulo é testemunhar sem desanimar, continuando a acção de Jesus. A espera da plena manifestação de Jesus e do mundo novo por ele prometido impede, de um lado, que o discípulo se instale na situação presente; de outro, evita que o discípulo desanime, achando que o projecto de Jesus é difícil, distante e inviável. O discurso escatológico de Jesus sobre o fim dos tempos, que encontramos nos três Evangelhos sinópticos, iniciado com o anúncio da destruição do templo de Jerusalém, descreve as tribulações que advirão, particularmente sobre a própria cidade de Jerusalém. Na conclusão deste discurso, no Evangelho de hoje, é apresentado o tema da manifestação do Filho do Homem. A expressão “filho do homem” aparece muitas vezes no Novo Testamento, como reforço ao termo “homem”, de maneira genérica. “Deus não é homem que minta; nem filho de homem para que se arrependa” (Nm 23,19); “Se as estrelas não são puras a seus olhos, quanto menos o homem, essa larva, e o filho do homem, esse verme?”; “Pois, quem és tu, para que temas o homem que é mortal, ou o filho do homem, que não passa de erva?”. No profeta Ezequiel, a expressão é aplicada de modo personalizado (93 vezes) ao próprio profeta, significando a sua condição humana e frágil. No livro de Daniel, a expressão aparece duas vezes. Uma indicando a simples condição humana e, outra, o Filho do Homem vindo sobre as nuvens . Neste último caso, vislumbra-se um futuro de glória para o “homem”, aqui, referindo-se ao povo que se considerava eleito, o qual dominaria todos os povos, nações e línguas. Jesus, inúmeras vezes, aplica a si mesmo este título de “Filho do Homem” para indicar a sua simples condição humana, contrapondo-se à figura messiânica davídica gloriosa esperada pelo povo judeu. Nas poucas referências ao Filho do Homem vindo sobre as nuvens, pode-se ver a alusão à dignificação do humano, assumido na condição divina e na vida eterna. Em conclusão, ao discurso escatológico temos o exemplo dos sinais da natureza, nas árvores que começam a brotar, depois de secas no Inverno, indicando a proximidade do verão. É o dia e a hora da revelação do Filho do Homem, que está próximo. É o processo histórico da crescente conscientização e a valorização da dignidade humana com o empenho na defesa da vida e da natureza. Assim são rejeitados e repudiados os poderes deste mundo que, seduzidos pela ambição das riquezas, promovem a morte.

 

 

ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS

 

Concedei-nos, Senhor, que os dons oferecidos para glória do vosso nome nos obtenham a graça de Vos servirmos fielmente e nos alcancem a posse da felicidade eterna.

Por Nosso Senhor, Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

 

ANTÍFONA DA COMUNHÃO – Salmo 72, 28

A minha alegria é estar junto de Deus,

buscar no Senhor o meu refúgio.

 

ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO

Depois de recebermos estes dons sagrados, humildemente Vos pedimos, Senhor: o sacramento que o vosso Filho nos mandou celebrar em sua memória aumente sempre a nossa caridade.

Por Nosso Senhor, Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.