quinta-feira, 4 de julho de 2013

AS TRÊS FERIDAS DA IGREJA – CELIBATO, NATALIDADE, MULHER




Paulo VI “sarou” falsamente três feridas da Igreja relacionadas com o amor, com a vida e com o sexo, usando uma antropologia de "natureza" (de essência), e não de "pessoa", sem chegar à raiz da mensagem e da vida de Jesus, ao contrário do que tinha acontecido no Concílio Vaticano II, com a liberdade religiosa:

Grande parte da igreja anterior ao Concílio dava primazia a um determinado tipo de essência, e punha um outro tipo de verdade sobre as pessoas (contra Jesus), e por isso ia contra a liberdade religiosa para promover "a verdade".

Mas o Concílio considerou que a pessoa humana está acima da essência abstracta, de tal modo que a verdade mais profunda é a própria vida das pessoas... E, assim, declarou a liberdade no campo religioso, com grande pesar para muitos dos seus altos dignitários religiosos latino-americano do seu tempo (1965).
Algo semelhante está a acontecer agora. A Igreja oficial não foi capaz de entender (aceitar) a prioridade da pessoa humana e, portanto, quer impor uma espécie de "essência" (verdade geral) sobre a vida dos homens e das mulheres, nas áreas mencionadas, contra o Evangelho:

1967. Sacerdotalis CaelibatusO celibato Sacerdotal. Esta Igreja mantém o celibato acima da maturidade do amor das pessoas, acima do serviço evangélico... Superar a lei do celibato não é renunciar a nada, mas, pelo contrário, é configurá-la ao nível da prioridade das pessoas, por lealdade a Jesus, e não por moda actual.

1968. Humanae VitaeDa vida humana. A Igreja oficial prossegue vendo o amor como expressão da natureza, e não das pessoas (contra o Evangelho), e utiliza um conceito de natureza muito questionável (talvez falso). Nem tampouco se trata de diminuir o nível como "vendas em saldos", mas para colocá-lo onde o amor faz sentido, no campo das relações pessoais amadurecidas, livres e alegres; não como moda, mas através do evangelho.

1975. Inter InsignioresEntre os mais importantes. A visão da "mulher" que utiliza a igreja oficial neste e noutros documentos é do tipo "material" (de natureza), não de pessoa (em linha com o evangelho). Os legisladores da Igreja não se inteiraram da novidade de Jesus neste campo. Para "oferecer e aceitar os ministérios" não deveriam  procurar se os "sujeitos" são homens ou mulheres (hétero ou homossexuais), mas se eles são pessoas amadurecidas, capazes de transmitir o Evangelho pela palavra e pelo exemplo.

Estamos perante um tema de fundo da Igreja. Outras feridas existem, mas estas são muito significativas, e podem ser curadas a partir do evangelho. (Fonte)


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