sexta-feira, 7 de novembro de 2014

LITURGIA DA PALAVRA – DOMINGO XXXII do Tempo Comum




(Domingo, 9 de Novembro de 2014)


DEDICAÇÃO DA BASÍLICA DE LATRÃO

Nota Histórica

Segundo uma tradição que remonta ao século XII, celebra se neste dia o aniversário da dedicação da basílica de Latrão, construída pelo imperador Constantino. Inicialmente foi uma festa exclusivamente da cidade de Roma; mais tarde, estendeu se à Igreja de rito romano, com o fim de honrar a basílica que é chamada «a igreja mãe de todas as igrejas da Urbe e do Orbe» e como sinal de amor e unidade para com a Cátedra de Pedro que, como escreveu S. Inácio de Antioquia, «preside à assembleia universal da caridade».

Não façais da casa de meu Pai casa de comércio

LEITURA I – Ez 47, 1-2.8-9.12

Uma nascente no templo

Leitura da Profecia de Ezequiel
Naqueles dias, o Anjo conduziu-me para a entrada do templo, e eis que saía água da sua parte subterrânea[1], em direcção ao oriente, porque o templo estava voltado para oriente. A água brotava da parte de baixo do lado direito do templo, a sul do altar.
Fez-me sair pelo pórtico setentrional e contornar o templo por fora, até ao pórtico exterior oriental; vi rebentar a água do lado direito. Ele disse-me: «Esta água corre para o território oriental, desce para a Arabá e dirige-se para o mar; quando chegar ao mar, as suas águas tornar-se-ão salubres. Por onde quer que a torrente passar, todo o ser vivo que se move viverá. O peixe será muito abundante, porque aonde quer que esta água chegar, tornar-se-á salubre; e a vida desenvolver-se-á por toda a parte aonde ela chegar.
Ao longo da torrente, nas suas margens, crescerá toda a sorte de árvores frutíferas, cuja folhagem não murchará e cujos frutos nunca cessam: produzirão todos os meses frutos novos, porque esta água vem do Santuário. Os frutos servirão de alimento e as folhas, de remédio.»”

LEITURA II – 1 Cor 3, 9c-11.16-17

As coisas visíveis são passageiras; as invisíveis são eternas

Leitura da Primeira Epístola do apóstolo São Paulo aos Coríntios
“Irmãos:
Vós sois o edifício de Deus.
Segundo a graça de Deus que me foi dada, eu, como sábio arquitecto, assentei o alicerce, mas outro edifica sobre ele[2]. Mas veja cada um como edifica, pois ninguém pode pôr um alicerce diferente do que já foi posto: Jesus Cristo. Não sabeis que sois templo de Deus[3] e que o Espírito de Deus habita em vós? Se alguém destrói o templo de Deus, Deus o destruirá[4]. Pois o templo de Deus é santo, e esse templo sois vós.”

EVANGELHO Jo 2, 13-22

Falava do templo do seu Corpo

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João
“Estava próxima a Páscoa dos judeus, e Jesus subiu a Jerusalém. Encontrou no templo os vendedores de bois, ovelhas e pombas, e os cambistas nos seus postos. Então, fazendo um chicote de cordas, expulsou-os a todos do templo com as ovelhas e os bois; espalhou as moedas dos cambistas pelo chão e derrubou-lhes as mesas; e aos que vendiam pombas, disse-lhes: «Tirai isso daqui. Não façais da Casa de meu Pai uma feira.»
Os seus discípulos lembraram-se do que está escrito: O zelo da tua casa me devora[5]. Então os judeus intervieram e perguntaram-lhe: «Que sinal nos dás de poderes fazer isto?» Declarou-lhes Jesus[6], em resposta: «Destruí este templo, e em três dias Eu o levantarei!» Replicaram então os judeus: «Quarenta e seis anos levou este templo a construir[7], e Tu vais levantá-lo em três dias?» Ele, porém, falava do templo que é o seu corpo. Por isso, quando Jesus ressuscitou dos mortos, os seus discípulos recordaram-se de que Ele o tinha dito e creram na Escritura e nas palavras que tinha proferido.”





[1] Do subsolo do Vestíbulo interior do templo jorrava uma torrente de água, que se dirigia na direcção sul, para o Mar Morto, passando pela Arabá, isto é, pela parte meridional do Vale do Jordão. É uma água que vai aumentando progressivamente e dotada de um poder especial: os terrenos tornam-se férteis e o próprio Mar Morto virá a abundar em peixe; as suas margens serão de novo habitadas. En-Guédi é uma povoação no deserto de Judá, nas margens do Mar Morto (1 Sm 24,1; 2 Cr 20,2; Ct 1,14; 4,13-15; Sir 24,14). En-Eglaim é um local não identificado. Esta visão tem um sentido simbólico especial: significa as bênçãos que do novo templo advirão à Terra Santa mediante o espírito de Deus (Jo 7,37-39). O Mar Grande é o Mediterrâneo. Esta imagem da torrente que jorra do templo, o profeta tirou-a da fonte de Siloé (Is 8,6) ou da descrição do rio que regava o paraíso terrestre (Gn 2,10-14; Jo 7,37-39; Ap 22,1.2). Aparece igualmente em Jl 4,18; Zc 14,8.
[2] Na sequência da imagem do edifício, Paulo compara-se a um arquitecto que põe o alicerce insubstituível, que é Cristo (Rm 15,14-21).
[3] A comunidade cristã (6,15-20 nota) é o verdadeiro templo da Nova Aliança, consagrado pela inabitação do Espírito Santo, que vem substituir o templo de Jerusalém (Jr 31,31-34 nota; Ez 16,59-60; Ef 5,21-33). A inabitação do Espírito Santo realiza o que era prefigurado pela presença da glória de Deus no templo de Jerusalém.
[4] Quem o profanar com falsas doutrinas ou com divisões, comete um sacrilégio.
[5] O zelo da tua casa me devorou. Os discípulos evocaram o Sl 69,10 (grego). Este gesto messiânico anuncia a paixão de Jesus.
[6] Destruí este templo. Estas palavras encerram um sentido misterioso que só a reflexão posterior (v.22) permitiu captar: exprimem o mistério da Encarnação, ao designarem o Corpo de Jesus como um templo em que Deus habita (Cl 2,9). Para os inimigos de Jesus, esta afirmação era passível da pena de morte: Mt 21,12-14; 26,61; 27,40; Mc 14,58; 15,29; Act 6,14. Sobre o dar a vida em dois dias e levantar ao terceiro, ver Os 6,1-3; Mt 16,21; 26,61; Mc 8,31.
[7] Quarenta e seis anos. O templo tinha começado a ser reconstruído por Herodes, o Grande, em 19/20 a.C.

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