“EU E O
PAI SOMOS UM”
Jesus define a sua condição de Messias, apresentando-se
como o Filho de Deus. As provas do seu messianismo não são teorias jurídicas,
mas factos concretos: as suas acções comprovam que é Deus quem age nele. O modo
de proceder de Jesus bem como os seus ensinamentos deixavam desconcertados os
seus adversários. Embora realizasse gestos prodigiosos, suficientes para
revelar sua plena comunhão com o Pai, e falasse de maneira até então
desconhecida, permanecia uma incógnita a seu respeito. Os judeus, que tinham
tudo para reconhecê-lo como o Messias, permaneciam na incerteza. Por isso,
ficavam à espera de que Jesus lhes “dissesse abertamente” quem ele era. A
postura assumida pelos adversários impedia-os de compreender a verdadeira
identidade messiânica de Jesus. Movidos pela suspeita, pela malevolência e pela
crítica mordaz, jamais conseguiriam chegar à resposta desejada. Daí a tendência
de acusar Jesus de blasfemo e imputar-lhe toda sorte de desvios teológicos e
políticos. Em contraste com os adversários estavam os discípulos. Estes, sim,
colocavam-se numa atitude humilde de escuta, atentos às palavras do Mestre,
buscando desvendar-lhes o seu sentido mais profundo. Dispuseram-se a segui-lo,
para serem instruídos não só pelas suas palavras, mas também pelos seus gestos
concretos de misericórdia, para com os mais necessitados. A comunhão de vida
com o Mestre permitia-lhes descobrir a sua condição de Messias, o enviado do
Pai. A incógnita sobre Jesus permanece para quem se posiciona diante dele como
adversário. Quem se faz discípulo, não tem dificuldade de reconhecê-lo como
Messias. O evangelho de João apresenta-nos a quarta e penúltima visita de Jesus
a Jerusalém, por ocasião da festa da Dedicação. Jesus revela que aquele povo
que acorre para tais festas em torno do Templo, na realidade, são ovelhas suas,
chamadas a escutar as suas palavras e segui-lo. O Pai deu-lhe estas ovelhas e
ninguém as arrancará da mão do Pai. Assim, Jesus desautoriza os chefes
religiosos de Israel, com o seu Templo e as suas sinagogas, a considerarem-se
verdadeiros pastores. Eles oprimem e exploram o povo e, rejeitando Jesus,
excluem-se do dom que o Pai comunica por Jesus. As ovelhas escutam a voz de
Jesus e seguem-no. A elas é dada a vida eterna. “Eu e o Pai somos um”.
Nos evangelhos, somente aqui temos esta autoproclamarão sucinta e expressiva da
união de Jesus com o Pai. A obra de Jesus é feita na unidade com o Pai. Esta
obra, à qual somos chamados, é o dom do amor e da vida.
MISSA
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ANTÍFONA DE
ENTRADA – Salmo 32, 5-6
A bondade do Senhor encheu a terra,
a palavra do Senhor criou os céus. Aleluia.
ORAÇÃO COLECTA
Deus eterno e omnipotente, conduzi-nos à posse das alegrias
celestes, para que o pequenino rebanho dos vossos fiéis chegue um dia à glória
do reino onde já Se encontra o seu poderoso Pastor, Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
Liturgia
da Palavra
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LEITURA I – Actos
13, 14.43-52
«Vamos voltar-nos
para os pagãos»
Desde o
princípio, os discípulos de Jesus compreenderam que o amor e os planos de
salvação do «Bom Pastor» eram universais, abarcavam toda a humanidade.
Por isso, S.
Paulo, vendo na hostilidade dos judeus uma indicação de Deus, volta-se,
definitivamente, para os pagãos, no desejo de continuar a missão de Jesus,
estabelecido por Deus luz das nações e Salvador de toda a terra. O Apóstolo
estava, na verdade, convencido de que a Igreja tem de ser missionária. Tem de
levar a todos os homens e a todos os povos sem distinções a salvação alcançada
por Jesus.
Leitura
dos Actos dos Apóstolos
Naqueles
dias, Paulo e Barnabé seguiram de Perga até Antioquia da Pisídia. A um sábado,
entraram na sinagoga e sentaram-se. Terminada a reunião da sinagoga, muitos
judeus e prosélitos piedosos seguiram Paulo e Barnabé, que nas suas conversas
com eles os exortavam a perseverar na graça de Deus. No sábado seguinte,
reuniu-se quase toda a cidade para ouvir a palavra do Senhor. Ao verem a
multidão, os judeus encheram-se de inveja e responderam com blasfémias.
Corajosamente, Paulo e Barnabé declararam: «Era a vós que devia ser anunciada
primeiro a palavra de Deus. Uma vez, porém, que a rejeitais e não vos julgais
dignos da vida eterna, voltamo-nos para os gentios, pois assim nos mandou o
Senhor: ‘Fiz de ti a luz das nações, para levares a salvação até aos confins da
terra’». Ao ouvirem estas palavras, os gentios encheram-se de alegria e
glorificavam a palavra do Senhor. Todos os que estavam destinados à vida eterna
abraçaram a fé e a palavra do Senhor divulgava-se por toda a região. Mas os
judeus, instigando algumas senhoras piedosas mais distintas e os homens
principais da cidade, desencadearam uma perseguição contra Paulo e Barnabé e
expulsaram-nos do seu território. Estes, sacudindo contra eles o pó dos seus
pés, seguiram para Icónio. Entretanto, os discípulos estavam cheios de alegria
e do Espírito Santo.
Palavra do Senhor
SALMO RESPONSORIAL
– Salmo 99 (100), 2.4.5.6.11.12.13b (R. 3c)
Refrão: Nós somos o povo
de Deus,
somos as ovelhas do seu rebanho. (Repete-se)
Ou: Nós somos o povo do Senhor;
Ele é o nosso alimento. (Repete-se)
Ou: Aleluia. (Repete-se)
Aclamai o Senhor, terra inteira,
servi o Senhor com alegria,
vinde a Ele com cânticos de júbilo. (Refrão)
Sabei que o Senhor é Deus,
Ele nos fez, a Ele pertencemos,
somos o seu povo, as ovelhas do seu rebanho. (Refrão)
O Senhor é bom,
eterna é a sua misericórdia,
a sua fidelidade estende-se de geração em geração. Refrão
LEITURA II – Ap 7, 9.14b-17
«O Cordeiro será o
seu pastor e os conduzirá às fontes da água viva»
Unido, pelo seu
Baptismo, a Cristo, Bom Pastor, o cristão participa já do triunfo do
Ressuscitado. O cristão, vivendo a fé recebida, trabalhando pela construção de
um mundo melhor, um mundo sem injustiças, sem desigualdades, sem divisões,
prolonga, no tempo presente, esse mesmo triunfo.
Contudo, o seu
destino é mais glorioso, pois ultrapassa os horizontes do mundo. A vida do
cristão, com efeito, é uma caminhada, sob a direcção do Bom Pastor, para as
águas vivas da vida eterna, para o Céu. Será aí que, finalmente, a grande
família de Deus, composta de homens de todas as raças e culturas, se reunirá,
para viver uma felicidade sem sombra, no gozo pleno do triunfo definitivo de
Cristo Ressuscitado.
Leitura
do Livro do Apocalipse
Eu,
João, vi uma multidão imensa, que ninguém podia contar, de todas as nações,
tribos, povos e línguas. Estavam de pé, diante do trono e na presença do
Cordeiro, vestidos com túnicas brancas e de palmas na mão. Um dos Anciãos tomou
a palavra para me dizer: «Estes são os que vieram da grande tribulação, os que
lavaram as túnicas e as branquearam no sangue do Cordeiro. Por isso estão
diante do trono de Deus, servindo-O dia e noite no seu templo. Aquele que está
sentado no trono abrigá-los-á na sua tenda. Nunca mais terão fome nem sede, nem
o sol ou o vento ardente cairão sobre eles. O Cordeiro, que está no meio do
trono, será o seu pastor e os conduzirá às fontes da água viva. E Deus enxugará
todas as lágrimas dos seus olhos».
Palavra do Senhor
ALELUIA – Jo 10, 14
Refrão: Aleluia. (Repete-se)
Eu sou o bom pastor, diz o Senhor:
conheço as minhas ovelhas e elas conhecem-Me. (Refrão)
EVANGELHO – Jo 10,
27-30
«Eu dou a vida
eterna às minhas ovelhas»
Aquele
que, pela fé, aceitou a palavra de Jesus e aderiu à Sua Pessoa, fica
estreitamente unido a Ele. Na verdade, o Senhor Jesus estabelece com o Seu
discípulo relações de profunda intimidade, caracterizadas por um conhecimento
mútuo e uma amizade recíproca, que levam a uma comunhão de vida: Jesus comunica
àquele que acredita n’Ele a Sua vida, a vida mesma de Deus, a vida que não
morre.
Em
virtude desta união com Cristo, o cristão sente-se já salvo em plenitude e,
mesmo no meio das vicissitudes da vida, experimenta uma inabalável segurança,
que tem o seu fundamento no próprio poder do Pai, de que Jesus participa, pois
é um com Ele.
Evangelho
de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João
Naquele
tempo, disse Jesus: «As minhas ovelhas escutam a minha voz. Eu conheço as
minhas ovelhas e elas seguem-Me. Eu dou-lhes a vida eterna e nunca hão-de
perecer e ninguém as arrebatará da minha mão. Meu Pai, que Mas deu, é maior do
que todos e ninguém pode arrebatar nada da mão do Pai. Eu e o Pai somos um só».
Palavra da Salvação
ORAÇÃO SOBRE AS
OBLATAS
Concedei, Senhor, que em todo o tempo possamos alegrar-nos com estes
mistérios pascais, de modo que o acto sempre renovado da nossa redenção seja
para nós causa de alegria eterna.
Por Nosso Senhor, Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na
unidade do Espírito Santo.
ANTÍFONA DA
COMUNHÃO –
Ressuscitou o Bom Pastor, que deu a vida pelas suas ovelhas
e Se entregou à morte pelo seu rebanho. Aleluia.
ORAÇÃO DEPOIS DA
COMUNHÃO
Deus, nosso Bom Pastor, olhai benignamente para o vosso
rebanho e conduzi às pastagens eternas as ovelhas que remistes com o precioso
Sangue do vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
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