DOMINGO VII DA PÁSCOA – ano A – 24MAI2020
MISSA
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ANTÍFONA DE
ENTRADA – Actos 1, 11
Homens da Galileia, porque estais a olhar para o céu?
Como vistes Jesus subir ao céu, assim há-de vir na sua glória. Aleluia.
ORAÇÃO COLECTA
Deus omnipotente, fazei-nos exultar em santa alegria e em
filial acção de graças, porque a ascensão de Cristo, vosso Filho, é a nossa
esperança: tendo-nos precedido na glória como nossa Cabeça, para aí nos chama
como membros do seu Corpo.
Ele que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
Liturgia da Palavra
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LEITURA I – Actos
1, 1-11
«Elevou-Se à vista
deles»
A Ascensão de Jesus é a última aparição do Ressuscitado
que não só dá testemunho da verdade da Ressurreição, como faz compreender que
Jesus vive agora na glória do Pai. A Ascensão manifesta assim o sentido pleno
da Páscoa: depois de destruir o pecado e a morte com a sua Morte e
Ressurreição, Jesus Cristo introduz o homem, que tinha assumido na Encarnação,
na glória de seu Pai. O livro dos Actos dos Apóstolos, que apresenta a vida dos
primeiros dias da Igreja, começa pela Ascensão do Senhor; assim nos é dado a
compreender que a Igreja continua agora a presença de Jesus entre os homens,
até que Ele venha, de novo, no fim dos tempos, para pôr o termo à história e
nos sentar consigo à direita do Pai.
Leitura
dos Actos dos Apóstolos
No
meu primeiro livro, ó Teófilo, narrei todas as coisas que Jesus começou a fazer
e a ensinar, desde o princípio até ao dia em que foi elevado ao Céu, depois de
ter dado, pelo Espírito Santo, as suas instruções aos Apóstolos que escolhera.
Foi também a eles que, depois da sua paixão, Se apresentou vivo com muitas
provas, aparecendo-lhes durante quarenta dias e falando-lhes do reino de Deus.
Um dia em que estava com eles à mesa, mandou-lhes que não se afastassem de
Jerusalém, mas que esperassem a promessa do Pai, «da qual – disse Ele – Me
ouvistes falar. Na verdade, João baptizou com água; vós, porém, sereis
baptizados no Espírito Santo, dentro de poucos dias». Aqueles que se tinham
reunido começaram a perguntar: «Senhor, é agora que vais restaurar o reino de
Israel?». Ele respondeu-lhes: «Não vos compete saber os tempos ou os momentos
que o Pai determinou com a sua autoridade; mas recebereis a força do Espírito
Santo, que descerá sobre vós, e sereis minhas testemunhas em Jerusalém e em
toda a Judeia e na Samaria e até aos confins da terra». Dito isto, elevou-Se à
vista deles e uma nuvem escondeu-O a seus olhos. E estando de olhar fito no
Céu, enquanto Jesus Se afastava, apresentaram-se-lhes dois homens vestidos de
branco, que disseram: «Homens da Galileia, porque estais a olhar para o Céu?
Esse Jesus, que do meio de vós foi elevado para o Céu, virá do mesmo modo que O
vistes ir para o Céu».
Palavra do Senhor
SALMO RESPONSORIAL
– Salmo 46 (47), 2-3.6-7.8-9 (R. 6)
Refrão: Por entre
aclamações e ao som da trombeta, ergue-Se Deus, o Senhor. (Repete-se)
Ou: Ergue-Se Deus, o Senhor, em júbilo e ao som da trombeta. (Repete-se)
Povos todos, batei palmas,
aclamai a Deus com brados de alegria,
porque o Senhor, o Altíssimo, é terrível,
o Rei soberano de toda a terra. (Refrão)
Deus subiu entre aclamações,
o Senhor subiu ao som da trombeta.
Cantai hinos a Deus, cantai,
cantai hinos ao nosso Rei, cantai. (Refrão)
Deus é Rei do universo:
cantai os hinos mais belos.
Deus reina sobre os povos,
Deus está sentado no seu trono sagrado. (Refrão)
LEITURA II – Ef 1, 17-23
«Colocou-O à sua
direita nos Céus»
Sentando-se à direita do Pai, Jesus introduz a humanidade
na comunhão definitiva com Deus. É este o fruto do seu sacrifício na Cruz, a comunhão
com o Pai, e é a esperança de todos os que n’Ele crêem.
Leitura
da Epístola do apóstolo São Paulo aos Efésios
Irmãos:
O Deus de Nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai da glória, vos conceda um espírito
de sabedoria e de revelação para O conhecerdes plenamente e ilumine os olhos do
vosso coração, para compreenderdes a esperança a que fostes chamados, os
tesouros de glória da sua herança entre os santos e a incomensurável grandeza
do seu poder para nós os crentes. Assim o mostra a eficácia da poderosa força
que exerceu em Cristo, que Ele ressuscitou dos mortos e colocou à sua direita
nos Céus, acima de todo o Principado, Poder, Virtude e Soberania, acima de todo
o nome que é pronunciado, não só neste mundo, mas também no mundo que há-de
vir. Tudo submeteu aos seus pés e pô-l’O acima de todas as coisas como Cabeça
de toda a Igreja, que é o seu Corpo, a plenitude d’Aquele que preenche tudo em
todos.
Palavra do Senhor
ALELUIA – Mt 28, 19a.20b
Refrão: Aleluia. (Repete-se)
Ide e ensinai todos os povos, diz o Senhor:
Eu estou sempre convosco
até ao fim dos tempos. (Refrão)
EVANGELHO – Mt 28,
16-20
«Todo o poder Me
foi dado no Céu e na terra»
A Ascensão não é uma ausência, mas uma
plenitude. O Senhor não abandona os seus na terra. Ele é, pela Ressurreição, o
“Senhor” que domina o Céu e a terra. E continua presente e activo no meio de
nós pelo seu Espírito que está na Igreja: na palavra de Deus, na acção dos
Sacramentos, no amor da comunidade dos crentes vindos de todas as nações e em
cada baptizado. E para que a sua presença possa chegar a todos os homens, a
todos o Senhor envia agora os seus Apóstolos.
Conclusão
do santo Evangelho segundo São Mateus
Naquele
tempo, os Onze discípulos partiram para a Galileia, em direcção ao monte que
Jesus lhes indicara. Quando O viram, adoraram-n’O; mas alguns ainda duvidaram.
Jesus aproximou-Se e disse-lhes: «Todo o poder Me foi dado no Céu e na terra.
Ide e ensinai todas as nações, baptizando-as em nome do Pai e do Filho e do
Espírito Santo, ensinando-as a cumprir tudo o que vos mandei. Eu estou sempre
convosco até ao fim dos tempos».
Palavra da Salvação
MEDITAÇÃO
A Ascensão de Jesus não é uma fuga da humanidade depois
“de um passeio turístico pela condição humana”. Nem o passeio foi turístico,
antes pelo contrário, nem Jesus nos abandona à nossa condição. Se confessamos a
fé, dizendo que Jesus subiu ao Céu, é o mesmo que dizer que, antes, ele baixou
às misérias humanas para depois ultrapassar todas as debilidades potenciando a
humanidade até à glorificação com Deus. Primeiro, Ele redimiu-nos, salvou-nos.
E só depois disto é que nos deixa a possibilidade de orientar a nossa vida com
a sua grandeza e as suas limitações.
1. Sobe aquele
que desceu
– Jesus volta para o Pai, eleva-se ao mais alto da glória,
retoma o seu lugar no Céu depois de ter percorrido os caminhos dos homens… Por
ter dado a sua vida como a deu é que se pode elevar ao mais alto da glória…
– Ele “esvaziou-se a si mesmo tomando a condição de
servo,… tornando-se semelhante aos homens rebaixou-se a si mesmo… e por isso é
que Deus o elevou acima de tudo” (Fl 2,7-9)…
– Aquele que hoje contemplamos à direita do Pai, acima de
todos os poderes, é o mesmo de quem ouvimos dizer em Sexta-Feira Santa: “O meu
servo terá êxito, será muito engrandecido e exaltado… Vimo-lo sem aspecto
atraente, desprezado e abandonado, cheio de dores no sofrimento, menosprezado e
desconsiderado… Carregou as nossas dores, foi humilhado, ferido, esmagado…
Carregou os nossos crimes... Como um cordeiro foi levado ao matadouro… Foi-lhe
dada sepultura entre os ímpios, sofreu pelos culpados…” Por ter sido humilhado
é que foi exaltado…
– A Ascensão de Jesus dá suporte à esperança a que todos
somos chamados: a nossa sede de eternidade confirma-se na exaltação de Jesus…
– Como diz o Evangelho de S. Mateus, quando os discípulos
viram Jesus no monte da Galileia, sentiram um misto de admiração pela glória de
Jesus e também de dúvida. É a expressão da nossa condição humana repartida
entre a experiência de Deus, que é de exaltação e glória, e a condição ainda
frágil da humanidade…
2. Levantado com
dignidade
– Quer isto dizer que, os discípulos de Jesus, quanto mais
se humilham mais são levantados (o dito popular diz que “quanto mais se sobe,
maior é o tombo”…) Os seguidores de Jesus, se sobem, devem fazê-lo com
dignidade, assumindo a fragilidade humana, não a qualquer preço como sugere
esta expressão…
– Para nós, tudo o que se passou com Jesus é um modelo de
vida: também a Ascensão porque Jesus afirmou e repetiu várias vezes: “onde eu
estiver, aí estará também o meu servo…” Se Jesus agora está na glória,
participaremos dessa glória…
3. A alegria da
fé
– A Ascensão de Jesus é um motivo de alegria: alegria que
tem o seu fundamento na fé, no sentir que a nossa vocação é para o alto, para o
Céu…
– Contrariamente ao que muitas vezes se pretende
comunicar, e que os nossos comportamentos, por vezes, também dão a entender, a
vocação cristã é de glorificação… A nossa vida está em Deus… Devemos procurar
as coisas do alto… a nossa vocação é para a eternidade com Deus…
– O mandato missionário do final do Evangelho de S. Mateus
é uma proposta de acção e de alegria no anúncio do Evangelho (tema querido ao
Papa Francisco) … E a garantia que Jesus dá tem esse alcance de eternidade: Eu
estou sempre convosco até ao fim dos tempos…
ORAÇÃO SOBRE AS
OBLATAS
Recebei, Senhor, o sacrifício que Vos oferecemos ao celebrar a admirável
ascensão do vosso Filho e, por esta sagrada permuta de dons,
fazei que nos elevemos às realidades do Céu.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na
unidade do Espírito Santo.
ANTÍFONA DA
COMUNHÃO – Mt 28, 20
Eu estou sempre convosco até ao fim dos tempos. Aleluia.
ORAÇÃO DEPOIS DA
COMUNHÃO
Deus eterno e omnipotente, que durante a nossa vida sobre a
terra nos fazeis saborear os mistérios divinos, despertai em nós os desejos da
pátria celeste, onde já se encontra convosco, em Cristo, a nossa natureza
humana.
Ele que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
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