DOMINGO XXV TEMPO COMUM – ano A – 20SET2020
MISSA |
Eu sou a salvação
do meu povo, diz o Senhor.
Quando chamar por
Mim nas suas tribulações,
Eu o atenderei e
serei o seu Deus para sempre.
ORAÇÃO COLECTA
Senhor, que fizestes consistir a plenitude da lei no vosso amor e no amor do próximo, dai-nos a graça de cumprirmos este duplo mandamento, para alcançarmos a vida eterna.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
Liturgia da Palavra |
Leitura
do Livro de Isaías
Procurai
o Senhor, enquanto se pode encontrar, invocai-O, enquanto está perto. Deixe o
ímpio o seu caminho e o homem perverso os seus pensamentos. Converta-se ao
Senhor, que terá compaixão dele, ao nosso Deus, que é generoso em perdoar.
Porque os meus pensamentos não são os vossos, nem os vossos caminhos são os meus
– oráculo do Senhor –. Tanto quanto o céu está acima da terra, assim os meus
caminhos estão acima dos vossos e acima dos vossos estão os meus pensamentos.
Palavra do Senhor
e louvar o vosso
nome para sempre.
Grande é o Senhor
e digno de todo o louvor,
insondável é a sua
grandeza. (Refrão)
O Senhor é
clemente e compassivo,
paciente e cheio
de bondade.
O Senhor é bom
para com todos
e a sua
misericórdia se estende a todas as criaturas. (Refrão)
O Senhor é justo
em todos os seus caminhos
e perfeito em
todas as suas obras.
O Senhor está
perto de quantos O invocam,
de quantos O
invocam em verdade. (Refrão)
Leitura
da Epístola do apóstolo São Paulo aos Filipenses
Irmãos:
Cristo será glorificado no meu corpo, quer eu viva quer eu morra. Porque, para
mim, viver é Cristo e morrer é lucro. Mas, se viver neste corpo mortal me
permite um trabalho útil, não sei o que escolher. Sinto-me constrangido por
este dilema: desejaria partir e estar com Cristo, que seria muito melhor; mas é
mais necessário para vós que eu permaneça neste corpo mortal. Procurai somente
viver de maneira digna do Evangelho de Cristo.
Palavra do Senhor
ALELUIA – Actos
16, 14b
EVANGELHO – Mt 20, 1-16a
Evangelho
de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
Naquele
tempo, disse Jesus aos seus discípulos a seguinte parábola: «O reino dos Céus
pode comparar-se a um proprietário, que saiu muito cedo a contratar
trabalhadores para a sua vinha. Ajustou com eles um denário por dia e mandou-os
para a sua vinha. Saiu a meia-manhã, viu outros que estavam na praça ociosos e
disse-lhes: ‘Ide vós também para a minha vinha e dar-vos-ei o que for justo’. E
eles foram. Voltou a sair, por volta do meio-dia e pelas três horas da tarde, e
fez o mesmo. Saindo ao cair da tarde, encontrou ainda outros que estavam
parados e disse-lhes: ‘Porque ficais aqui todo o dia sem trabalhar?’. Eles
responderam-lhe: ‘Ninguém nos contratou’. Ele disse-lhes: ‘Ide vós também para
a minha vinha’. Ao anoitecer, o dono da vinha disse ao capataz: «Chama os
trabalhadores e paga-lhes o salário, a começar pelos últimos e a acabar nos
primeiros’. Vieram os do entardecer e receberam um denário cada um. Quando
vieram os primeiros, julgaram que iam receber mais, mas receberam também um
denário cada um. Depois de o terem recebido, começaram a murmurar contra o
proprietário, dizendo: ‘Estes últimos trabalharam só uma hora e deste-lhes a
mesma paga que a nós, que suportámos o peso do dia e o calor’. Mas o
proprietário respondeu a um deles: ‘Amigo, em nada te prejudico. Não foi um
denário que ajustaste comigo? Leva o que é teu e segue o teu caminho. Eu quero
dar a este último tanto como a ti. Não me será permitido fazer o que quero do
que é meu? Ou serão maus os teus olhos porque eu sou bom?’. Assim, os últimos
serão os primeiros e os primeiros serão os últimos».
Palavra da
salvação.
MEDITAÇÃO
IDE PARA A MINHA
VINHA!
No Reino não existem marginalizados. Todos
têm o mesmo direito de participar da bondade e misericórdia divinas, que
superam tudo o que os homens consideram como justiça. No Reino não há lugar
para o ciúme. Aqueles que julgam possuir mais méritos do que os outros devem
aprender que o reino é dom gratuito. A vinha, no contexto bíblico, simboliza o
povo de Israel. Já os profetas serviram-se desta metáfora para falar ao povo. A
vinha aponta para a predilecção da qual Israel era objecto por parte de Deus.
Como o vinhateiro prepara a terra, planta mudas escolhidas, cuida delas com
muito carinho e protege-as, na esperança de que produzam frutos de qualidade;
também Deus, no trato com o seu povo, desdobra-se em atenção para que
corresponda ao que espera dele. Jesus rompeu a concepção de sua época,
ensinando que a benevolência divina não era exclusiva de Israel. A vinha de
Deus, na verdade, era a humanidade inteira, toda ela destinatária da Boa Nova
da salvação e convidada a viver em comunhão com o Pai. Cessam todos os
privilégios tanto de Israel quanto de qualquer outro povo que queira
assenhorear-se com exclusividade da vinha, ou seja, do Reino de Deus. Deixa de
ter sentido, em termos de garantir a precedência no Reino: a quantidade ou a
qualidade do serviço prestado, a antiguidade, as funções e cargos exercidos em
favor da comunidade. E até mesmo as diferenças de carácter étnico, cultural,
social ou de género. Por se tratar de uma adesão livre e gratuita ao chamamento
do Senhor do Reino, ninguém tem o direito de exigir recompensa, muito menos de
julgar-se merecedor de maior recompensa. Basta-lhe a consciência de saber-se
humilde servidor! As parábolas narrativas são caracterizadas pela sua extensão
e pelos seus detalhes. Esta de hoje é exclusiva de Mateus. No cenário aparecem
o dono da vinha, imagem característica na tradição de Israel, e os
trabalhadores desocupados na praça, cena característica de uma cidade grega.
Uma parábola dá margem a uma pluralidade de interpretações. Estes “desocupados”
não eram indolentes, mas curtiam a amargura da busca de um trabalho para a sobrevivência
diária, excluídos pelo sistema social. Comumente se vê na parábola a expressão
da simples generosidade do proprietário que convocou os operários. Com pena dos
últimos, decidiu dar-lhes o mesmo que aos outros. Outra interpretação pode ser
a compreensão do significado do trabalho. O trabalho não é mercadoria que se
vende, avaliado pela eficiência do trabalhador que produz. O trabalho é o meio
de subsistência das pessoas e da família, bem como é serviço à comunidade, pela
partilha de seus frutos. Todos têm direito ao essencial para a sua
sobrevivência. Na parábola, a todos foi dado o necessário para a sobrevivência
de um dia, independentemente da quantidade de sua produção. O fruto do trabalho
é uma extensão do próprio trabalhador. A venda deste fruto por um salário é uma
alienação da dignidade do trabalhador e da trabalhadora. É vender uma parte do
seu ser, uma extensão de seu próprio corpo, para a acumulação de riqueza e
prazer de outro.
os vossos
preceitos para se cumprirem fielmente.
Fazei que os meus
passos sejam firmes
na observância dos
vossos mandamentos.
Eu sou o Bom Pastor, diz o Senhor;
conheço as minhas ovelhas
e as minhas ovelhas conhecem-Me.
Sustentai, Senhor, com o auxílio da vossa graça aqueles que
alimentais nos sagrados mistérios, para que os frutos de salvação que recebemos
neste sacramento se manifestem em toda a nossa vida.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus
convosco na unidade do Espírito Santo.
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