domingo, 10 de janeiro de 2021

ELE BAPTIZAR-VOS-Á NO ESPÍRITO SANTO

 

DOMINGO DO BATISMO DO SENHOR – ano B – 10JAN2021 

MISSA

 

ANTÍFONA DE ENTRADA – Mt 3, 16-17

Depois do Baptismo do Senhor, abriram-se os Céus. Sobre Ele desceu o Espírito Santo em figura de pomba e fez-se ouvir a voz do Pai: Este é o meu Filho muito amado, no qual pus as minhas complacências.

 

ORAÇÃO COLECTA

Deus eterno e omnipotente, que proclamastes solenemente a Cristo como vosso amado Filho quando era baptizado nas águas do rio Jordão e o Espírito Santo descia sobre Ele, concedei aos vossos filhos adoptivos, renascidos pela água e pelo Espírito Santo, a graça de permanecerem sempre no vosso amor.

Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco, na unidade do Espírito Santo.

 

Liturgia da Palavra

 

LEITURA I – Is 42, 1-4.6-7.

 

« Eis o meu servo, enlevo da minha alma»

 

No Baptismo que recebeu das mãos de João, Jesus manifesta-Se como sendo Aquele que o profeta anunciara: o Servo de Deus, que desce à água no meio dos pecadores para inaugurar a obra da redenção que o Pai Lhe confiara, e, ao mesmo tempo, o Filho bem amado, sobre quem repousa o Espírito de Deus, para que Ele seja portador da Boa Nova da salvação a toda a Terra.

 

Leitura do Livro de Isaías

Diz o Senhor: «Eis o meu servo, a quem Eu protejo, o meu eleito, enlevo da minha alma. Sobre ele fiz repousar o meu espírito, para que leve a justiça às nações. Não gritará, nem levantará a voz, nem se fará ouvir nas praças; não quebrará a cana fendida, nem apagará a torcida que ainda fumega: proclamará fielmente a justiça. Não desfalecerá nem desistirá, enquanto não estabelecer a justiça na terra, a doutrina que as ilhas longínquas esperam. Fui Eu, o Senhor, que te chamei segundo a justiça; tomei-te pela mão, formei-te e fiz de ti a aliança do povo e a luz das nações, para abrires os olhos aos cegos, tirares do cárcere os prisioneiros e da prisão os que habitam nas trevas».

Palavra do Senhor

 

SALMO RESPONSORIAL – Salmo 28 (29), 1a.2.3ac-4.3b.9b-10 (R. 11b)

 

Refrão: O Senhor abençoará o seu povo na paz. (Repete-se)

 

Tributai ao Senhor, filhos de Deus,

tributai ao Senhor glória e poder.

Tributai ao Senhor a glória do seu nome,

adorai o Senhor com ornamentos sagrados. (Refrão)

 

A voz do Senhor ressoa sobre as nuvens,

o Senhor está sobre a vastidão das águas.

A voz do Senhor é poderosa,

a voz do Senhor é majestosa. (Refrão)

 

A majestade de Deus faz ecoar o seu trovão

e no seu templo todos clamam: Glória!

Sobre as águas do dilúvio senta-Se o Senhor,

o Senhor senta-Se como Rei eterno. (Refrão)

 

 

LEITURA II – Actos 10, 34-38

 

«Deus ungiu-O com o Espírito Santo»

 

O Espírito Santo desceu sobre Jesus na hora do Baptismo e ungiu-O para que Ele pudesse começar o seu ministério e, por Ele, os homens fossem também baptizados não só na água, mas na água e no Espírito. A unção que o Espírito Santo confere a Jesus na hora do seu baptismo marca-O como “Messias”, isto é, “Ungido”, ou seja “Cristo”, e, faz d’Ele a fonte da unção com que o mesmo Espírito marcará os “cristãos”, os “ungidos”, membros de Cristo, sua Cabeça.

 

Leitura dos Actos dos Apóstolos

Naqueles dias, Pedro tomou a palavra e disse: «Na verdade, eu reconheço que Deus não faz acepção de pessoas, mas, em qualquer nação, aquele que O teme e pratica a justiça é-Lhe agradável. Ele enviou a sua palavra aos filhos de Israel, anunciando a paz por Jesus Cristo, que é o Senhor de todos. Vós sabeis o que aconteceu em toda a Judeia, a começar pela Galileia, depois do baptismo que João pregou: Deus ungiu com a força do Espírito Santo a Jesus de Nazaré, que passou fazendo o bem e curando todos os que eram oprimidos pelo demónio, porque Deus estava com Ele».

Palavra do Senhor

 

ALELUIA – Mc 9, 6

 

Refrão: Aleluia. (Repete-se)

 

Abriram-se os céus e ouviu-se a voz do Pai:

«Este é o meu Filho muito amado: escutai-O». (Refrão)

 

 

EVANGELHO – Mc 1, 7-11

 

«Tu és o meu Filho muito amado: em Ti pus a minha complacência»

 

Baptismo de Jesus inaugura a sua vida pública. Ao fazer-Se homem, Ele tornou-Se solidário com os homens. Por isso, não receou descer à água do Baptismo no meio dos pecadores, mas para os elevar à dignidade de filhos de Deus. Estes dois aspectos estão bem claros no Baptismo do Senhor. Jesus desce à água, o Pai apresenta-O como seu Filho, o Céu abre-se e o Espírito Santo desce sobre Ele. A pomba é apenas a imagem sob a qual o Espírito Se manifesta. A palavra do Pai revela, de maneira autêntica, o mistério e a missão de Jesus. O baptismo do Senhor é uma das grandes “epifanias” ou “manifestações” de Jesus.

 

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Marcos

Naquele tempo, João começou a pregar, dizendo: «Vai chegar depois de mim quem é mais forte do que eu, diante do qual eu não sou digno de me inclinar para desatar as correias das suas sandálias. Eu baptizo na água, mas Ele baptizar-vos-á no Espírito Santo». Sucedeu que, naqueles dias, Jesus veio de Nazaré da Galileia e foi baptizado por João no rio Jordão. Ao subir da água, viu os céus rasgarem-se e o Espírito, como uma pomba, descer sobre Ele. E dos céus ouviu-se uma voz: «Tu és o meu Filho muito amado, em Ti pus toda a minha complacência».

Palavra da salvação.

 

MEDITAÇÃO

 

O PAI MANIFESTA A MISSÃO DO FILHO

 

À margem do rio Jordão, João Baptista prega a conversão dos pecados como meio para se receber o reino de Deus que está próximo. Jesus entra na água, como todo o povo, para ser baptizado. Para os judeus, o baptismo era um rito penitencial; por isso, aproximavam-se dele confessando os seus pecados. Entretanto, o que Jesus recebe não é somente um baptismo de penitência; a manifestação, do Pai e do Espírito Santo dão-lhe um significado preciso. Jesus é proclamado “filho bem-amado” e sobre ele desce o Espírito que o investe da missão de profeta (anúncio da mensagem da salvação), sacerdote (o único sacrifício agradável ao Pai), rei (messias esperado como salvador).

 

O baptismo de Cristo é o “nosso baptismo”

A redacção dos evangelistas procura apresentar o baptismo de Jesus como baptismo do “novo povo de Deus”, o baptismo da Igreja. No livro do Êxodo, Israel é o filho primogénito, que é libertado do Egipto para servir a Deus e oferecer-lhe o sacrifício (Ex 4,22); é o povo que passa entre os diques de água do mar Vermelho, e no caminho enxuto através do rio Jordão.

Cristo é o “filho bem-amado” que oferece o único sacrifício agradável ao Pai; Cristo, que “sai da água” é o novo povo libertado, e a libertação é definitiva; o Espírito não só desce sobre Cristo, mas permanece sobre ele. O Espírito, que depois do pecado não tinha mais morada permanente entre os homens (Gn 6,3), agora permanece para sempre em Cristo e na Igreja que é o seu complemento.

A missão de Cristo tem a sua imagem na do Servo sofredor de Isaías (2ª leitura). O “Servo de Deus” é aquele que carrega os pecados do povo. Em Cristo, que se submete a um acto público de penitência (confissão dos pecados e baptismo), vemos a solidariedade do Pai, do Filho e do Espírito Santo com a nossa história. Jesus não se distancia da humanidade pecadora; é um homem como os homens; vindo a uma humanidade pecadora, identifica-se com ela, mas não é pecador. Não confessa os seus pecados, mas confessa por nós. A universalidade de sua confissão e a santidade da sua existência fazem com que a velha humanidade passe a uma humanidade renovada.

 

Na descoberta do próprio baptismo

Os fiéis que nasceram e viveram na fé da Igreja têm necessidade de redescobrir a grandeza e as exigências da vocação baptismal. É paradoxal que o baptismo, fazendo do homem um membro vivo do Corpo de Cristo, não esteja bem presente na consciência explícita do cristão e que a maior parte dos cristãos não considere o ingresso na Igreja, através da iniciação baptismal, como o momento decisivo de sua vida. O baptismo foi-nos dado em nome de Cristo; põe-nos em comunhão com Deus; integra-nos na Família de Deus; é um novo nascimento; uma passagem da solidariedade no pecado à solidariedade no amor; das trevas e solidão ao mundo novo da fraternidade.

Uma nova sensibilidade para com o baptismo foi suscitada na Igreja pelo Espírito; hoje, mais do que nunca, nas comunidades cristãs, apresenta-se a vida cristã como viver o seu baptismo”; e manifesta-se mais intensamente nos adultos a necessidade de repercorrer os caminhos do próprio baptismo, através de um “catecumenato” feito de profunda experiência comunitária e sério conhecimento da Escritura.

 

O baptismo de nosso filho

É um problema bastante debatido, não só pelo valor e eficácia do baptismo dado à criança, quanto por sua oportunidade na sociedade actual. Entramos numa época de pós-cristandade, caracterizada pelo pluralismo e valores de fraternidade e responsabilidade pessoal. A família não tem mais a influência determinante de outros tempos; os pais não estão em condições de fazer opções definitivas pelos filhos. Mais, ainda, as estatísticas e a experiência afirmam que grande quantidade das crianças baptizadas não são depois, de facto, suficientemente instruídas e educadas na fé cristã. Os motivos que levam certos pais a buscar o baptismo de seus filhos podem ser a conveniência social, a tradição familiar e o medo supersticioso.

A solução do problema não é fácil, e as experiências actuais podem dar origem a embaraços, perplexidades, recusa. Convém inserir o problema no quadro de uma “pastoral de conjunto”, que tenda para a renovação da catequese baptismal em toda a Igreja, e particularmente a um catecumenato de toda a família do baptizando. O que importa não é marcar a data do baptismo, mas percorrer um caminho de fé.

 

 

ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS

 

Aceitai, Senhor, os dons que a Igreja Vos oferece, ao celebrar a manifestação de Cristo vosso Filho, para que a oblação dos vossos fiéis se transforme naquele sacrifício perfeito que lavou o mundo de todo o pecado.

Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

 

ANTÍFONA DA COMUNHÃO – Jo 1, 32.34

 

Eis Aquele de quem João dizia:

Eu vi e dou testemunho de que Ele é o Filho de Deus.

 

ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO

 

Senhor, que nos alimentais com este dom sagrado, ouvi benignamente as nossas súplicas e concedei-nos a graça de ouvirmos com fé a palavra do vosso Filho Unigénito para nos chamarmos e sermos realmente vossos filhos.

Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

 

 


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