DOMINGO DO BATISMO DO SENHOR – ano B – 10JAN2021
MISSA |
ANTÍFONA DE
ENTRADA – Mt 3, 16-17
Depois do Baptismo
do Senhor, abriram-se os Céus. Sobre Ele desceu o Espírito Santo em figura de
pomba e fez-se ouvir a voz do Pai: Este é o meu Filho muito amado, no qual pus
as minhas complacências.
ORAÇÃO COLECTA
Deus eterno e omnipotente, que
proclamastes solenemente a Cristo como vosso amado Filho quando era baptizado
nas águas do rio Jordão e o Espírito Santo descia sobre Ele, concedei aos
vossos filhos adoptivos, renascidos pela água e pelo Espírito Santo, a graça de
permanecerem sempre no vosso amor.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso
Filho, que é Deus convosco, na unidade do Espírito Santo.
Liturgia da Palavra |
LEITURA I – Is 42,
1-4.6-7.
« Eis o meu servo, enlevo da minha alma»
No Baptismo que recebeu das
mãos de João, Jesus manifesta-Se como sendo Aquele que o profeta anunciara: o
Servo de Deus, que desce à água no meio dos pecadores para inaugurar a obra da
redenção que o Pai Lhe confiara, e, ao mesmo tempo, o Filho bem amado, sobre
quem repousa o Espírito de Deus, para que Ele seja portador da Boa Nova da
salvação a toda a Terra.
Leitura
do Livro de Isaías
Diz
o Senhor: «Eis o meu servo, a quem Eu protejo, o meu eleito, enlevo da minha
alma. Sobre ele fiz repousar o meu espírito, para que leve a justiça às nações.
Não gritará, nem levantará a voz, nem se fará ouvir nas praças; não quebrará a
cana fendida, nem apagará a torcida que ainda fumega: proclamará fielmente a
justiça. Não desfalecerá nem desistirá, enquanto não estabelecer a justiça na
terra, a doutrina que as ilhas longínquas esperam. Fui Eu, o Senhor, que te
chamei segundo a justiça; tomei-te pela mão, formei-te e fiz de ti a aliança do
povo e a luz das nações, para abrires os olhos aos cegos, tirares do cárcere os
prisioneiros e da prisão os que habitam nas trevas».
Palavra do Senhor
SALMO RESPONSORIAL
– Salmo 28 (29), 1a.2.3ac-4.3b.9b-10 (R. 11b)
Refrão: O Senhor
abençoará o seu povo na paz. (Repete-se)
Tributai ao
Senhor, filhos de Deus,
tributai ao Senhor
glória e poder.
Tributai ao Senhor
a glória do seu nome,
adorai o Senhor
com ornamentos sagrados. (Refrão)
A voz do Senhor
ressoa sobre as nuvens,
o Senhor está
sobre a vastidão das águas.
A voz do Senhor é
poderosa,
a voz do Senhor é
majestosa. (Refrão)
A majestade de
Deus faz ecoar o seu trovão
e no seu templo
todos clamam: Glória!
Sobre as águas do
dilúvio senta-Se o Senhor,
o Senhor senta-Se
como Rei eterno. (Refrão)
LEITURA II – Actos 10, 34-38
«Deus ungiu-O com
o Espírito Santo»
O Espírito Santo desceu sobre
Jesus na hora do Baptismo e ungiu-O para que Ele pudesse começar o seu
ministério e, por Ele, os homens fossem também baptizados não só na água, mas
na água e no Espírito. A unção que o Espírito Santo confere a Jesus na hora do
seu baptismo marca-O como “Messias”, isto é, “Ungido”, ou seja “Cristo”, e, faz
d’Ele a fonte da unção com que o mesmo Espírito marcará os “cristãos”, os
“ungidos”, membros de Cristo, sua Cabeça.
Leitura
dos Actos dos Apóstolos
Naqueles
dias, Pedro tomou a palavra e disse: «Na verdade, eu reconheço que Deus não faz
acepção de pessoas, mas, em qualquer nação, aquele que O teme e pratica a justiça
é-Lhe agradável. Ele enviou a sua palavra aos filhos de Israel, anunciando a
paz por Jesus Cristo, que é o Senhor de todos. Vós sabeis o que aconteceu em
toda a Judeia, a começar pela Galileia, depois do baptismo que João pregou:
Deus ungiu com a força do Espírito Santo a Jesus de Nazaré, que passou fazendo
o bem e curando todos os que eram oprimidos pelo demónio, porque Deus estava
com Ele».
Palavra do Senhor
ALELUIA – Mc 9, 6
Refrão: Aleluia. (Repete-se)
Abriram-se os céus e ouviu-se a voz
do Pai:
«Este é o meu Filho muito amado:
escutai-O». (Refrão)
EVANGELHO – Mc 1, 7-11
«Tu és o meu Filho
muito amado: em Ti pus a minha complacência»
Baptismo de
Jesus inaugura a sua vida pública. Ao fazer-Se homem, Ele tornou-Se solidário
com os homens. Por isso, não receou descer à água do Baptismo no meio dos
pecadores, mas para os elevar à dignidade de filhos de Deus. Estes dois
aspectos estão bem claros no Baptismo do Senhor. Jesus desce à água, o Pai
apresenta-O como seu Filho, o Céu abre-se e o Espírito Santo desce sobre Ele. A
pomba é apenas a imagem sob a qual o Espírito Se manifesta. A palavra do Pai
revela, de maneira autêntica, o mistério e a missão de Jesus. O baptismo do
Senhor é uma das grandes “epifanias” ou “manifestações” de Jesus.
Evangelho
de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Marcos
Naquele
tempo, João começou a pregar, dizendo: «Vai chegar depois de mim quem é mais
forte do que eu, diante do qual eu não sou digno de me inclinar para desatar as
correias das suas sandálias. Eu baptizo na água, mas Ele baptizar-vos-á no
Espírito Santo». Sucedeu que, naqueles dias, Jesus veio de Nazaré da Galileia e
foi baptizado por João no rio Jordão. Ao subir da água, viu os céus rasgarem-se
e o Espírito, como uma pomba, descer sobre Ele. E dos céus ouviu-se uma voz:
«Tu és o meu Filho muito amado, em Ti pus toda a minha complacência».
Palavra da
salvação.
MEDITAÇÃO
O PAI MANIFESTA A
MISSÃO DO FILHO
À margem do rio Jordão, João Baptista
prega a conversão dos pecados como meio para se receber o reino de Deus que
está próximo. Jesus entra na água, como todo o povo, para ser baptizado. Para
os judeus, o baptismo era um rito penitencial; por isso, aproximavam-se dele
confessando os seus pecados. Entretanto, o que Jesus recebe não é somente um baptismo
de penitência; a manifestação, do Pai e do Espírito Santo dão-lhe um
significado preciso. Jesus é proclamado “filho bem-amado” e sobre ele desce o
Espírito que o investe da missão de profeta (anúncio da mensagem da salvação), sacerdote
(o único sacrifício agradável ao Pai), rei (messias esperado como salvador).
O baptismo
de Cristo é o “nosso baptismo”
A redacção dos evangelistas procura
apresentar o baptismo de Jesus como baptismo do “novo povo de Deus”, o baptismo
da Igreja. No livro do Êxodo, Israel é o filho primogénito, que é libertado do Egipto
para servir a Deus e oferecer-lhe o sacrifício (Ex 4,22); é o povo que passa
entre os diques de água do mar Vermelho, e no caminho enxuto através do rio
Jordão.
Cristo é o “filho bem-amado” que oferece o
único sacrifício agradável ao Pai; Cristo, que “sai da água” é o novo povo
libertado, e a libertação é definitiva; o Espírito não só desce sobre Cristo,
mas permanece sobre ele. O Espírito, que depois do pecado não tinha mais morada
permanente entre os homens (Gn 6,3), agora permanece para sempre em Cristo e na
Igreja que é o seu complemento.
A missão de Cristo tem a sua imagem na do
Servo sofredor de Isaías (2ª leitura). O “Servo de Deus” é aquele que carrega
os pecados do povo. Em Cristo, que se submete a um acto público de penitência
(confissão dos pecados e baptismo), vemos a solidariedade do Pai, do Filho e do
Espírito Santo com a nossa história. Jesus não se distancia da humanidade
pecadora; é um homem como os homens; vindo a uma humanidade pecadora,
identifica-se com ela, mas não é pecador. Não confessa os seus pecados, mas
confessa por nós. A universalidade de sua confissão e a santidade da sua
existência fazem com que a velha humanidade passe a uma humanidade renovada.
Na
descoberta do próprio baptismo
Os fiéis que nasceram e viveram na fé da
Igreja têm necessidade de redescobrir a grandeza e as exigências da vocação baptismal.
É paradoxal que o baptismo, fazendo do homem um membro vivo do Corpo de Cristo,
não esteja bem presente na consciência explícita do cristão e que a maior parte
dos cristãos não considere o ingresso na Igreja, através da iniciação baptismal,
como o momento decisivo de sua vida. O baptismo foi-nos dado em nome de Cristo;
põe-nos em comunhão com Deus; integra-nos na Família de Deus; é um novo
nascimento; uma passagem da solidariedade no pecado à solidariedade no amor;
das trevas e solidão ao mundo novo da fraternidade.
Uma nova sensibilidade para com o baptismo
foi suscitada na Igreja pelo Espírito; hoje, mais do que nunca, nas comunidades
cristãs, apresenta-se a vida cristã como viver o seu baptismo”; e manifesta-se mais
intensamente nos adultos a necessidade de repercorrer os caminhos do próprio baptismo,
através de um “catecumenato” feito de profunda experiência comunitária e sério
conhecimento da Escritura.
O baptismo
de nosso filho
É um problema bastante debatido, não só
pelo valor e eficácia do baptismo dado à criança, quanto por sua oportunidade
na sociedade actual. Entramos numa época de pós-cristandade, caracterizada pelo
pluralismo e valores de fraternidade e responsabilidade pessoal. A família não
tem mais a influência determinante de outros tempos; os pais não estão em
condições de fazer opções definitivas pelos filhos. Mais, ainda, as
estatísticas e a experiência afirmam que grande quantidade das crianças baptizadas
não são depois, de facto, suficientemente instruídas e educadas na fé cristã.
Os motivos que levam certos pais a buscar o baptismo de seus filhos podem ser a
conveniência social, a tradição familiar e o medo supersticioso.
A solução do problema não é fácil, e as
experiências actuais podem dar origem a embaraços, perplexidades, recusa.
Convém inserir o problema no quadro de uma “pastoral de conjunto”, que tenda
para a renovação da catequese baptismal em toda a Igreja, e particularmente a
um catecumenato de toda a família do baptizando. O que importa não é marcar a
data do baptismo, mas percorrer um caminho de fé.
ORAÇÃO SOBRE AS
OBLATAS
Aceitai, Senhor, os dons que a Igreja Vos oferece, ao celebrar a
manifestação de Cristo vosso Filho, para que a oblação dos vossos fiéis se
transforme naquele sacrifício perfeito que lavou o mundo de todo o pecado.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na
unidade do Espírito Santo.
ANTÍFONA DA
COMUNHÃO – Jo 1, 32.34
Eis Aquele de quem
João dizia:
Eu vi e dou
testemunho de que Ele é o Filho de Deus.
ORAÇÃO DEPOIS DA
COMUNHÃO
Senhor, que nos
alimentais com este dom sagrado, ouvi benignamente as nossas súplicas e
concedei-nos a graça de ouvirmos com fé a palavra do vosso Filho Unigénito para
nos chamarmos e sermos realmente vossos filhos.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na
unidade do Espírito Santo.
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