DOMINGO X DO TEMPO COMUM – ano B – 06JUN2021
MISSA |
ANTÍFONA
DE ENTRADA – Salmo 26, 1-2
O
Senhor é minha luz e salvação:
a
quem temerei?
O
Senhor é protector da minha vida:
de
quem hei-de ter medo?
ORAÇÃO
COLECTA
Deus, fonte de todo o bem,
ensinai-nos com a vossa inspiração a pensar o que é recto e
ajudai-nos com a vossa providência a pô-lo em prática.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na
unidade do Espírito Santo.
Liturgia
da Palavra |
LEITURA
I – Gen 3, 9-15
«Estabelecerei
inimizade entre a tua descendência e a descendência dela»
Perdida
a amizade divina, pelo pecado, o homem e a mulher encontram-se reduzidos à sua
condição de seres limitados e vêem crescer em si o orgulho e a fuga à
responsabilidade.
O
homem acusa a mulher. Esta desculpa-se com a serpente. Apesar disso, o Senhor
promete o triunfo final do bem que há-de vencer a injustiça, o egoísmo. Jesus
Cristo realizará a salvação de cada homem, e de toda a humanidade.
Leitura do Livro do Génesis
Depois de Adão ter comido da árvore, o Senhor Deus chamou-o e
disse-lhe: «Onde estás?». Ele respondeu: «Ouvi o rumor dos vossos passos no
jardim e, como estava nu, tive medo e escondi-me». Disse Deus: «Quem te deu a
conhecer que estavas nu? Terias tu comido dessa árvore, da qual te proibira
comer?». Adão respondeu: «A mulher que me destes por companheira deu-me do
fruto da árvore e eu comi». O Senhor Deus perguntou à mulher: «Que fizeste?». E
a mulher respondeu: «A serpente enganou-me e eu comi». Disse então o Senhor
Deus à serpente: «Por teres feito semelhante coisa, maldita sejas entre todos
os animais domésticos e todos os animais selvagens. Hás-de rastejar e comer do
pó da terra todos os dias da tua vida. Estabelecerei inimizade entre ti e a
mulher, entre a tua descendência e a descendência dela. Esta há-de atingir-te
na cabeça e tu a atingirás no calcanhar».
Palavra do
Senhor
SALMO
RESPONSORIAL – Salmo 129 (130), 1-2.3-4ab.4c-6.7-8 (R. 7)
Refrão: No Senhor está a misericórdia e
abundante redenção. (Repete-se)
Do
profundo abismo chamo por Vós, Senhor,
Senhor,
escutai a minha voz.
Estejam
os vossos ouvidos atentos
à
voz da minha súplica. (Refrão)
Se
tiverdes em conta os nossos pecados,
Senhor,
quem poderá salvar-se?
Mas
em Vós está o perdão
para
Vos servirmos com reverência. (Refrão)
Eu
confio no Senhor,
a
minha alma confia na sua palavra.
A
minha alma espera pelo Senhor
mais
do que as sentinelas pela aurora. (Refrão)
Porque
no Senhor está a misericórdia
e
com Ele abundante redenção.
Ele
há-de libertar Israel
de
todas as suas faltas. (Refrão)
LEITURA
II – 2 Cor 4, 13 – 5, 1
«Acreditamos;
por isso falamos»
Os
sofrimentos do dia a dia não preocupam o Apóstolo S. Paulo. Nem tão pouco o
atormenta a condição de ser mortal, pois deposita toda a sua esperança no
Senhor que lhe concederá uma morada eterna. Por isso, nos recomenda uma atenção
especial para os bens do espírito, para aquilo que não se vê, mas é duradoiro.
Leitura da Segunda Epístola do apóstolo S. Paulo aos Coríntios
Irmãos: Diz a Escritura: «Acreditei; por isso falei». Com este
mesmo espírito de fé, também nós acreditamos, e por isso falamos, sabendo que
Aquele que ressuscitou o Senhor Jesus também nos há-de ressuscitar com Jesus e
nos levará convosco para junto d’Ele. Tudo isto é por vossa causa, para que uma
graça mais abundante multiplique as acções de graças de um maior número de
cristãos para glória de Deus. Por isso, não desanimamos. Ainda que em nós o
homem exterior se vá arruinando, o homem interior vai-se renovando de dia para
dia. Porque a ligeira aflição dum momento prepara-nos, para além de toda e
qualquer medida, um peso eterno de glória. Não olhamos para as coisas visíveis,
olhamos para as invisíveis: as coisas visíveis são passageiras, ao passo que as
invisíveis são eternas. Bem sabemos que, se esta tenda, que é a nossa morada
terrestre, for desfeita, recebemos nos Céus uma habitação eterna, que é obra de
Deus e não é feita pela mão dos homens.
Palavra do
Senhor
ALELUIA – Jo 12, 31b-32
Refrão: Aleluia (Repete-se)
Chegou a hora em que vai ser
expulso
o príncipe deste mundo, diz o
Senhor;
e quando Eu for levantado da
terra,
atrairei todos a Mim. (Refrão)
EVANGELHO
– Mc 3, 20-35
«Satanás
está perdido»
Jesus é objecto de toda a espécie de calúnias. Os escribas
vão ao ponto de O acusarem de pactuar com Belzebu o príncipe dos demónios. Nem
por isso Jesus deixou de levar por diante a missão que o Pai lhe confiara – a
implantação do Reino de Deus entre os homens. Muitos irmãos nossos lutam hoje
contra o mal: contra o racismo, as torturas, as injustiças e a privação de
liberdade. E também estes são acusados de estabelecerem a anarquia entre os
homens. Colocamos nós a vontade de Deus acima de tudo?
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Marcos
Naquele tempo, Jesus chegou a casa com os seus discípulos. E de
novo acorreu tanta gente, que eles nem sequer podiam comer. Ao saberem disto,
os parentes de Jesus puseram-se a caminho para O deter, pois diziam: «Está fora
de Si». Os escribas que tinham descido de Jerusalém diziam: «Está possesso de
Belzebu», e ainda: «É pelo chefe dos demónios que Ele expulsa os demónios». Mas
Jesus chamou-os e começou a falar-lhes em parábolas: «Como pode Satanás
expulsar Satanás? Se um reino estiver dividido contra si mesmo, tal reino não
pode aguentar-se. E se uma casa estiver dividida contra si mesma, essa casa não
pode durar. Portanto, se Satanás se levanta contra si mesmo e se divide, não
pode subsistir: está perdido. Ninguém pode entrar em casa de um homem forte e
roubar-lhe os bens, sem primeiro o amarrar: só então poderá saquear a casa. Em
verdade vos digo: Tudo será perdoado aos filhos dos homens: os pecados e
blasfémias que tiverem proferido; mas quem blasfemar contra o Espírito Santo
nunca terá perdão: será réu de pecado para sempre». Referia-Se aos que diziam:
«Está possesso dum espírito impuro». Entretanto, chegaram sua Mãe e seus
irmãos, que, ficando fora, O mandaram chamar. A multidão estava sentada em
volta d’Ele, quando Lhe disseram: «Tua Mãe e teus irmãos estão lá fora à tua
procura». Mas Jesus respondeu-lhes: «Quem é minha Mãe e meus irmãos?». E,
olhando para aqueles que estavam à sua volta, disse: «Eis minha Mãe e meus
irmãos. Quem fizer a vontade de Deus esse é meu irmão, minha irmã e minha Mãe»
Palavra da salvação.
MEDITAÇÃO
A
VERDADEIRA MISSÃO DE JESUS
O Evangelho relata,
com muita simplicidade, que os familiares de Jesus consideravam-no “louco”. O
interesse suscitado pela pessoa do Mestre, que atraía multidões, deixava-os
perturbados. É possível imaginar toda a sorte de atitudes por parte dos que o
procuravam. Quem necessitava da sua ajuda e era atendido, deveria manifestar-se
com exaltação, exageros, histerias, gritaria, barulho. Quem o via com suspeita,
não devia poupar críticas, desprezo, maledicências. Por sua vez, os parentes
não conseguiam entender o porquê de tudo isto. Nem tinham parâmetros para
compreender as palavras de Jesus e captar-lhes o sentido profundo. Tampouco tinham
como explicar o seu poder misterioso de fazer milagres e libertar os
endemoninhados. Por isso, pareceu-lhes prudente prendê-lo em casa, de modo a
evitar o espectáculo deprimente de ver aquele seu familiar falando e fazendo
desatinos. Na verdade, esses parentes já não eram mais os verdadeiros
familiares de Jesus, que, agora, são outros: aqueles que ele chamou para ser
seus companheiros de missão. Estes, sim, pouco a pouco, foram-se tornando
capazes de compreender a sabedoria escondida nos gestos e nas palavras do
Mestre. Enganaram-se os que pensavam estar diante de um louco, pois ali se
encontrava a mais pura sabedoria manifestada por Deus à humanidade. A acusação
que os escribas fizeram a Jesus é de extrema gravidade. Na avaliação deles, o
Mestre estava possuído pelo demónio. E isto é considerado como uma blasfémia
contra o Espírito Santo, sem possibilidade de perdão. Porquê? Toda a acção de
Jesus desenrolava-se sob o impulso do Espírito Santo. O Mestre pregava e curava
pelo poder do Espírito que recebera do Pai. A expulsão dos demónios resultava
do mesmo poder. Jesus realizava gestos poderosos porque o Espírito de Deus
habitava nele. A blasfémia consistiu em confundir o Espírito Santo com Belzebu.
Declarar Jesus possesso significava dizer ser ele habitado pelo espírito maligno
e, assim, negar totalmente a obra que Deus realizava por meio de seu Filho. A
incapacidade de interpretar os factos de maneira correcta resultava não só da
má vontade dos escribas em relação a Jesus, mas também em relação a Deus. Por
desconhecerem a pedagogia da acção divina, recusavam-se a reconhecer o dedo do
Pai na acção do seu Filho. E punham-se a fazer considerações inconvenientes a
respeito dele. Aos blasfemadores só restava um caminho para se tornarem objecto
da misericórdia divina: reconhecer a presença de Deus na acção de Jesus, e
confessar que, no Filho, a libertação divina acontecia na história da
humanidade oprimida. A presença da sua mãe e dos seus familiares, num momento
de intensa actividade, permitiu a Jesus explicitar um aspecto importante do
Reino instaurado por ele: o ponto de contacto entre ele e quem se tornou seu
discípulo. Seria uma questão de amizade pessoal, ou tudo dependeria das
preferências de Jesus? Os seus parentes teriam alguma precedência em relação
aos demais? Nada disso tinha importância, já que o critério seria a submissão à
vontade do Pai. Portanto, o ponto de contacto estaria no nível interno,
existencial. Por pautarem as suas vidas em idêntico projecto, cujo referencial
era o Pai, Jesus e os seus discípulos formariam uma grande família. Este
critério de familiaridade com Jesus supera toda limitação espaço temporal.
Entre nós e Jesus se estabelecem estreitos laços de relacionamento, quando nos
deixamos guiar pela mesma vontade divina. A identificação dar-se-á na
semelhança de atitudes, uma vez que seremos levados a agir como ele. Por outro
lado, o espírito de família impor-se-á entre nós, cristãos, quando nos
encontrarmos unidos numa acção comum, fundada no amor e na justiça. Só então
saberemos que somos irmãos e irmãs de Jesus. Este é o parentesco espiritual
gerado pela opção do Reino, do qual nasce a verdadeira família de Jesus, que
engloba toda a gente e suas culturas.
ORAÇÃO
SOBRE AS OBLATAS
Olhai com bondade, Senhor, para os dons que apresentamos ao vosso
altar e fazei que esta oblação Vos seja agradável e aumente em nós a caridade.
Por Nosso Senhor, Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco
na unidade do Espírito Santo.
ANTÍFONA
DA COMUNHÃO – Salmo 17, 3
Sois
o meu protector e o meu refúgio, Senhor;
sois
o meu libertador; meu Deus, em Vós confio.
Ou 1 Jo 4, 16
Deus
é amor.
Quem
permanece no amor permanece em Deus
e
Deus permanece nele.
ORAÇÃO
DEPOIS DA COMUNHÃO
Nós
Vos pedimos, Senhor, que a acção santificadora deste sacramento nos liberte das
más inclinações e nos conduza a uma vida santa.
Por
Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do
Espírito Santo.
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