MISSA |
ANTÍFONA
DE ENTRADA – Sir 36, 18
Dai
a paz, Senhor, aos que em Vós esperam
e
confirmai a verdade dos vossos profetas.
Escutai
a prece dos vossos servos e abençoai o vosso povo.
ORAÇÃO
COLECTA
Deus, Criador e Senhor de todas as coisas, lançai sobre nós o
vosso olhar; e para sentirmos em nós os efeitos do vosso amor, dai-nos a graça
de Vos servirmos com todo o coração.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na
unidade do Espírito Santo.
Liturgia
da Palavra |
LEITURA
I – Is 50, 5-9a
«Apresentei
as costas àqueles que me batiam»
Esta
leitura do Antigo Testamento fala-nos de uma personagem a que a Sagrada
Escritura dá o nome de “Servo do Senhor”. Apresenta-se como alguém obediente a
Deus, sujeito a muitas humilhações, mas sempre confiante no Senhor, e que, por
fim, Deus exaltará na glória. É a figura típica de Jesus na sua Paixão,
obediente até à morte na Cruz, exaltado na glória da Ressurreição, como o
Evangelho O vai apresentar.
Leitura do Livro de Isaías
O Senhor Deus abriu-me os ouvidos e eu não resisti nem recuei um
passo. Apresentei as costas àqueles que me batiam e a face aos que me
arrancavam a barba; não desviei o meu rosto dos que me insultavam e cuspiam. Mas
o Senhor Deus veio em meu auxílio e por isso não fiquei envergonhado; tornei o
meu rosto duro como pedra e sei que não ficarei desiludido. O meu advogado está
perto de mim. Pretende alguém instaurar-me um processo? Compareçamos juntos.
Quem é o meu adversário? Que se apresente! O Senhor Deus vem em meu auxílio.
Quem ousará condenar-me?
Palavra do
Senhor
SALMO
RESPONSORIAL – Salmo 114 (116), 1-2.3-4.5-6.8-9 (R. 9)
Refrão: Andarei na presença do Senhor
sobre
a terra dos vivos. (Repete-se)
Amo
o Senhor,
porque
ouviu a voz da minha súplica.
Ele
me atendeu,
no
dia em que O invoquei. Refrão
Apertaram-me
os laços da morte,
caíram
sobre mim as angústias do além,
vi-me
na aflição e na dor.
Então
invoquei o Senhor:
«Senhor,
salvai a minha alma». (Refrão)
Justo
e compassivo é o Senhor,
o
nosso Deus é misericordioso.
O
Senhor guarda os simples:
estava
sem forças e o Senhor salvou-me. (Refrão)
Livrou
da morte a minha alma,
das
lágrimas os meus olhos, da queda os meus pés.
Andarei
na presença do Senhor,
sobre
a terra dos vivos. (Refrão)
LEITURA
II – Tg 2, 14-18
«A fé sem
obras está morta»
A
pregação de S. Tiago é muito concreta. A fé vive-se na prática da vida de cada
dia, sobretudo nas relações com o próximo, que hão-de ter sempre a caridade
como fundamento. A fé supõe a aceitação total da palavra de Deus, no pensar, no
querer, no agir. Acreditar não é apenas admitir com a inteligência a verdade
que a Igreja ensina, mas viver, em toda a vida, dessa mesma verdade. Doutro
modo, a fé estaria morta, e a fé é um princípio de vida.
Leitura da Epístola de São Tiago
Irmãos: De que serve a alguém dizer que tem fé, se não tem obras?
Poderá essa fé obter-lhe a salvação? Se um irmão ou uma irmã não tiverem que
vestir e lhes faltar o alimento de cada dia, e um de vós lhes disser: «Ide em
paz. Aquecei-vos bem e saciai-vos», sem lhes dar o necessário para o corpo, de
que lhes servem as vossas palavras? Assim também a fé sem obras está
completamente morta. Mas dirá alguém: «Tu tens a fé e eu tenho as obras».
Mostra-me a tua fé sem obras, que eu, pelas obras, te mostrarei a minha fé.
Palavra do Senhor
ALELUIA – Gal 6, 14
Refrão: Aleluia (Repete-se)
Toda a minha glória está na cruz
do Senhor,
por quem o mundo está crucificado
para mim
e eu para o mundo. (Refrão)
EVANGELHO
– Mc 8, 27-35
«Tu
és o Messias... O Filho do homem tem de sofrer muito»
Jesus anuncia, pela primeira vez, a sua Paixão, depois de
Pedro ter feito um acto de fé na sua missão de Messias. Ao ouvir falar da
Paixão Pedro escandaliza-se. Não consegue ligar as ideias de Messias com a do
sofrimento, muito menos com a da Morte. Não tinha ainda compreendido as
palavras sobre o “Servo de Deus” sofredor de que fala a primeira leitura.
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo S. Marcos
Naquele tempo, Jesus partiu com os seus discípulos para as
povoações de Cesareia de Filipe. No caminho, fez-lhes esta pergunta: «Quem
dizem os homens que Eu sou?». Eles responderam: «Uns dizem João Baptista;
outros, Elias; e outros, um dos profetas». Jesus então perguntou-lhes: «E vós,
quem dizeis que Eu sou?». Pedro tomou a palavra e respondeu: «Tu és o Messias».
Ordenou-lhes então severamente que não falassem d’Ele a ninguém. Depois,
começou a ensinar-lhes que o Filho do homem tinha de sofrer muito, de ser
rejeitado pelos anciãos, pelos sumos sacerdotes e pelos escribas; de ser morto
e ressuscitar três dias depois. E Jesus dizia-lhes claramente estas coisas.
Então, Pedro tomou-O à parte e começou a contestá-l’O. Mas Jesus, voltando-Se e
olhando para os discípulos, repreendeu Pedro, dizendo: «Vai-te, Satanás, porque
não compreendes as coisas de Deus, mas só as dos homens». E, chamando a
multidão com os seus discípulos, disse-lhes: «Se alguém quiser seguir-Me,
renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e siga-Me. Na verdade, quem quiser salvar
a sua vida perdê-la-á; mas quem perder a vida, por causa de Mim e do Evangelho,
salvá-la-á».
Palavra da salvação.
MEDITAÇÃO
TU ÉS
O MESSIAS
A pergunta de Jesus
força os discípulos a fazer uma revisão de tudo o que ele realizou no meio do
povo. Esse povo não entendeu quem é Jesus. Os discípulos, porém, que acompanham
e vêem tudo o que Jesus tem feito, reconhecem agora, através de Pedro, que
Jesus é o Messias. A acção messiânica de Jesus consiste em criar um mundo
plenamente humano, onde tudo é de todos e repartido entre todos. Esse
messianismo destrói a estrutura de uma sociedade injusta, onde há ricos à custa
de pobres e poderosos à custa de fracos. Por isso, essa sociedade vai matar
Jesus, antes que ele a destrua. Mas os discípulos imaginam um messias glorioso
e triunfante. A pessoa de Jesus não se enquadrava nas categorias da época e era
interpretada das mais variadas formas. Seu modo de ser austero e a maneira
incisiva de sua pregação levavam alguns a confundi-lo com João Batista ou com
Elias. Pensava-se que Jesus tivesse como que feito reviver em si estas figuras.
A postura de Jesus era também identificada com as dos profetas do passado,
cujas vidas pareciam servir-lhe de inspiração. Jesus quis saber a opinião dos
discípulos a seu respeito, por não estar bem seguro de como o consideravam. A
resposta foi dada por Pedro, em nome do grupo, de maneira correcta e convenceu Jesus.
Ele, de facto, era o Messias. Entretanto, o Mestre sentiu-se na obrigação de
oferecer aos discípulos pistas para a correcta compreensão da sua condição
messiânica. Seu messianismo levá-lo-ia a confrontar-se com a rejeição das
autoridades e com a morte violenta. Ele, no entanto, estava também destinado à
ressurreição. As expectativas em voga giravam em torno de um futuro Messias
revestido de glória e poder. Os discípulos, pois, tiveram de fazer um esforço
gigantesco para introduzir o sofrimento no messianismo do Mestre. Jamais se
esperava um Messias sofredor, como Jesus se proclamava ser. Os discípulos
viram-se, portanto, na obrigação de refazer seus esquemas. Cesareia de Filipe
está ao norte, acima da Galileia. Está-se encerrando o ministério de Jesus
entre os gentios. A partir de então, Jesus decide tomar rumo ao sul, seguindo o
caminho para Jerusalém, pela Judeia, em um ambiente exclusivamente judaico,
para ali fazer o seu anúncio libertador. Aproxima-se a festa ritual da Páscoa judaica,
momento oportuno para aprofundar a própria identidade de Jesus. Tendo
interrogado os discípulos, Pedro adianta-se e exterioriza a compreensão deles
de que Jesus é o Cristo (significa “messias”, que no Primeiro Testamento
refere-se a David ou a um seu descendente que implantará um reino glorioso para
Israel). Jesus repreende-os por causa de tal compreensão. Ele vem como o
humilde “humano” (Filho do Homem), para proclamar a libertação e a misericórdia
de Deus, sem temer a morte. Jesus, então, retoma a instrução aos discípulos
quanto ao despojamento e à disponibilidade a serem assumidos por eles. Perder a
sua vida por causa de Jesus é desprezar os sedutores projectos de sucesso de
enriquecimento e consumismo, oferecidos pelos poderosos deste mundo. Perder a sua
vida é ser para o outro, estar a serviço dos mais necessitados e excluídos,
como Jesus. É viver o amor, comprometendo-se com a luta em vista da restauração
da vida e da conquista da Paz. No seguimento de Jesus, conquista-se a liberdade
que proporciona a felicidade e a vida, em comunhão de amor com os irmãos e, por
estes, em comunhão com Deus.
ORAÇÃO
SOBRE AS OBLATAS
Ouvi, Senhor, com bondade as nossas súplicas e recebei estas
ofertas dos vossos fiéis, para que os dons oferecidos por cada um de nós para
glória do vosso nome sirvam para a salvação de todos.
Por Nosso Senhor, Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco
na unidade do Espírito Santo.
ANTÍFONA
DA COMUNHÃO – Salmo 35, 8
Como
é admirável, Senhor, a vossa bondade!
À
sombra das vossas asas se refugiam os homens.
Ou – Cor 10, 16
O
cálice de bênção é comunhão no Sangue de Cristo;
e
o pão que partimos é comunhão no Corpo do Senhor.
ORAÇÃO
DEPOIS DA COMUNHÃO
Senhor
nosso Deus, concedei que este sacramento celeste nos santifique totalmente a
alma e o corpo, para que não sejamos conduzidos pelos nossos sentimentos mas
pela virtude vivificante do vosso Espírito.
Por
Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do
Espírito Santo.
Sem comentários:
Enviar um comentário