domingo, 12 de setembro de 2021

TU ÉS O MESSIAS... O FILHO DO HOMEM TEM DE SOFRER MUITO

 DOMINGO XXIV DO TEMPO COMUM – ano B – 12SET2021 

MISSA

 

ANTÍFONA DE ENTRADA – Sir 36, 18

Dai a paz, Senhor, aos que em Vós esperam

e confirmai a verdade dos vossos profetas.

Escutai a prece dos vossos servos e abençoai o vosso povo.

 

ORAÇÃO COLECTA

Deus, Criador e Senhor de todas as coisas, lançai sobre nós o vosso olhar; e para sentirmos em nós os efeitos do vosso amor, dai-nos a graça de Vos servirmos com todo o coração.

Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

 

Liturgia da Palavra

 

LEITURA I – Is 50, 5-9a

«Apresentei as costas àqueles que me batiam»

 

Esta leitura do Antigo Testamento fala-nos de uma personagem a que a Sagrada Escritura dá o nome de “Servo do Senhor”. Apresenta-se como alguém obediente a Deus, sujeito a muitas humilhações, mas sempre confiante no Senhor, e que, por fim, Deus exaltará na glória. É a figura típica de Jesus na sua Paixão, obediente até à morte na Cruz, exaltado na glória da Ressurreição, como o Evangelho O vai apresentar.

 

Leitura do Livro de Isaías

O Senhor Deus abriu-me os ouvidos e eu não resisti nem recuei um passo. Apresentei as costas àqueles que me batiam e a face aos que me arrancavam a barba; não desviei o meu rosto dos que me insultavam e cuspiam. Mas o Senhor Deus veio em meu auxílio e por isso não fiquei envergonhado; tornei o meu rosto duro como pedra e sei que não ficarei desiludido. O meu advogado está perto de mim. Pretende alguém instaurar-me um processo? Compareçamos juntos. Quem é o meu adversário? Que se apresente! O Senhor Deus vem em meu auxílio. Quem ousará condenar-me?

Palavra do Senhor

 

SALMO RESPONSORIAL – Salmo 114 (116), 1-2.3-4.5-6.8-9 (R. 9)

 

Refrão: Andarei na presença do Senhor

sobre a terra dos vivos. (Repete-se)

 

Amo o Senhor,

porque ouviu a voz da minha súplica.

Ele me atendeu,

no dia em que O invoquei. Refrão

 

Apertaram-me os laços da morte,

caíram sobre mim as angústias do além,

vi-me na aflição e na dor.

Então invoquei o Senhor:

«Senhor, salvai a minha alma». (Refrão)

 

Justo e compassivo é o Senhor,

o nosso Deus é misericordioso.

O Senhor guarda os simples:

estava sem forças e o Senhor salvou-me. (Refrão)

 

Livrou da morte a minha alma,

das lágrimas os meus olhos, da queda os meus pés.

Andarei na presença do Senhor,

sobre a terra dos vivos. (Refrão)

 

LEITURA II – Tg 2, 14-18

 

«A fé sem obras está morta»

 

A pregação de S. Tiago é muito concreta. A fé vive-se na prática da vida de cada dia, sobretudo nas relações com o próximo, que hão-de ter sempre a caridade como fundamento. A fé supõe a aceitação total da palavra de Deus, no pensar, no querer, no agir. Acreditar não é apenas admitir com a inteligência a verdade que a Igreja ensina, mas viver, em toda a vida, dessa mesma verdade. Doutro modo, a fé estaria morta, e a fé é um princípio de vida.

 

Leitura da Epístola de São Tiago

Irmãos: De que serve a alguém dizer que tem fé, se não tem obras? Poderá essa fé obter-lhe a salvação? Se um irmão ou uma irmã não tiverem que vestir e lhes faltar o alimento de cada dia, e um de vós lhes disser: «Ide em paz. Aquecei-vos bem e saciai-vos», sem lhes dar o necessário para o corpo, de que lhes servem as vossas palavras? Assim também a fé sem obras está completamente morta. Mas dirá alguém: «Tu tens a fé e eu tenho as obras». Mostra-me a tua fé sem obras, que eu, pelas obras, te mostrarei a minha fé.

Palavra do Senhor

 

ALELUIA – Gal 6, 14

 

Refrão: Aleluia (Repete-se)

 

Toda a minha glória está na cruz do Senhor,

por quem o mundo está crucificado para mim

e eu para o mundo. (Refrão)

 

EVANGELHO – Mc 8, 27-35

 

«Tu és o Messias... O Filho do homem tem de sofrer muito»

 

Jesus anuncia, pela primeira vez, a sua Paixão, depois de Pedro ter feito um acto de fé na sua missão de Messias. Ao ouvir falar da Paixão Pedro escandaliza-se. Não consegue ligar as ideias de Messias com a do sofrimento, muito menos com a da Morte. Não tinha ainda compreendido as palavras sobre o “Servo de Deus” sofredor de que fala a primeira leitura.

 

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo S. Marcos

Naquele tempo, Jesus partiu com os seus discípulos para as povoações de Cesareia de Filipe. No caminho, fez-lhes esta pergunta: «Quem dizem os homens que Eu sou?». Eles responderam: «Uns dizem João Baptista; outros, Elias; e outros, um dos profetas». Jesus então perguntou-lhes: «E vós, quem dizeis que Eu sou?». Pedro tomou a palavra e respondeu: «Tu és o Messias». Ordenou-lhes então severamente que não falassem d’Ele a ninguém. Depois, começou a ensinar-lhes que o Filho do homem tinha de sofrer muito, de ser rejeitado pelos anciãos, pelos sumos sacerdotes e pelos escribas; de ser morto e ressuscitar três dias depois. E Jesus dizia-lhes claramente estas coisas. Então, Pedro tomou-O à parte e começou a contestá-l’O. Mas Jesus, voltando-Se e olhando para os discípulos, repreendeu Pedro, dizendo: «Vai-te, Satanás, porque não compreendes as coisas de Deus, mas só as dos homens». E, chamando a multidão com os seus discípulos, disse-lhes: «Se alguém quiser seguir-Me, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e siga-Me. Na verdade, quem quiser salvar a sua vida perdê-la-á; mas quem perder a vida, por causa de Mim e do Evangelho, salvá-la-á».

Palavra da salvação.

 

MEDITAÇÃO

 

TU ÉS O MESSIAS

 

A pergunta de Jesus força os discípulos a fazer uma revisão de tudo o que ele realizou no meio do povo. Esse povo não entendeu quem é Jesus. Os discípulos, porém, que acompanham e vêem tudo o que Jesus tem feito, reconhecem agora, através de Pedro, que Jesus é o Messias. A acção messiânica de Jesus consiste em criar um mundo plenamente humano, onde tudo é de todos e repartido entre todos. Esse messianismo destrói a estrutura de uma sociedade injusta, onde há ricos à custa de pobres e poderosos à custa de fracos. Por isso, essa sociedade vai matar Jesus, antes que ele a destrua. Mas os discípulos imaginam um messias glorioso e triunfante. A pessoa de Jesus não se enquadrava nas categorias da época e era interpretada das mais variadas formas. Seu modo de ser austero e a maneira incisiva de sua pregação levavam alguns a confundi-lo com João Batista ou com Elias. Pensava-se que Jesus tivesse como que feito reviver em si estas figuras. A postura de Jesus era também identificada com as dos profetas do passado, cujas vidas pareciam servir-lhe de inspiração. Jesus quis saber a opinião dos discípulos a seu respeito, por não estar bem seguro de como o consideravam. A resposta foi dada por Pedro, em nome do grupo, de maneira correcta e convenceu Jesus. Ele, de facto, era o Messias. Entretanto, o Mestre sentiu-se na obrigação de oferecer aos discípulos pistas para a correcta compreensão da sua condição messiânica. Seu messianismo levá-lo-ia a confrontar-se com a rejeição das autoridades e com a morte violenta. Ele, no entanto, estava também destinado à ressurreição. As expectativas em voga giravam em torno de um futuro Messias revestido de glória e poder. Os discípulos, pois, tiveram de fazer um esforço gigantesco para introduzir o sofrimento no messianismo do Mestre. Jamais se esperava um Messias sofredor, como Jesus se proclamava ser. Os discípulos viram-se, portanto, na obrigação de refazer seus esquemas. Cesareia de Filipe está ao norte, acima da Galileia. Está-se encerrando o ministério de Jesus entre os gentios. A partir de então, Jesus decide tomar rumo ao sul, seguindo o caminho para Jerusalém, pela Judeia, em um ambiente exclusivamente judaico, para ali fazer o seu anúncio libertador. Aproxima-se a festa ritual da Páscoa judaica, momento oportuno para aprofundar a própria identidade de Jesus. Tendo interrogado os discípulos, Pedro adianta-se e exterioriza a compreensão deles de que Jesus é o Cristo (significa “messias”, que no Primeiro Testamento refere-se a David ou a um seu descendente que implantará um reino glorioso para Israel). Jesus repreende-os por causa de tal compreensão. Ele vem como o humilde “humano” (Filho do Homem), para proclamar a libertação e a misericórdia de Deus, sem temer a morte. Jesus, então, retoma a instrução aos discípulos quanto ao despojamento e à disponibilidade a serem assumidos por eles. Perder a sua vida por causa de Jesus é desprezar os sedutores projectos de sucesso de enriquecimento e consumismo, oferecidos pelos poderosos deste mundo. Perder a sua vida é ser para o outro, estar a serviço dos mais necessitados e excluídos, como Jesus. É viver o amor, comprometendo-se com a luta em vista da restauração da vida e da conquista da Paz. No seguimento de Jesus, conquista-se a liberdade que proporciona a felicidade e a vida, em comunhão de amor com os irmãos e, por estes, em comunhão com Deus.

 

ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS

 

Ouvi, Senhor, com bondade as nossas súplicas e recebei estas ofertas dos vossos fiéis, para que os dons oferecidos por cada um de nós para glória do vosso nome sirvam para a salvação de todos.

Por Nosso Senhor, Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

 

ANTÍFONA DA COMUNHÃO – Salmo 35, 8

Como é admirável, Senhor, a vossa bondade!

À sombra das vossas asas se refugiam os homens.

 

Ou – Cor 10, 16

 

O cálice de bênção é comunhão no Sangue de Cristo;

e o pão que partimos é comunhão no Corpo do Senhor.

 

ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO

 

Senhor nosso Deus, concedei que este sacramento celeste nos santifique totalmente a alma e o corpo, para que não sejamos conduzidos pelos nossos sentimentos mas pela virtude vivificante do vosso Espírito.

Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

 

 

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