DOMINGO XXXIV DO TEMPO COMUM – ano B – 21NOV2021
MISSA |
ANTÍFONA
DE ENTRADA – Ap 5, 12; 1, 6
O
Cordeiro que foi imolado é digno de receber o poder
e
a riqueza, a sabedoria, a honra e o louvor.
Glória
ao Senhor pelos séculos dos séculos.
ORAÇÃO
COLECTA
Deus eterno e omnipotente, que no vosso amado Filho, Rei do
universo, quisestes instaurar todas as coisas, concedei propício que todas as
criaturas, libertas da escravidão, sirvam a vossa majestade e Vos glorifiquem
eternamente.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na
unidade do Espírito Santo.
Liturgia
da Palavra |
LEITURA
I – Dan 7, 13-14
«O
seu poder é eterno»
O
“Filho de homem” de que fala o profeta é a maneira de falar que Jesus depois
adoptou, aplicando-a a Si mesmo. Este “Filho de homem” que recebe de Deus um
reino eterno é Jesus, que, pela oblação de Si mesmo ao Pai na Cruz, mereceu a
glória da ressurreição, e assim Se tornou o “Primogénito de entre os mortos”,
Cabeça de toda a humanidade por Ele remida, Senhor de todo o Universo, sentado
à direita do Pai.
Leitura da Profecia de Daniel
Contemplava eu as visões da noite, quando, sobre as nuvens do céu,
veio alguém semelhante a um filho do homem. Dirigiu-Se para o Ancião venerável
e conduziram-no à sua presença. Foi-lhe entregue o poder, a honra e a realeza,
e todos os povos, nações e línguas O serviram. O seu poder é eterno, não
passará jamais, e o seu reino não será destruído.
Palavra do
Senhor
SALMO
RESPONSORIAL – Salmo 92 (93), 1ab.1c-2.5 (R. 1a)
Refrão: O Senhor é rei num trono de luz.
(Repete-se)
O
Senhor é rei,
revestiu-Se
de majestade,
revestiu-Se
e cingiu-Se de poder. (Refrão)
Firmou
o universo, que não vacilará.
É
firme o vosso trono desde sempre,
Vós
existis desde toda a eternidade. (Refrão)
Os
vossos testemunhos são dignos de toda a fé,
a
santidade habita na vossa casa
por
todo o sempre. (Refrão)
LEITURA
II – Ap 1, 5-8
«O Príncipe
dos reis da terra fez de nós um reino de sacerdotes para Deus»
O
Apocalipse de S. João, escrito em tempo de perseguição, proclama, para além da
opressão e da morte infligida à Igreja, o triunfo pascal de Jesus, o
Crucificado, mas agora Ressuscitado. Ele é Rei e Sacerdote diante de Deus. E os
membros do seu povo, que é o seu Corpo místico, são, com Ele e n’Ele, reis e
sacerdotes; são um povo real e sacerdotal; assim os fez o Baptismo.
Leitura do Apocalipse
Jesus Cristo é a Testemunha fiel, o Primogénito dos mortos, o
Príncipe dos reis da terra. Àquele que nos ama e pelo seu sangue nos libertou
do pecado e fez de nós um reino de sacerdotes para Deus seu Pai, a Ele a glória
e o poder pelos séculos dos séculos. Amen. Ei-l’O que vem entre as nuvens, e
todos os olhos O verão, mesmo aqueles que O trespassaram; e por sua causa
hão-de lamentar-se todas as tribos da terra. Sim. Ámen. «Eu sou o Alfa e o
Ómega», diz o Senhor Deus, «Aquele que é, que era e que há-de vir, o Senhor do
Universo».
Palavra do Senhor
ALELUIA – Mc 11, 9.10
Refrão: Aleluia (Repete-se)
EVANGELHO
– Jo 18, 33b-37
«É
como dizes: sou Rei»
No tribunal judaico do Sinédrio, Jesus tinha aplicado a Si o
título de “Filho do homem”, referido pelo profeta Daniel na primeira leitura.
Agora, no tribunal romano diante de Pilatos, confirma o título de Rei, que os
seus inimigos citam contra Ele como motivo de condenação. Mas, só os que são da
verdade podem compreender o que diz a sua voz.
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo S. João
Naquele tempo, disse Pilatos a Jesus: «Tu és o Rei dos Judeus?».
Jesus respondeu-lhe: «É por ti que o dizes, ou foram outros que to disseram de
Mim?». Disse-Lhe Pilatos: «Porventura eu sou judeu? O teu povo e os sumos
sacerdotes é que Te entregaram a mim. Que fizeste?». Jesus respondeu: «O meu
reino não é deste mundo. Se o meu reino fosse deste mundo, os meus guardas
lutariam para que Eu não fosse entregue aos judeus. Mas o meu reino não é daqui».
Disse-Lhe Pilatos: «Então, Tu és Rei?». Jesus respondeu-lhe: «É como dizes: sou
Rei. Para isso nasci e vim ao mundo, a fim de dar testemunho da verdade. Todo
aquele que é da verdade escuta a minha voz».
Palavra da salvação.
MEDITAÇÃO
NOSSO
SENHOR JESUS CRISTO, REI DO UNIVERSO
Jesus confirma que
é rei. A Sua realeza, porém, não é semelhante à dos poderosos deste mundo.
Estes exploram e oprimem o povo, enganando-o com um sistema de ideias, para
esconder a sua acção. É o mundo da mentira. Jesus, ao contrário, é o Rei que dá
a vida, trazendo aos homens o conhecimento do verdadeiro Deus e do verdadeiro
homem. Seu reino é o reino da verdade, onde a exploração dá lugar à partilha, e
a opressão dá lugar à fraternidade. O messianismo, que surge a partir do exílio
da Babilónia, tem origem na figura de David. A tradição de Israel apresenta-o como
um rei glorioso que fundou um pequeno império ao dominar os povos vizinhos.
Neste contexto, foi criada uma teologia imperial davídica, fortalecida pela
profecia da aliança de Deus com David, à semelhança do poder religioso dos
faraós, que se apresentavam como filhos do deus dinástico Amon-Rá. A partir do
exílio na Babilónia, tendo desaparecido a sucessão de reis da dinastia
davídica, os judeus, israelitas remanescentes na Judeia, permaneceram sob o
domínio de impérios sucessivos. Muitos passaram, então, a aspirar pelo
aparecimento de um “ungido”, o messias ou cristo, que seria um rei que com
poder e glória restauraria o esplendor que a tradição atribuía ao antigo reino
de Judá. No tempo de Jesus, sob o Império Romano, a expectativa messiânica era
diversificada e intensa. Os próprios discípulos de Jesus que vieram do judaísmo
participavam desta expectativa, que perdurou mesmo após sua morte, assumindo a
forma de messianismo celestial. Jesus, com sua marcante liderança popular, foi
confundido com o messias davídico. Daí se origina a atribuição do título de rei
a ele, o que se evidencia, também, neste diálogo com Pilatos. A afirmação: “Meu
reino não é deste mundo”, isto é, desta ordem de coisas, significa que ser rei
dos judeus é próprio da ordem deste mundo. Jesus não pertence a esta ordem. Ele
fala no Reino de Deus como o reino de “meu Pai”. Ao falar em “meu reino”, ele
se situa como cidadão desse reino. A nova comunidade é o Reino de Deus, e seu carácter
é o amor que se concretiza no serviço, e não a coroa real, seja na terra, seja
no céu. Ao dizer: “Se o meu reino fosse deste mundo, os meus guardas lutariam para
que eu não fosse entregue aos judeus”, Jesus coloca-se do lado dos gentios. “Tu
dizes que eu sou rei”, isto é, quem o diz é Pilatos. “Eu nasci e vim ao mundo
para isto: para dar testemunho da verdade”. E a verdade é a paternidade de
Deus, a fraternidade entre homens e mulheres em torno de Jesus, na comunhão de
amor. A condição terrena de Jesus é a imagem de sua condição celestial: “Quem
me vê, vê o Pai”. “Deus é amor e quem permanece no amor permanece em Deus, e
Deus nele”. Jesus é a expressão desse amor na simplicidade da condição humana,
na fraternidade e no serviço, o que o desqualifica para ser rei tanto na terra
como no céu.
ORAÇÃO
SOBRE AS OBLATAS
Aceitai, Senhor, este sacrifício da reconciliação humana e, pelos
méritos de Cristo vosso Filho, concedei a todos os povos o dom da unidade e da
paz.
Por Nosso Senhor, Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco
na unidade do Espírito Santo.
ANTÍFONA
DA COMUNHÃO – Salmo 28, 10-11
O
Senhor está sentado como Rei eterno;
O
Senhor abençoará o seu povo na paz.
ORAÇÃO
DEPOIS DA COMUNHÃO
Senhor,
que nos alimentastes com o pão da imortalidade, fazei que, obedecendo com santa
alegria aos mandamentos de Cristo, Rei do universo, mereçamos viver para sempre
com Ele no reino celeste.
Ele
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
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