Hoje, 22 de Julho, comemora-se o dia de Maria Madalena.
Maria Madalena, quando chegou ao sepulcro e não encontrou lá
o corpo do Senhor, julgou que alguém O tinha levado e foi avisar os discípulos.
Estes vieram também ao sepulcro, viram e acreditaram no que essa mulher lhes
dissera. Destes está escrito logo a seguir: E regressaram os discípulos para
sua casa. E depois acrescenta-se: Maria, porém, estava cá fora, junto do
sepulcro, a chorar.
Estes factos levam-nos a considerar a grandeza do amor que
inflamava a alma desta mulher, que não se afastava do sepulcro do Senhor, mesmo
depois de se terem afastado os discípulos. Procurava a quem não encontrava,
chorava enquanto buscava e, abrasada no fogo do amor, sentia a ardente saudade
d’Aquele que pensava ter-lhe sido roubado. Por isso, só ela O viu então, porque
só ela ficou a procurá-l’O. Na verdade, a eficácia das boas obras está na
perseverança, como afirma também a voz da Verdade: Quem perseverar até ao fim
será salvo.
Começou a buscar e não encontrou; continuou a procurar e
finalmente encontrou. Os desejos foram aumentando com a espera e fizeram que
chegasse a encontrar. Porque os desejos santos crescem com a demora; mas os que
esfriam com a dilação não são desejos autênticos. Todas as pessoas que chegaram
à verdade, conseguiram-no porque lhe dedicaram um amor ardente. Por isso
afirmou David: A minha alma tem sede do Deus vivo; quando irei contemplar a
face de Deus? Por isso também diz a Igreja no Cântico dos Cânticos: Estou
ferida pelo amor. E ainda: A minha alma desfalece.
Mulher, porque choras? Quem procuras? É interrogada sobre a
causa da sua dor, para que aumente o seu desejo e, ao mencionar ela o nome de
quem procurava, mais se inflame no amor que Lhe tem.
Disse-lhe Jesus: Maria! Depois de a ter tratado pelo nome
comum de “mulher”, sem que ela O tenha reconhecido, chamou-a pelo nome próprio.
Foi como se lhe dissesse abertamente: “Reconhece Aquele que te conhece a ti.
Não é de modo genérico que te conheço, mas pessoalmente”. Por isso Maria, ao
ser chamada pelo seu nome, reconhece quem lhe falou; e imediatamente lhe chama “Rabbúni”,
isto é, “Mestre”. Era Ele a quem procurava externamente e era Ele quem a
ensinava interiormente a procurá-l’O.
Sem comentários:
Enviar um comentário