(Domingo, 21 de Setembro
de 2014)
Celebra-se, também, o
dia de S. MATEUS, Apóstolo e
Evangelista.
Nota histórica:
Nasceu em Cafarnaum, e exercia a profissão de cobrador de
impostos quando Jesus o chamou. Escreveu o Evangelho em língua hebraica e,
segundo uma tradição, pregou no Oriente.
“Serão maus os teus olhos porque eu sou bom?”
LEITURA I – Is 55,
6-9
“Os meus pensamentos não são os vossos”
O Evangelho vai apresentar-nos uma parábola, na qual se vê a
liberdade e o amor com que Deus trata os homens, mesmo sem eles saberem, por
vezes, apreciar essa bondade. Nesta leitura, o profeta vai-nos já prevenindo de
que os caminhos de Deus não são como os dos homens, que têm dificuldade em
compreender que o amor é mais generoso do que aquilo a que, por vezes, chamamos
justiça.
Leitura do Livro de
Isaías
“Procurai o Senhor,
enquanto se pode encontrar, invocai-O, enquanto está perto. Deixe o ímpio o seu
caminho e o homem perverso os seus pensamentos. Converta-se ao Senhor, que terá
compaixão dele, ao nosso Deus, que é generoso em perdoar. Porque os meus
pensamentos não são os vossos, nem os vossos caminhos são os meus – oráculo do
Senhor –. Tanto quanto o céu está acima da terra, assim os meus caminhos estão
acima dos vossos e acima dos vossos estão os meus pensamentos.”
LEITURA II – Filip 1,
20c-24.27a
“Para mim, viver é Cristo”
S. Paulo escreve estas palavras na prisão. Nelas mostra que
todo o seu ideal é apenas servir a Cristo. Viver ou morrer é para ele coisa secundária;
interessa-lhe, sim, estar sempre unido a Cristo. Ele é a sua vida. A própria
morte o conduzirá ainda à união a Cristo: por isso, ela é para ele um lucro.
Assim ele deseja que todos os cristãos vivam com ideal semelhante ao seu.
Leitura da Epístola do
apóstolo São Paulo aos Filipenses
“Irmãos: Cristo será
glorificado no meu corpo, quer eu viva quer eu morra. Porque, para mim, viver é
Cristo e morrer é lucro[1].
Mas, se viver neste corpo mortal me permite um trabalho útil, não sei o que
escolher. Sinto-me constrangido por este dilema: desejaria partir e estar com
Cristo, que seria muito melhor; mas é mais necessário para vós que eu permaneça
neste corpo mortal. Procurai somente viver de maneira digna do Evangelho de
Cristo.”
EVANGELHO Mt 20,
1-16a
“Serão maus os teus olhos porque eu sou bom?”
Esta parábola quer fazer-nos compreender que Deus é bom, e
que a todos os homens que se disponham a servi-l’O Ele oferece a entrada no seu
reino. Segundo o primeiro sentido da parábola, os operários da primeira hora
foram os judeus; os outros, são os que, ao longo dos tempos, vão entrando na
Igreja de Deus. A todos o Senhor abre as portas da salvação, porque, se para
uns Se mostrou bondoso desde a primeira hora, para todos os outros Ele reserva
os mesmos dons. Não há, pois, lugar para invejas, onde tudo é puro dom gratuito
de Deus.
Evangelho de Nosso
Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
“Naquele tempo, disse
Jesus aos seus discípulos a seguinte parábola: «O reino dos Céus pode
comparar-se a um proprietário, que saiu muito cedo a contratar trabalhadores
para a sua vinha. Ajustou com eles um denário por dia e mandou-os para a sua
vinha[2].
Saiu a meia-manhã, viu outros que estavam na praça ociosos e disse-lhes: ‘Ide
vós também para a minha vinha e dar-vos-ei o que for justo’. E eles foram.
Voltou a sair, por volta do meio-dia e pelas três horas da tarde, e fez o
mesmo. Saindo ao cair da tarde, encontrou ainda outros que estavam parados e
disse-lhes: ‘Porque ficais aqui todo o dia sem trabalhar?’. Eles
responderam-lhe: ‘Ninguém nos contratou’. Ele disse-lhes: ‘Ide vós também para
a minha vinha’. Ao anoitecer, o dono da vinha disse ao capataz: «Chama os
trabalhadores e paga-lhes o salário, a começar pelos últimos e a acabar nos
primeiros’. Vieram os do entardecer e receberam um denário cada um. Quando
vieram os primeiros, julgaram que iam receber mais, mas receberam também um
denário cada um. Depois de o terem recebido, começaram a murmurar contra o
proprietário, dizendo: ‘Estes últimos trabalharam só uma hora e deste-lhes a
mesma paga que a nós, que suportámos o peso do dia e o calor’. Mas o
proprietário respondeu a um deles: ‘Amigo, em nada te prejudico. Não foi um
denário que ajustaste comigo? Leva o que é teu e segue o teu caminho. Eu quero
dar a este último tanto como a ti. Não me será permitido fazer o que quero do
que é meu? Ou serão maus os teus olhos porque eu sou bom?’[3].
Assim, os últimos serão os primeiros e os primeiros serão os últimos».”[4]
[3]
A parábola sobre
os trabalhadores da vinha dirigia-se contra os fariseus, à semelhança das
parábolas da misericórdia de Lc 15, mostrando que a bondade de Deus ultrapassa
os critérios humanos da retribuição e que o prémio divino não coincide com o
salário devido por justiça humana.
[4]
Este versículo,
que ocorre também em 19,30, sublinha a nova situação representada pela Igreja
de Mt, isto é, os pagãos, chamados em último lugar, tomaram a precedência dos
judeus convertidos, que tinham sido chamados em primeiro lugar A parte final do
versículo é retomada de 22,14.
Sem comentários:
Enviar um comentário