32.º Domingo do tempo comum – 12 Novembro 2017
VIGIAMOS ASSIDUAMENTE À ESPERA DO REGRESSO DO SENHOR
As afirmações da
Sagrada Escritura e os ensinamentos da Igreja a respeito do Inferno são um
apelo ao sentido de responsabilidade com que o homem deve usar da sua
liberdade, tendo em vista o destino eterno. Constituem, ao mesmo tempo, um
apelo urgente à conversão: «Entrai pela porta estreita, pois larga é a porta e
espaçoso o caminho que levam à perdição e muitos são os que seguem por eles.
Que estreita é a porta e apertado o caminho que levam à vida e como são poucos
aqueles que os encontram!» (Mt 7, 13-14):
«Como não sabemos o dia nem a hora, é preciso que, segundo a
recomendação do Senhor, vigiemos continuamente, a fim de que, no termo da nossa
vida terrena, que é só uma, mereçamos entrar com Ele para o banquete de núpcias
e ser contados entre os benditos, e não sejamos lançados, como servos maus e
preguiçosos, no fogo eterno, nas trevas exteriores, onde “haverá choro e ranger
de dentes”».
Em Jesus, «o Reino
de Deus está perto». Ele apela à conversão e à fé, mas também à vigilância. Na
oração, o discípulo vela, atento Àquele que é e que vem, na memória da sua
primeira vinda na humildade da carne e na esperança da sua segunda vinda na glória.
Em comunhão com o Mestre, a oração dos discípulos é um combate; é vigiando na
oração que não se cai na tentação.
Ao encontro do
Senhor
Nesta parábola, o noivo é Jesus, que virá no fim da história. As virgens
representam as comunidades cristãs, que devem sempre estar preparadas para o
encontro com o Senhor, mediante a prática da justiça (o óleo). Os discípulos do
Reino devem sempre lembrar-se de que estão a caminho do encontro com o Senhor.
O desconhecimento desta hora exige que o discípulo esteja sempre preparado,
pois a falta de cautela, por menor que seja, poderá causar-lhe danos
irreparáveis. As virgens sensatas da parábola simbolizam os discípulos que, com
fidelidade, sempre traduziram em projecto de vida os ensinamentos de Jesus. Já
as virgens imprudentes correspondem aos discípulos que, apesar de terem
escutado as palavras do Mestre, não fizeram delas o seu projecto de vida. O
encontro com o Senhor não pode ser improvisado. Cada discípulo tem a vida
inteira para prepará-lo. Afinal, este pode acontecer a qualquer momento. A
ninguém é dado conhecer de antemão quando o Senhor virá pedir-lhe contas. É
insensato perder as chances de preparação que lhe são oferecidas. Por outro
lado, esta preparação deve ser feita, individualmente, sem que haja a
possibilidade de alguém transferir os seus méritos para outrem. É a advertência
contida nas palavras do Mestre: as virgens prudentes, que trouxeram azeite de
reserva, não podem partilhar o seu azeite com as insensatas que não tiverem o
bom senso de ficar preparadas. A comunhão definitiva com Jesus exige do
discípulo do Reino um esforço contínuo para se deixar guiar pelos seus
ensinamentos. Os alheados que se cuidem! Com esta parábola das dez virgens,
exclusiva de Mateus, continua-se o tema da vigilância, dentro da perspectiva
escatológica. No seu todo a parábola deixa a desejar, sob o ponto de vista da
falta de solidariedade das cinco virgens “previdentes”. A vigilância a que
Jesus nos convida não se restringe a devoções religiosas voltadas sobre si
mesmas, mas leva-nos ao empenho missionário, na prática da misericórdia, na
solidariedade e na partilha. Assim nos unimos a Jesus e ao Pai, no Espírito, em
comunhão de vida eterna.
MISSA
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ANTÍFONA DE ENTRADA – Salmo 87, 3
Chegue até Vós,
Senhor, a minha oração,
inclinai o ouvido ao
meu clamor.
ORAÇÃO COLECTA
Deus eterno e misericordioso, afastai de nós toda a
adversidade, para que, sem obstáculos do corpo ou do espírito, possamos
livremente cumprir a vossa vontade.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus
convosco na unidade do Espírito Santo.
LEITURA I – Sab 6, 12-16
« A Sabedoria faz-se encontrar aos que a
procuram »
Deus encontrar-Se-á finalmente
da maneira mais completa e perfeita, quando o Senhor vier no fim dos tempos. O
tempo de espera, neste mundo, desse momento pode parecer-nos longo demais, e,
por vezes, desanimamos ou até nos esquecemos de estar à espera dele. Por isso,
temos necessidade de passar a vida, como numa longa vigília, acolhendo a
Sabedoria que nos procura e nos conduzirá a Deus.
Leitura do Livro da Sabedoria
A Sabedoria é luminosa e o seu
brilho é inalterável; deixa-se ver facilmente àqueles que a amam e faz-se
encontrar aos que a procuram. Antecipa-se e dá-se a conhecer aos que a desejam.
Quem a busca desde a aurora não se fatigará, porque há-de encontrá-la já
sentada à sua porta. Meditar sobre ela é prudência consumada e quem lhe
consagra as vigílias depressa ficará sem cuidados. Procura por toda a parte os
que são dignos dela: aparece-lhes nos caminhos, cheia de benevolência, e vem ao
seu encontro em todos os seus pensamentos.
Palavra do Senhor
SALMO RESPONSORIAL – Salmo 62 (63),
2.3-4.5-6.7-8 (R. 2b)
Refrão: A minha
alma tem sede de Vós, meu Deus. (Repete-se)
Senhor, sois o meu
Deus: desde a aurora Vos procuro.
A minha alma tem
sede de Vós.
Por Vós suspiro,
como terra árida,
sequiosa, sem água. (Refrão)
Quero
contemplar-Vos no santuário,
para ver o vosso
poder e a vossa glória.
A vossa graça vale
mais que a vida;
por isso, os meus
lábios hão-de cantar-Vos louvores. (Refrão)
Assim Vos
bendirei toda a minha vida
e em vosso
louvor levantarei as mãos.
Serei
saciado com saborosos manjares
e com
vozes de júbilo Vos louvarei. (Refrão)
Quando no
leito Vos recordo,
passo a
noite a pensar em Vós.
Porque Vos
tornastes o meu refúgio,
exulto à
sombra das vossas asas. (Refrão)
LEITURA II – 1 Tes 4, 13-18
« Deus levará com Jesus os que em Jesus tiverem
morrido»
Viver em união com Jesus é a
garantia de viver eternamente unidos a Deus; a morte que Jesus sofreu é a fonte
da vida gloriosa, da ressurreição, para Ele e para todos os que vivem unidos a
Ele.
Leitura da Primeira Epístola do
apóstolo São Paulo aos Tessalonicenses
Não queremos, irmãos,
deixar-vos na ignorância a respeito dos defuntos, para não vos contristardes como
os outros, que não têm esperança. Se acreditamos que Jesus morreu e
ressuscitou, do mesmo modo, Deus levará com Jesus os que em Jesus tiverem
morrido. Eis o que temos para vos dizer, segundo uma palavra do Senhor: Nós, os
vivos, os que ficarmos para a vinda do Senhor, não precederemos os que tiverem
morrido. Ao sinal dado, à voz do Arcanjo e ao som da trombeta divina, o próprio
Senhor descerá do Céu e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro. Em seguida,
nós, os vivos, os que tivermos ficado, seremos arrebatados juntamente com eles
sobre as nuvens, para irmos ao encontro do Senhor nos ares, e assim estaremos
sempre com o Senhor. Consolai-vos uns aos outros com estas palavras.
Palavra do Senhor
ALELUIA – Mt 24, 42a.44
Refrão: Aleluia. (Repete-se)
Vigiai e estai
preparados,
porque, na hora em
que não pensais,
virá o Filho do
homem. (Refrão)
EVANGELHO – Mt 25, 1-13
«Aí
vem o Esposo: ide ao seu encontro»
Com a parábola das dez virgens, Jesus quer
incutir-nos a coragem para esperarmos, sem desfalecimento, o dia da sua vinda,
ao mesmo tempo que nos ensina a estar de vigia, preparados para ir ao seu
encontro. A lâmpada acesa é, para nós, sinal da fé e da vigilância.
Evangelho de Nosso Senhor Jesus
Cristo segundo São Mateus
Naquele tempo, disse Jesus aos
seus discípulos a seguinte parábola: «O reino dos Céus pode comparar-se a dez
virgens, que, tomando as suas lâmpadas, foram ao encontro do esposo. Cinco eram
insensatas e cinco eram prudentes. As insensatas, ao tomarem as suas lâmpadas,
não levaram azeite consigo, enquanto as prudentes, com as lâmpadas, levaram
azeite nas almotolias. Como o esposo se demorava, começaram todas a dormitar e
adormeceram. No meio da noite ouviu-se um brado: ‘Aí vem o esposo; ide ao seu
encontro’. Então, as virgens levantaram-se todas e começaram a preparar as
lâmpadas. As insensatas disseram às prudentes: ‘Dai-nos do vosso azeite, que as
nossas lâmpadas estão a apagar-se’. Mas as prudentes responderam: ‘Talvez não
chegue para nós e para vós. Ide antes comprá-lo aos vendedores’. Mas, enquanto
foram comprá-lo, chegou o esposo. As que estavam preparadas entraram com ele
para o banquete nupcial; e a porta fechou-se. Mais tarde, chegaram também as
outras virgens e disseram: ‘Senhor, senhor, abre-nos a porta’. Mas ele
respondeu: ‘Em verdade vos digo: Não vos conheço’. Portanto, vigiai, porque não
sabeis o dia nem a hora».
Palavra da Salvação
ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Olhai, Senhor, com benevolência
para o sacrifício que Vos apresentamos,
a fim de participarmos com sincera piedade
no memorial da paixão do vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
ANTÍFONA DA COMUNHÃO – Salmo 22, 1-2
O Senhor me ensinará o caminho da vida,
a seu lado viverei na plenitude da alegria.
Ou Jo 6, 58
O Senhor é meu pastor: nada me falta.
Leva-me a descansar em verdes prados.
Conduz-me às águas refrescantes
e reconforta a minha alma.
Ou Lc 24, 35
Os discípulos reconheceram
o Senhor Jesus ao partir o pão.
ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Nós Vos damos graças, Senhor,
pelo alimento celeste que recebemos
e imploramos da vossa misericórdia
que, pela acção do Espírito Santo,
perseverem na vossa graça
os que receberam a força do alto.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus
convosco na unidade do Espírito Santo.
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