DOMINGO
XXV DO TEMPO COMUM – ano B – 23SET2018
O Filho
do homem vai ser entregue...
“Partindo dali”, isto é, da região de Cesareia de Filipe,
Jesus e seus discípulos atravessam a Galileia a caminho de Jerusalém, para ali
fazer o seu anúncio libertador, mesmo sabendo que estava ameaçado de morte
pelos chefes de Israel: “entregue às mãos dos homens e eles o matarão”.
No caminho, Jesus prepara os discípulos para suportarem o possível desfecho
trágico. Eles persistiam com a compreensão messiânica de que Jesus seria um
novo David que restauraria o reino de Israel. Daí a discussão deles, entre si,
a caminho, sobre quem era o maior. Jesus, contudo, inverte os critérios de
competição: a aspiração a ser o maior deve dar lugar ao empenho em servir a
todos. O modelo é a criança, com a qual Jesus se identifica na humildade,
simplicidade e acolhida do novo. Os discípulos de Jesus deixaram-se contaminar
pela busca de grandeza. Por isso, discutiam para saber quem, de entre eles,
seria o maior. Mas o ponto de partida deste debate revelava um equívoco. Pensavam
na grandeza do Reino que Jesus inauguraria e na possibilidade de ocupar
posições de destaque junto ao monarca. De antemão, esses discípulos faziam a
partilha dos futuros cargos disponíveis. Jesus, porém, mandou parar estas
considerações indignas de quem quer ser seu discípulo. O ensinamento de Jesus
centra-se no tema do serviço, bem característico do Reino. A grandeza do
discípulo está na sua capacidade de se colocar a serviço do próximo. Ocupa o
primeiro lugar quem se predispõe a servir a todos, sem distinção, vivendo a
condição de servo, de maneira plena. A quem é reticente no servir e não prima
pela generosidade, estão reservados os últimos lugares no Reino. Portanto, se
os discípulos quisessem realmente disputar os primeiros lugares, que o fizessem
motivados por um ideal elevado e não por ambições mesquinhas, sem sentido para
quem vive a dinâmica do Reino. Os discípulos tinham em Jesus um exemplo
consumado do servidor do Reino. A sua vida definia-se como serviço generoso e
gratuito às multidões oprimidas e atribuladas de tantas maneiras. Bastava que
se espelhassem no Mestre. Os discípulos não compreendem as consequências que a acção
de Jesus vai provocar, pois ainda concebem uma sociedade onde existem
diferenças de grandeza. Quem é o maior? Jesus mostra que a grandeza da nova
sociedade não se baseia na riqueza e no poder, mas no serviço sem pretensões e interesses.
MISSA
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ANTÍFONA DE
ENTRADA
Eu sou a salvação do meu povo, diz o Senhor.
Quando chamar por Mim nas suas tribulações,
Eu o atenderei e serei o seu Deus para sempre.
ORAÇÃO COLECTA
Senhor, que fizestes consistir a plenitude da lei no vosso
amor e no amor do próximo, dai-nos a graça de cumprirmos este duplo mandamento,
para alcançarmos a vida eterna.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus
convosco na unidade do Espírito Santo.
Liturgia da Palavra
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LEITURA I – Sab 2,
12.17-20
«Condenemo-lo à
morte infamante»
Esta leitura
descreve, em primeiro lugar, a atitude dos judeus influenciados pelas
civilizações dos outros povos que lhes iam fazendo perder a fé na lei de Deus,
transmitida pelos seus antepassados. Esses pagãos experimentam-nos,
perseguindo-os e maltratando-os. O mistério da Cruz virá demonstrar que os
sofrimentos dos homens, assumidos por Jesus, não serão uma derrota que põe fim
a tudo, mas caminho de libertação e glória, porque Deus está com o justo. O
justo por excelência é Jesus Cristo.
Leitura
do Livro da Sabedoria
Disseram
os ímpios: «Armemos ciladas ao justo, porque nos incomoda e se opõe às nossas
obras; censura-nos as transgressões à lei e repreende-nos as faltas de
educação. Vejamos se as suas palavras são verdadeiras, observemos como é a sua
morte. Porque, se o justo é filho de Deus, Deus o protegerá e o livrará das
mãos dos seus adversários. Provemo-lo com ultrajes e torturas, para conhecermos
a sua mansidão e apreciarmos a sua paciência. Condenemo-lo à morte infame,
porque, segundo diz, Alguém virá socorrê-lo.
Palavra do Senhor
SALMO RESPONSORIAL
– Salmo 53 (54), 3-4.5.6.8 (R. 6b)
Refrão: O Senhor
sustenta a minha vida. (Repete-se).
Senhor, salvai-me pelo vosso nome,
pelo vosso poder fazei-me justiça.
Senhor, ouvi a minha oração,
atendei às palavras da minha boca. (Refrão)
Levantaram-se contra mim os arrogantes
e os violentos atentaram contra a minha vida.
Não têm a Deus na sua presença. (Refrão)
Deus vem em meu auxílio,
o Senhor sustenta a minha vida.
De bom grado oferecerei sacrifícios,
cantarei a glória do vosso nome, Senhor. (Refrão)
LEITURA II – Tg 3, 16 – 4, 3
« O fruto da justiça semeia-se na paz para
aqueles que praticam a paz»
A má convivência
entre os homens procede sempre da atitude interior, egoísta, menos recta,
viciada, própria de uma natureza deixada a si mesma, onde a sabedoria de Deus
não lançou a sua luz e a sua paz. Porque a natureza não pode dar esta
sabedoria, é necessário pedi-la a Deus, que a dará abundantemente a quem Lha
pedir.
Leitura
da Epístola de São Tiago
Caríssimos:
Onde há inveja e rivalidade, também há desordem e toda a espécie de más acções.
Mas a sabedoria que vem do alto é pura, pacífica, compreensiva e generosa,
cheia de misericórdia e de boas obras, imparcial e sem hipocrisia. O fruto da
justiça semeia-se na paz para aqueles que praticam a paz. De onde vêm as
guerras? De onde procedem os conflitos entre vós? Não é precisamente das
paixões que lutam nos vossos membros? Cobiçais e nada conseguis: então
assassinais. Sois invejosos e não podeis obter nada: então entrais em conflitos
e guerras. Nada tendes, porque nada pedis. Pedis e não recebeis, porque pedis
mal, pois o que pedis é para satisfazer as vossas paixões.
Palavra do Senhor
ALELUIA – 2 Tes 2, 14
Refrão: Aleluia. (Repete-se)
Deus chamou-nos por meio do Evangelho,
para alcançarmos a glória
de Nosso Senhor Jesus Cristo. (Refrão)
EVANGELHO – Mc 9,
30-37
«O Filho do homem
vai ser entregue...
Quem quiser ser o
primeiro será o servo de todos»
A
leitura da hoje continua a do domingo anterior: Jesus quer fazer compreender
aos seus o sentido da sua Paixão e o sentido da vida cristã em geral, que não é
a procura de grandezas, mas o serviço de Deus e dos homens segundo os caminhos
de Deus: os da humildade e simplicidade.
Evangelho
de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo S. Marcos
Naquele
tempo, Jesus e os seus discípulos caminhavam através da Galileia. Jesus não
queria que ninguém o soubesse, porque ensinava os discípulos, dizendo-lhes: «O
Filho do homem vai ser entregue às mãos dos homens, que vão matá-l’O; mas Ele,
três dias depois de morto, ressuscitará». Os discípulos não compreendiam
aquelas palavras e tinham medo de O interrogar. Quando chegaram a Cafarnaum e
já estavam em casa, Jesus perguntou-lhes: «Que discutíeis no caminho?». Eles
ficaram calados, porque tinham discutido uns com os outros sobre qual deles era
o maior. Então, Jesus sentou-Se, chamou os Doze e disse-lhes: «Quem quiser ser
o primeiro será o último de todos e o servo de todos». E, tomando uma criança,
colocou-a no meio deles, abraçou-a e disse-lhes: «Quem receber uma destas
crianças em meu nome é a Mim que recebe; e quem Me receber não Me recebe a Mim,
mas Àquele que Me enviou».
Palavra da Salvação
ORAÇÃO SOBRE AS
OBLATAS
Aceitai benignamente, Senhor, os dons da vossa Igreja, para que receba
nestes santos mistérios os bens em que pela fé acredita.
Por Nosso Senhor, Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na
unidade do Espírito Santo.
ANTÍFONA DA
COMUNHÃO – Salmo 118, 4-5
Promulgastes, Senhor, os vossos preceitos para se cumprirem fielmente.
Fazei que os meus passos sejam firmes na observância dos vossos
mandamentos.
Ou – Jo 10, 14
Eu sou o Bom Pastor, diz o Senhor;
conheço as minhas ovelhas e as minhas ovelhas conhecem-Me.
ORAÇÃO DEPOIS DA
COMUNHÃO
Sustentai, Senhor, com o auxílio da vossa graça aqueles que
alimentais nos sagrados mistérios, para que os frutos de salvação que recebemos
neste sacramento se manifestem em toda a nossa vida.
Por Nosso Senhor, Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na
unidade do Espírito Santo.
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