DOMINGO
XXIX DO TEMPO COMUM – ano B – 21OUT2018
ENTRE VÓS
NÃO SEJA ASSIM
Jesus anuncia a sua morte como consequência de toda a sua
vida. Enquanto isso, Tiago e João sonham com poder e honrarias, suscitando
discórdia e competição entre os outros discípulos. Jesus mostra que a única
coisa importante para o discípulo é seguir o exemplo dele: servir e não ser
servido. Na nova sociedade que Jesus projecta, a autoridade não é exercício de
poder, mas a qualificação para o serviço que se exprime na entrega de si mesmo
para o bem comum. A formação dos discípulos exigiu de Jesus estar muito atento
ao que se passava no íntimo deles. Muitas vezes, os seus ensinamentos eram
acolhidos de maneira inconveniente. Ou havia descompasso entre o que lhes era
ensinado e o que eles captavam. Durante a subida para Jerusalém, o Mestre
deu-se conta de como seus discípulos estavam pouco sintonizados com ele.
Enquanto declarava estar a caminhar para a morte, que seria entregue nas mãos
dos estrangeiros e sofreria toda sorte de escárnios e flagelos, os quais
culminariam com crucifixão, dois dos seus discípulos pretendiam garantir os
melhores lugares no Reino que, imaginavam, iria ser instaurado pelo Messias – Jesus.
Antes que alguém se antecipasse, queriam estar certos de serem os principais
beneficiários desse futuro Reino, entendido em termos políticos. Jesus não
admitiu a pretensão dos discípulos. Combateu-a, severamente, e indicou como se deve
comportar um discípulo do Reino, para se contrapor à mentalidade dos opressores
e tiranos deste mundo. O desejo de grandeza deveria ser substituído pelo ideal
de serviço, e a busca dos primeiros lugares haveria de ser substituída pelo
ideal de se colocar como último de todos. Bastava que observassem o
comportamento do Mestre que procurava estar ao serviço de todos e iria dar a
própria vida por todos. Jesus, pela terceira vez, adverte os discípulos que irá
a Jerusalém, não para assumir o poder, mas para enfrentar as autoridades
religiosas de Israel no próprio Templo, fazendo o seu anúncio libertador ao
povo que para ali acorre por ocasião da festa da Páscoa judaica. Os discípulos
não entendem. Ainda vêem Jesus como aquele que vai assumir o poder e querem
usufruir deste imaginário privilégio. Jesus adverte que a luta pelo poder não
mudará a relação entre o opressor e o oprimido. A transformação fundamental é assumir
a prática do serviço à vida na comunhão fraterna com os excluídos, na luta pela
justiça na sociedade e pela partilha dos bens da criação, retidos nas mãos de
minorias opulentas.
MISSA
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ANTÍFONA DE
ENTRADA – Salmo 16, 6.8.9
Respondei-me, Senhor, quando Vos invoco,
ouvi a minha voz, escutai as minhas palavras.
Guardai-me dos meus inimigos, Senhor.
Protegei-me à sombra das vossas asas.
ORAÇÃO COLECTA
Deus eterno e omnipotente, dai-nos a graça de consagrarmos
sempre ao vosso serviço a dedicação da nossa vontade e a sinceridade do nosso
coração.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus
convosco na unidade do Espírito Santo.
Liturgia da Palavra
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LEITURA I – Is 53,
10-11
«Se oferecer a sua
vida como sacrifício de expiação, terá uma descendência duradoira»
Esta leitura é
um dos chamados “Cânticos do Servo de Deus” do Livro de Isaías. Este Servo
apresenta-se como alguém que leva o seu espírito de serviço até ao ponto de dar
a própria vida pela salvação da multidão. Jesus há-de realizar, da maneira mais
perfeita que se possa imaginar, esta figura do Servo de Deus, e ensinou que
este é o único caminho para entender a sua missão e a nossa, como seus
discípulos e membros do seu povo.
Leitura
do Livro de Isaías
Aprouve
ao Senhor esmagar o seu servo pelo sofrimento. Mas, se oferecer a sua vida como
sacrifício de expiação, terá uma descendência duradoira, viverá longos dias, e
a obra do Senhor prosperará em suas mãos. Terminados os sofrimentos, verá a luz
e ficará saciado na sua sabedoria. O justo, meu servo, justificará a muitos e
tomará sobre si as suas iniquidades.
Palavra do Senhor
SALMO RESPONSORIAL
– Salmo 32 (33), 4-5.18-19.20.21 (R. 22)
Refrão: Desça sobre nós
a vossa misericórdia, porque em Vós esperamos, Senhor. (Repete-se).
A palavra do Senhor é recta,
da fidelidade nascem as suas obras.
Ele ama a justiça e a rectidão:
a terra está cheia da bondade do Senhor. (Refrão)
Os olhos do Senhor estão voltados
para os que O temem,
para os que esperam na sua bondade,
para libertar da morte as suas almas
e os alimentar no tempo da fome. (Refrão)
A nossa alma espera o Senhor:
Ele é o nosso amparo e protector.
Venha sobre nós a vossa bondade,
porque em Vós esperamos, Senhor. (Refrão)
LEITURA II – Hebr 4, 14-16
«Vamos
cheios de confiança ao trono da graça»
Por uma
coincidência feliz, esta leitura liga-se hoje muito bem às outras duas.
Fala-nos ela de Cristo como nosso Sacerdote. Ele não só Se ofereceu a Si mesmo
ao Pai por nós, mas, como fruto dessa oblação, Ele mesmo, em sua humanidade,
penetrou nos Céus e lá colocou, à direita do Pai, a nossa pobre humanidade, por
Ele salva. Aí Ele continua a ser o Sacerdote da humanidade, por quem sempre
intercede junto do Pai. Podemos, por isso, aproximar-nos confiantes de Deus,
que nos acolhe com a sua graça.
Leitura
da Epístola aos Hebreus
Irmãos:
Tendo nós um sumo sacerdote que penetrou os Céus, Jesus, Filho de Deus,
permaneçamos firmes na profissão da nossa fé. Na verdade, nós não temos um sumo
sacerdote incapaz de se compadecer das nossas fraquezas. Pelo contrário, Ele
mesmo foi provado em tudo, à nossa semelhança, excepto no pecado. Vamos,
portanto, cheios de confiança ao trono da graça, a fim de alcançarmos
misericórdia e obtermos a graça de um auxílio oportuno.
Palavra do Senhor
ALELUIA – Mc 10, 45
Refrão: Aleluia. (Repete-se)
O Filho do homem veio para servir
e dar a vida pela redenção de todos. (Refrão)
EVANGELHO – Mc 10,
35-45
«O Filho do homem
veio para dar a vida pela redenção de todos»
Jesus
realizou em Si a figura do Servo de Deus, de que falava a primeira leitura. E,
se hoje O reconhecemos como “Senhor”, foi porque o Pai O exaltou e Lhe deu esse
nome, que está acima de todos os nomes, depois de Ele ter sido obediente até à
morte e morte de cruz. O caminho que O levou à glória foi o do serviço até à
morte.
Evangelho
de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo S. Marcos
Naquele
tempo, Tiago e João, filhos de Zebedeu, aproximaram-se de Jesus e disseram-Lhe:
«Mestre, nós queremos que nos faças o que Te vamos pedir». Jesus
respondeu-lhes: «Que quereis que vos faça?». Eles responderam: «Concede-nos
que, na tua glória, nos sentemos um à tua direita e outro à tua esquerda».
Disse-lhes Jesus: «Não sabeis o que pedis. Podeis beber o cálice que Eu vou
beber e receber o baptismo com que Eu vou ser baptizado?». Eles
responderam-Lhe: «Podemos». Então Jesus disse-lhes: «Bebereis o cálice que Eu
vou beber e sereis baptizados com o baptismo com que Eu vou ser baptizado. Mas
sentar-se à minha direita ou à minha esquerda não Me pertence a Mim concedê-lo;
é para aqueles a quem está reservado». Os outros dez, ouvindo isto, começaram a
indignar-se contra Tiago e João. Jesus chamou-os e disse-lhes: «Sabeis que os
que são considerados como chefes das nações exercem domínio sobre elas e os
grandes fazem sentir sobre elas o seu poder. Não deve ser assim entre vós: quem
entre vós quiser tornar-se grande, será vosso servo, e quem quiser entre vós
ser o primeiro, será escravo de todos; porque o Filho do homem não veio para
ser servido, mas para servir e dar a vida pela redenção de todos».
Palavra da Salvação
ORAÇÃO SOBRE AS
OBLATAS
Fazei, Senhor,
que possamos servir ao vosso altar
com plena liberdade de espírito,
para que estes mistérios que celebramos
nos purifiquem de todo o pecado.
Por Nosso Senhor, Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na
unidade do Espírito Santo.
ANTÍFONA DA
COMUNHÃO – Salmo 32, 18-19
O Senhor vela sobre os seus fiéis,
sobre aqueles que esperam na sua bondade,
para libertar da morte as suas almas,
para os alimentar no tempo da fome.
ORAÇÃO DEPOIS DA
COMUNHÃO
Concedei, Senhor,
que a participação nos mistérios celestes nos faça progredir
na santidade, nos obtenha as graças temporais e nos confirme nos bens eternos.
Por Nosso Senhor, Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na
unidade do Espírito Santo.
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