sábado, 10 de novembro de 2018

PREPARAR MISSA DO DOMINGO XXXII DO TEMPO COMUM



O CONTRIBUTO DA POBRE VIÚVA





DOMINGO XXXII DO TEMPO COMUM – ano B – 11NOV2018



DAVA COM AMOR AQUILO DE QUE PRECISAVA

Jesus critica os intelectuais da classe dominante, que transformam o saber em poder, aproveitando-se da própria situação para viverem ricamente à custa das camadas mais pobres do povo. Disfarçando tal exploração com orações, isto é, com motivo religioso, tornam-se ainda mais culpados. Enquanto os doutores da Lei “exploram as viúvas e roubam as casas”, uma viúva pobre deposita no Tesouro do Templo “tudo o que possuía para viver”. É o único facto positivo que Jesus vê em Jerusalém. Por isso proclama solenemente esse gesto (“eu garanto-vos”), em contraposição à solidariedade ostensiva dos ricos. Mostra, assim, o significado dessa oferta: as relações económicas que devem vigorar numa sociedade que crê em Deus são as relações de doação total, que deixam as próprias seguranças e não as relações baseadas no supérfluo. O contraste entre a oferta dos ricos e a da pobre viúva foi sublinhado, de propósito, por Jesus. Dois gestos, materialmente idênticos, escondiam diferenças significativas. A oferta do rico, maior em quantidade, não tinha a qualidade da oferta da viúva: a primeira provinha do supérfluo, a segunda da penúria e significava abrir mão do próprio sustento. A generosidade do rico revelou exibição, enquanto a da viúva tinha a consistência de um gesto feito do coração. A observação de Jesus deixava transparecer a sua simpatia e predilecção pelos pobres. A humildade e simplicidade destes tornavam-nos abertos para Deus, a ponto de se esquecerem de si próprios e das suas necessidades materiais. A total confiança na misericórdia divina levava-os a mostrarem-se desapegados mesmo daquilo que lhes era necessário para sobreviver. Desta maneira, os pobres mostravam-se mais predispostos a acolher o Reino de Deus. Por não estarem apegados aos bens materiais, deixavam espaço aberto para Deus se tornar Senhor das suas vidas. Jesus dava-se conta de como a pobreza gerava liberdade, possibilitando a acção do Reino. Louvando o gesto daquela pobre viúva, Jesus denunciava o daqueles que acreditavam poder comprar a benevolência divina com esmolas generosas. Aquela viúva, empobrecida, era uma explorada que ainda dava tudo o que tinha, para aumentar as riquezas acumuladas naquele Tesouro.


MISSA

ANTÍFONA DE ENTRADA – Salmo 87, 3
Chegue até Vós, Senhor, a minha oração,
inclinai o ouvido ao meu clamor.

ORAÇÃO COLECTA
Deus eterno e misericordioso, afastai de nós toda a adversidade, para que, sem obstáculos do corpo ou do espírito, possamos livremente cumprir a vossa vontade.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.


Liturgia da Palavra


LEITURA I – 1 Reis 17, 10-16
«Do seu punhado de farinha, a viúva fez um pãozinho e trouxe-o a Elias»

Frequentes vezes, a palavra de Deus apresenta o contraste entre a opulência e a pobreza, entre a ostentação e a simplicidade, para nos fazer compreender que os humildes e os simples, que a Sagrada Escritura chama “os pobres”, têm o primeiro lugar aos olhos de Deus. Nesta leitura, vemos como foi uma pobre viúva que soube acolher o profeta de Deus, e como por isso foi recompensada com dons abundantes. Ensinamento semelhante ao que ouviremos no Evangelho.

Leitura do Primeiro Livro dos Reis
Naqueles dias, o profeta Elias pôs-se a caminho e foi a Sarepta. Ao chegar às portas da cidade, encontrou uma viúva a apanhar lenha. Chamou-a e disse-lhe: «Por favor, traz-me uma bilha de água para eu beber». Quando ela ia a buscar a água, Elias chamou-a e disse: «Por favor, traz-me também um pedaço de pão». Mas ela respondeu: «Tão certo como estar vivo o Senhor, teu Deus, eu não tenho pão cozido, mas somente um punhado de farinha na panela e um pouco de azeite na almotolia. Vim apanhar dois cavacos de lenha, a fim de preparar esse resto para mim e meu filho. Depois comeremos e esperaremos a morte». Elias disse-lhe: «Não temas; volta e faz como disseste. Mas primeiro coze um pãozinho e traz-mo aqui. Depois prepararás o resto para ti e teu filho. Porque assim fala o Senhor, Deus de Israel: ‘Não se esgotará a panela da farinha, nem se esvaziará a almotolia do azeite, até ao dia em que o Senhor mandar chuva sobre a face da terra’». A mulher foi e fez como Elias lhe mandara; e comeram ele, ela e seu filho. Desde aquele dia, nem a panela da farinha se esgotou, nem se esvaziou a almotolia do azeite, como o Senhor prometera pela boca de Elias.
Palavra do Senhor

SALMO RESPONSORIAL – Salmo 145 (146), 7.8-9a.9bc-10
Refrão: Ó minha alma, louva o Senhor. (Repete-se).

Ou: Aleluia. (Repete-se).

O Senhor faz justiça aos oprimidos,
dá pão aos que têm fome
e a liberdade aos cativos. Refrão

O Senhor ilumina os olhos do cego,
o Senhor levanta os abatidos,
o Senhor ama os justos. (Refrão)

O Senhor protege os peregrinos,
ampara o órfão e a viúva
e entrava o caminho aos pecadores. (Refrão)

O Senhor reina eternamente;
o teu Deus, ó Sião,
é rei por todas as gerações. (Refrão)


LEITURA II – Hebr 9, 24-28

«Cristo ofereceu-Se uma só vez para tomar sobre Si os pecados de muitos»

O sacrifício de Cristo, oferecido por Ele sobre a Cruz, é o momento culminante de toda a vida de Jesus e até da história de toda a humanidade. Oferecendo-Se em sacrifício ao Pai, Ele abriu o caminho para junto de Deus, primeiro para Ele mesmo, como homem que também era, e, em Si e consigo, para todos os que a Ele se entregam e Lhe obedecem, como Ele obedeceu ao Pai. Em Cristo todos podem encontrar o caminho e a porta para Deus.

Leitura da Epístola aos Hebreus
Cristo não entrou num santuário feito por mãos humanas, figura do verdadeiro, mas no próprio Céu, para Se apresentar agora na presença de Deus em nosso favor. E não entrou para Se oferecer muitas vezes, como o sumo sacerdote que entra cada ano no Santuário, com sangue alheio; nesse caso, Cristo deveria ter padecido muitas vezes, desde o princípio do mundo. Mas Ele manifestou-Se uma só vez, na plenitude dos tempos, para destruir o pecado pelo sacrifício de Si mesmo. E, como está determinado que os homens morram uma só vez e a seguir haja o julgamento, assim também Cristo, depois de Se ter oferecido uma só vez para tomar sobre Si os pecados da multidão, aparecerá segunda vez, sem a aparência do pecado, para dar a salvação àqueles que O esperam.
Palavra do Senhor


ALELUIA – Mt 5, 3

Refrão: Aleluia. (Repete-se)

Bem-aventurados os pobres em espírito,
porque deles é o reino dos Céus. Refrão (Refrão)


EVANGELHO – Mc 12, 38-44

«Esta pobre viúva deu mais do que todos os outros»

Como a viúva de que falava a primeira leitura também esta outra viúva a que se refere agora o Evangelho amou mais a palavra de Deus do que os seus poucos bens, que eram, na verdade os únicos e bem pequenos. Mas, por isso mesmo, a sua acção foi de maior alcance e mais meritória do que as grandes dádivas dos que muito possuíam. Gesto bem pequeno, portador de uma grande lição, porque inspirado por um grande amor.

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo S. Marcos
Naquele tempo, Jesus ensinava a multidão, dizendo: «Acautelai-vos dos escribas, que gostam de exibir longas vestes, de receber cumprimentos nas praças, de ocupar os primeiros assentos nas sinagogas e os primeiros lugares nos banquetes. Devoram as casas das viúvas, com pretexto de fazerem longas rezas. Estes receberão uma sentença mais severa». Jesus sentou-Se em frente da arca do tesouro a observar como a multidão deitava o dinheiro na caixa. Muitos ricos deitavam quantias avultadas. Veio uma pobre viúva e deitou duas pequenas moedas, isto é, um quadrante. Jesus chamou os discípulos e disse-lhes: «Em verdade vos digo: Esta pobre viúva deitou na caixa mais do que todos os outros. Eles deitaram do que lhes sobrava, mas ela, na sua pobreza, ofereceu tudo o que tinha, tudo o que possuía para viver».
Palavra da Salvação

ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Olhai, Senhor, com benevolência para o sacrifício que Vos apresentamos, a fim de participarmos com sincera piedade no memorial da paixão do vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

ANTÍFONA DA COMUNHÃO – Salmo 22, 1-2
O Senhor é meu pastor: nada me falta.
Leva-me a descansar em verdes prados.
Conduz-me às águas refrescantes
e reconforta a minha alma.

Ou – Lc 24, 35
Os discípulos reconheceram
o Senhor Jesus ao partir o pão.

ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Nós Vos damos graças, Senhor, pelo alimento celeste que recebemos e imploramos da vossa misericórdia que, pela acção do Espírito Santo, perseverem na vossa graça os que receberam a força do alto.
Por Nosso Senhor, Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.



Sem comentários:

Enviar um comentário