O NOME DE
DEUS É TRINDADE
É um, são três, são nomes infinitos... para todos que
podem ser nomeados e estar em Deus, como 1 Coríntios 15:28 diz: “Ele será tudo
em todos”. Nesse sentido, a história da humanidade, segundo a Bíblia, é a
história dos nomes de Deus:
1.
O primeiro nome de Deus é Yahweh,
que se faz a si mesmo (e para os cristãos, o pai). É assim que o
texto do Deus da Montanha definiu e marcou para sempre, onde o fogo
inextinguível arde na sarça que Moisés viu ao pé do Sinai. Fogo inextinguível
da vida nas estepes dos homens, isto é, Deus. E quando Moisés pergunta “qual é o
seu nome”, ele responde: Eu sou quem sou (em hebraico Yahweh), estou na
presença da vida, sou a vida que arde sem ser consumida, sou o Pai de todos
vem, eu sou a Vida que Ele derrama e se espalha em tudo o que existe.
2.
O segundo nome de Deus é Jesus, o
que significa que Javé salva, de acordo com o hino de Filipenses 2: 6-11. Salvar
significa libertar-se da morte, é dar vida “morrendo”, isto é, renunciar ao
ser, para que os homens e todos os seres do mundo o sejam. Este é o Deus de
Jesus, Deus, aquele que não se quis impor pela força, mas aquele que se deu “morrendo”
(= dando vida), ressuscitando em nós, para que possamos estar em seu nome. É
por isso que os cristãos sabem, nós sabemos, que o nome de Deus é Jesus (salva-nos
de nos perdermos, faz-nos ser ressuscitados (= viver a morte, em cada um de
nós, nos outros), e antes “nós dobramos joelho”, como Glp 2, 6-11 continua
a dizer, ou seja, levantamo-nos, na esperança da ressurreição, “para a
glória de Deus Pai”. E assim dizemos que Deus é Filho, isto é, somos filhos e
filhas de Deus.
3.
O terceiro nome de Deus é o Espírito
Santo, isto é, a Vida de tudo o que existe, porque nele vivemos, movemos e
somos (At 17, 28). Deus é o Espírito de todos os espíritos... mas, compreendendo
o “espírito” no sentido forte da “carne e sangue”, de tempo e eternidade, de
amor em que tudo cria raízes e existe, o amor do Pai e do Filho , daquele que
dá a vida e quem a recebe, de Yahweh (aquele que é) e de Jesus de Nazaré, o
ressuscitado, amor sem mais, somente amor, amor em tudo e por todos.
É por isso que dizemos três nomes. Mas, sabendo que Deus é
Um, sinto todos os nomes especificados e expressos para os cristãos, segundo o
Evangelho (Mt 28,16-20) em nome do Pai, do Filho e do Espírito. Um único nome
que é Três, porque em três nós resumimos e condensamos, como Pai, Filho e
Espírito, sabendo que Ele é Um e é Todos, há três, somos três, a Vida que
triunfa da morte, aquela que se manifesta em Jesus e se expande e vive em nós
como um Espírito Santo.
Eu indicarei isto neste domingo da Trindade, Domingo de
Deus ao todo, do Advento e Natal, da Quaresma e da Páscoa, Domingo do
Pentecostes expandido, dos cinquenta dias de Deus que são todo o tempo e toda a
eternidade. Nesse fundo, começarei a comentar sobre o Evangelho deste domingo
que continua sendo o Domingo do Espírito... e o Evangelho da missão trinitária.
MISSA
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ANTÍFONA DE
ENTRADA
Bendito seja Deus Pai,
bendito o Filho Unigénito,
bendito o Espírito Santo,
pela sua infinita misericórdia.
ORAÇÃO COLECTA
Deus Pai, que revelastes aos homens o vosso
admirável mistério, enviando ao mundo a Palavra da verdade e o Espírito da
santidade, concedei-nos que, na profissão da verdadeira fé, reconheçamos a
glória da eterna Trindade e adoremos a Unidade na sua omnipotência.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é
Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
Liturgia
da Palavra
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LEITURA I – Prov
8, 22-31
«Antes das origens
da terra, já existia a Sabedoria»
A Sabedoria não
é só um bem muito desejável. É mais do que isso.
É uma pessoa
viva, cuja origem é anterior à criação de todas as coisas. Intimamente unida a
Deus, mas, ao mesmo tempo, distinta d’Ele, assiste-O na obra da criação,
manifestando-se activamente criadora. Proveniente de Deus, pertence ao âmbito
divino. Contudo, ela vem ao encontro dos homens, no desejo profundo de com eles
estabelecer relações de amizade.
Nesta Sabedoria
de Deus, assim descrita no Antigo Testamento (o qual, sem nos dar uma revelação
precisa do mistério trinitário, nos vai introduzindo, pouco a pouco, nos
segredos da vida íntima de Deus), vê a tradição patrística, a partir de S.
Justino, o Verbo de Deus, Jesus Cristo, Sabedoria e Palavra criadora de Deus,
pelo Qual «tudo foi criado» (Jo. 1, 3).
Leitura
do Livro dos Provérbios
Eis
o que diz a Sabedoria de Deus: «O Senhor me criou como primícias da sua
actividade, antes das suas obras mais antigas. Desde a eternidade fui formada,
desde o princípio, antes das origens da terra. Antes de existirem os abismos e
de brotarem as fontes das águas, já eu tinha sido concebida. Antes de se
implantarem as montanhas e as colinas, já eu tinha nascido; ainda o Senhor não
tinha feito a terra e os campos, nem os primeiros elementos do mundo. Quando
Ele consolidava os céus, eu estava presente; quando traçava sobre o abismo a
linha do horizonte, quando condensava as nuvens nas alturas, quando fortalecia
as fontes dos abismos, quando impunha ao mar os seus limites para que as águas
não ultrapassassem o seu termo, quando lançava os fundamentos da terra, eu
estava a seu lado como arquitecto, cheia de júbilo, dia após dia, deleitando-me
continuamente na sua presença. Deleitava-me sobre a face da terra e as minhas
delícias eram estar com os filhos dos homens».
Palavra do Senhor
SALMO RESPONSORIAL
– Salmo 8, 4-9 (R. 2a)
Refrão: Como sois grande
em toda a terra, Senhor, nosso Deus! (Repete-se)
Quando contemplo os céus, obra das vossas mãos,
a lua e as estrelas que lá colocastes,
que é o homem para que Vos lembreis dele,
o filho do homem para dele Vos ocupardes? (Refrão)
Fizestes dele quase um ser divino,
de honra e glória o coroastes;
destes-lhe poder sobre a obra das vossas mãos,
tudo submetestes a seus pés: (Refrão)
Ovelhas e bois, todos os rebanhos,
e até os animais selvagens,
as aves do céu e os peixes do mar,
tudo o que se move nos oceanos. (Refrão)
LEITURA II – Rom 5, 1-5
«Para Deus, por
Cristo, na caridade que recebemos do Espírito»
A vida cristã
mergulha as suas raízes no mistério de um Deus uno, Sua essência e trino em Pessoas,
tal como se revelou em Jesus Cristo. Pelo Sacrifício de Jesus, nós fomos, na
verdade, introduzidos nessa comunhão de vida e amor, que é a Trindade
Santíssima.
Reconciliados
com o Pai, justificados mediante a fé, passámos de um estado de inimizade com
Deus à posse de uma amizade, que nos transforma em imagens e filhos de Deus.
Começámos a viver da própria vida de Deus. E embora entre a justificação e a
salvação medeie o espaço da nossa vida terrena, tão fértil em tribulações,
estamos seguros de que viremos a gozar, de modo perfeito, das riquezas de Deus,
pois o Espírito Santo nos foi dado como penhor do amor do Pai por nós.
Em paz com Deus
e os irmãos, o cristão vai-se divinizando e divinizando a sua vida quotidiana.
Vai impregnando de amor as suas relações humanas, procurando reproduzir na vida
de cada dia o amor que se revelou no mistério da Trindade.
Leitura
da Epístola do apóstolo São Paulo aos Romanos
Irmãos:
Tendo sido justificados pela fé, estamos em paz com Deus, por Nosso Senhor
Jesus Cristo, pelo qual temos acesso, na fé, a esta graça em que permanecemos e
nos gloriamos, apoiados na esperança da glória de Deus. Mais ainda,
gloriamo-nos nas nossas tribulações, porque sabemos que a tribulação produz a
constância, a constância a virtude sólida, a virtude sólida a esperança. Ora a
esperança não engana, porque o amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo
Espírito Santo que nos foi dado.
Palavra do Senhor
ALELUIA – Ap 1, 8
Refrão: Aleluia. (Repete-se)
Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo,
ao Deus que é, que era e que há-de vir. (Refrão)
EVANGELHO – Jo 16,
12-15
«Tudo o que o Pai
tem é meu. O Espírito receberá do que é meu, para vo-lo anunciar»
No
decorrer de toda a Sua vida, Jesus foi dando a conhecer aos Apóstolos, de
maneira progressiva, mas muito concreta, as Suas relações com o Pai e o
Espírito Santo, introduzindo-os assim no mistério de Deus uno e trino. Ao
terminar a Sua missão, promete-lhes o Espírito Santo, como guia seguro, no
tempo da Sua ausência. Espírito de verdade, Ele manterá vivo o ensinamento de
Jesus, através dos séculos; Ele ajudará os discípulos a aprofundar a Revelação
de Jesus, Palavra definitiva do Pai (Jo. 1, 12; 18).
Aceitando
este dom de Deus, o Espírito enviado por Cristo, para nos iluminar, vivificar e
divinizar, nós recebemos a salvação, que não é simples libertação do pecado,
mas sim inserção na vida trinitária – inserção que só será perfeita na
eternidade.
Evangelho
de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João
Naquele
tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Tenho ainda muitas coisas para vos
dizer, mas não as podeis compreender agora. Quando vier o Espírito da verdade,
Ele vos guiará para a verdade plena; porque não falará de Si mesmo, mas dirá
tudo o que tiver ouvido e vos anunciará o que está para vir. Ele Me glorificará,
porque receberá do que é meu e vo-lo anunciará. Tudo o que o Pai tem é meu. Por
isso vos disse que Ele receberá do que é meu e vo-lo anunciará».
Palavra da Salvação
ORAÇÃO SOBRE AS
OBLATAS
Santificai, Senhor, os dons sobre os quais invocamos o vosso santo nome e,
por este divino sacramento, fazei de nós mesmos uma oblação eterna para vossa
glória.
Por Nosso Senhor, Jesus Cristo, vosso Filho, que é
Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
ANTÍFONA DA
COMUNHÃO – Gal 4, 6
Porque somos filhos de Deus, Ele enviou aos nossos corações o Espírito
do seu Filho, que clama: Abba, Pai.
ORAÇÃO DEPOIS DA
COMUNHÃO
Ao professarmos a nossa fé na Trindade Santíssima e na sua
indivisível Unidade, concedei-nos, Senhor nosso Deus, que a participação neste
divino sacramento nos alcance a saúde do corpo e da alma.
Por Nosso Senhor, Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus
convosco na unidade do Espírito Santo.
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