domingo, 7 de julho de 2019

DOMINGO XIV DO TEMPO COMUM – ano C – 07JUL2019





«INSTRUÇÕES PARA A MISSÃO»

Os discípulos são organizados por Jesus para anunciarem a Boa Nova no caminho e começarem a realizar os actos que concretizam o Reino. Aqueles que não quiserem aderir à Boa Nova ficarão fora da nova história. Como fizera com os Doze, Jesus instruiu os setenta e dois discípulos, enviados dois a dois, a prepararem a sua passagem a caminho de Jerusalém. Servidores do Reino, competia-lhes dispor as pessoas para acolher o Mestre e a sua mensagem, deixando-se converter para Deus. Tarefa difícil, se considerarmos que os discípulos se encontravam em território samaritano, cuja hostilidade contra os judeus era conhecida. Por isso, as instruções de Jesus insistem em apresentar as dificuldades que deverão enfrentar. Eles serão “como cordeiros entre lobos”. Estarão em condições de desigualdade, podendo ser vítimas fatais da agressão dos habitantes das cidades que iriam visitar. Portanto, a missão exige apóstolos destemidos. Nos três evangelistas sinópticos, é encontrada a narrativa do envio dos doze apóstolos. Lucas retoma esta narrativa, ampliando-a para o envio de outros setenta e dois (seis vezes doze), em território gentílico, quando Jesus caminhava para Jerusalém. Os enviados em missão devem estar privados de bens e confiantes. No seu anúncio, sofrerão a repressão dos poderosos, que são como que lobos. Lucas destaca por duas vezes a determinação de “entrar” e “comer” nas casas, o que é uma negação dos costumes do judaísmo de não entrar e, muito menos, comer em casa de gentios. Em Actos dos Apóstolos, Lucas narrará a ampliação da missão, a partir dos diáconos, de Filipe e de Pedro, e mais amplamente as missões de Paulo e seus discípulos, de modo particular Timóteo e Tito. Após o chamamento e o envio dos setenta e dois, seguem-se as instruções de Jesus. Os discípulos ainda são poucos. É preciso orar para o fortalecimento da missão. Eles são enviados dois a dois, o que significa comunidade, solidariedade e partilha, tendo a presença do próprio Jesus: “Onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, eu estarei aí, no meio deles” (Mt 18,20). O despojamento deve ser a característica do missionário. Esse despojamento é a expressão de sua confiança em Deus e na generosidade que existe em cada coração humano. A simplicidade e a pobreza tocam os corações que, então, se abrem ao acolhimento do missionário. Eles são enviados às casas, não às sinagogas. O seu anúncio é o anúncio do Reino e o convite à conversão. É o Deus que revela o seu amor. É o Reino da nova criatura revelada na pessoa de Jesus, que a todos comunica a vida divina e eterna. Os milagres realizados são motivo de alegria para os discípulos que retornam. No entanto, Jesus mostra que são apenas sinais de uma libertação muito mais ampla, que ameaça o domínio de Satanás. A verdadeira alegria dos discípulos é saber que a grande notícia do Reino está a surgir e que eles estão a participar dela.

MISSA

ANTÍFONA DE ENTRADA – Salmo 47, 10-11
Recordamos, Senhor, a vossa misericórdia
no meio do vosso templo.
Toda a terra proclama o louvor do vosso nome,
porque sois justo e santo, Senhor nosso Deus.

ORAÇÃO COLECTA
Deus de bondade infinita, que, pela humilhação do vosso Filho, levantastes o mundo decaído, dai aos vossos fiéis uma santa alegria, para que, livres da escravidão do pecado, possam chegar à felicidade eterna.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

Liturgia da Palavra

LEITURA I – Is 66, 10-14c

«Farei correr para Jerusalém a paz como um rio»

Esta leitura respira paz profunda. É sempre este o ambiente que envolve a vida em comunhão com Deus, quer nos momentos exteriormente tranquilos, quer até naqueles que exigem maior actividade. O reino de Deus é reino de paz. Assim o anunciaram já os profetas, como característica dos tempos messiânicos, os tempos que Jesus nos trouxe, como melhor entenderemos ao escutar a terceira leitura.

Leitura do Livro de Isaías
Alegrai-vos com Jerusalém, exultai com ela, tod¬os vós que a amais. Com ela enchei-vos de júbilo, todos vós que participastes no seu luto. Assim podereis beber e saciar-vos com o leite das suas consolações, podereis deliciar-vos no seio da sua magnificência. Porque assim fala o Senhor: «Farei correr para Jerusalém a paz como um rio e a riqueza das nações como torrente transbordante. Os seus meninos de peito serão levados ao colo e acariciados sobre os joelhos. Como a mãe que anima o seu filho, também Eu vos confortarei: em Jerusalém sereis consolados. Quando o virdes, alegrar-se-á o vosso coração e, como a verdura, retomarão vigor os vossos membros. A mão do Senhor manifestar-se-á aos seus servos.
Palavra do Senhor


SALMO RESPONSORIAL – Salmo 65 (66), 1-3a.4-5.6-7a.16e.20 (R.1)

Refrão: A terra inteira aclame o Senhor. (Repete-se)

Aclamai a Deus, terra inteira,
cantai a glória do seu nome,
celebrai os seus louvores, dizei a Deus:
«Maravilhosas são as vossas obras». (Refrão)

A terra inteira Vos adore e celebre,
entoe hinos ao vosso nome.
Vinde contemplar as obras de Deus,
admirável na sua acção pelos homens. (Refrão)

Mudou o mar em terra firme,
atravessaram o rio a pé enxuto.
Alegremo-nos n’Ele:
domina eternamente com o seu poder. (Refrão)

Todos os que temeis a Deus, vinde e ouvi,
vou narrar-vos quanto Ele fez por mim.
Bendito seja Deus que não rejeitou a minha prece,
nem me retirou a sua misericórdia. (Refrão)


LEITURA II – Gal 6, 14-18

«Trago no meu corpo os estigmas de Jesus»

A paz e a alegria só vêm pela Cruz de Jesus. Foi esta a experiência de S. Paulo, como será a de quem quiser entender como conciliar a limitação e a fraqueza, que anda em nós, com a paz anunciada e vivida pelo Senhor ressuscitado. Para nós, como para Ele, a paz nasce da Cruz, não por a cruz ser suave e pacífica, mas porque, sendo ela uma situação inevitável, o Senhor a tornou instrumento de salvação. Mas só o amor com que Jesus a sofreu seria capaz de operar esta transfiguração.


Leitura da Epístola do apóstolo São Paulo aos Gálatas
Irmãos: Longe de mim gloriar-me, a não ser na cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo, pela qual o mundo está crucificado para mim e eu para o mundo. Pois nem a circuncisão nem a incircuncisão valem alguma coisa: o que tem valor é a nova criatura. Paz e misericórdia para quantos seguirem esta norma, bem como para o Israel de Deus. Doravante ninguém me importune, porque eu trago no meu corpo os estigmas de Jesus. Irmãos, a graça de Nosso Senhor Jesus Cristo esteja com o vosso espírito. Ámen.
Palavra do Senhor

ALELUIA – Col 3, 15a.16a

Refrão: Aleluia. (Repete-se)

Reine em vossos corações a paz de Cristo,
habite em vós a sua palavra. (Refrão)


EVANGELHO – Lc 10, 1-12.17-20

«A vossa paz repousará sobre eles»

A palavra de Deus tem como fruto a alegria e a paz, tanto para quem a semeia, como para quem a recebe. Os discípulos que Jesus enviou em missão deram testemunho de que era assim. O Senhor já os tinha prevenido disso. Mas a Palavra de Deus continua hoje com o mesmo vigor; por isso, ela oferece, hoje como sempre, aos que a escutam a mesma paz e a mesma alegria.


Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
Naquele tempo, designou o Senhor setenta e dois discípulos e enviou-os dois a dois à sua frente, a todas as cidades e lugares aonde Ele havia de ir. E dizia-lhes: «A seara é grande, mas os trabalhadores são poucos. Pedi ao dono da seara que mande trabalhadores para a sua seara. Ide: Eu vos envio como cordeiros para o meio de lobos. Não leveis bolsa nem alforge nem sandálias, nem vos demoreis a saudar alguém pelo caminho. Quando entrardes nalguma casa, dizei primeiro: ‘Paz a esta casa’. E se lá houver gente de paz, a vossa paz repousará sobre eles; senão, ficará convosco. Ficai nessa casa, comei e bebei do que tiverem, que o trabalhador merece o seu salário. Não andeis de casa em casa. Quando entrardes nalguma cidade e vos receberem, comei do que vos servirem, curai os enfermos que nela houver e dizei-lhes: ‘Está perto de vós o reino de Deus’. Mas quando entrardes nalguma cidade e não vos receberem, saí à praça pública e dizei: ‘Até o pó da vossa cidade que se pegou aos nossos pés sacudimos para vós. No entanto, ficai sabendo: Está perto o reino de Deus’. Eu vos digo: Haverá mais tolerância, naquele dia, para Sodoma do que para essa cidade». Os setenta e dois discípulos voltaram cheios de alegria, dizendo: «Senhor, até os demónios nos obedeciam em teu nome». Jesus respondeu-lhes: «Eu via Satanás cair do céu como um relâmpago. Dei-vos o poder de pisar serpentes e escorpiões e dominar toda a força do inimigo; nada poderá causar-vos dano. Contudo, não vos alegreis porque os espíritos vos obedecem; alegrai-vos antes porque os vossos nomes estão escritos nos Céus».
Palavra da Salvação

ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Fazei, Senhor, que a oblação consagrada ao vosso nome nos purifique e nos conduza, dia após dia, a viver mais intensamente a vida da graça.


ANTÍFONA DA COMUNHÃO – Salmo 33, 9
Saboreai e vede como o Senhor é bom:
feliz o homem que n’Ele se refugia.

Ou - Mt 11, 28
Vinde a Mim, todos vós que andais cansados e oprimidos,
e Eu vos aliviarei, diz o Senhor.

ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Senhor, que nos saciastes com estes dons tão excelentes, fazei que alcancemos os benefícios da salvação e nunca cessemos de cantar os vossos louvores.
Por Nosso Senhor, Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.



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