DOMINGO XXVIII DO TEMPO COMUM – ano C – 13OUT2019
DEZ LEPROSOS
Esses dez leprosos são o mundo inteiro, a humanidade
excluída que Jesus deseja curar, com fé, isto é, com humanidade profunda. Onde
outros pensam que acreditar é enganar a si mesmos (homens racionais pensam e decidem
raciocinar seus problemas, outros acreditam... quando crianças), Jesus sabe que
acreditar está a receber a vida como um presente, comprometendo-se a viver de
graça, pelo amor à vida. Vida, que é amor pelos outros.
Nesse sentido, o evangelho apresenta Jesus como um homem de
fé. É por isso que não resolve os problemas dos homens, oferecendo-lhes algum
tipo de ajuda externa. Não os leva à evasão ou esquecimento da terra (da sua
condição humana), mas, pelo contrário, no centro da mesma doença, Jesus provoca
um gesto de fé naqueles que o recebem e o escutam. Assim, ele age como um
promotor da vida no meio da morte, como um sinal de esperança no meio de uma
sociedade que parece fadada ao desespero.
Os milagres de Jesus, um acto de fé
a) Jesus age como mediador da fé: diálogo com os doentes (ou possuídos); ele
penetra no lugar da dor, na raiz da sua doença ou loucura, como amigo que ama,
como psicólogo exigente, como crente que irradia fé. Precisamente onde parece
que a vida está condenada e falhou, Jesus penetrou com a sua força de fé e amor
livre e transformadora.
b) Jesus coloca os enfermos diante do poder de Deus que definimos com todo o
evangelho como “reino”, isto é, como o princípio da nova humanidade. Crer no
Reino de Deus é acreditar numa vida diferente, no espírito interior, na
fraternidade. Como mensageiro e testemunha daquele Reino de Deus (que é o Reino
da vida dos homens), Jesus age, acendendo no enfermo (e no seu ambiente) a
chama de uma fé que cura e transforma.
c) É por isso que o milagre é realizado como fé. Isso é indicado pela
tradição evangélica, lembrando repetidas vezes as palavras de Jesus que diz aos
enfermos “se acreditas que te podes curar” ou “a tua fé te curou”. A fé está-se
colocando nas mãos da graça de Deus, nas mãos da sua força criativa. A fé é o
gesto pelo qual, superando quem somos, nos colocamos nos braços de quem nos faz
viver, de quem nos permite esperar. Ao atingir esse nível, isso pode ser feito
e o milagre é realizado muitas vezes.
MISSA
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ANTÍFONA DE
ENTRADA – Salmo 129, 3-4
Se tiverdes em conta as nossas faltas,
Senhor, quem poderá salvar-se?
Mas em Vós está o perdão, Senhor Deus de Israel.
ORAÇÃO COLECTA
Nós Vos pedimos, Senhor, que a vossa graça
preceda e acompanhe sempre as nossas acções
e nos torne cada vez mais atentos
à prática das boas obras.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus
convosco na unidade do Espírito Santo.
Liturgia da Palavra
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LEITURA I – 2 Reis
5, 14-17
«Naamã
foi ter novamente com o homem de Deus e confessou a sua fé no Senhor»
A primeira e a
terceira leitura deste domingo põem, lado a lado, dois estrangeiros que mostram
ter uma alma mais próxima de Deus do que muitos dos do seu povo. Não foi o
pertencerem oficialmente ao povo eleito que os salvou, mas o saberem abrir-se à
palavra de Deus e terem fé n’Ele. Para Deus não há estrangeiros, e os que são
do seu povo só aproveitarão de tal situação se viverem da fé.
Leitura
do Segundo Livro dos Reis
Naqueles
dias, o general sírio Naamã desceu ao Jordão e aí mergulhou sete vezes, como
lhe mandara Eliseu, o homem de Deus. A sua carne tornou-se tenra como a de uma
criança e ficou purificado da lepra. Naamã foi ter novamente com o homem de
Deus, acompanhado de toda a sua comitiva. Ao chegar diante dele, exclamou:
«Agora reconheço que em toda a terra não há outro Deus senão o de Israel.
Peço-te que aceites um presente deste teu servo». Eliseu respondeu-lhe: «Pela
vida do Senhor que eu sirvo, nada aceitarei». E apesar das insistências, ele
recusou. Disse então Naamã: «Se não aceitas, permite ao menos que se dê a este
teu servo uma porção de terra para um altar, tanto quanto possa carregar uma
parelha de mulas, porque o teu servo nunca mais há-de oferecer holocausto ou
sacrifício a quaisquer outros deuses, mas apenas ao Senhor, Deus de Israel».
Palavra do Senhor
SALMO RESPONSORIAL
– Salmo 97 (98), 1-4 (R. cf. 2b)
Refrão: O Senhor
manifestou a salvação a todos os povos. (Repete-se)
Ou: Diante dos povos manifestou Deus a salvação. (Repete-se)
Cantai ao Senhor um cântico novo
pelas maravilhas que Ele operou.
A sua mão e o seu santo braço
Lhe deram a vitória. (Refrão)
O Senhor deu a conhecer a salvação,
revelou aos olhos das nações a sua justiça.
Recordou-Se da sua bondade e fidelidade
em favor da casa de Israel. (Refrão)
Os confins da terra puderam ver
a salvação do nosso Deus.
Aclamai o Senhor, terra inteira,
exultai de alegria e cantai. (Refrão)
LEITURA II – 2 Tim 2, 8-13
«Se sofremos com
Cristo, também com Ele reinaremos»
A leitura do
Apóstolo começa por um acto de fé na pessoa de Nosso Senhor Jesus Cristo, para
passar depois a uma profissão de fé no sentido da vida do cristão em comunhão
com Cristo, que morreu e ressuscitou. Esta leitura é assim um verdadeiro hino,
onde se proclama o sentido último da vida cristã, vida que encontra todo o
sentido na união ao Senhor Jesus, no seu mistério pascal.
Leitura
da Segunda Epístola do apóstolo São Paulo a Timóteo
Caríssimo:
Lembra-te de que Jesus Cristo, descendente de David, ressuscitou dos mortos,
segundo o meu Evangelho, pelo qual eu sofro, até ao ponto de estar preso a
estas cadeias como um malfeitor. Mas a palavra de Deus não está encadeada. Por
isso, tudo suporto por causa dos eleitos, para que obtenham a salvação que está
em Cristo Jesus, com a glória eterna. É digna de fé esta palavra: Se morremos
com Cristo, também com Ele viveremos; se sofremos com Cristo, também com Ele
reinaremos; se O negarmos, também Ele nos negará; se Lhe formos infiéis, Ele
permanece fiel, porque não pode negar-Se a Si mesmo.
Palavra do Senhor
ALELUIA – 1 Tes 5, 18
Refrão: Aleluia. (Repete-se)
Em todo o tempo e lugar dai graças a Deus,
porque esta é a sua vontade a vosso respeito
em Cristo Jesus. (Refrão)
EVANGELHO – Lc 17,
11-19
«Não se encontrou
quem voltasse para dar glória a Deus senão este estrangeiro»
A
atitude fundamental da oração é a acção de graças, porque ela supõe no cristão,
antes de mais, o reconhecimento do que Deus lhe dá e a resposta a esse dom, com
o louvor agradecido. É precisamente esta atitude espiritual que se exprime com
a palavra “eucaristia”, o nome da acção de graças por excelência.
Evangelho
de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
Naquele
tempo, indo Jesus a caminho de Jerusalém, passava entre a Samaria e a Galileia.
Ao entrar numa povoação, vieram ao seu encontro dez leprosos. Conservando-se a
distância, disseram em alta voz: «Jesus, Mestre, tem compaixão de nós». Ao
vê-los, Jesus disse-lhes: «Ide mostrar-vos aos sacerdotes». E sucedeu que no
caminho ficaram limpos da lepra. Um deles, ao ver-se curado, voltou atrás,
glorificando a Deus em alta voz, e prostrou-se de rosto em terra aos pés de
Jesus, para Lhe agradecer. Era um samaritano. Jesus, tomando a palavra, disse:
«Não foram dez os que ficaram curados? Onde estão os outros nove? Não se
encontrou quem voltasse para dar glória a Deus senão este estrangeiro?». E
disse ao homem: «Levanta-te e segue o teu caminho; a tua fé te salvou».
Palavra da Salvação
ORAÇÃO SOBRE AS
OBLATAS
Aceitai, Senhor, as orações e as ofertas dos vossos fiéis e fazei que
esta celebração sagrada nos encaminhe para a glória do Céu.
ANTÍFONA DA
COMUNHÃO – Salmo 33, 11
Os ricos empobrecem e passam fome;
mas nada falta aos que procuram o Senhor.
Ou - 1 Jo 3, 2
Quando o Senhor Se manifestar,
seremos semelhantes a Ele,
porque O veremos na sua glória.
ORAÇÃO DEPOIS DA
COMUNHÃO
Deus de infinita bondade, que nos alimentais com o Corpo e o
Sangue do vosso Filho, tornai-nos também participantes da sua natureza divina.
Ele que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
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