sábado, 12 de outubro de 2019

LOUVOR





DOMINGO XXVIII DO TEMPO COMUM – ano C – 13OUT2019

DEZ LEPROSOS

Esses dez leprosos são o mundo inteiro, a humanidade excluída que Jesus deseja curar, com fé, isto é, com humanidade profunda. Onde outros pensam que acreditar é enganar a si mesmos (homens racionais pensam e decidem raciocinar seus problemas, outros acreditam... quando crianças), Jesus sabe que acreditar está a receber a vida como um presente, comprometendo-se a viver de graça, pelo amor à vida. Vida, que é amor pelos outros.
Nesse sentido, o evangelho apresenta Jesus como um homem de fé. É por isso que não resolve os problemas dos homens, oferecendo-lhes algum tipo de ajuda externa. Não os leva à evasão ou esquecimento da terra (da sua condição humana), mas, pelo contrário, no centro da mesma doença, Jesus provoca um gesto de fé naqueles que o recebem e o escutam. Assim, ele age como um promotor da vida no meio da morte, como um sinal de esperança no meio de uma sociedade que parece fadada ao desespero.
Os milagres de Jesus, um acto de fé
a)   Jesus age como mediador da fé: diálogo com os doentes (ou possuídos); ele penetra no lugar da dor, na raiz da sua doença ou loucura, como amigo que ama, como psicólogo exigente, como crente que irradia fé. Precisamente onde parece que a vida está condenada e falhou, Jesus penetrou com a sua força de fé e amor livre e transformadora.
b)   Jesus coloca os enfermos diante do poder de Deus que definimos com todo o evangelho como “reino”, isto é, como o princípio da nova humanidade. Crer no Reino de Deus é acreditar numa vida diferente, no espírito interior, na fraternidade. Como mensageiro e testemunha daquele Reino de Deus (que é o Reino da vida dos homens), Jesus age, acendendo no enfermo (e no seu ambiente) a chama de uma fé que cura e transforma.
c)   É por isso que o milagre é realizado como fé. Isso é indicado pela tradição evangélica, lembrando repetidas vezes as palavras de Jesus que diz aos enfermos “se acreditas que te podes curar” ou “a tua fé te curou”. A fé está-se colocando nas mãos da graça de Deus, nas mãos da sua força criativa. A fé é o gesto pelo qual, superando quem somos, nos colocamos nos braços de quem nos faz viver, de quem nos permite esperar. Ao atingir esse nível, isso pode ser feito e o milagre é realizado muitas vezes.

MISSA

ANTÍFONA DE ENTRADA – Salmo 129, 3-4
Se tiverdes em conta as nossas faltas,
Senhor, quem poderá salvar-se?
Mas em Vós está o perdão, Senhor Deus de Israel.

ORAÇÃO COLECTA
Nós Vos pedimos, Senhor, que a vossa graça
preceda e acompanhe sempre as nossas acções
e nos torne cada vez mais atentos
à prática das boas obras.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

Liturgia da Palavra

LEITURA I – 2 Reis 5, 14-17

«Naamã foi ter novamente com o homem de Deus e confessou a sua fé no Senhor»

A primeira e a terceira leitura deste domingo põem, lado a lado, dois estrangeiros que mostram ter uma alma mais próxima de Deus do que muitos dos do seu povo. Não foi o pertencerem oficialmente ao povo eleito que os salvou, mas o saberem abrir-se à palavra de Deus e terem fé n’Ele. Para Deus não há estrangeiros, e os que são do seu povo só aproveitarão de tal situação se viverem da fé.

Leitura do Segundo Livro dos Reis
Naqueles dias, o general sírio Naamã desceu ao Jordão e aí mergulhou sete vezes, como lhe mandara Eliseu, o homem de Deus. A sua carne tornou-se tenra como a de uma criança e ficou purificado da lepra. Naamã foi ter novamente com o homem de Deus, acompanhado de toda a sua comitiva. Ao chegar diante dele, exclamou: «Agora reconheço que em toda a terra não há outro Deus senão o de Israel. Peço-te que aceites um presente deste teu servo». Eliseu respondeu-lhe: «Pela vida do Senhor que eu sirvo, nada aceitarei». E apesar das insistências, ele recusou. Disse então Naamã: «Se não aceitas, permite ao menos que se dê a este teu servo uma porção de terra para um altar, tanto quanto possa carregar uma parelha de mulas, porque o teu servo nunca mais há-de oferecer holocausto ou sacrifício a quaisquer outros deuses, mas apenas ao Senhor, Deus de Israel».
Palavra do Senhor


SALMO RESPONSORIAL – Salmo 97 (98), 1-4 (R. cf. 2b)

Refrão: O Senhor manifestou a salvação a todos os povos. (Repete-se)
Ou: Diante dos povos manifestou Deus a salvação. (Repete-se)

Cantai ao Senhor um cântico novo
pelas maravilhas que Ele operou.
A sua mão e o seu santo braço
Lhe deram a vitória. (Refrão)

O Senhor deu a conhecer a salvação,
revelou aos olhos das nações a sua justiça.
Recordou-Se da sua bondade e fidelidade
em favor da casa de Israel. (Refrão)

Os confins da terra puderam ver
a salvação do nosso Deus.
Aclamai o Senhor, terra inteira,
exultai de alegria e cantai. (Refrão)


LEITURA II – 2 Tim 2, 8-13

«Se sofremos com Cristo, também com Ele reinaremos»

A leitura do Apóstolo começa por um acto de fé na pessoa de Nosso Senhor Jesus Cristo, para passar depois a uma profissão de fé no sentido da vida do cristão em comunhão com Cristo, que morreu e ressuscitou. Esta leitura é assim um verdadeiro hino, onde se proclama o sentido último da vida cristã, vida que encontra todo o sentido na união ao Senhor Jesus, no seu mistério pascal.

Leitura da Segunda Epístola do apóstolo São Paulo a Timóteo
Caríssimo: Lembra-te de que Jesus Cristo, descendente de David, ressuscitou dos mortos, segundo o meu Evangelho, pelo qual eu sofro, até ao ponto de estar preso a estas cadeias como um malfeitor. Mas a palavra de Deus não está encadeada. Por isso, tudo suporto por causa dos eleitos, para que obtenham a salvação que está em Cristo Jesus, com a glória eterna. É digna de fé esta palavra: Se morremos com Cristo, também com Ele viveremos; se sofremos com Cristo, também com Ele reinaremos; se O negarmos, também Ele nos negará; se Lhe formos infiéis, Ele permanece fiel, porque não pode negar-Se a Si mesmo.
Palavra do Senhor

ALELUIA – 1 Tes 5, 18

Refrão: Aleluia. (Repete-se)

Em todo o tempo e lugar dai graças a Deus,
porque esta é a sua vontade a vosso respeito
em Cristo Jesus. (Refrão)


EVANGELHO – Lc 17, 11-19

«Não se encontrou quem voltasse para dar glória a Deus senão este estrangeiro»

A atitude fundamental da oração é a acção de graças, porque ela supõe no cristão, antes de mais, o reconhecimento do que Deus lhe dá e a resposta a esse dom, com o louvor agradecido. É precisamente esta atitude espiritual que se exprime com a palavra “eucaristia”, o nome da acção de graças por excelência.


Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
Naquele tempo, indo Jesus a caminho de Jerusalém, passava entre a Samaria e a Galileia. Ao entrar numa povoação, vieram ao seu encontro dez leprosos. Conservando-se a distância, disseram em alta voz: «Jesus, Mestre, tem compaixão de nós». Ao vê-los, Jesus disse-lhes: «Ide mostrar-vos aos sacerdotes». E sucedeu que no caminho ficaram limpos da lepra. Um deles, ao ver-se curado, voltou atrás, glorificando a Deus em alta voz, e prostrou-se de rosto em terra aos pés de Jesus, para Lhe agradecer. Era um samaritano. Jesus, tomando a palavra, disse: «Não foram dez os que ficaram curados? Onde estão os outros nove? Não se encontrou quem voltasse para dar glória a Deus senão este estrangeiro?». E disse ao homem: «Levanta-te e segue o teu caminho; a tua fé te salvou».
Palavra da Salvação

ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS

Aceitai, Senhor, as orações e as ofertas dos vossos fiéis e fazei que esta celebração sagrada nos encaminhe para a glória do Céu.

ANTÍFONA DA COMUNHÃO – Salmo 33, 11

Os ricos empobrecem e passam fome;
mas nada falta aos que procuram o Senhor.

Ou - 1 Jo 3, 2
Quando o Senhor Se manifestar,
seremos semelhantes a Ele,
porque O veremos na sua glória.

ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Deus de infinita bondade, que nos alimentais com o Corpo e o Sangue do vosso Filho, tornai-nos também participantes da sua natureza divina.
Ele que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.



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