PREPARAÇÃO DO DOMINGO XXXIII DO TEMPO COMUM – ano C
– 17NOV2019
Jesus condenou o culto do templo porque o entendia como a
religião dos malfeitores-sacerdotes
Poemas e canções, sacrifícios de
animais e negócios em dinheiro surgiram ali, ao serviço da ordem sagrada e dos
seus poderes opressores, de modo que o mesmo templo apareceu como uma “caverna
de bandidos” (Mc 11, 27), arte a serviço da escravidão dos devotos.
Portanto, assumindo a inspiração
profética dos grandes crentes antigos (Amós, Isaías, Jeremias), Jesus proclamou
a sua palavra de julgamento e condenação contra o templo, num gesto que inspira
toda a estética e ética cristã, que deve ser entendida como experiência de
beleza e amor, ao serviço dos pobres (cf. Mc 11, 12-26). Desta forma, ele
rejeitou o templo porque não era um sinal e presença do amor de Deus por todos
os homens.
Jesus condenou o culto do templo
porque o entendia como a religião dos malfeitores-sacerdotes, que usou Deus e o
seu culto para oprimir os pobres, não para amá-los. Ele não o condenou em nome
de um tipo de barbárie regressiva ou ressentimento contra a autoridade oficial,
mas pelo contrário: da mais alta beleza do amor do Reino, que é expresso pelos
pobres. Logicamente, por manter a “arte opressiva” do seu templo e a estrutura
do seu império, os sacerdotes de Jerusalém e os soldados de Roma condenaram
Jesus. Para defender a sua experiência de liberdade e abrir para os homens um
diálogo “face a face” com Deus, dos pobres (face a face com os pobres), no amor
simples, Jesus teve que morrer.
O amor de Deus “explode num tipo
de templo”, para que o homem (ser humano, humanidade concreta) possa ser o
templo de Deus:
- O templo cai porque o amor de
Deus rompe os muros da Palavra oficial, tanto os que o pronunciam como os que
aspiram a competi-lo, mudando apenas a envolvência do discurso.
- O templo deve ser o presidente
dos direitos humanos... uma instituição ao serviço da humanidade e,
especialmente, dos pobres, na linha das bem-aventuranças de Jesus. Nessa linha,
bem entendida, a queda de um tipo de templo é um princípio de esperança e uma
nova tarefa “divina” para os homens, porque eles mesmos são “templo” (revelação)
de Deus ...
- É ruim que o templo funcione
como um banco financeiro e, pior ainda, que sirva para enriquecer um tipo de “clero”,
religioso ou não, que justifique o seu poder e dinheiro com proclamações
religiosas de tradição ou auto-liberdade (à custa de outros).
- E depois do templo? Depois do
templo, a humanidade de Deus deve chegar a uma era de justiça e harmonia entre
os homens. Os construtores do Novo Templo queriam ser os “pedreiros” de uma
nova humanidade, dentro ou fora da Igreja..., mas muitos deles (quase sempre)
acabaram construindo o seu próprio templo em outras estâncias (para perpetuar e
sacralizar seu poder político, social ou religioso).
- Um caminho de “igreja”, isto
é, “humanidade de Deus”. De acordo com o exposto, Jesus tem sido o grande “destruidor”,
destruidor do “edificar” dos expulsos do sistema, com mancos, cegos, etc., o
templo da nova humanidade. Construtores desse templo da humanidade e obrigado,
na abertura a todos, dos mais pobres, que queremos ser cristãos.
MISSA
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ANTÍFONA DE
ENTRADA – Jer 29, 11.12.14
Os meus pensamentos são de paz e não de desgraça, diz o Senhor.
Invocar-Me-eis e atenderei o vosso clamor, e farei regressar os vossos
cativos de todos os lugares da terra.
ORAÇÃO COLECTA
Senhor nosso Deus, concedei-nos a graça de encontrar sempre
a alegria no vosso serviço, porque é uma felicidade duradoira e profunda ser
fiel ao autor de todos os bens.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus
convosco na unidade do Espírito Santo.
Liturgia da Palavra
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LEITURA I – Mal 3,
19-20a
«Para vós nascerá o sol de justiça»
O profeta anuncia o “Dia do Senhor”, expressão que na
Bíblia significa uma intervenção especial de Deus, por vezes de castigo, mas
sempre em ordem à salvação. Nesta leitura, o Dia do Senhor apresenta-se como
dia de castigo, “ardente como uma fornalha”, para os ímpios; mas para os
justos, para os que temem o nome do Senhor, esse dia verá brilhar o “Sol da
Justiça”, que traz “a salvação nos seus raios”. O “Sol da Justiça” é finalmente
Jesus Cristo.
Leitura
da Profecia de Malaquias
Há-de
vir o dia do Senhor, ardente como uma fornalha; e serão como a palha todos os
soberbos e malfeitores. O dia que há-de vir os abrasará – diz o Senhor do
Universo – e não lhes deixará raiz nem ramos. Mas para vós que temeis o meu
nome, nascerá o sol de justiça, trazendo nos seus raios a salvação.
Palavra do Senhor
SALMO RESPONSORIAL
– Salmo 97 (98), 5-9 (R. cf. 9)
Refrão: O Senhor julgará
o mundo com justiça. (Repete-se)
antai ao Senhor ao som da cítara,
ao som da cítara e da lira;
ao som da tuba e da trombeta,
aclamai o Senhor, nosso Rei. (Refrão)
Ressoe o mar e tudo o que ele encerra,
a terra inteira e tudo o que nela habita;
aplaudam os rios
e as montanhas exultem de alegria. (Refrão)
Diante do Senhor que vem,
que vem para julgar a terra;
julgará o mundo com justiça
e os povos com equidade. (Refrão)
LEITURA II – 2 Tes 3, 7-12
«Quem não quer
trabalhar, também não deve comer»
A consciência que os cristãos têm do fim dos tempos e da
vida futura em nada os deve afastar de olharem para esta vida com interesse,
entregando-se ao trabalho de cada dia, porque continua a ser verdade que cada
um há-de comer o pão com o suor do seu rosto. Os Tessalonicenses, julgando
próxima a vinda do Senhor, não estavam a entender isto muito bem.
Leitura
da Segunda Epístola do apóstolo São Paulo aos Tessalonicenses
Irmãos:
Vós sabeis como deveis imitar-nos, pois não vivemos entre vós na ociosidade,
nem comemos de graça o pão de ninguém. Trabalhámos dia e noite, com esforço e
fadiga, para não sermos pesados a nenhum de vós. Não é que não tivéssemos esse
direito, mas quisemos ser para vós exemplo a imitar. Quando ainda estávamos
convosco, já vos dávamos esta ordem: quem não quer trabalhar, também não deve
comer. Ouvimos dizer que alguns de vós vivem na ociosidade, sem fazerem
trabalho algum, mas ocupados em futilidades. A esses ordenamos e recomendamos,
em nome do Senhor Jesus Cristo, que trabalhem tranquilamente, para ganharem o
pão que comem.
Palavra do Senhor
ALELUIA – Lc 21, 28
Refrão: Aleluia. (Repete-se)
Erguei-vos e levantai a cabeça,
porque a vossa libertação está próxima. (Refrão)
EVANGELHO – Lc 21,
5-19
«Pela vossa
perseverança salvareis as vossas almas»
Jesus anuncia a ruína de Jerusalém, e previne
os seus discípulos contra os falsos profetas, os falsos rebates com que muitos
os pretendiam arrastar. Anuncia-lhes que eles terão certamente muito a sofrer,
mas promete-lhes a sua assistência até ao fim e será no fim que se encontrará a
plenitude da salvação.
Evangelho
de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
Naquele
tempo, comentavam alguns que o templo estava ornado com belas pedras e piedosas
ofertas. Jesus disse-lhes: «Dias virão em que, de tudo o que estais a ver, não
ficará pedra sobre pedra: tudo será destruído». Eles perguntaram-Lhe: «Mestre,
quando sucederá isto? Que sinal haverá de que está para acontecer?». Jesus
respondeu: «Tende cuidado; não vos deixeis enganar, pois muitos virão em meu
nome e dirão: ‘Sou eu’; e ainda: ‘O tempo está próximo’. Não os sigais. Quando
ouvirdes falar de guerras e revoltas, não vos alarmeis: é preciso que estas
coisas aconteçam primeiro, mas não será logo o fim». Disse-lhes ainda: «Há-de
erguer-se povo contra povo e reino contra reino. Haverá grandes terramotos e,
em diversos lugares, fomes e epidemias. Haverá fenómenos espantosos e grandes
sinais no céu. Mas antes de tudo isto, deitar-vos-ão as mãos e hão-de
perseguir-vos, entregando-vos às sinagogas e às prisões, conduzindo-vos à
presença de reis e governadores, por causa do meu nome. Assim tereis ocasião de
dar testemunho. Tende presente em vossos corações que não deveis preparar a
vossa defesa. Eu vos darei língua e sabedoria a que nenhum dos vossos
adversários poderá resistir ou contradizer. Sereis entregues até pelos vossos
pais, irmãos, parentes e amigos. Causarão a morte a alguns de vós e todos vos
odiarão por causa do meu nome; mas nenhum cabelo da vossa cabeça se perderá.
Pela vossa perseverança salvareis as vossas almas».
Palavra da Salvação
ORAÇÃO SOBRE AS
OBLATAS
Concedei-nos, Senhor, que os dons oferecidos para glória do vosso nome nos
obtenham a graça de Vos servirmos fielmente e nos alcancem a posse da
felicidade eterna.
Por Nosso Senhor, Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na
unidade do Espírito Santo.
ANTÍFONA DA
COMUNHÃO – Salmo 72, 28
A minha alegria é estar junto de Deus,
buscar no Senhor o meu refúgio.
Ou Mc 11, 23.24
Tudo o que pedirdes na oração
vos será concedido, diz o Senhor.
ORAÇÃO DEPOIS DA
COMUNHÃO
Depois de recebermos estes dons sagrados, humildemente
Vos pedimos, Senhor: o sacramento que o vosso Filho nos mandou celebrar em sua
memória aumente sempre a nossa caridade.
Por Nosso Senhor, Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na
unidade do Espírito Santo.
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