sábado, 25 de janeiro de 2020

FOI MORAR PARA CAFARNAUM


    Cafarnaum



DOMINGO III DO TEMPO COMUM – ano A – 26JAN2020


A ESPERANÇA COMEÇA NA GALILEIA

Jesus começa sua actividade na Galileia, região distante do centro económico, político e religioso do seu país. A esperança da salvação inicia-se justamente numa região da qual nada se espera. A pregação de Jesus tem a mesma radicalidade que a de João Batista: é preciso total mudança de vida, porque o Reino do Céu está próximo. O chamamento dos primeiros discípulos é um convite aberto a todos os que ouvem as palavras de Jesus. Simão e André deixam a profissão; Tiago e João deixam a família... Seguir a Jesus implica deixar as seguranças que possam impedir o compromisso com uma acção transformadora. Depois de ter ido ao encontro de João para ser baptizado, Jesus volta para a sua terra de origem, a Galileia, após um tempo de permanência na Judeia. Mateus escreve para comunidades de cristãos oriundos do judaísmo. A sua intenção teológica é mostrar-lhes que as suas antigas esperanças tradicionais se realizam em Jesus e, para isto, recorre com frequência a citações do Antigo Testamento, que estariam a ser cumpridas em Jesus. Isaías, no texto citado por Mateus no seu evangelho (cf. primeira leitura), menciona a “Galileia dos gentios”. É nesta região que Jesus desenvolve o seu ministério, com uma abrangência universal, dirigindo-se às multidões tanto desta Galileia como dos territórios vizinhos gentílicos. Tendo deixado a sua cidade de origem, Nazaré, Jesus vai morar em Cafarnaum, às margens do Mar da Galileia. E começa o seu ministério, com o mesmo anúncio de João Baptista: “Convertei-vos, pois o Reino de Deus está próximo” (Mt 3,2). É o baptismo da conversão à justiça para remover o pecado do mundo. Jesus revela que este é o caminho da comunhão com Deus, na sua vida divina e eterna. Enquanto João escolhera o deserto como espaço para o seu anúncio, Jesus orienta o seu ministério para as regiões habitadas da Galileia e das regiões gentílicas vizinhas. Às margens do Mar da Galileia, Jesus encontra aqueles que serão os seus primeiros discípulos. As narrativas de vocação dos discípulos é feita pelos evangelistas de maneira sumária, em poucas linhas. Contudo, o seguimento de Jesus pelos seus discípulos se efectiva num processo de conhecimento e diálogo, amadurecido durante um tempo conveniente. Os evangelistas, com os seus textos, procuram resgatar a humanidade de Jesus. Contudo, anteriormente a eles, Paulo limita sua pregação ao binómio: morte na cruz e ressurreição de Jesus. A partir deste enfoque, ele desenvolve a sua edificante pregação ética e moral para as suas comunidades (segunda leitura).

MISSA

ANTÍFONA DE ENTRADA – Salmo 95, 1.6
Cantai ao Senhor um cântico novo,
cantai ao Senhor, terra inteira.
Glória e poder na sua presença,
esplendor e majestade no seu templo.

ORAÇÃO COLECTA
Deus todo-poderoso e eterno,
dirigi a nossa vida segundo a vossa vontade,
para que mereçamos produzir abundantes frutos de boas obras,
em nome de Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

Liturgia da Palavra

LEITURA I – Is 8, 23b – 9, 3 (9, 1-4)

«Na Galileia dos gentios o povo viu uma grande luz»

No Evangelho deste dia, cita-se esta passagem de Isaías que hoje serve de primeira leitura. Refere-se ela à Galileia, terra de Zabulão e de Neftali, a província mais ao norte de Israel. O profeta anuncia-lhe hoje melhores dias, depois do tempo de exílio. As trevas do momento presente transformar-se-ão em luz e a alegria reinará de novo depois da humilhação. A profecia terá um dia a sua realização perfeita, quando Jesus por aí começar o seu ministério público, como o Evangelho de hoje irá proclamar.

Leitura do Livro de Isaías
Assim como no tempo passado foi humilhada a terra de Zabulão e de Neftali, também no futuro será coberto de glória o caminho do mar, o Além do Jordão, a Galileia dos gentios. O povo que andava nas trevas viu uma grande luz; para aqueles que habitavam nas sombras da morte uma luz se levantou. Multiplicastes a sua alegria, aumentastes o seu contentamento. Rejubilam na vossa presença, como os que se alegram no tempo da colheita, como exultam os que repartem despojos. Vós quebrastes, como no dia de Madiã, o jugo que pesava sobre o povo, o madeiro que ele tinha sobre os ombros e o bastão do opressor.
Palavra do Senhor


SALMO RESPONSORIAL – Salmo 26 (27), 1.4.13-14 (R. 1a)

Refrão: O Senhor é minha luz e salvação. (Repete-se)

O Senhor é minha luz e salvação:
a quem hei-de temer?
O Senhor é protector da minha vida:
de quem hei-de ter medo? (Refrão)

Uma coisa peço ao Senhor, por ela anseio:
habitar na casa do Senhor
todos os dias da minha vida,
para gozar da suavidade do Senhor
e visitar o seu santuário. (Refrão)

Espero vir a contemplar a bondade do Senhor
na terra dos vivos.
Confia no Senhor, sê forte.
Tem confiança e confia no Senhor. (Refrão)


LEITURA II – 1 Cor 1, 10-13.17

«Falai todos a mesma linguagem e não haja divisões»

O Apóstolo insurge-se contra as divisões que separam os membros da Igreja de Corinto, divisões que, no caso concreto, assentam até em partidarismos religiosos. E apela para as razões profundas da unidade dos cristãos: Cristo, crucificado por todos; e só Ele e mais ninguém. Os mensageiros do Evangelho são apenas instrumentos d’Ele junto dos irmãos.

Leitura da Epístola do apóstolo São Paulo aos Coríntios
Irmãos: Rogo-vos, pelo nome de Nosso Senhor Jesus Cristo, que faleis todos a mesma linguagem e que não haja divisões entre vós, permanecendo bem unidos, no mesmo pensar e no mesmo agir. Eu soube, meus irmãos, pela gente de Cloé, que há divisões entre vós, que há entre vós quem diga: «Eu sou de Paulo», «eu de Apolo», «eu de Pedro», «eu de Cristo». Estará Cristo dividido? Porventura Paulo foi crucificado por vós? Foi em nome de Paulo que recebestes o Baptismo? Na verdade, Cristo não me enviou para baptizar, mas para anunciar o Evangelho; não, porém, com sabedoria de palavras, a fim de não desvirtuar a cruz de Cristo.
Palavra do Senhor

ALELUIA – Mt 4, 23

Refrão: Aleluia. (Repete-se)

Jesus proclamava o Evangelho do reino
e curava todas as doenças entre o povo. (Refrão)


EVANGELHO – Mt 4, 12-23

«Foi para Cafarnaum, a fim de se cumprir o que anunciara o profeta Isaías»

A Galileia vai ser o campo da primeira parte do ministério público de Jesus. É então que essa província há-de presenciar a “grande luz” de que falava a primeira leitura. Ele é a luz; foi assim mesmo que um dia Jesus Se apresentou. E essa luz começou a iluminar, quando Jesus começou a pregar e a chamar os primeiros discípulos. Essa sua luz nunca mais se extinguirá: hoje ainda, e até ao fim, Ele continua a anunciar o reino de Deus e a chamar para ele todos os homens. Assim, a Galileia dos pagãos chegará a tornar-se, um dia, na Galileia da Ressurreição: “Lá Me vereis”, dirá o Senhor ressuscitado.


Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
Quando Jesus ouviu dizer que João Baptista fora preso, retirou-Se para a Galileia. Deixou Nazaré e foi habitar em Cafarnaum, terra à beira-mar, no território de Zabulão e Neftali. Assim se cumpria o que o profeta Isaías anunciara, ao dizer: «Terra de Zabulão e terra de Neftali, estrada do mar, além do Jordão, Galileia dos gentios: o povo que vivia nas trevas viu uma grande luz; para aqueles que habitavam na sombria região da morte, uma luz se levantou». Desde então, Jesus começou a pregar: «Arrependei-vos, porque está próximo o reino dos Céus». Caminhando ao longo do mar da Galileia, viu dois irmãos: Simão, chamado Pedro, e seu irmão André, que lançavam as redes ao mar, pois eram pescadores. Disse-lhes Jesus: «Vinde e segui-Me e farei de vós pescadores de homens». Eles deixaram logo as redes e seguiram-n’O. Um pouco mais adiante, viu outros dois irmãos: Tiago, filho de Zebedeu, e seu irmão João, que estavam no barco, na companhia de seu pai Zebedeu, a consertar as redes. Jesus chamou-os e eles, deixando o barco e o pai, seguiram-n’O. Depois começou a percorrer toda a Galileia, ensinando nas sinagogas, proclamando o Evangelho do reino e curando todas as doenças e enfermidades entre o povo.
Palavra da Salvação

ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS

Aceitai benignamente, e santificai Senhor, os nossos dons, a fim de que se tornem para nós fonte de salvação.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

ANTÍFONA DA COMUNHÃO – Salmo 33, 6

Voltai-vos para o Senhor e sereis iluminados,
o vosso rosto não será confundido.

ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO

Deus omnipotente, nós Vos pedimos que, tendo sido vivificados pela vossa graça, nos alegremos sempre nestes dons sagrados.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.



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