DOMINGO XIV DO TEMPO COMUM – ano B – 04JUL2021
MISSA |
ANTÍFONA
DE ENTRADA – Salmo 47, 10-11
Recordamos,
Senhor, a vossa misericórdia
no
meio do vosso templo.
Toda
a terra proclama o louvor do vosso nome,
porque
sois justo e santo, Senhor nosso Deus.
ORAÇÃO
COLECTA
Deus de bondade infinita, que, pela humilhação do vosso Filho, levantastes
o mundo decaído, dai aos vossos fiéis uma santa alegria, para que, livres da
escravidão do pecado, possam chegar à felicidade eterna.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na
unidade do Espírito Santo.
Liturgia
da Palavra |
LEITURA
I – Ez 2, 2-5
«São
uma casa de rebeldes, mas saberão que há um profeta no meio deles»
De
muitos modos Deus tem falado ao seu povo. Os profetas foram, no Antigo
Testamento, um dos meios pelos quais Deus lhe falou. Mas nem sempre é fácil,
porque nem sempre é cómodo, escutar os profetas de Deus. A palavra de Deus que
eles transmitem pede atenção, escuta, obediência, fidelidade, atitudes que nem
sempre foram fáceis ao povo de Deus. Mas, a vingança (!) de Deus foi
enviar-lhe, por fim, o Profeta, que foi o seu próprio Filho.
Leitura da Profecia de Ezequiel
Naqueles dias, o Espírito entrou em mim e fez-me levantar. Ouvi
então Alguém que me dizia: «Filho do homem, Eu te envio aos filhos de Israel, a
um povo rebelde que se revoltou contra Mim. Eles e seus pais ofenderam-Me até
ao dia de hoje. É a esses filhos de cabeça dura e coração obstinado que te
envio, para lhes dizeres: ‘Eis o que diz o Senhor’. Podem escutar-te ou não –
porque são uma casa de rebeldes –, mas saberão que há um profeta no meio
deles».
Palavra do
Senhor
SALMO
RESPONSORIAL – Salmo 122 (123), 1-2a.2bcd.3-4 (R. 2cd)
Refrão: Os nossos olhos estão postos no
Senhor,
até
que Se compadeça de nós. (Repete-se)
Levanto
os meus olhos para Vós,
para
Vós que habitais no Céu,
como
os olhos do servo
se
fixam nas mãos do seu senhor. (Refrão)
Como
os olhos da serva
se
fixam nas mãos da sua senhora,
assim
os nossos olhos
se
voltam para o Senhor nosso Deus,
até
que tenha piedade de nós. (Refrão)
Piedade,
Senhor, tende piedade de nós,
porque
estamos saturados de desprezo.
A
nossa alma está saturada do sarcasmo
dos
arrogantes
e
do desprezo dos soberbos. (Refrão)
LEITURA
II – 2 Cor 12, 7-10
«Gloriar-me-ei
nas minhas fraquezas, para que habite em mim o poder de Cristo»
S.
Paulo é exemplo do homem verdadeiramente humilde, aquele que sabe reconhecer os
dons de Deus, sobretudo quando eles triunfam das suas fraquezas. Forte só Deus,
e o homem que n’Ele se apoia, n’Ele confia, a Ele atribui todo o bem e d’Ele
espera tudo o que lhe falta. Tanto mais se enaltece a graça de Deus, quanto
maior é a fraqueza de que ela triunfa.
Leitura da Segunda Epístola do apóstolo S. Paulo aos Coríntios
Irmãos: Para que a grandeza das revelações não me ensoberbeça,
foi-me deixado um espinho na carne, – um anjo de Satanás que me esbofeteia –
para que não me orgulhe. Por três vezes roguei ao Senhor que o apartasse de
mim. Mas Ele disse-me: «Basta-te a minha graça, porque é na fraqueza que se
manifesta todo o meu poder». Por isso, de boa vontade me gloriarei das minhas
fraquezas, para que habite em mim o poder de Cristo. Alegro-me nas minhas
fraquezas, nas afrontas, nas adversidades, nas perseguições e nas angústias
sofridas por amor de Cristo, porque, quando sou fraco, então é que sou forte.
Palavra do
Senhor
ALELUIA – Lc 4, 18
Refrão: Aleluia (Repete-se)
O Espírito do Senhor está sobre
mim:
Ele me enviou a anunciar o
Evangelho aos pobres. (Refrão)
EVANGELHO
– Mc 6, 1-6
«Um
profeta só é desprezado na sua terra»
O último dos Profetas foi o próprio Filho de Deus, Jesus.
Mais do que Profeta, porque Ele, não só anunciou a palavra de Deus, mas Ele
próprio é a Palavra do Pai, e veio a este mundo precisamente para ser a Palavra
de Deus no meio dos homens. Apesar disso, os seus próprios compatriotas
desprezaram-n’O. Era para eles apenas um vizinho, todos Lhe conheciam a
história, e facilmente desprezamos o que só conhecemos por fora. Outros, ao
longe, hão-de acreditar n’Ele, e, por Ele, chegar ao Pai.
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Marcos
Naquele tempo, Jesus dirigiu-Se à sua terra e os discípulos
acom¬panharam-n’O. Quando chegou o sábado, começou a ensinar na sinagoga. Os
numerosos ouvintes estavam admirados e diziam: «De onde Lhe vem tudo isto? Que
sabedoria é esta que Lhe foi dada e os prodigiosos milagres feitos por suas
mãos? Não é Ele o carpinteiro, filho de Maria, e irmão de Tiago, de José, de
Judas e de Simão? E não estão as suas irmãs aqui entre nós?». E ficavam
perplexos a seu respeito. Jesus disse-lhes: «Um profeta só é desprezado na sua
terra, entre os seus parentes e em sua casa». E não podia ali fazer qualquer
milagre; apenas curou alguns doentes, impondo-lhes as mãos. Estava admirado com
a falta de fé daquela gente. E percorria as aldeias dos arredores, ensinando.
Palavra da salvação.
MEDITAÇÃO
UM
PROFETA SÓ É DESPREZADO NA SUA TERRA
A pergunta de Jesus
força os discípulos a fazer uma revisão de tudo o que ele realizou no meio do
povo. Esse povo não entendeu quem é Jesus. Os discípulos, porém, que acompanham
e vêem tudo o que Jesus tem feito, reconhecem agora, através de Pedro, que
Jesus é o Messias. A acção messiânica de Jesus consiste em criar um mundo
plenamente humano, onde tudo é de todos e repartido entre todos. Esse
messianismo destrói a estrutura de uma sociedade injusta, onde há ricos à custa
de pobres e poderosos à custa de fracos. Por isso, essa sociedade vai matar
Jesus, antes que ele a destrua. Mas os discípulos imaginam um messias glorioso
e triunfante. Pedro é estabelecido como o fundamento da comunidade que Jesus
está a organizar e que deverá continuar no futuro. Jesus concede a Pedro o
exercício da autoridade sobre essa comunidade, autoridade de ensinar e de
excluir ou introduzir os homens nela. Para que Pedro possa exercer tal função,
a condição fundamental é ele admitir que Jesus não é messias triunfalista e
nacionalista, mas o Messias que sofrerá e morrerá à mão das autoridades do seu
tempo. Caso contrário, ele deixa de ser Pedro para ser Satanás. Pedro será
verdadeiro chefe, se estiver convicto de que os princípios que regem a
comunidade de Jesus são totalmente diferentes daqueles em que se baseiam as
autoridades religiosas do seu tempo. O testemunho das palavras e dos gestos de
Jesus faziam com que as pessoas fossem formando uma imagem dele. Há muitos
séculos, o povo de Israel nutria a esperança da chegada do Messias de Deus. E identificava-o
de muitas maneiras. Várias imagens eram projectadas em Jesus, que acabava sendo
confundido com elas. Quem havia conhecido o testemunho fulgurante de João Baptista,
pensava que Jesus fosse a reencarnação do Baptista. Outros projectavam nele a
figura de Elias cuja volta era esperada no fim dos tempos, em conformidade com
a profecia de Malaquias. De acordo com outra tradição, ele seria uma espécie de
reencarnação do profeta Jeremias que desaparecera no Egipto, sem deixar traços,
dando margem para especulações. As opiniões do povo interessavam a Jesus. Era
preciso ajudá-lo a corrigir as imagens deturpadas sobre ele, para não virem a decepcionar-se.
Entretanto, o interesse do Mestre era principalmente saber que imagem os
discípulos faziam dele e da sua missão. Daí a pergunta: “Para vocês, quem sou
eu?”. Quando recebessem a missão de apóstolos, teriam a obrigação de transmitir
uma imagem verdadeira de Jesus. Seria desastroso se pregassem uma falsa imagem
e levassem o povo a nutrir esperanças enganosas a respeito dele. Por
conseguinte, em primeiro lugar, precisavam ter um conhecimento correcto de
Jesus, antes de torná-lo conhecido. Nesta narrativa, presente nos três
evangelhos sinópticos, está em questão a identidade de Jesus. Dois títulos se
confrontam: Filho do Homem e Cristo. Jesus, com frequência, identifica-se como
o “Filho do Homem”. Por outro lado, os discípulos originários do judaísmo
identificam Jesus como o “Cristo”. O “Filho do Homem” é uma expressão que
aparece quase uma centena de vezes no profeta Ezequiel, exprimindo a condição
humana comum e frágil de alguém que coloca toda sua confiança em Deus. “Cristo”,
que é sinónimo de messias ou ungido, é um título aplicado abundantemente a David,
ou a um seu descendente, no Primeiro Testamento, estando associado à ideia de
um chefe poderoso e dominador. Em seguida à “profissão de fé” de Pedro, vem o
anúncio da Paixão, no qual Jesus se revela frágil e vulnerável à violência dos
opressores, descartando qualquer disputa de poder. E, ainda ligado ao mesmo
tema, seguem-se as condições para seguir Jesus: renunciar aos projectos de
glória deste mundo, consagrando a sua vida ao serviço dos oprimidos e excluídos
numa comunhão de amor que é a comunhão com Jesus e o Pai.
ORAÇÃO
SOBRE AS OBLATAS
Fazei, Senhor, que a oblação consagrada ao vosso nome nos
purifique e nos conduza, dia após dia, a viver mais intensamente a vida da graça.
Por Nosso Senhor, Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco
na unidade do Espírito Santo.
ANTÍFONA
DA COMUNHÃO – Salmo 33, 9
Saboreai
e vede como o Senhor é bom:
feliz
o homem que n’Ele se refugia.
Ou – Mt 11, 28
Vinde
a Mim, todos vós que andais cansados e oprimidos,
e
Eu vos aliviarei, diz o Senhor.
ORAÇÃO
DEPOIS DA COMUNHÃO
Senhor,
que nos saciastes com estes dons tão excelentes, fazei que alcancemos os
benefícios da salvação e nunca cessemos de cantar os vossos louvores.
Por
Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do
Espírito Santo.
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