DOMINGO XXI DO TEMPO COMUM – ano B – 22AGO2021
MISSA |
ANTÍFONA
DE ENTRADA – Salmo 85, 1-3
Inclinai
o vosso ouvido e atendei-me, Senhor,
salvai
o vosso servo, que em vós confia.
Tende
compaixão de mim, Senhor,
que
a Vós clamo o dia inteiro.
ORAÇÃO
COLECTA
Senhor Deus, que unis os corações dos fiéis num único desejo, fazei
que o vosso povo ame o que mandais e espere o que prometeis, para que, no meio
da instabilidade deste mundo, fixemos os nossos corações onde se encontram as
verdadeiras alegrias.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na
unidade do Espírito Santo.
Liturgia
da Palavra |
LEITURA
I – Jos 24, 1-2a.15-17.18b
«Queremos
servir o Senhor, porque Ele é o nosso Deus»
Depois
de entrar na Terra Prometida e antes da solene renovação da Aliança em Siquém,
o povo de Deus, composto de gente vinda de várias tribos e que encontra a Terra
Prometida cheia de cultos aos deuses dos pagãos, é convidado a fazer uma solene
profissão de fé no Senhor, o único Deus capaz de salvar, tal como Pedro irá
fazer, na terceira leitura, depois do discurso de Jesus sobre o Pão da vida.
Leitura do Livro de Josué
Naqueles dias, Josué reuniu todas as tribos de Israel em Siquém.
Convocou os anciãos de Israel, os chefes, os juízes e os magistrados, que se
apresentaram diante de Deus. Josué disse então a todo o povo: «Se não vos
agrada servir o Senhor, escolhei hoje a quem quereis servir: se os deuses que
os vossos pais serviram no outro lado do rio, se os deuses dos amorreus em cuja
terra habitais. Eu e a minha família serviremos o Senhor». Mas o povo
respondeu: «Longe de nós abandonar o Senhor para servir outros deuses; porque o
Senhor é o nosso Deus, que nos fez sair, a nós e a nossos pais, da terra do
Egipto, da casa da escravidão. Foi Ele que, diante dos nossos olhos, realizou tão
grandes prodígios e nos protegeu durante o caminho que percorremos entre os
povos por onde passámos. Também nós queremos servir o Senhor, porque Ele é o
nosso Deus».
Palavra do
Senhor
SALMO
RESPONSORIAL – Salmo 33 (34), 2-3.16-17.18-19.20-21.22-23 (R. 9a)
Refrão: Saboreai e vede como o Senhor é
bom. (Repete-se)
A
toda a hora bendirei o Senhor,
o
seu louvor estará sempre na minha boca.
A
minha alma gloria-se no Senhor:
escutem
e alegrem-se os humildes. (Refrão)
Os
olhos do Senhor estão voltados para os justos
e
os ouvidos atentos aos seus rogos.
A
face do Senhor volta-se contra os que fazem o mal,
para
apagar da terra a sua memória. (Refrão)
Os
justos clamaram e o Senhor os ouviu,
livrou-os
de todas as suas angústias.
O
Senhor está perto dos que têm o coração atribulado
e
salva os de ânimo abatido. (Refrão)
Muitas
são as tribulações do justo,
mas
de todas elas o livra o Senhor.
Guarda
todos os seus ossos,
nem
um só será quebrado. (Refrão)
A
maldade leva o ímpio à morte,
os
inimigos do justo serão castigados.
O
Senhor defende a vida dos seus servos,
não
serão castigados os que n’Ele se refugiam. (Refrão)
LEITURA
II – Ef 5, 21-32
«É grande
este mistério, em relação a Cristo e à Igreja»
O
matrimónio cristão não modifica os quadros humanos em que ele é celebrado, mas
reveste-os de uma significação nova. Nesta passagem, a união do homem e da
mulher no matrimónio é apresentada como imagem do mistério da união de Cristo e
da Igreja: Cristo amou a Igreja, deu a vida por ela, purificou-a no seu Sangue.
Assim, neste amor de Cristo pelo seu povo terão também os esposos o modelo do
amor com que hão-de amar-se um ao outro e constituir a sua família.
Leitura da Epístola do apóstolo São Paulo aos Efésios
Irmãos: Sede submissos uns aos outros no temor de Cristo. As
mulheres submetam-se aos maridos como ao Senhor, porque o marido é a cabeça da
mulher, como Cristo é a cabeça da Igreja, seu Corpo, do qual é o Salvador. Ora,
como a Igreja se submete a Cristo, assim também as mulheres se devem submeter
em tudo aos maridos. Maridos, amai as vossas mulheres, como Cristo amou a
Igreja e Se entregou por ela. Ele quis santificá-la, purificando-a no baptismo
da água pela palavra da vida, para a apresentar a Si mesmo como Igreja cheia de
glória, sem mancha nem ruga, nem coisa alguma semelhante, mas santa e
imaculada. Assim devem os maridos amar as suas mulheres, como os seus corpos.
Quem ama a sua mulher ama-se a si mesmo. Ninguém, de facto, odiou jamais o seu
corpo, antes o alimenta e lhe presta cuidados, como Cristo à Igreja; porque nós
somos membros do seu Corpo. Por isso, o homem deixará pai e mãe, para se unir à
sua mulher, e serão dois numa só carne. É grande este mistério, digo-o em
relação a Cristo e à Igreja.
Palavra do Senhor
ALELUIA – Jo 6, 63c.68c
Refrão: Aleluia (Repete-se)
As vossas palavras, Senhor, são
espírito e vida:
Vós tendes palavras de vida
eterna. (Refrão)
EVANGELHO
– Jo 6, 60-69
«Para
quem iremos, Senhor? Tu tens palavras de vida eterna»
O discurso de Jesus sobre o Pão da Vida desiludiu muitos
discípulos, que, por isso, se afastaram. Jesus tenta explicar o sentido espiritual
das suas palavras, que, sem deixarem de dizer o que querem dizer, vão mais além
do que aquilo que à primeira vista parecem dizer. Essas palavras são espírito e
vida. São palavras que levam à fé. E é esta fé que S. Pedro acaba por
professar. Assim, o discurso sobre o Pão da vida termina, como sempre as
narrações de S. João, com um solene acto de fé.
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João
Naquele tempo, muitos discípulos, ao ouvirem Jesus, disseram:
«Estas palavras são duras. Quem pode escutá-las?». Jesus, conhecendo
interiormente que os discípulos murmuravam por causa disso, perguntou-lhes:
«Isto escandaliza-vos? E se virdes o Filho do homem subir para onde estava
anteriormente? O espírito é que dá vida, a carne não serve de nada. As palavras
que Eu vos disse são espírito e vida. Mas, entre vós, há alguns que não
acreditam». Na verdade, Jesus bem sabia, desde o início, quais eram os que não
acreditavam e quem era aquele que O havia de entregar. E acrescentou: «Por isso
é que vos disse: Ninguém pode vir a Mim, se não lhe for concedido por meu Pai».
A partir de então, muitos dos discípulos afastaram-se e já não andavam com Ele.
Jesus disse aos Doze: «Também vós quereis ir embora?». Respondeu-Lhe Simão
Pedro: «Para quem iremos, Senhor? Tu tens palavras de vida eterna. Nós
acreditamos e sabemos que Tu és o Santo de Deus».
Palavra da salvação.
MEDITAÇÃO
SENHOR,
A QUEM IREMOS?
As palavras de
Jesus provocam resistência e desistência até entre os discípulos. Muitos
conservam a ideia de um Messias Rei e não querem seguir Jesus até à morte,
entendida por eles como fracasso. E não assumem a fé por medo de se
comprometerem. Os doze apóstolos, porém, aceitam a proposta de Jesus e o
reconhecem como Messias, dando-lhe sua adesão e aceitando suas exigências.
Muitos discípulos de Jesus tiveram enorme dificuldade em captar o verdadeiro
significado das suas palavras. Ao interpretá-las num sentido contrário ficavam
perplexos e consideravam disparatados os ensinamentos do Mestre. Escandalizavam-se
com isto! Apesar das reacções negativas dos seus ouvintes, Jesus não diminuía o
tom da sua pregação, que continuava a ser contundente. Sendo assim, requeria
largueza de visão para ser compreendida. O discipulado dependia da compreensão correcta
dos ensinamentos do Mestre e da adesão a eles. Por outro lado, nenhum discípulo
podia agir por coacção, independentemente da sua vontade. O discipulado deveria
resultar de uma escolha livre. Não interessava a Jesus que os seus discípulos
permanecessem com ele apenas para agradá-lo. Foi por esta razão que muitos
debandaram. Não tinham fibra para pôr em prática o que lhes era ensinado. Com o
Mestre permaneceu somente um punhado de discípulos fiéis que foram questionados
a respeito da sinceridade da sua adesão. Foi quando Pedro, em nome do grupo,
fez uma confissão de fidelidade ao Mestre. Não valia a pena afastar-se, pois só
junto dele podiam encontrar palavras de vida eterna, por saírem da boca do
“Santo de Deus”. Seria inútil buscar salvação fora dele. Antes, foram os judeus
que estranharam as palavras de Jesus. Nesta narrativa, são os discípulos que se
manifestam: “Esta palavra é dura”. No prólogo do evangelho, temos o anúncio de
que “o Verbo se fez carne e habitou entre nós”. Agora Jesus faz a transferência
da “carne” para as suas palavras, que são Espírito e vida. A encarnação é
grandiosa na revelação da carne unida perfeitamente ao Espírito de Deus, em
Jesus. E é o Espírito que dá a vida que vem do Pai e leva ao Pai. O tema da
incompreensão entre Jesus e os discípulos é uma constante nos evangelhos.
Então, alguns o abandonam. Porém, Pedro, em nome dos demais, confirma a sua fé
e perseverança. Ir a Jesus e encontrar nele as palavras de vida eterna. Este
diálogo de Jesus com seus discípulos e com Pedro conclui o longo discurso de
Jesus que tem como tema o pão da vida eterna. A alusão a “o espírito é que
vivifica, a carne para nada serve...” destoa com o “quem come a minha carne...
tem a vida eterna”, e sugere que seja mais um acréscimo ao texto original de
João. A revelação de Jesus como o pão descido do céu dado como alimento para a
vida do mundo provocou incompreensão e murmurações entre os judeus (6,41.52).
Muitos dos seus discípulos também, sem entender, abandonaram Jesus. O tema da
incompreensão de Jesus por parte dos discípulos perpassa todos os evangelhos.
Contrastando com aqueles que abandonaram Jesus, temos a expressiva confissão de
fé de Pedro, que se torna uma oração para nós: “A quem iremos, Senhor: Tu tens
palavras de vida eterna...”
ORAÇÃO
SOBRE AS OBLATAS
Senhor, que pelo único sacrifício da cruz, formastes para Vós um
povo de adopção filial, concedei à vossa Igreja o dom da unidade e da paz.
Por Nosso Senhor, Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco
na unidade do Espírito Santo.
ANTÍFONA
DA COMUNHÃO – Salmo 103, 13-15
Encheis
a terra, Senhor, com o fruto das vossas obras.
Da
terra fazeis brotar o pão e o vinho que alegra
o
coração do homem.
Ou – Jo 6, 55
Quem
come a minha carne e bebe o meu sangue
tem
a vida eterna, diz o Senhor,
e
Eu o ressuscitarei no último dia.
ORAÇÃO
DEPOIS DA COMUNHÃO
Realizai
plenamente em nós, Senhor, a acção redentora da vossa misericórdia e fazei-nos
tão generosos e fortes que possamos agradar-Vos em toda a nossa vida.
Por
Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do
Espírito Santo.
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