DOMINGO IV DA QUARESMA – ano A – 19MAR2023
MISSA |
ANTÍFONA
DE ENTRADA – Is 66, 10-11
Alegra-te,
Jerusalém; rejubilai, todos os seus amigos.
Exultai
de alegria, todos vós que participastes no seu luto
e
podereis beber e saciar-vos na abundância das suas consolações.
ORAÇÃO
COLECTA
Senhor nosso Deus, que, pelo vosso Verbo,
realizais admiravelmente a reconciliação do género humano,
concedei ao povo cristão fé viva e espírito generoso,
a fim de caminhar alegremente
para as próximas solenidades pascais.
Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus
e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo,
por todos os séculos dos séculos.
Liturgia
da Palavra |
LEITURA
I – 1 Sam 16, 1b.6-7.10-13a
«David é ungido rei de Israel.»
Continuamos
a ler, como primeira leitura dos domingos da Quaresma, algumas das passagens
mais significativas da história da salvação do Antigo Testamento, para assim
compreendermos melhor como a Páscoa de Jesus é o ponto culminante de toda essa
história. Hoje lemos a unção de David como rei de Israel. David é um
antepassado de Jesus, a quem foi feita a promessa de que um descendente seu
seria o grande Rei do povo de Deus. Jesus é esse Rei, Filho de David, mas ao
mesmo tempo, Filho de Deus, como Ele próprio Se revela no Evangelho. É Ele que
vem para conduzir os homens, como seu Pastor, até ao Pai.
Leitura do Primeiro Livro de Samuel
Naqueles dias, o Senhor disse a Samuel: «Enche a âmbula de óleo e
parte. Vou enviar-te a Jessé de Belém, pois escolhi um rei entre os seus
filhos». Quando chegou, Samuel viu Eliab e pensou consigo: «Certamente é este o
ungido do Senhor». Mas o Senhor disse a Samuel: «Não te impressiones com o seu
belo aspecto, nem com a sua elevada estatura, pois não foi esse que Eu escolhi.
Deus não vê como o homem; o homem olha às aparências, o Senhor vê o coração».
Jessé fez passar os sete filhos diante de Samuel, mas Samuel declarou-lhe: «O
Senhor não escolheu nenhum destes». E perguntou a Jessé: «Estão aqui todos os
teus filhos?». Jessé respondeu-lhe: «Falta ainda o mais novo, que anda a
guardar o rebanho». Samuel ordenou: «Manda-o chamar, porque não nos sentaremos
à mesa, enquanto ele não chegar». Então Jessé mandou-o chamar: era ruivo, de
belos olhos e agradável presença. O Senhor disse a Samuel: «Levanta-te e
unge-o, porque é este mesmo». Samuel pegou na âmbula do óleo e ungiu-o no meio
dos irmãos. Daquele dia em diante, o Espírito do Senhor apoderou-Se de David.
Palavra do
Senhor
SALMO
RESPONSORIAL – Salmo 22 (23), 1-3a.3b-4.5.6 (R. 1)
Refrão: O Senhor é meu pastor: nada me faltará.
Repete-se
O
Senhor é meu pastor: nada me falta.
Leva-me
a descansar em verdes prados,
conduz-me
às águas refrescantes
e
reconforta a minha alma. (Refrão)
Ele
me guia por sendas direitas
por
amor do seu nome.
Ainda
que tenha de andar por vales tenebrosos,
não
temerei nenhum mal, porque Vós estais comigo:
o
vosso cajado e o vosso báculo
me
enchem de confiança. (Refrão)
Para
mim preparais a mesa
à
vista dos meus adversários;
com
óleo me perfumais a cabeça
e
meu cálice transborda. (Refrão)
A
bondade e a graça hão-de acompanhar-me
todos
os dias da minha vida,
e
habitarei na casa do Senhor
para
todo o sempre. (Refrão)
LEITURA
II – Ef 5, 8-14
«Desperta e
levanta-te do meio dos mortos, e Cristo brilhará sobre ti»
Este
é o Domingo da luz, da iluminação. Essa luz é Cristo, como se diz no final da
leitura, numa passagem que é talvez parte de um hino cristão primitivo. O
Baptismo é o sacramento da iluminação, da fé, que havemos de professar, de
novo, na Vigília Pascal. Se na nossa comunidade houver catecúmenos (que nesta
altura, já serão “eleitos”), eles nos ajudarão a sentir como se deve olhar para
o baptismo como o momento da “iluminação”, conforme os antigos lhe chamavam.
Leitura da Epístola do apóstolo São Paulo aos Efésios
Irmãos: Outrora vós éreis trevas, mas agora sois luz no Senhor.
Vivei como filhos da luz, porque o fruto da luz é a bondade, a justiça e a
verdade. Procurai sempre o que mais agrada ao Senhor. Não tomeis parte nas
obras das trevas, que nada trazem de bom; tratai antes as denunciar
abertamente, porque o que eles fazem em segredo até é vergonhoso dizê-lo. Mas
todas as coisas que são condenadas são postas a descoberto pela luz, e tudo o
que assim se manifesta torna-se luz. É por isso que se diz: «Desperta, tu que
dormes; levanta-te do meio dos mortos e Cristo brilhará sobre ti».
Palavra do Senhor
ACLAMAÇÃO ANTES DO EVANGELHO – Jo 8, 12
Refrão: Glória a Vós, Jesus
Cristo, Palavra do Pai (Repete-se)
Eu sou a luz do mundo, diz o
Senhor.
Quem Me segue terá a luz da vida. (Refrão)
EVANGELHO – Jo 9, 1-41
«Eu
fui, lavei-me e comecei a ver»
Jesus, que no domingo anterior Se revelou como Aquele que dá
a água da vida, revela-Se hoje como a luz que ilumina o homem. O cego de
nascença é figura de toda a humanidade, que tacteia, neste mundo, como que às
apalpadelas, a caminho da vida, caminho que só Deus lhe pode desvendar. O
Baptismo é o banho que ilumina, porque nos faz mergulhar em Cristo que é a luz.
Os antigos chamavam justamente ao Baptismo a “iluminação”.
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João
Naquele tempo, Jesus encontrou no seu caminho um cego de nascença.
Os discípulos perguntaram-Lhe: «Mestre, quem é que pecou para ele nascer cego?
Ele ou os seus pais?». Jesus respondeu-lhes: «Isso não tem nada que ver com os
pecados dele ou dos pais; mas aconteceu assim para se manifestarem nele as
obras de Deus. É preciso trabalhar, enquanto é dia, nas obras d’Aquele que Me
enviou. Vai chegar a noite, em que ninguém pode trabalhar. Enquanto Eu estou no
mundo, sou a luz do mundo». Dito isto, cuspiu em terra, fez com a saliva um
pouco de lodo e ungiu os olhos do cego. Depois disse-lhe: «Vai lavar-te à piscina
de Siloé»; Siloé quer dizer «Enviado». Ele foi, lavou-se e ficou a ver.
Entretanto, perguntavam os vizinhos e os que antes o viam a mendigar: «Não é
este o que costumava estar sentado a pedir esmola?». Uns diziam: «É ele».
Outros afirmavam: «Não é. É parecido com ele». Mas ele próprio dizia: «Sou eu».
Perguntaram-lhe então: «Como foi que se abriram os teus olhos?». Ele respondeu:
«Esse homem, que se chama Jesus, fez um pouco de lodo, ungiu-me os olhos e
disse-me: ‘Vai lavar-te à piscina de Siloé’. Eu fui, lavei-me e comecei a ver».
Perguntaram-lhe ainda: «Onde está Ele?». O homem respondeu: «Não sei». Levaram
aos fariseus o que tinha sido cego. Era sábado esse dia em que Jesus fizera
lodo e lhe tinha aberto os olhos. Por isso, os fariseus perguntaram ao homem
como tinha recuperado a vista. Ele declarou-lhes: «Jesus pôs-me lodo nos olhos;
depois fui lavar-me e agora vejo». Diziam alguns dos fariseus: «Esse homem não
vem de Deus, porque não guarda o sábado». Outros observavam: «Como pode um
pecador fazer tais milagres?». E havia desacordo entre eles. Perguntaram então
novamente ao cego: «Tu que dizes d’Aquele que te deu a vista?». O homem
respondeu: «É um profeta». Os judeus não quiseram acreditar que ele tinha sido
cego e começara a ver. Chamaram então os pais dele e perguntaram-lhes: «É este
o vosso filho? É verdade que nasceu cego? Como é que ele agora vê?». Os pais
responderam: «Sabemos que este é o nosso filho e que nasceu cego; mas não
sabemos como é que ele agora vê, nem sabemos quem lhe abriu os olhos. Ele já
tem idade para responder; perguntai-lho vós». Foi por medo que eles deram esta
resposta, porque os judeus tinham decidido expulsar da sinagoga quem
reconhecesse que Jesus era o Messias. Por isso é que disseram: «Ele já tem
idade para responder; perguntai-lho vós». Os judeus chamaram outra vez o que
tinha sido cego e disseram-lhe: «Dá glória a Deus. Nós sabemos que esse homem é
pecador». Ele respondeu: «Se é pecador, não sei. O que sei é que eu era cego e
agora vejo». Perguntaram-lhe então: «Que te fez Ele? Como te abriu os olhos?».
O homem replicou: «Já vos disse e não destes ouvidos. Porque desejais ouvi-lo
novamente? Também quereis fazer-vos seus discípulos?». Então insultaram-no e
disseram-lhe: «Tu é que és seu discípulo; nós somos discípulos de Moisés. Nós
sabemos que Deus falou a Moisés; mas este, nem sabemos de onde é». O homem
respondeu-lhes: «Isto é realmente estranho: não sabeis de onde Ele é, mas a
verdade é que Ele me deu a vista. Ora, nós sabemos que Deus não escuta os
pecadores, mas escuta aqueles que O adoram e fazem a sua vontade. Nunca se
ouviu dizer que alguém tenha aberto os olhos a um cego de nascença. Se Ele não
viesse de Deus, nada podia fazer». Replicaram-lhe então eles: «Tu nasceste
inteiramente em pecado e pretendes ensinar-nos?». E expulsaram-no. Jesus soube
que o tinham expulsado e, encontrando-o, disse-lhe: «Tu acreditas no Filho do
homem?». Ele respondeu-Lhe: «Quem é, Senhor, para que eu acredite n'Ele?».
Disse-lhe Jesus: «Já O viste: é quem está a falar contigo». O homem prostrou-se
diante de Jesus e exclamou: «Eu creio, Senhor». Então Jesus disse: «Eu vim a
este mundo para exercer um juízo: os que não vêem ficarão a ver; os que vêem
ficarão cegos». Alguns fariseus que estavam com Ele, ouvindo isto,
perguntaram-Lhe: «Nós também somos cegos?». Respondeu-lhes Jesus: «Se fôsseis
cegos, não teríeis pecado. Mas como agora dizeis: ‘Nós vemos’, o vosso pecado
permanece».
Palavra da salvação.
ORAÇÃO
SOBRE AS OBLATAS
Ao apresentarmos com alegria estes
dons de vida eterna,
humildemente Vos pedimos, Senhor,
a graça de os venerar com
verdadeira fé
e de os oferecer dignamente pela
salvação do mundo.
Por Cristo nosso Senhor.
ANTÍFONA
DA COMUNHÃO – Jo 9, 11.38
O
Senhor ungiu os meus olhos.
Eu
fui lavar-me, comecei a ver e acreditei em Deus.
ORAÇÃO
DEPOIS DA COMUNHÃO
Senhor nosso Deus,
luz de todo o homem que vem a este mundo,
iluminai os nossos corações com o esplendor da vossa graça,
para que pensemos sempre no que Vos é agradável
e Vos amemos de todo o coração.
Por Cristo nosso Senhor.
Oração sobre o povo
Defendei, Senhor, os fiéis que Vos
suplicam,
fortalecei os fracos
e iluminai sempre com a vossa luz
vivificante
os que vivem ainda nas trevas
desta vida mortal;
concedei benigno que, livres de
todos os males,
alcancem um dia os bens supremos.
Por Cristo nosso Senhor.
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