DOMINGO DE RAMOS – ano A – 02ABR2023
MISSA |
ANTÍFONA
DE ENTRADA
Alegra-te,
Jerusalém; rejubilai, todos os seus amigos.
Exultai
de alegria, todos vós que participastes no seu luto
e
podereis beber e saciar-vos na abundância das suas consolações.
19. Depois da procissão ou da
entrada solene, o sacerdote começa a Missa com a oração coleta.
20. Oração coleta
Deus todo-poderoso e eterno,
que, para salvar a humanidade,
quisestes que o nosso Salvador Se
fizesse homem
e suportasse a cruz,
fazei que vivamos unidos a Ele na
sua paixão
para chegarmos a tomar parte na
glória da sua ressurreição.
Ele que é Deus e convosco vive e
reina, na unidade do Espírito Santo,
por todos os séculos dos séculos.
LITURGIA DA PALAVRA
Leitura I Is. 50, 4-7
«Não desviei o meu rosto dos que
Me ultrajavam,
mas sei que não ficarei
desiludido»
Esta leitura é um dos chamados
“Cânticos do Servo do Senhor”. Este Servo revela-se plenamente em Jesus, na sua
Paixão: Ele escuta a palavra do Pai e responde-lhe cheio de confiança,
oferecendo-Se, em obediência total, pela salvação dos homens.
Leitura do Livro de Isaías
O Senhor deu-me a graça de falar
como um discípulo, para que eu saiba dizer uma palavra de alento aos que andam
abatidos. Todas as manhãs Ele desperta os meus ouvidos, para eu escutar, como
escutam os discípulos. O Senhor Deus abriu-me os ouvidos e eu não resisti nem
recuei um passo. Apresentei as costas àqueles que me batiam e a face aos que me
arrancavam a barba; não desviei o meu rosto dos que me insultavam e cuspiam.
Mas o Senhor Deus veio em meu auxílio, e, por isso, não fiquei envergonhado;
tornei o meu rosto duro como pedra, e sei que não ficarei desiludido.
Palavra do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL Sal. 21 (22),
8-9.17-18a.19-20.23-24 (R. 2a)
Refrão:
Meu Deus, meu Deus,
porque me abandonastes? Repete-se
Todos os que me vêem escarnecem de
mim,
estendem os lábios e meneiam a
cabeça:
«Confiou no Senhor, Ele que o
livre,
Ele que o salve, se é seu amigo». Refrão
Matilhas de cães me rodearam,
cercou-me um bando de malfeitores.
Trespassaram as minhas mãos e os
meus pés,
posso contar todos os meus ossos.
Refrão
Repartiram entre si as minhas
vestes
e deitaram sortes sobre a minha
túnica.
Mas Vós, Senhor, não Vos afasteis
de mim,
sois a minha força, apressai-Vos a
socorrer-me. Refrão
Hei-de falar do vosso nome aos
meus irmãos,
hei-de louvar-Vos no meio da
assembleia.
Vós, que temeis o Senhor,
louvai-O,
glorificai-O, vós todos os filhos
de Jacob,
reverenciai-O, vós todos os filhos
de Israel. Refrão
LEITURA II Filip 2, 6-11
«Humilhou-Se a Si próprio; por
isso Deus O exaltou»
Esta leitura é também um cântico,
mas agora do Novo Testamento, muito provavelmente em uso nas primitivas
comunidades cristãs. Nele é celebrado o Mistério Pascal: Cristo fez-Se um de
nós, obedeceu aos desígnios do Pai e humilhou-Se até à morte, e foi, por isso,
exaltado até à glória de “Senhor”, que é a própria glória de Deus.
Leitura da Epístola do apóstolo
São Paulo aos Filipenses
Cristo Jesus, que era de condição
divina, não Se valeu da sua igualdade com Deus, mas aniquilou-Se a Si próprio.
Assumindo a condição de servo, tornou-Se semelhante aos homens. Aparecendo como
homem, humilhou-Se ainda mais, obedecendo até à morte e morte de cruz. Por isso
Deus O exaltou e Lhe deu um nome que está acima de todos os nomes, para que ao
nome de Jesus todos se ajoelhem no céu, na terra e nos abismos, e toda a língua
proclame que Jesus Cristo é o Senhor, para glória de Deus Pai.
Palavra do Senhor.
ACLAMAÇÃO ANTES DO EVANGELHO Filip
2, 8-9
Refrão: Louvor a Vós, Jesus
Cristo, Rei da eterna glória. Repete-se
Cristo obedeceu até à morte
e morte de cruz.
Por isso Deus O exaltou
e Lhe deu um nome
que está acima de todos os nomes.
Refrão
EVANGELHO
– 27, 66
Paixão de Nosso Senhor Jesus
Cristo
Todos os evangelistas apresentam a
história da Paixão do Senhor. São Mateus escreve tendo em vista sobretudo os
cristãos que vêm do meio dos judeus. Estes conhecem muito bem o Antigo
Testamento e, por isso, ele faz referências frequentes a passagens deste
Testamento nas quais manifesta que o que nelas estava anunciado se realizou na
Paixão de Jesus. O Senhor é, de facto, o ponto de chegada de tudo o que antes
tinha sido profetizado.
N Evangelho de Nosso Senhor Jesus
Cristo
segundo São Mateus
Naquele tempo,
um dos doze, chamado Judas
Iscariotes,
foi ter com os príncipes dos
sacerdotes e disse-lhes:
R «Que estais dispostos a dar-me
para vos entregar Jesus?».
N Eles garantiram-lhe trinta
moedas de prata.
E a partir de então,
Judas procurava uma oportunidade
para O entregar.
No primeiro dia dos Ázimos,
os discípulos foram ter com Jesus
e perguntaram-Lhe:
R «Onde queres que façamos os
preparativos
para comer a Páscoa?».
N Ele respondeu:
J «Ide à cidade, a casa de tal pessoa,
e dizei-lhe:
‘O Mestre manda dizer: O meu tempo
está próximo.
É em tua casa que Eu quero
celebrar a Páscoa
com os meus discípulos’».
N Os discípulos fizeram como Jesus
lhes tinha mandado
e prepararam a Páscoa.
Ao cair da noite, sentou-Se à mesa
com os Doze.
Enquanto comiam, declarou:
J «Em verdade vos digo: Um de vós
há-de entregar-Me».
N Profundamente entristecidos,
começou cada um a perguntar-Lhe:
R «Serei eu, Senhor?».
N Jesus respondeu:
J «Aquele que meteu comigo a mão
no prato
é que há-de entregar-Me.
O Filho do homem vai partir,
como está escrito acerca d’Ele.
Mas ai daquele por quem o Filho do
homem
vai ser entregue!
Melhor seria para esse homem não
ter nascido».
N Judas, que O ia entregar, tomou
a palavra e perguntou:
R «Serei eu, Mestre?».
N Respondeu Jesus:
J «Tu o disseste».
N Enquanto comiam,
Jesus tomou o pão, recitou a
bênção,
partiu-o e deu-o aos discípulos,
dizendo:
J «Tomai e comei: Isto é o meu
Corpo».
N Tomou em seguida um cálice,
deu graças e entregou-lho,
dizendo:
J «Bebei dele todos,
porque este é o meu Sangue, o
Sangue da aliança,
derramado pela multidão,
para remissão dos pecados.
Eu vos digo que não beberei mais
deste fruto da videira,
até ao dia em que beberei convosco
o vinho novo no reino de meu Pai».
N Cantaram os salmos
e seguiram para o monte das
Oliveiras.
N Então, Jesus disse-lhes:
J «Todos vós, esta noite, vos
escandalizareis
por minha causa,
como está escrito:
‘Ferirei o pastor e
dispersar-se-ão as ovelhas do rebanho’.
Mas, depois de ressuscitar,
preceder-vos-ei a caminho da
Galileia».
N Pedro interveio, dizendo:
R «Ainda que todos se escandalizem
por tua causa,
eu não me escandalizarei».
N Jesus respondeu-lhe:
J «Em verdade te digo:
Esta mesma noite, antes de o galo
cantar,
Me negarás três vezes».
N Pedro disse-lhe:
R «Ainda que tenha de morrer
contigo, não Te negarei».
N E o mesmo disseram todos os
discípulos.
Então, Jesus chegou com eles a uma
propriedade,
chamada Getsémani,
e disse aos discípulos:
J «Ficai aqui, enquanto Eu vou
além orar».
N E, tomando consigo Pedro e os
dois filhos de Zebedeu,
começou a entristecer-Se e a
angustiar-Se.
Disse-lhes então:
J «A minha alma está numa tristeza
de morte.
Ficai aqui e vigiai comigo».
N E adiantando-Se um pouco mais,
caiu com o rosto por terra,
enquanto orava e dizia:
J «Meu Pai, se é possível, passe
de Mim este cálice.
Todavia, não se faça como Eu
quero,
mas como Tu queres».
N Depois, foi ter com os
discípulos,
encontrou-os a dormir e disse a
Pedro:
J «Nem sequer pudestes vigiar uma
hora comigo!
Vigiai e orai, para não cairdes em
tentação.
O espírito está pronto, mas a
carne é fraca».
N De novo Se afastou, pela segunda
vez, e orou, dizendo:
J «Meu Pai,
se este cálice não pode passar sem
que Eu o beba,
faça-se a tua vontade».
N Voltou novamente e encontrou-os
a dormir,
pois os seus olhos estavam pesados
de sono.
Deixou-os e foi de novo orar, pela
terceira vez,
repetindo as mesmas palavras.
Veio então ao encontro dos
discípulos e disse-lhes:
J «Dormi agora e descansai.
Chegou a hora em que o Filho do
homem
vai ser entregue às mãos dos
pecadores.
Levantai-vos, vamos.
Aproxima-se aquele que Me vai
entregar».
N Ainda Jesus estava a falar,
quando chegou Judas, um dos Doze,
e com ele uma grande multidão, com
espadas e varapaus,
enviada pelos príncipes dos
sacerdotes
e pelos anciãos do povo.
O traidor tinha-lhes dado este
sinal:
R «Aquele que eu beijar, é esse
mesmo. Prendei-O».
N Aproximou-se imediatamente de
Jesus e disse-Lhe:
R «Salve, Mestre!».
N E beijou-O.
Jesus respondeu- lhe:
J «Amigo, a que vieste?».
N Então avançaram, deitaram as
mãos a Jesus
e prenderam-n’O.
Um dos que estavam com Jesus levou
a mão à espada,
desembainhou-a e feriu um servo do
sumo sacerdote,
cortando-lhe a orelha.
Jesus disse-lhe:
J «Mete a tua espada na bainha,
pois todos os que puxarem da
espada morrerão à espada.
Pensas que não posso rogar a meu
Pai
que ponha já ao meu dispor
mais de doze legiões de Anjos?
Mas como se cumpririam as
Escrituras,
segundo as quais assim tem de
acontecer?».
N Voltando-Se depois para a
multidão, Jesus disse:
J «Viestes com espadas e varapaus
para Me prender
como se fosse um salteador!
Eu estava todos os dias sentado no
templo a ensinar
e não Me prendestes...
Mas, tudo isto aconteceu
para se cumprirem as Escrituras
dos profetas».
N Então todos os discípulos O
abandonaram e fugiram.
N Os que tinham prendido Jesus
levaram-n’O à presença do sumo
sacerdote Caifás,
onde os escribas e os anciãos se
tinham reunido.
Pedro foi-O seguindo de longe,
até ao palácio do sumo sacerdote.
Aproximando-se, entrou e sentou-se
com os guardas,
para ver como acabaria tudo
aquilo.
Entretanto, os príncipes dos
sacerdotes e todo o Sinédrio
procuravam um testemunho falso
contra Jesus
para O condenarem à morte,
mas não o encontravam,
embora se tivessem apresentado
muitas testemunhas falsas.
Por fim, apresentaram-se duas que
disseram:
R «Este homem afirmou:
‘Posso destruir o templo de Deus
e reconstruí-lo em três dias’».
N Então o sumo sacerdote
levantou-se e disse a Jesus:
R «Não respondes nada?
Que dizes ao que depõem contra
Ti?».
N Mas Jesus continuava calado.
Disse-Lhe o sumo sacerdote:
R «Eu Te conjuro pelo Deus vivo,
que nos declares se és Tu o
Messias, o Filho de Deus».
N Jesus respondeu-lhe:
J «Tu o disseste.
E Eu digo-vos: vereis o Filho do
homem
sentado à direita do
Todo-poderoso,
vindo sobre as nuvens do céu».
N Então o sumo sacerdote rasgou as
vestes, dizendo:
R «Blasfemou.
Que necessidade temos de mais
testemunhas?
Acabais de ouvir a blasfémia. Que
vos parece?».
N Eles responderam:
R «É réu de morte».
N Cuspiram-Lhe então no rosto e
deram-Lhe punhadas.
Outros esbofeteavam-n’O, dizendo:
R «Adivinha, Messias: quem foi que
Te bateu?».
N Entretanto, Pedro estava sentado
no pátio.
Uma criada aproximou-se dele e
disse-lhe:
R «Tu também estavas com Jesus, o
galileu».
N Mas ele negou diante de todos,
dizendo:
R «Não sei o que dizes».
N Dirigindo-se para a porta,
foi visto por outra criada que
disse aos circunstantes:
R «Este homem estava com Jesus de
Nazaré».
N E, de novo, ele negou com juramento:
R «Não conheço tal homem».
N Pouco depois, aproximaram-se os
que ali estavam
e disseram a Pedro:
R «Com certeza tu és deles, pois
até a fala te denuncia».
N Começou então a dizer
imprecações e a jurar:
R «Não conheço tal homem».
N E, imediatamente, um galo
cantou.
Então, Pedro lembrou-se das
palavras que Jesus dissera:
«Antes de o galo cantar, tu Me
negarás três vezes».
E, saindo, chorou amargamente.
Ao romper da manhã,
todos os príncipes dos sacerdotes
e os anciãos do povo
se reuniram em conselho contra
Jesus,
para Lhe darem a morte.
Depois de Lhe atarem as mãos,
levaram-n’O e entregaram-n’O ao
governador Pilatos.
Então Judas, que entregara Jesus,
vendo que Ele tinha sido
condenado,
tocado pelo remorso, devolveu as
trinta moedas de prata
aos príncipes dos sacerdotes e aos
anciãos, dizendo:
R «Pequei, entregando sangue
inocente».
N Mas eles replicaram:
R «Que nos importa? É lá contigo».
N Então arremessou as moedas para
o santuário,
saiu dali e foi-se enforcar.
Mas os príncipes dos sacerdotes
apanharam as moedas e disseram:
R «Não se podem lançar no tesouro,
porque são preço de sangue».
N E, depois de terem deliberado,
compraram com elas o Campo do
Oleiro,
que servia para a sepultura dos
estrangeiros.
Por este motivo se tem chamado àquele
campo,
até ao dia de hoje, «Campo de
Sangue».
Cumpriu-se então o que fora dito
pelo profeta:
«Tomaram trinta moedas de prata,
preço em que foi avaliado
Aquele que os filhos de Israel
avaliaram
e deram-nas pelo Campo do Oleiro,
como o Senhor me tinha ordenado».
N Entretanto, Jesus foi levado à
presença do governador,
que lhe perguntou:
R «Tu és o Rei dos judeus?».
N Jesus respondeu:
J «É como dizes».
N Mas, ao ser acusado pelos
príncipes dos sacerdotes
e pelos anciãos, nada respondeu.
Disse-Lhe então Pilatos:
R «Não ouves quantas acusações
levantam contra Ti?».
N Mas Jesus não respondeu coisa
alguma,
a ponto de o governador ficar
muito admirado.
Ora, pela festa da Páscoa,
o governador costumava soltar um
preso,
à escolha do povo.
Nessa altura, havia um preso
famoso, chamado Barrabás.
E, quando eles se reuniram,
disse-lhes Pilatos:
R «Qual quereis que vos solte?
Barrabás, ou Jesus, chamado
Cristo?».
N Ele bem sabia que O tinham
entregado por inveja.
Enquanto estava sentado no
tribunal,
a mulher mandou-lhe dizer:
R «Não te prendas com a causa
desse justo,
pois hoje sofri muito em sonhos
por causa d’Ele».
N Entretanto, os príncipes dos
sacerdotes e os anciãos
persuadiram a multidão a que
pedisse Barrabás
e fizesse morrer Jesus.
O governador tomou a palavra e
perguntou-lhes:
R «Qual dos dois quereis que vos
solte?».
N Eles responderam:
R «Barrabás».
N Disse-lhes Pilatos:
R «E que hei-de fazer de Jesus,
chamado Cristo?».
N Responderam todos:
R «Seja crucificado».
N Pilatos insistiu:
R «Que mal fez Ele?».
N Mas eles gritavam cada vez mais:
R «Seja crucificado».
N Pilatos, vendo que não conseguia
nada
e aumentava o tumulto,
mandou vir água
e lavou as mãos na presença da
multidão, dizendo:
R «Estou inocente do sangue deste
homem.
Isso é lá convosco».
N E todo o povo respondeu:
R «O seu sangue caia sobre nós e
sobre os nossos filhos».
N Soltou-lhes então Barrabás.
E, depois de ter mandado açoitar
Jesus,
entregou-lh’O para ser
crucificado.
Então os soldados do governador
levaram Jesus para o pretório
e reuniram à volta d’Ele toda a
coorte.
Tiraram-Lhe a roupa
e envolveram-n’O num manto
vermelho.
Teceram uma coroa de espinhos e
puseram-Lha na cabeça
e colocaram uma cana na sua mão
direita.
Ajoelhando diante d’Ele,
escarneciam-n’O, dizendo:
R «Salve, Rei dos judeus!».
N Depois, cuspiam-Lhe no rosto
e, pegando na cana, batiam-Lhe com
ela na cabeça.
Depois de O terem escarnecido,
tiraram-Lhe o manto, vestiram-Lhe
as suas roupas
e levaram-n’O para ser
crucificado.
N Ao saírem,
encontraram um homem de Cirene,
chamado Simão,
e requisitaram-no para levar a
cruz de Jesus.
Chegados a um lugar chamado
Gólgota,
que quer dizer lugar do Calvário,
deram-Lhe a beber vinho misturado
com fel.
Mas Jesus, depois de o provar, não
quis beber.
Depois de O terem crucificado,
repartiram entre si as suas
vestes, tirando-as à sorte,
e ficaram ali sentados a
guardá-l’O.
Por cima da sua cabeça puseram um
letreiro,
indicando a causa da sua
condenação:
«Este é Jesus, o Rei dos judeus».
Foram crucificados com Ele dois
salteadores,
um à direita e outro à esquerda.
Os que passavam insultavam-n’O
e abanavam a cabeça, dizendo:
R «Tu, que destruías o templo e o
reedificavas em três dias,
salva-Te a Ti mesmo;
se és Filho de Deus, desce da
cruz».
N Os príncipes dos sacerdotes,
juntamente com os escribas e os
anciãos,
também troçavam d’Ele, dizendo:
R «Salvou os outros e não pode
salvar-Se a Si mesmo!
Se é o Rei de Israel,
desça agora da cruz e
acreditaremos n’Ele.
Confiou em Deus:
Ele que O livre agora, se O ama,
porque disse: ‘Eu sou Filho de
Deus’».
N Até os salteadores crucificados
com Ele O insultavam.
Desde o meio-dia até às três horas
da tarde,
as trevas envolveram toda a terra.
E, pelas três horas da tarde,
Jesus clamou com voz forte:
J «Eli, Eli, lemá sabactáni?»,
N que quer dizer:
«Meu Deus, meu Deus, porque Me
abandonastes?».
Alguns dos presentes, ouvindo
isto, disseram:
R «Está a chamar por Elias».
N Um deles correu a tomar uma
esponja,
embebeu-a em vinagre,
pô-la na ponta duma cana e deu-Lhe
a beber.
Mas os outros disseram:
R «Deixa lá. Vejamos se Elias vem
salvá-l’O».
N E Jesus, clamando outra vez com
voz forte, expirou.
N Então, o véu do templo rasgou-se
em duas partes,
de alto a baixo;
a terra tremeu e as rochas
fenderam-se.
Abriram-se os túmulos
e muitos dos corpos de santos que
tinham morrido
ressuscitaram;
e, saindo do sepulcro, depois da
ressurreição de Jesus,
entraram na cidade santa e
apareceram a muitos.
Entretanto, o centurião e os que
com ele guardavam Jesus,
ao verem o tremor de terra e o que
estava a acontecer,
ficaram aterrados e disseram:
R «Este era verdadeiramente Filho
de Deus».
N Estavam ali, a observar de
longe, muitas mulheres
que tinham seguido Jesus desde a
Galileia,
para O servirem.
Entre elas encontrava-se Maria
Madalena,
Maria, mãe de Tiago e de José,
e a mãe dos filhos de Zebedeu.
Ao cair da tarde,
veio um homem rico de Arimateia,
chamado José,
que também se tinha tornado
discípulo de Jesus.
Foi ter com Pilatos e pediu-lhe o
corpo de Jesus.
E Pilatos ordenou que lho
entregassem.
José tomou o corpo, envolveu-o num
lençol limpo
e depositou-o no seu sepulcro
novo,
que tinha mandado escavar na
rocha.
Depois rolou uma grande pedra para
a entrada do sepulcro
e retirou-se.
Entretanto, estavam ali Maria
Madalena e a outra Maria,
sentadas em frente do sepulcro.
No dia seguinte, isto é, depois da
Preparação,
os príncipes dos sacerdotes e os
fariseus
foram ter com Pilatos e
disseram-lhe:
R «Senhor, lembrámo-nos do que
aquele impostor disse
quando ainda era vivo:
‘Depois de três dias
ressuscitarei’.
Por isso, manda que o sepulcro
seja mantido em segurança
até ao terceiro dia,
para que não venham os discípulos
roubá-lo
e dizer ao povo: ‘Ressuscitou dos
mortos’.
E a última impostura seria pior do
que a primeira».
N Pilatos respondeu:
R «Tendes à vossa disposição a
guarda:
ide e guardai-o como entenderdes».
N Eles foram e guardaram o
sepulcro,
selando a pedra e pondo a guarda.
Palavra da salvação.
ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Pela paixão do vosso Filho
unigénito,
apressai, Senhor, a hora da nossa reconciliação:
concedei-nos, por este único e
admirável sacrifício,
a misericórdia que nossos pecados
não merecem.
Por Cristo nosso Senhor.
ANTÍFONA DA COMUNHÃO – Mt 26, 42
Pai, se este cálice não pode
passar sem que Eu o beba,
faça-se a tua vontade.
ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Saciados com estes dons sagrados,
nós. Vos pedimos, Senhor:
assim como, pela morte do vosso
Filho,
nos fizestes esperar o que a nossa
fé nos promete,
fazei-nos também chegar, pela sua
ressurreição,
às alegrias do reino que
esperamos.
Por Cristo nosso Senhor.
Oração sobre o povo
Olhai benignamente, Senhor, para a
vossa família,
pela qual nosso Senhor Jesus
Cristo
Se entregou às mãos dos seus
inimigos
e suportou a cruz.
Ele que vive e reina pelos séculos
dos séculos.
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