11º Domingo do tempo comum – 18
Junho
“A compaixão
de Jesus”
Mateus apresenta um resumo da actividade de Jesus, mostrando a raiz da acção
dele: nasce da visão da realidade, que o leva a compadecer-se, isto é, a sentir
junto com o povo cansado e abatido. O trabalho é grande, e necessita de pessoas
dispostas a continuar a obra de Jesus. A comunidade deve assumir a preocupação
de levar a Boa Notícia do Reino ao mundo inteiro, consciente da necessidade de
trabalhadores disponíveis para essa missão divina. Os discípulos recebem o
mesmo poder de Jesus: não alienar os homens (expulsar demónios) e libertá-los
de todos os males (curar doenças). Os doze apóstolos formam o núcleo da nova
comunidade, chamada a continuar a palavra e acção de Jesus. A missão é reunir o
povo para seguir a Jesus, o novo Pastor. Ela realiza-se mediante o anúncio do
Reino e pela acção que concretiza os sinais da presença do Reino. A missão desenvolve-se
em clima de gratuidade, pobreza e confiança, e comunica o bem fundamental da
paz, isto é, da plena realização de todas as dimensões da vida humana. Os
enviados são portadores da libertação; rejeitá-los é rejeitar a salvação e
atrair sobre si o julgamento. A vinda de Jesus ao mundo decorre da compaixão de
Deus pela humanidade. A sua missão consiste em manifestar esta misericórdia,
por meio de gestos concretos. A expulsão dos espíritos imundos e a cura de todas
as doenças e enfermidades manifestam esta preocupação. As multidões foram objecto
da atenção de Jesus. Elas revelavam cansaço e abatimento, por falta de líderes
para conduzi-las, e pela opressão que sofriam. Que fazer? Jesus passou da
constatação à providência concreta. A sua iniciativa consistiu em escolher doze
discípulos e enviá-los com a sua própria missão: proclamar a chegada do Reino
dos Céus e realizar gestos indicadores desta presença. Assim, eles teriam a
missão de difundir a misericórdia divina “às ovelhas desgarradas da casa de
Israel”. Como acontecia com Jesus, também os apóstolos sentiriam esse mesmo
amor compassivo. Tanto na acção de Jesus quanto na dos discípulos,
antecipava-se a chegada do Reino esperado. O Reino que haveria de manifestar-se
em todo o seu esplendor, na segunda vinda do Messias, já estava a dar sinais da
sua presença e revelando seu carácter particular de mediação da bondade de
Deus. Aliás, tudo quanto diz respeito ao Messias Jesus traz o selo da
compaixão. Eis por que a sua vinda deve ser motivo de alegria. O contacto com
as multidões enche Jesus de compaixão. É o tempo da “colheita” escatológica. É
necessário orar ao Senhor para que envie mais trabalhadores. Há uma outorga de “poder”
aos doze discípulos. O “poder” de Jesus não é uma força que violenta, mas o
amor que transforma a vida. A prioridade “às ovelhas perdidas da casa de Israel”
é uma interpretação judaizante da missão de Jesus. Curas, ressuscitamentos,
purificações e expulsões de demónios significam o “levantar-se” e integrar-se
no convívio social. Jesus vem para o resgate das massas excluídas pelo sistema
opressor.
MISSA
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ANTÍFONA DE ENTRADA – Salmo 26, 7.9
Ouvi, Senhor, a voz da minha súplica.
Vós sois o meu refúgio:
não me abandoneis, meu Deus, meu Salvador.
ORAÇÃO COLECTA
Deus
misericordioso, fortaleza dos que esperam em Vós, atendei propício as nossas
súplicas; e, como sem Vós nada pode a fraqueza humana, concedei-nos sempre o
auxílio da vossa graça, para que as nossas vontades e acções Vos sejam
agradáveis no cumprimento fiel dos vossos mandamentos.
Por Nosso
Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito
Santo.
LEITURA I – Ex 19, 2-6a
“Sereis para Mim um reino de
sacerdotes, uma nação santa”
Moisés é enviado, como, mais
tarde, Jesus enviará os Apóstolos, a anunciar ao povo a esperança que Deus lhe
reserva. Esta esperança é a que já começou a ser uma realidade desde que o
Senhor o libertou da terra da escravidão, fazendo dele um povo a Si consagrado,
povo sacerdotal, povo real, nação santa, como o Novo Testamento o há-de
novamente proclamar, agora à luz de Cristo ressuscitado.
Leitura do Livro do Êxodo
“Naqueles dias, os filhos de
Israel partiram de Refidim e chegaram ao deserto do Sinai, onde acamparam, em
frente da montanha. Moisés subiu à presença de Deus. O Senhor chamou-o da
montanha e disse-lhe: «Assim falarás à casa de Jacob, isto dirás aos filhos de
Israel: ‘Vistes o que Eu fiz ao Egipto, como vos transportei sobre asas de
águia e vos trouxe até Mim. Agora, se ouvirdes a minha voz, se guardardes a
minha aliança, sereis minha propriedade especial entre todos os povos. Porque
toda a terra Me pertence; mas vós sereis para Mim um reino de sacerdotes, uma
nação santa’».”
Palavra do Senhor
SALMO RESPONSORIAL – Salmo 99 (100), 2.3.5
(R. 3c)
Refrão: Nós somos o povo de Deus, as ovelhas do seu rebanho. (Repete-se)
Aclamai o Senhor,
terra inteira,
servi o Senhor com
alegria,
vinde a Ele com
cânticos de júbilo. (Refrão)
Sabei que o Senhor
é Deus,
Ele nos fez, a Ele
pertencemos,
somos o seu povo,
as ovelhas do seu rebanho. (Refrão)
Porque o Senhor é
bom,
eterna é a sua
misericórdia,
a sua fidelidade
estende-se de geração em geração. (Refrão)
LEITURA II – Rom 5, 6-11
“Se
fomos reconciliados pela morte do Filho, com muito mais razão seremos salvos
pela sua vida”
A morte de Jesus é o
testemunho maior do amor de Deus por nós, e isto ainda antes de termos sido
reconciliados com Ele. Quanto mais agora, depois de termos sido reconciliados
com Deus pela oblação da vida de seu Filho, não havemos de ser salvos pela vida
d’Ele que ressuscitou para nossa justificação?
Leitura da Segunda Epístola do
apóstolo S. Paulo aos Romanos
“Irmãos: Quando ainda éramos
fracos, Cristo morreu pelos ímpios no tempo determinado. Dificilmente alguém
morre por um justo; por um homem bom, talvez alguém tivesse a coragem de
morrer. Mas Deus prova assim o seu amor para connosco: Cristo morreu por nós,
quando éramos ainda pecadores. E agora, que fomos justificados pelo seu sangue,
com muito mais razão seremos por Ele salvos da ira divina. Se, na verdade,
quando éramos inimigos, fomos reconciliados com Deus pela morte de seu Filho,
com muito mais razão, depois de reconciliados, seremos salvos pela sua vida.
Mais ainda: também nos gloriamos em Deus, por Nosso Senhor Jesus Cristo, por
quem alcançámos agora a reconciliação.”
Palavra do Senhor
ALELUIA – Mc 1, 15
Refrão: Aleluia. (Repete-se)
Está próximo o
reino de Deus.
Arrependei-vos e
acreditai no Evangelho. (Refrão)
EVANGELHO – Mt 9, 36 – 10, 8
“Chamou
os doze discípulos e enviou-os”
Jesus não é apenas
alguém que veio da parte de Deus revelar aos homens o reino. Ele lançou os
fundamentos da futura assembleia dos crentes, e, para isso, escolheu os Doze, a
que chamou Apóstolos, e enviou-os, como o Pai O tinha enviado a Ele. Mas eles
hão-de ter sempre presente que o seu ministério não é uma iniciativa sua, nem o
seu trabalho uma simples ocupação ditada pelo seu gosto natural. A sua escolha
é um chamamento divino, e a sua obra é a realização da própria obra de
salvação, que, por meio deles, o Senhor Jesus continua a realizar no meio dos homens.
É uma graça que vem de Deus e, por eles, há-de chegar até aos outros seus
irmãos.
Evangelho de Nosso Senhor Jesus
Cristo segundo São Mateus
“Naquele tempo, Jesus, ao ver
as multidões, encheu-Se de compaixão, porque andavam fatigadas e abatidas, como
ovelhas sem pastor. Jesus disse então aos seus discípulos: «A seara é grande,
mas os trabalhadores são poucos. Pedi ao Senhor da seara que mande
trabalhadores para a sua seara». Depois chamou a Si os seus doze discípulos e
deu-lhes poder de expulsar os espíritos impuros e de curar todas as doenças e
enfermidades. São estes os nomes dos doze apóstolos: primeiro, Simão, chamado
Pedro, e André, seu irmão; Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão; Filipe e
Bartolomeu; Tomé e Mateus, o publicano; Tiago, filho de Alfeu, e Tadeu; Simão,
o Cananeu, e Judas Iscariotes, que foi quem O entregou. Jesus enviou estes
Doze, dando-lhes as seguintes instruções: «Não sigais o caminho dos gentios,
nem entreis em cidade de samaritanos. Ide primeiramente às ovelhas perdidas da
casa de Israel. Pelo caminho, proclamai que está perto o reino dos Céus. Curai
os enfermos, ressuscitai os mortos, sarai os leprosos, expulsai os demónios.
Recebestes de graça, dai de graça». ”
Palavra da Salvação
ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Senhor nosso Deus,
que pelo pão e o vinho apresentados ao vosso
altar
dais ao homem o alimento que o sustenta
e o sacramento que o renova,
fazei que nunca falte este auxílio
ao nosso corpo e à nossa alma.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
ANTÍFONA DA COMUNHÃO – Salmo 26, 4
Uma só
coisa peço ao Senhor, por ela anseio:
habitar na
casa do Senhor todos os dias da minha vida.
Ou – Jo 17, 11
Pai santo,
guarda no teu nome os que Me deste,
para que
sejam em nós confirmados na unidade,
diz o
Senhor.
ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Fazei, Senhor, que a
sagrada comunhão nos vossos mistérios, sinal da nossa união convosco, realize a
unidade na vossa Igreja.
Por Nosso Senhor
Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
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