Domingo V do Tempo Comum – 4 Fevereiro
2018
E
PÔS-SE A SERVI-LOS
Para os antigos, a febre era de origem
demoníaca. Libertos do demónio, os homens podem levantar-se e pôr-se ao
serviço. Os demónios reconhecem quem é Jesus, porque sentem que a acção dele
ameaça o domínio que eles têm sobre o homem. O deserto é o ponto de partida
para a missão. Aí, Jesus encontra o Pai, que o envia para salvar os homens. Mas
encontra também a tentação. Pedro sugere que Jesus aproveite a popularidade
conseguida num dia. É o primeiro diálogo com os discípulos e já se nota tensão.
O gesto da sogra de Pedro, após ter sido curada, chama a atenção para um
aspecto, às vezes negligenciado por quem foi objecto da misericórdia de Jesus.
Como retribuir o benefício recebido de forma a manifestar gratidão?
Colocando-se a serviço do próximo. Não existe maneira melhor de mostrar-se
grato ao Senhor. Seria pura ingratidão se alguém, que foi libertado ou curado
de algum mal, levasse uma vida egoísta, pensando só em si mesmo. Os gestos de
Jesus traziam a marca do amor, de alguém que estava a voltar para as necessidades
e carências do próximo. Por isso, estava sempre pronto a servir quem quer que
fosse. As multidões procuravam-no, trazendo os seus doentes e gente possuída
pelo demónio. A ninguém ele despedia, sem antes libertá-los de seus males. Esta
disposição de Jesus é uma lição de vida. A sogra de Pedro parece tê-la
aprendido. Assim que se viu livre da febre, que poderia vir a ser fatal, pôs-se
a servir Jesus e os discípulos que o acompanhavam. Servi-los, significou vir ao
encontro das suas necessidades de missionários, cansados por causa das suas
peregrinações por cidades e aldeias. Significou matar-lhes a fome,
providenciar-lhes repouso, fazê-los recuperar as forças para continuar a
missão. Esta foi a maneira concreta que ela encontrou para retribuir a graça
recebida. Com a afirmação “logo que saíram da sinagoga, foram […] para a casa
de Simão...”, o evangelista Marcos indica que Jesus descarta a sinagoga e
afirma o seu ministério no espaço da “casa”. É a casa o lugar onde se reúne a
nova comunidade e que se torna o centro da irradiação da missão. Na “casa”, a
mulher, libertada da sua exclusão, exerce a prática essencial das novas
comunidades, que é o serviço. E é à porta da casa que se reúne a cidade
inteira. Jesus não se deixa reter por uma comunidade particular. Seu ministério
missionário é dirigido amplamente a toda a Galileia e aos territórios vizinhos.
As curas e exorcismos de Jesus são a expressão de sua identificação e
solidariedade com os excluídos, empobrecidos e carentes de saúde e de condições
dignas de vida.
MISSA
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ANTÍFONA DE
ENTRADA – Salmo 94, 6-7
Vinde, prostremo-nos em terra,
adoremos o Senhor que nos criou.
O Senhor é o nosso Deus.
ORAÇÃO COLECTA
Guardai, Senhor, com paternal bondade a vossa família; e, porque só em
Vós põe a sua confiança, defendei-a sempre com a vossa protecção.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na
unidade do Espírito Santo.
Liturgia da Palavra
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LEITURA I – Job 7,
1-4.6-7
«Agito-me
angustiado até ao crepúsculo»
Job é o tipo de
todo o homem que sofre e que não sabe encontrar explicação para o sofrimento.
No entanto, ele sabe que o Senhor não é estranho a esse sofrimento; por isso,
se abandona nas suas mãos, invocando-O e esperando a sua resposta. Se Job
tivesse conhecido a Paixão de Cristo seguida da Ressurreição, teria encontrado resposta
mais completa para a sua dor!
Leitura
do Livro de Job
Job
tomou a palavra, dizendo: «Não vive o homem sobre a terra como um soldado? Não
são os seus dias como os de um mercenário? Como o escravo que suspira pela
sombra e o trabalhador que espera pelo seu salário, assim eu recebi em herança
meses de desilusão e couberam-me em sorte noites de amargura. Se me deito,
digo: ‘Quando é que me levanto?’. Se me levanto: ‘Quando chegará a noite?’; e
agito-me angustiado até ao crepúsculo. Os meus dias passam mais velozes que uma
lançadeira de tear e desvanecem-se sem esperança. – Recordai-Vos que a minha
vida não passa de um sopro e que os meus olhos nunca mais verão a felicidade».»
Palavra do Senhor
SALMO RESPONSORIAL
– Salmo 146 (147), 1-2.3-4.5-6
Refrão: Louvai o Senhor,
que salva os corações atribulados. (Repete-se)
Ou Aleluia.
Repete-se
Louvai o Senhor, porque é bom cantar,
é agradável e justo celebrar o seu louvor.
O Senhor edificou Jerusalém,
congregou os dispersos de Israel. (Refrão)
Sarou os corações dilacerados
e ligou as suas feridas.
Fixou o número das estrelas
e deu a cada uma o seu nome. (Refrão)
Grande é o nosso Deus e todo-poderoso,
é sem limites a sua sabedoria.
O Senhor conforta os humildes
e abate os ímpios até ao chão. “Refrão)
LEITURA II – 1 Cor
9, 16-19.22-23
«Ai de mim se não evangelizar!»
O que leva S.
Paulo a pregar o Evangelho é exclusivamente a consciência que tem de que o deve
pregar para salvação de todos. Até o direito que tem de ser assistido
materialmente pelos irmãos ele rejeita, para ficar mais livre na sua pregação.
E é na fidelidade à urgência deste serviço na fé e no amor a Cristo que ele
experimenta a alegria da liberdade.
Leitura
da Primeira Epístola do apóstolo S. Paulo aos Coríntios
Irmãos:
Anunciar o Evangelho não é para mim um título de glória, é uma obrigação que me
foi imposta. Ai de mim se não anunciar o Evangelho! Se o fizesse por minha
iniciativa, teria direito a recompensa. Mas, como não o faço por minha
iniciativa, desempenho apenas um cargo que me está confiado. Em que consiste,
então, a minha recompensa? Em anunciar gratuitamente o Evangelho, sem fazer
valer os direitos que o Evangelho me confere. Livre como sou em relação a
todos, de todos me fiz escravo, para ganhar o maior número possível. Com os
fracos tornei-me fraco, a fim de ganhar os fracos. Fiz-me tudo para todos, a
fim de ganhar alguns a todo o custo. E tudo faço por causa do Evangelho, para
me tornar participante dos seus bens.
Palavra do Senhor
ALELUIA – Mt 8, 17
Refrão: Aleluia. (Repete-se)
Cristo suportou as nossas enfermidades
e tomou sobre Si as nossas dores. (Refrão)
EVANGELHO – Mc 1,
29-39
« Curou muitas
pessoas, atormentadas por várias doenças»
Ao
contrário de Job, sofredor e incapaz de superar o mal, Jesus cura as doenças e
expulsa os demónios. Assim Se afirma Senhor da vida e da morte, e anuncia desde
já a ressurreição. E quer levar esta Boa Nova a toda a parte; por isso, não se
deixa ficar preso pelos interesses, sempre limitativos, dos seus beneficiários,
mas alarga a sua acção a todos os lados. Todavia esta actividade tão intensa
não O impede de procurar um lugar ermo para aí orar ao Pai.
Evangelho
de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Marcos
Naquele
tempo, Jesus saiu da sinagoga e foi, com Tiago e João, a casa de Simão e André.
A sogra de Simão estava de cama com febre e logo Lhe falaram dela. Jesus
aproximou-Se, tomou-a pela mão e levantou-a. A febre deixou-a e ela começou a
servi-los. Ao cair da tarde, já depois do sol-posto, trouxeram-Lhe todos os
doentes e possessos e a cidade inteira ficou reunida diante da porta. Jesus
curou muitas pessoas, que eram atormentadas por várias doenças, e expulsou
muitos demónios. Mas não deixava que os demónios falassem, porque sabiam quem
Ele era. De manhã, muito cedo, levantou-Se e saiu. Retirou-Se para um sítio
ermo e aí começou a orar. Simão e os companheiros foram à procura d’Ele e,
quando O encontraram, disseram-Lhe: «Todos Te procuram». Ele respondeu-lhes:
«Vamos a outros lugares, às povoações vizinhas, a fim de pregar aí também,
porque foi para isso que Eu vim». E foi por toda a Galileia, pregando nas
sinagogas e expulsando os demónios.
Palavra da Salvação
ORAÇÃO SOBRE AS
OBLATAS
Senhor nosso Deus,
que criastes o pão e o vinho para auxílio da nossa fraqueza concedei que
eles se tornem para nós sacramento de vida eterna.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na
unidade do Espírito Santo.
ANTÍFONA DA
COMUNHÃO – Salmo 106, 8-9
Dêmos graças ao Senhor pela sua misericórdia,
pelos seus prodígios em favor dos homens,
porque Ele deu de beber aos que tinham sede
e saciou os que tinham fome.
ORAÇÃO DEPOIS DA
COMUNHÃO
Deus de bondade, que nos fizestes participantes do
mesmo pão e do mesmo cálice, concedei que, unidos na alegria e no amor de
Cristo,
dêmos fruto abundante para a salvação do mundo.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é
Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
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