sábado, 3 de fevereiro de 2018

CUROU MUITAS PESSOAS




Domingo V do Tempo Comum – 4 Fevereiro 2018


E PÔS-SE A SERVI-LOS

Para os antigos, a febre era de origem demoníaca. Libertos do demónio, os homens podem levantar-se e pôr-se ao serviço. Os demónios reconhecem quem é Jesus, porque sentem que a acção dele ameaça o domínio que eles têm sobre o homem. O deserto é o ponto de partida para a missão. Aí, Jesus encontra o Pai, que o envia para salvar os homens. Mas encontra também a tentação. Pedro sugere que Jesus aproveite a popularidade conseguida num dia. É o primeiro diálogo com os discípulos e já se nota tensão. O gesto da sogra de Pedro, após ter sido curada, chama a atenção para um aspecto, às vezes negligenciado por quem foi objecto da misericórdia de Jesus. Como retribuir o benefício recebido de forma a manifestar gratidão? Colocando-se a serviço do próximo. Não existe maneira melhor de mostrar-se grato ao Senhor. Seria pura ingratidão se alguém, que foi libertado ou curado de algum mal, levasse uma vida egoísta, pensando só em si mesmo. Os gestos de Jesus traziam a marca do amor, de alguém que estava a voltar para as necessidades e carências do próximo. Por isso, estava sempre pronto a servir quem quer que fosse. As multidões procuravam-no, trazendo os seus doentes e gente possuída pelo demónio. A ninguém ele despedia, sem antes libertá-los de seus males. Esta disposição de Jesus é uma lição de vida. A sogra de Pedro parece tê-la aprendido. Assim que se viu livre da febre, que poderia vir a ser fatal, pôs-se a servir Jesus e os discípulos que o acompanhavam. Servi-los, significou vir ao encontro das suas necessidades de missionários, cansados por causa das suas peregrinações por cidades e aldeias. Significou matar-lhes a fome, providenciar-lhes repouso, fazê-los recuperar as forças para continuar a missão. Esta foi a maneira concreta que ela encontrou para retribuir a graça recebida. Com a afirmação “logo que saíram da sinagoga, foram […] para a casa de Simão...”, o evangelista Marcos indica que Jesus descarta a sinagoga e afirma o seu ministério no espaço da “casa”. É a casa o lugar onde se reúne a nova comunidade e que se torna o centro da irradiação da missão. Na “casa”, a mulher, libertada da sua exclusão, exerce a prática essencial das novas comunidades, que é o serviço. E é à porta da casa que se reúne a cidade inteira. Jesus não se deixa reter por uma comunidade particular. Seu ministério missionário é dirigido amplamente a toda a Galileia e aos territórios vizinhos. As curas e exorcismos de Jesus são a expressão de sua identificação e solidariedade com os excluídos, empobrecidos e carentes de saúde e de condições dignas de vida.


MISSA

ANTÍFONA DE ENTRADA – Salmo 94, 6-7
Vinde, prostremo-nos em terra,
adoremos o Senhor que nos criou.
O Senhor é o nosso Deus.

ORAÇÃO COLECTA
Guardai, Senhor, com paternal bondade a vossa família; e, porque só em Vós põe a sua confiança, defendei-a sempre com a vossa protecção.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.


Liturgia da Palavra


LEITURA I – Job 7, 1-4.6-7

«Agito-me angustiado até ao crepúsculo»

Job é o tipo de todo o homem que sofre e que não sabe encontrar explicação para o sofrimento. No entanto, ele sabe que o Senhor não é estranho a esse sofrimento; por isso, se abandona nas suas mãos, invocando-O e esperando a sua resposta. Se Job tivesse conhecido a Paixão de Cristo seguida da Ressurreição, teria encontrado resposta mais completa para a sua dor!

Leitura do Livro de Job
Job tomou a palavra, dizendo: «Não vive o homem sobre a terra como um soldado? Não são os seus dias como os de um mercenário? Como o escravo que suspira pela sombra e o trabalhador que espera pelo seu salário, assim eu recebi em herança meses de desilusão e couberam-me em sorte noites de amargura. Se me deito, digo: ‘Quando é que me levanto?’. Se me levanto: ‘Quando chegará a noite?’; e agito-me angustiado até ao crepúsculo. Os meus dias passam mais velozes que uma lançadeira de tear e desvanecem-se sem esperança. – Recordai-Vos que a minha vida não passa de um sopro e que os meus olhos nunca mais verão a felicidade».»
Palavra do Senhor

SALMO RESPONSORIAL – Salmo 146 (147), 1-2.3-4.5-6
Refrão: Louvai o Senhor, que salva os corações atribulados. (Repete-se)

Ou Aleluia. Repete-se

Louvai o Senhor, porque é bom cantar,
é agradável e justo celebrar o seu louvor.
O Senhor edificou Jerusalém,
congregou os dispersos de Israel. (Refrão)

Sarou os corações dilacerados
e ligou as suas feridas.
Fixou o número das estrelas
e deu a cada uma o seu nome. (Refrão)

Grande é o nosso Deus e todo-poderoso,
é sem limites a sua sabedoria.
O Senhor conforta os humildes
e abate os ímpios até ao chão. “Refrão)


LEITURA II – 1 Cor 9, 16-19.22-23

«Ai de mim se não evangelizar!»

O que leva S. Paulo a pregar o Evangelho é exclusivamente a consciência que tem de que o deve pregar para salvação de todos. Até o direito que tem de ser assistido materialmente pelos irmãos ele rejeita, para ficar mais livre na sua pregação. E é na fidelidade à urgência deste serviço na fé e no amor a Cristo que ele experimenta a alegria da liberdade.

Leitura da Primeira Epístola do apóstolo S. Paulo aos Coríntios
Irmãos: Anunciar o Evangelho não é para mim um título de glória, é uma obrigação que me foi imposta. Ai de mim se não anunciar o Evangelho! Se o fizesse por minha iniciativa, teria direito a recompensa. Mas, como não o faço por minha iniciativa, desempenho apenas um cargo que me está confiado. Em que consiste, então, a minha recompensa? Em anunciar gratuitamente o Evangelho, sem fazer valer os direitos que o Evangelho me confere. Livre como sou em relação a todos, de todos me fiz escravo, para ganhar o maior número possível. Com os fracos tornei-me fraco, a fim de ganhar os fracos. Fiz-me tudo para todos, a fim de ganhar alguns a todo o custo. E tudo faço por causa do Evangelho, para me tornar participante dos seus bens.
Palavra do Senhor

ALELUIA – Mt 8, 17
Refrão: Aleluia. (Repete-se)

Cristo suportou as nossas enfermidades
e tomou sobre Si as nossas dores. (Refrão)


EVANGELHO – Mc 1, 29-39

« Curou muitas pessoas, atormentadas por várias doenças»

Ao contrário de Job, sofredor e incapaz de superar o mal, Jesus cura as doenças e expulsa os demónios. Assim Se afirma Senhor da vida e da morte, e anuncia desde já a ressurreição. E quer levar esta Boa Nova a toda a parte; por isso, não se deixa ficar preso pelos interesses, sempre limitativos, dos seus beneficiários, mas alarga a sua acção a todos os lados. Todavia esta actividade tão intensa não O impede de procurar um lugar ermo para aí orar ao Pai.

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Marcos
Naquele tempo, Jesus saiu da sinagoga e foi, com Tiago e João, a casa de Simão e André. A sogra de Simão estava de cama com febre e logo Lhe falaram dela. Jesus aproximou-Se, tomou-a pela mão e levantou-a. A febre deixou-a e ela começou a servi-los. Ao cair da tarde, já depois do sol-posto, trouxeram-Lhe todos os doentes e possessos e a cidade inteira ficou reunida diante da porta. Jesus curou muitas pessoas, que eram atormentadas por várias doenças, e expulsou muitos demónios. Mas não deixava que os demónios falassem, porque sabiam quem Ele era. De manhã, muito cedo, levantou-Se e saiu. Retirou-Se para um sítio ermo e aí começou a orar. Simão e os companheiros foram à procura d’Ele e, quando O encontraram, disseram-Lhe: «Todos Te procuram». Ele respondeu-lhes: «Vamos a outros lugares, às povoações vizinhas, a fim de pregar aí também, porque foi para isso que Eu vim». E foi por toda a Galileia, pregando nas sinagogas e expulsando os demónios.
Palavra da Salvação

ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Senhor nosso Deus,
que criastes o pão e o vinho para auxílio da nossa fraqueza concedei que eles se tornem para nós sacramento de vida eterna.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

ANTÍFONA DA COMUNHÃO – Salmo 106, 8-9
Dêmos graças ao Senhor pela sua misericórdia,
pelos seus prodígios em favor dos homens,
porque Ele deu de beber aos que tinham sede
e saciou os que tinham fome.


ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Deus de bondade, que nos fizestes participantes do mesmo pão e do mesmo cálice, concedei que, unidos na alegria e no amor de Cristo,
dêmos fruto abundante para a salvação do mundo.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.



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